Em alguns casos, os tratamentos e procedimentos médicos já não geram resultados. Nessa hora, os cuidados paliativos são uma ótima forma de proporcionar mais bem-estar e conforto a pacientes e à família envolvida no processo.
Quer entender melhor o que são eles e como podem ajudar? Confira o artigo!
Os cuidados paliativos podem ser definidos como um tipo de abordagem terapêutica que visa à qualidade de vida e ao bem-estar de pacientes e de familiares que enfrentam uma doença que coloque a vida em risco.
Sendo assim, são realizadas diversas medidas terapêuticas com o objetivo de prevenir e aliviar a dor e sofrimento de pacientes de doenças sem cura, principalmente.
Essa abordagem identifica de forma precoce qualquer desconforto ou mal-estar que a pessoa adoentada possa sentir. E oferece um tratamento que proporcione qualidade de vida.
Ou seja, médicos(as), enfermeiros(as) e cuidadores(as) especializados(as) em cuidados paliativos focam na qualidade e não na duração da vida.
Dessa forma, a pessoa recebe um atendimento humanizado e compassivo para que possa viver de forma confortável.
Os cuidados paliativos também são indicados quando o tratamento não tem mais o efeito esperado e, apesar de prolongar a vida, causa sofrimento.
Essa abordagem pode ser realizada em casa, no hospital, em uma instituição de longa permanência (hospice) ou em uma unidade de saúde. O local mais indicado é onde o(a) paciente se sentir mais confortável.
A decisão de quando iniciar essa abordagem é realizada de forma conjunta com a equipe médica, paciente e familiares.
Além de medicamentos e diversos tratamentos para amenizar a dor e proporcionar conforto, os cuidados paliativos envolvem apoio psicológico, social e espiritual.
Desde a década de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda os cuidados paliativos como parte da assistência integral ao ser humano. Essa assistência se estende à família e ao cuidador ou cuidadora durante o tratamento e também após a morte, na fase do luto.
Atualmente, de acordo com dados da OMS, aproximadamente 20 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos no mundo. E mais da metade se encontra com mais de 60 anos de idade.
Uma das filosofias dos cuidados paliativos é aceitar que a morte é o estágio final da vida. Por isso, os especialistas não aceleram nem adiam a morte.
Além disso, o tratamento e as medidas terapêuticas são o foco do atendimento paliativo e não a doença em si. Por isso, respeitam as vontades, crenças e individualidade da pessoa.
O intuito é que o(a) paciente terminal tenha os sintomas controlados e também dias com qualidade, cercado por entes queridos. As decisões sobre o tratamento são focadas na família e bem-estar de todos os envolvidos.
Veja, a seguir, alguns princípios dos cuidados paliativos.
Os cuidados paliativos podem envolver diversas questões, como físicas, sociais, psicológicas e espirituais.
Isso porque essa abordagem visa oferecer um cuidado integral ao paciente, controlando seus sintomas, aliviando a dor e seu sofrimento psicológico.
Por conta disso, os cuidados paliativos são realizados por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, entre outros profissionais.
Confira abaixo detalhes.
A equipe de especialistas em cuidados paliativos tem o objetivo de garantir o conforto físico do paciente. Por isso, deve-se amenizar a dor e diminuir o mal-estar causado pela doença ou pelo seu tratamento.
Podem ser indicados medicamentos para aliviar sintomas como enjoos, tonturas, escaras, emagrecimento, falta de apetite, insônia, falta de ar e dor, por exemplo.
Garante que o(a) paciente está bem assistido(a), tem apoio familiar para ajudar nos cuidados nessa fase. Também averiguar se há conflitos ou obstáculos sociais que podem impedir que seu tratamento seja realizado de forma adequada.
Ajuda o(a) paciente a enfrentar a situação sem dor emocional, medos e angústias, pensamentos negativos e redescobrir o sentido da vida.
Reconhece a importância da espiritualidade como uma ferramenta para enfrentar o luto dos familiares e que também contribui para aliviar o sofrimento do paciente e promove qualidade de vida.
A espiritualidade refere-se a uma força interior que motiva a busca por um sentido para a vida como um todo. E varia de pessoa para pessoa --- podendo ser encontrada na religião, na arte, na filosofia, no contato com a natureza, por exemplo.
Os cuidados paliativos estão disponíveis para todos os pacientes com doenças graves, independentemente da idade, prognóstico, estágio da doença ou escolha de tratamento.
Pode ser administrado no início e durante a doença, juntamente aos tratamentos convencionais que visam curar a doença ou para prolongar a vida.
Na maioria das vezes, são administradas em pessoas com câncer, geralmente em fase terminal.
Os cuidados paliativos também podem ser indicados para controlar os efeitos colaterais da quimioterapia, radioterapia e para ajudar na recuperação de uma cirurgia.
Além disso, os cuidados paliativos também reduzem a depressão, ansiedade e outras doenças mentais de quem está enfrentando uma doença grave.
Os cuidados paliativos são benéficos para pessoas com necessidades e problemas de saúde diversos tais como:
A expectativa de vida varia de acordo com a doença do(a) paciente. Quem recebe os cuidados paliativos pode viver por alguns dias ou até anos.
O objetivo então é garantir que o paciente viva com qualidade de vida e sem dor, independentemente do período.
Sabe-se que pacientes que recebem cuidados paliativos vivem mais do que aqueles que recebem apenas o tratamento convencional.
Mas, vale destacar que os cuidados paliativos podem ser administrados independentemente da expectativa de vida. Por isso, podem começar logo após o diagnóstico para controlar os sintomas e promover o bem-estar o quanto antes.
Os cuidados paliativos são formas de trazer conforto e afeto a quem não pode mais se beneficiar das terapias medicamentosas ou cirúrgicas, por exemplo.
Com base em uma ação humanizada e empática, eles ajudam à família e à pessoa acometida.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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