Saúde

Erisipela (bolhosa): o que é, causas e tratamento

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 08/12/2022
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 08/12/2022
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erisipela (CID 10 - A46) é uma doença infecciosa que tem como característica feridas avermelhadas, inflamadas e dolorosas na pele, especialmente nos membros inferiores, como pernas e pés.

Apesar de o nome parecer não muito familiar, a condição é mais uma integrante do grupo das dermatoses infecciosas e é popularmente conhecida como zipra, esipra, zipla e maldapraia

A doença não possui uma frequência exata para aparecer no organismo, podendo surgir apenas uma ou várias vezes durante o ano todo ou, ainda, perdurar por toda a vida.

Para saber mais sobre a condição, como o que causa, sintomas e como prevenir, continue acompanhando o artigo!

Índice — Neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que causa erisipela?
  2. Erisipela e celulite: qual a diferença?
  3. A erisipela é contagiosa?
  4. Grupos de risco
  5. Sintomas
  6. Diagnóstico
  7. Erisipela tem cura?
  8. Tratamento
  9. Medicamentos
  10. Convivendo
  11. Prognóstico
  12. Caso o tratamento não seja feito, há alguma complicação?
  13. Como prevenir a Erisipela?

O que causa a erisipela?

Na maioria das vezes, a doença é causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, do grupo A, mas também pode ter como causa a bactéria Haemophilus influenzae tipo B. Ambas penetram em nossa pele através de pequenos ferimentos, como frieiras, pelos ou unhas encravadas, e se dissemina pelos vasos linfáticos.

Entre algumas condições que podem dar início a uma erisipela estão:

  • Úlceras na pele;
  • Incisões cirúrgicas;
  • Picadas de insetos;
  • Algumas doenças de pele, como a psoríase;
  • Aplicação de drogas;
  • Pernas inchadas por conta de algum problema de saúde, como a diabetes.

A doença se desenvolve, na maioria dos casos, nos membros inferiores, como pernas e pés, mas há casos também de desenvolvimento no rosto, que está ligado diretamente com a dermatite seborreica.

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Erisipela e celulite: qual a diferença?

Pelos seus sintomas serem muito parecidos com a celulite infecciosa e por serem causadas pelas mesmas bactérias, muitas pessoas confundem uma doença com a outra. Contudo, é válido saber que elas não são a mesma coisa, uma vez que a erisipela atinge as camadas mais externas da derme, enquanto que a celulite atinge as camadas mais profundas, inclusive o tecido gorduroso da hipoderme.

Nossa pele é dividida em camadas. Superiormente, temos a epiderme, que podemos ver e tocar diretamente. Abaixo dela, temos a derme, a camada mais profunda da pele, de onde nascem os pelos e os folículos pilosos e, por fim, temos a camada de gordura que separa a pele dos músculos. 

A erisipela, portanto, acontece quando a infecção causada pela bactéria atinge a derme. Quando a infecção chega a atingir a gordura que fica abaixo da derme, temos a celulite.

Contudo, é importante ressaltar que a celulite da qual estamos falando aqui não se trata da pele com aspecto ondulado, que recebe o nome técnico de lipodistrofia ginoide, mas sim de uma infecção da camada de gordura abaixo da pele.

 

Apesar de apresentarem sintomas parecidos, a erisipela é uma condição da celulite infecciosa.

 

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A erisipela é contagiosa?

Na grande maioria dos casos a erisipela não é contagiosa. Mas, é possível que uma pessoa transmita a doença para outra nos casos em que ela desenvolveu a erisipela do tipo bolhosa. Apesar de baixa, essa possibilidade existe, pois, na sua forma bolhosa, a erisipela pode fazer com que o (a) paciente apresente secreções.

Portanto, para que transmissão da erisipela ocorra, é necessário que a pessoa saudável possua alguma abertura na pele, como um arranhão ou uma picada de mosquito mal cicatrizada, ou seja, a pessoa saudável tem que ter feridas no corpo e entrar em contato com secreções do paciente com erisipela bolhosa.

As chances de algo assim acontecer são consideravelmente baixas, entretanto, elas existem. Pacientes imunossuprimidos devem levar essa informação em consideração, pois a mesma bactéria que causa a erisipela também é causadora de outras doenças, como:

Por essa razão, é de extrema importância que as pessoas que vivem com um portador de erisipela tomem todos os cuidados necessários para não entrar em contato com a bactéria. Lavar as mãos e não dividir objetos pessoais são alguns deles.

Grupos de risco

As pessoas mais propensas a contraírem a erisipela são:

  • Crianças com idade entre 2 e 6 anos;
  • Adultos com mais de 60 anos;
  • Pessoas com excesso de peso;
  • Portadores de diabetes não compensado;
  • Pessoas que apresentam diminuição no número de linfáticos, como portadores de linfedema ou recém saídos de mastectomia;
  • Pessoas com insuficiência venosa nos membros inferiores;
  • Pessoas cardiopatas e nefropatas com inchaço nas pernas;
  • Pessoas imunossuprimidas ou com doenças crônicas debilitantes.

Se alguém que você conhece está nesse grupo de risco e apresenta os sintomas da doença, sugira que ele (a) procure ajuda médica o quanto antes!

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Sintomas

Se não tratada corretamente, a erisipela pode avançar, tornando-se uma erisipela bolhosa, causando bolhas que possuem cerca de 10cm de comprimento e que contêm um líquido que pode ser transparente, amarelo ou marrom.

Além disso, caso o ferimento seja nas pernas ou nos pés, ínguas (caroço que fica sob a pele e dói quando é apalpado) na virilha podem aparecer e a temperatura local pode aumentar.

Além das feridas avermelhadas que citamos no começo do texto, outros principais sintomas da doença são:

  • Pequenas bolhas na pele;
  • Febre;
  • Náuseas e vômito;
  • Calafrios.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é sempre feito por um (a) clínico geral ou dermatologista, que assim como para as outras dermatoses, saberá te indicar corretamente qual o tipo de tratamento para o seu caso.

Normalmente, por não ter necessidade, o (a) especialista não pede nenhum exame além do clínico que ele mesmo faz. Porém, há alguns que solicitam um exame de sangue, ou até mesmo uma biópsia da pele, para confirmar qual é o tipo de bactéria causadora da doença.

Erisipela tem cura?

Quando diagnosticada rapidamente, a erisipela tem cura, e ela se dá através do tratamento medicamentoso com antibióticos e medidas para prevenção do seu reaparecimento.

Leia tambémCelulite infecciosa: o que é, o que causa e tratamentos

Tratamento

A principal forma de tratamento da erisipela é por meio do uso de antibióticos da família das penicilinas, entretanto, pacientes alérgicos a essa substância também têm opção medicamentosa.

A duração é de 10 a 14 dias e, em casos simples, a medicação é administrada por via oral. Quando o (a) paciente apresenta um quadro mais grave, pode ser necessário o uso de antibióticos intravenosos.

Além disso, através da cultura das bactérias coletadas, é possível saber qual delas está causando a doença e escolher um antibiótico mais acertivo.

Contudo, além do tratamento medicamentoso, o (a) paciente também pode ser instruído (a) a tomar alguns cuidados em casa, como:

Tratamento caseiro

Ao constatar a doença, você deve:

  • Repousar na maior parte do dia com o local da infecção em uma posição mais elevada do que o seu corpo;
  • Revezar com o repouso algumas caminhadas pela casa;
  • Beber bastante líquido;
  • Fazer compressas com água gelada sobre as feridas.

É importante ressaltar que o tratamento caseiro por si só não resolve o problema. A erisipela é uma infecção do tecido subcutâneo que, se não tratada, pode levar à infecção generalizada caso não haja orientação médica.

Cirurgia

Cirurgias para o tratamento da erisipela só são necessárias em casos extremos da doença, ou seja, quando ela se desenvolve no organismo de uma forma muito rápida e mata vários tecidos saudáveis do corpo, causando necrose, gangrena ou abcessos. O procedimento da cirurgia, nesses casos, busca retirar o tecido afetado.

Medicamentos

Entre os medicamentos prescritos pelo (a) dermatologista estão:

Para quem tem alergia a penicilina, os medicamentos geralmente usados são:

No caso da erisipela bolhosa, caso mais grave da doença, os medicamentos podem ser aplicados por meio venoso em um hospital ou através de cremes antimicrobianos, como o ácido fusídico a 2% e a sulfadiazina argêntica a 1%.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica!

 

O tratamento da condição é feito com medicamentos de uso tópico e oral.

 

Convivendo

Pacientes que têm casos recorrentes de erisipela são os que, normalmente, vão ter que conviver com a doença. Por isso, é preciso tomar algumas medidas para aumentar a qualidade de vida, como:

  • Usar meias de compressão;
  • Hidratar a pele;
  • Fazer exercícios físicos;
  • Elevar o membro afetado ao dormir;
  • Adotar uma dieta saudável;
  • Praticar abstinência de álcool;
  • Controlar o peso;
  • Se receitado pelo médico, fazer uso de antibioticoterapia profilático.

Além disso, pessoas que convivem com pacientes que desenvolveram a erisipela devem tomar vários cuidados especiais não somente por conta da erisipela em si, mas porque a bactéria Streptococcus pyogenes também é responsável por inúmeras outras doenças, como a faringite e a fasciite necrosante.

Prognóstico

Na maior parte dos casos, o prognóstico da erisipela é positivo, ou seja, se o (a) paciente seguir o tratamento corretamente, muito provavelmente não desenvolverá o quadro novamente e não terá grandes complicações.

Entretanto, enquanto alguns pacientes podem apresentar quadros recorrentes da doença, outros, com o sistema imune comprometido, podem ter grandes complicações, desenvolvendo quadros que variam de abcessos à infecção generalizada.

Caso o tratamento não seja feito, há alguma complicação?

Em alguns pacientes, a infecção da erisipela pode se repetir várias vezes, o que tem como consequência alterações na circulação e um aumento da predisposição de inchaço crônico no local afetado.

Pacientes debilitados têm mais chances de desenvolver quadros mais graves, em que a infecção pode se tornar generalizada e levar ao óbito.É preciso ressaltar que complicações podem acontecer e que, nesses casos, apenas o tratamento rápido poderá evitar maiores danos. Uma infecção mais grave normalmente apresenta como sintomas:

  • Dores fortes;
  • Febre;
  • Suor frio;
  • Palidez da pele;
  • Náuseas;
  • Aumento da frequência respiratória;
  • Sonolência, confusão e perda de consciência.

Caso você note esses sintomas, procure imediatamente um serviço de emergência. 

Além disso, se não tratada, a doença pode causar complicações como:

  • Abscessos;
  • Surgimento de coágulos de sangue;
  • Gangrena (morte do tecido);
  • Envenenamento sanguíneo, que acontece quando a infecção ultrapassa a corrente sanguínea;
  • Infecção de válvulas sanguíneas;
  • Infecções de articulações e ossos;
  • Se a infecção estiver presente próximo aos olhos, é provável que ela atinja o cérebro.

Como prevenir a erisipela?

Por mais que a doença não possa ser sempre prevenida, você pode seguir algumas dicas para evitá-la:

  • Como em toda infecção, lave as mãos constantemente para evitar a proliferação da bactéria;
  • Mantenha sempre as feridas limpas;
  • Não ande descalço e troque de meias todos os dias, dando preferência às de algodão;
  • Se você tiver pé-de-atleta, trate-o;
  • Use hidratantes para evitar que sua pele fique seca;
  • Tente não coçar a pele com muita frequência;
  • Caso você tenha outra doença de pele, como psoríase e eczema, mantenha o tratamento em dia.

Por mais que a erisipela não seja de conhecimento comum perante as pessoas, ela pode causar diversas complicações se não tratada o quanto antes, como qualquer doença. 

Por isso, essas informações sobre a doença, incluindo causas, sintomas e tratamentos, são tão importantes ao serem repassadas.

Para mais informações sobre saúde, continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável!

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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