Estrabismo é o desalinhamento dos olhos, popularmente conhecido como vesgueira ou vesguice. Pode ocorrer em apenas um ou em ambos os olhos e ser constante ou intermitente. Além disso, é dividido em seis tipos diferentes, de acordo com as características do desvio.
De forma geral, os pacientes estrábicos podem sofrer problemas psicológicos, sociais e econômicos em virtude da aparência ser diferente. Na maioria dos casos, tem maior acometimento de crianças, porém também afeta adultos.
Seguindo a classificação internacional de doenças, tem o código CID-10 H49 e H50.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
O estrabismo pode ser dividido em seis tipos, definidos pelo direcionamento do olho. São eles:
Quando o olho afetado é voltado para o centro do rosto, isto é, voltado para o nariz.
O desvio ocular é voltado para a parte externa do rosto, ou seja, para a orelha.
O olho é direcionado para a parte inferior do rosto (bochecha), ou para a parte superior da face (testa).
Neste caso, o desvio reveza de um olho para o outro. Em um dado momento, encontra-se no olho direito, já em outro, no esquerdo. O estrabismo alternante é mais comum nos casos de pessoas afetadas pelo estrabismo divergente.
Só é possível verificar com testes clínicos, pois os sintomas não se manifestam de forma clara, estando mais relacionados à dores, ardência nos olhos ou visão embaçada.
Fatores de ordens funcionais ou anatômicas dão a sensação de um desvio dos olhos. Essa condição pode ter como causas doenças pré existentes, fatores genéticos, traumas e outros fatores. Já seu tratamento conta com diversas alternativas, cirúrgicas ou não.
Vale lembrar, também, que pode acontecer a combinação entre os tipos de estrabismo como, por exemplo, convergente/vertical, no qual o olho é voltado para a parte interna do rosto e para cima.
Em crianças com até seis meses de idade, pode ocorrer o estrabismo temporário, devido a formação muscular da criança não estar completa. Este quadro é bastante passageiro para esta faixa etária.
Os movimentos dos olhos são realizados por seis músculos, situados na face, que precisam trabalhar em harmonia quando recebem comandos dos nervos cranianos, que são ligados ao sistema nervoso central.
O estrabismo ocorre com o desequilíbrio desta harmonia, na qual os músculos não trabalham de forma sincronizada entre eles. Problemas de coordenação motora destes músculos podem se enquadrar como fatores de influência de desarmonia.
Estudos apontam que o estrabismo pode ser uma doença familiar. Porém, vários pacientes não apresentam histórico familiar positivo para a doença. Algumas doenças pré-existentes também podem causar o estrabismo como:
Diferente da lenda urbana, forçar ficar vesgo não causa estrabismo.
Os sintomas variam muito de acordo com a idade em que a doença é manifestada. Quando ocorre ainda na infância, o principal sintoma, que é a visão duplicada, não ocorre.
Até aproximadamente os seis meses de idade da criança, pode ocorrer a descoordenação dos movimentos da face, por estar ligada a formação muscular do corpo. Este processo passa a sensação de estrabismo, conhecido como pseudoestrabismo, que deve ser monitorado, pois pode ou não ser um alarmante de estrabismo.
Devido ao fato de muitas vezes as crianças não saberem se expressar, vale notar alguns hábitos que podem ser indicativos do estrabismo, tais como:
Havendo a suspeita de estrabismo, é importante consultar um médico para que o mesmo realize testes e possa dar um diagnóstico mais preciso.
A visão duplicada não se manifesta, nestes casos, devido a um sistema desenvolvido pelo cérebro que descarta a imagem formada pelo olho afetado, podendo levar a ambliopia (perda da visão do olho acometido temporária ou definitiva). Com a finalidade de evitar que este processo ocorra, é indicado iniciar o tratamento logos após o diagnóstico.
Apenas a observação do alinhamento dos olhos já pode ser um indicativo. Além deste, existem vários exames realizados por um médico oftalmologista que podem chegar ao diagnóstico, tais como:
Com o auxílio de um oftalmoscópio, o médico faz a projeção um feixe de luz no interior do olho e, com a reflexão dessa luz na retina, é possível observar suas estruturas, analisá-las e obter um diagnóstico mais preciso.
Não há restrição de idade para a realização deste procedimento.
Este exame ajuda a definir o prognóstico visual do paciente, analisando a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos (hipermetropia), que é um dos causadores do estrabismo. Deve ser realizado por um médico oftalmologista.
O procedimento consiste na percepção do reflexo vermelho que aparece ao ser direcionado um feixe de luz sob a superfície retiniana. O teste é feito com o auxílio de um oftalmoscópio direto. É um teste de diagnóstico para vários problemas oculares que podem desencadear o estrabismo.
De forma geral, esse teste é realizado nos casos de miopia e consiste em tapar um dos olhos, forçando assim o olho que sofre desvio a se direcionar para frente, recuperando temporariamente a função visual. É realizado em um consultório, por um oftalmologista.
Após a conclusão dos testes, pode ser realizado um encaminhamento para o oftalmologista estrabólogo, que é o especialista desta condição.
Este é um problema que possui cura, porém, não há desaparecimento espontâneo da doença e é um erro achar que o problema pode regredir sem intervenções. Por este motivo, quanto antes for iniciado seu tratamento, melhores serão os resultados. Atualmente existem várias alternativas de tratamento conforme a idade do paciente.
Esta alternativa é mais comum para pacientes até 3 anos de idade, podendo ser aplicada a outras idades.
O uso do protetor ocular se dá no olho sem desvio por um período diário de 3 a 6 horas ou até mesmo durante todo decorrer do dia, variando conforme o desalinhamento. Tem como finalidade forçar o alinhamento do olho afetado pelo estrabismo com o olho não afetado e evitar que o cérebro descarte a imagem formada pelo olho desalinhado.
Este protetor ocular é encontrado para comercialização em farmácias.
Como uma alternativa mais prática e, segundo especialistas, com resultados mais rápidos de acordo com o nível de estrabismo, esta é uma alternativa bastante considerável.
Estes exercícios tem como objetivo fortalecer os músculos oculares e eliminar o problema.
Vale ressaltar que estes exercícios devem ser acompanhados por um médico ortoptista.
A toxina botulínica, uma neurotoxina produzida pela bactéria Bacilo clostridium botulinum, mais conhecida como Botox, é uma alternativa menos agressiva, o que reduz o tempo de recuperação.
O procedimento dura por volta de um minuto e consiste na aplicação diretamente no músculo, causando o bloqueio de impulsos nervosos na região, tendo assim, como consequência, o alinhamento dos olhos.
A aplicação é realizada com anestesia local, não altera a anatomia facial e também pode ser realizada em crianças. É mais indicada para casos mais leves, ou pós cirúrgicos.
Deve-se sempre levar em consideração a avaliação médica.
Com a indicação de um médico oftalmologista, o óculos tem como objetivo reduzir o esforço para focalizar a imagem observada e, consequentemente, endireitar os olhos, sendo indicada como única alternativa ou em associação às outros tratamentos.
A cirurgia corretiva do estrabismo é mais indicada quando as alternativas anteriores não respondem de formas satisfatórias ou em casos mais extremos.
O procedimento consiste no reposicionamento ou no encurtamento do músculo ocular através de micro incisões. Tem duração aproximada de duas horas e podendo ser realizada com anestesia local ou geral, o que será definido pelo médico. O paciente pode receber alta no mesmo dia.
A visão pode ficar temporariamente embaçada, devido a necessidade do organismo se readaptar, então é normal apresentar este sintoma nas primeiras duas semanas depois da intervenção.
O período de recuperação é relativamente curto, pois as incisões não são consideradas agressivas. Esse processo leva em torno de uma a duas semanas. Os pontos são internos e absorvidos pelo organismo, fato que dispensa a retirada dos mesmos.
Alguns cuidados são passados para o paciente, sendo eles:
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Além da visão dupla, o que mais incomoda o paciente que sofre de estrabismo, na maior parte dos casos, é a baixa autoestima devido a sua imagem física, principalmente nos pacientes na adolescência. Caso o paciente julgue necessário, pode-se ter assistência de um psicoterapeuta e grupos de apoio.
Por ser predominante em crianças, a melhor prevenção contra o estrabismo é observar e realizar o acompanhado pelo oftalmologista desde o seu nascimento. A função visual e o seu desenvolvimento vão ser determinadas nos primeiros meses da vida de uma criança.
Uma criança com estrabismo, seja evidente ou não, tratada precocemente, terá um prognóstico melhor. Este diagnóstico precoce permite avaliar quais as causas associadas, evitar ou tratar a ambliopia (perda da visão afetada) e investigar possíveis patologias que possam estar causando o problema.
O controle e monitoramento deve ser constante até a adolescência, e o paciente deve participar ativamente ao tratamento, com rigoroso cumprimento de todas as etapas passadas pelo médico.
Por mais que sejam poucas as complicações relacionadas ao estrabismo, as mais comuns são:
Devido ao desconforto estético e não ter uma aparência “padrão”, é comum que essas duas condições se manifestem nessas pessoas em simultâneo ou não. Outros fatores que podem influenciar a manifestação é a aceitação social e o bullying.
Deve-se ter um diagnóstico e acompanhamento psicológico para tratá-los, pois, em geral, muitas pessoas têm tendências de isolamento e dificuldade para desenvolver relações interpessoais, o que atrapalha a melhora de quadro sem acompanhamento.
A complicação mais grave é o risco da perda da visão, que geralmente ocorre quando o paciente tem uma idade mais baixa, porém, não é exclusivo dos bebês e crianças, podendo ocorrer em todas as fases da vida.
Abaixo, serão descritos alguns processos da perda de visão, podendo ser total ou parcial.
Devido ao fato do cérebro descartar a imagem formada pelo olho acometido (ambliopia), as crianças sofrem mais riscos de perder a visão tridimensional (capacidade de perceber a profundidade e/ou distância dos objetos).
Com a grande frequência da ambliopia, o cérebro “cria o hábito” de descartar a imagem e, gradativamente, vai tornando este processo comum, chegando a um ponto em que não reconhece mais a imagem formada pelo lado afetado.
O risco pode ser maior quando o estrabismo é do tipo alternante, no qual, com a alternância do olho afetado, pode ocorrer a perda da visão de ambos os olhos.
Quando as imagens captada pelos olhos chegam ao cérebro de maneira incorreta, a principal consequência é a perda de noções de profundidade e distância, assim como a redução na angulação total do campo de visão natural. Tais condições, muitas vezes, levam as pessoas a tropeçarem, por exemplo.
O estrabismo é bastante comum, porém, com diagnóstico e tratamento precoces, seu tempo de duração é menor e traz melhores resultados. Assim, sem intervenção cirúrgica, diminui-se o risco de outras complicações, garantido ao paciente uma vida normal.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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