A demência (CID 10 – F028) é caracterizada pelo declínio progressivo das funções cognitivas, como memória, atenção, movimentos, pensamento e linguagem, causando prejuízos na vida social e profissional do (a) paciente.
A prevalência da demência aumenta após os 65 anos, no entanto, no Brasil essa condição acomete 1,6% de indivíduos entre 65 a 69 anos, e cerca de 38,9% dos indivíduos com mais de 84 anos.
Para realizar o diagnóstico de demência, é necessário fazer um levantamento clínico dos sintomas para identificar sua causa.
Para saber mais sobre demência, suas causas, tipos, fases e sintomas, continue acompanhando o artigo!
Índice – Neste artigo, você vai encontrar:
As principais causas da demência são doenças que acometem o cérebro, sendo a Doença de Alzheimer (DA) uma das principais, o que corresponde de 60 a 80% dos idosos que desenvolvem essa condição.
Além de DA, outras doenças podem causar a demência, tais como:
As demências são subdivididas de acordo com os sintomas apresentados pelo (a) paciente, sendo elas:
A doença de Alzheimer (DA) é uma doença degenerativa que causa o declínio das funções cognitivas de forma progressiva e lenta e, consequentemente, alterações na cognição e nos comportamentos.
Os primeiros sinais de Alzheimer envolvem a memória, apresentando esquecimento de fatos recentes e desorientação espacial, alteração na linguagem caracterizada pela dificuldade de nomear pessoas e objetos e dificuldade de planejamento. Com a evolução da doença, também ocorre declínio das habilidades visuoespaciais.
É comum que haja sintomas psicóticos, como ideias delirantes persecutórias (achar que está sendo perseguido (a)) e alucinações.
A demência vascular (DV) corresponde a 10% dos casos de demência e é associada a quadros em que existem grandes lesões causadas por múltiplos infartos, ou então quando há lesões em locais como:
Além de ser categorizada como uma demência associada a lesões da substância branca do cérebro, angiopatia amilóide (doença causada pelo acúmulo de proteína beta amiloide) ou então por vários acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos.
As principais causas dessa demência são:
A demência por corpos de Lewy (DCL) é caracterizada por flutuações dos déficits cognitivos durante minutos ou horas e alucinações visuais, que costumam ser vívidas, e sintomas parkinsonianos (rigidez e acinesia). Devido aos sintomas de rigidez e acinesia, estes (as) pacientes podem apresentar quedas e desmaios.
Essa demência interfere diretamente na capacidade funcional do (a) paciente, e seus declínios são visíveis na atenção, funções executivas e habilidades visuoespaciais, na resolução de problemas e atividades cotidianas. O que a difere esse tipo de demência para a DA é que há relativa preservação da memória.
As demências frontotemporais tem como característica alterações na personalidade e comportamentos. Além disso, apresentam redução da fluência verbal, falas estereotipadas e ecolalia (repetição do que acabou de dizer ou que outra pessoa falou).
Estes (as) pacientes apresentam os seguintes sintomas:
Os sintomas da demência podem ser subdivididos em fases, que acontecem de forma progressiva e irreversível. São elas:
É comum que nesse estágio ainda não estejam perceptíveis os sintomas, pois se caracterizam por breves esquecimentos de eventos recentes, além da dificuldade de encontrar palavras durante as conversações.
Contudo, pessoas nessa fase inicial costumam deixar de fazer atividades complexas, como trabalhar com números ou, quando tentam realizar atividades que exigem memória ou processos lógicos, acabam se frustrando.
Além das situações relatadas acima, por conta da dificuldade de planejamento, essas pessoas podem encontrar dificuldades em dirigir automóveis ou se atrapalharem no trânsito.
Nessa fase, os sintomas já estão se expandindo, causando dificuldade de aprendizado ou de memorizar novos eventos. As memórias em relação ao passado permanecem preservadas e são facilmente evocadas.
Os (as) pacientes apresentam dificuldades no autocuidado, tendo dificuldade de executar atividades como tomar banho, se vestir ou ir ao banheiro.
Apresentam déficits de reconhecimento de pessoas e objetos agravado, assim como desorientação acerca de data, hora e local. Além disso, nessa fase, alguns (as) pacientes podem apresentar alucinações ou delírios.
São evidentes os traços comportamentais e de personalidade, pois tornam-se mais exagerados, mais ansiosos ou deprimidos, inflexíveis, irritados, indecisos ou ausentes.
Na fase grave, os (as) pacientes perdem a habilidade de se comunicar e as memórias são perdidas por completo. Além disso, não reconhecem familiares, nem mesmo seu próprio rosto no espelho.
A demência afeta o controle muscular, impossibilitando que os (as) pacientes consigam andar, se alimentar ou realizar quaisquer atividades.
Considerando essas dificuldades musculares, também é comum se engasgar facilmente com alimentos, culminando no risco de desnutrição ou então pneumonia por inalação de secreções ou partículas da boca. A morte, nesse caso, costuma ser resultante de infecções.
A demência é um processo em que há declínio das funções cognitivas, que acontece no Alzheimer, assim como em outras condições citadas acima.
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Os primeiros sinais da demência, na maioria dos casos, são expressos através do comprometimento de memória, com esquecimentos de eventos recentes, dificuldade em lembrar nome de pessoas ou coisas e dificuldade na compreensão da linguagem.
Contudo, algumas doenças podem demorar a apresentar declínio da memória e apresentam outros sintomas, como comportamentos disruptivos.
Nesses primeiros sinais, os (as) pacientes podem apresentar emoções instáveis, alternando entre alegria e tristeza repentinamente.
De forma geral, os sintomas da demência se diferenciam de acordo com o tipo de demência, contudo, quando elas alcançam estádios graves, apresentam os seguintes sintomas:
O diagnóstico das demências degenerativas é realizado por um (a) médico (a) neurologista por meio de exames de neuroimagem, além de usar como base toda a história clínica do (a) paciente.
O (a) médico (a) poderá solicitar a avaliação de um (a) neuropsicólogo (a) para dar suporte ao diagnóstico, avaliar as funções cognitivas e apontar os declínios apresentados.
Os tratamentos podem ser preventivos ou adotados como medidas de segurança, além de medicamentos que visam a melhoria do funcionamento mental e dos comportamentos disruptivos.
Também poderão ser adotadas medicações que visam tratar doenças que podem causar ou então agravar os casos de demência, como tireoide hipoativa, hidrocefalia de pressão normal e deficiência de vitamina B12.
Além disso, o (a) médico pode prescrever medicações que visam aumentar a comunicação entre as células nervosas, melhorando temporariamente o funcionamento cognitivo. Medicamentos que auxiliem nos comportamentos disruptivos, como explosões de raiva, psicóticos, ansiosos e/ou depressivos, também podem ser indicados.
Conforme a demência se torna mais grave e deixa o (a) paciente debilitado, são adotadas medidas e medicações que auxiliam no controle da dor e no cuidado com lesões na pele.
A demência não tem cura, pois é um processo progressivo. Contudo, medidas podem ser tomadas a fim de retardar o agravamento.
O tempo de vida é variável, entre 3 e 12 anos, pois depende do progresso dos sintomas e da fase em que o paciente foi diagnosticado.
Os cuidados de uma pessoa em processo demencial depende de profissionais e do auxílio da família. Além disso, alguns cuidados e medidas podem ser adotados pela família.
Proporcionar ambientes claros, que auxiliem a pessoa a diferenciar os períodos do dia, e que contenham estímulos, como rádios e televisores, são algumas delas.
Uma rotina determinada também é super importante para auxiliar no processo de organização e orientação do (a) paciente. Além disso, atividades que os estimulem, que estejam vinculadas a coisas que este (a) paciente gosta de fazer, também são benéficas.
Por fim, o convívio e a presença dos familiares contribui para que melhores condições de socialização se mantenham por mais tempo, e que sejam proporcionados uma estrutura que supra todas as necessidades que esse paciente eventualmente apresente, considerando que a demência é progressiva e exige cuidados a longo prazo.
A demência é uma condição caracterizada pelo declínio das funções cognitivas de forma progressiva e irreversível. Essa condição necessita de acompanhamento neurológico e clínico.
Se você ou alguém que você conhece apresenta algum desses sintomas, procure ajuda médica!
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Esp. Thayna Rose
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