Muitos boatos sobre as vacinas têm se espalhado pelo país, desde os tempos do Brasil colônia.
Na verdade, o nosso país já teve até confrontos por causa desse tema. Estamos falando da Revolta da Vacina ocorrida em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, capital federal da nação naquela época.
Isso aconteceu há mais de 100 anos. Hoje em dia, a medicina já comprovou com inúmeros estudos que as vacinas são seguras e recomendadas para ajudar na imunização de várias doenças (como a gripe, a caxumba e a paralisia infantil).
Para te ajudar, a redação do Minuto Saudável vai explicar um pouquinho melhor sobre esse assunto que merece ser discutido. E não se esqueça: em caso de dúvidas, procure um(a) profissional de saúde.
Índice — neste artigo você vai encontrar:
As vacinas são substâncias preparadas em laboratórios a partir de microrganismos (como vírus e bactérias).
É de extrema importância destacar que, para fazer a vacina, esses organismos são modificados (sendo inativados ou enfraquecidos) a fim de não mais conseguirem provocar a doença.
Existem vacinas que são aplicadas apenas 1 vez e garantem imunidade para o restante da vida (a de febre amarela, por exemplo, é assim). Outras precisam ser aplicadas a cada 10 anos como uma forma de “reforço” (como a de tétano) ou ainda devem ser tomadas anualmente (vacina da gripe).
Há ainda os tipos que são aplicados em 2 ou 3 doses com intervalos de meses (HPV é uma delas que é administrada 3 vezes ao longo de 12 meses).
Isso pode acontecer por várias razões como o vírus ou bactéria pode evoluir muito rápido. Assim, é necessário que se receba uma outra dose para completar o processo de formação de anticorpos.
Algumas delas vacinas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Laboratórios particulares também costumam comercializar doses de vacinas.
Algumas dosagens podem ser combinadas — por exemplo, as tri ou tetravalentes — e outras são aplicadas individualmente.
Independente da idade ou da região em que se encontre, o mais importante é se vacinar!
A principal função das vacinas é imunizar o organismo de quem recebeu a dose e assim evitar que a pessoa seja acometida pelo microrganismo invasor (bactéria ou vírus) quando houver o contato com o mesmo.
Assim, ao se vacinar, além de cuidar da sua saúde, você também estará ajudando no combate de doenças que afetam a sociedade em geral, como a gripe.
Isso porque pessoas vacinas ficam imunes às infecções, com isso, reduz-se a circulação dos vírus. Dessa forma, quem se vacina também protege outras pessoas.
Inclusive, algumas doenças (como a Difteria, o Sarampo e a Poliomielite, também conhecida como paralisia infantil) já são consideradas “muito raras” no Brasil, por causa da vacinação da população.
Para ajudar os(as) habitantes do país a tomarem corretamente as doses das vacinas, o Ministério da Saúde criou o Calendário Nacional de Vacinação. Saiba mais sobre ele:
O calendário nacional de vacinação é válido para todo o território brasileiro. Nele, estão contidas as vacinas que são disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Basta a pessoa ir até uma unidade de saúde com os documentos e dizer que deseja se vacinar.
Caso ela não se lembre quais doses tomou ou tenha perdido a carteirinha com esse registro, é possível verificar essas informações no sistema armazenado em computadores.
As doses presentes no calendário nacional de vacinação são divididas por faixa etária (criança, adolescente, adulto e idoso). Confira:
O nosso corpo tem um sistema de defesa próprio: o sistema imunológico, que produz células que combatem organismos invasores. Essas células são chamadas de anticorpos, que são ativados quando alguma coisa ameaça o organismo.
Porém, dependendo do tipo de agente infeccioso que invade o corpo, o sistema imune pode demorar muito tempo tempo para produzir células capazes de combater a infecção. É aí que entram as vacinas.
Como o corpo é exposto aos causadores da doença, só de de modo enfraquecido ou morto, o sistema imune consegue reconhecer e criar mecanismos de defesa. Tudo isso, sem os riscos de haver o desenvolvimento da doença.
Assim, se a pessoa entrar em contato com o vírus ou a bactéria ativos (capazes de transmitir a doença), o sistema imunológico já saberá como combater aquele intruso.
Por isso, as vacinas devem ser recebidas antes que a pessoa possa ter contato com esses invasores (essa é uma das razões pelas quais os nenéns precisam tomar tantas vacinas diferentes, por exemplo).
Para produzir a vacina, é necessário que o vírus ou a bactéria sejam impedidos de transmitirem a doença.
Assim, os(as) cientistas modificam o microrganismo em laboratórios para que, ao entrarem em contato com o organismo da pessoa, não estejam fortes o suficiente e sejam facilmente combatidos pelos anticorpos.
Existem basicamente 3 formas de fazer isso: inativar, fragmentar e atenuar o agente na fórmula da vacina. Como assim? Calma, os próximos tópicos explicam melhor:
A vacina atenuada é quando o vírus ou bactéria presentes estão “vivos”, mas enfraquecidos. Isso quer dizer que o microrganismo, como está mais debilitado, não é capaz de atacar completamente o corpo do(a) paciente.
Esse desgaste do agente infeccioso é feito em laboratórios, colocando-o em culturas de células mais fortes e resistentes.
Apesar de serem seguras e eficazes para a maioria das pessoas, esse tipo de vacina pode provocar sintomas semelhantes à doença que previne, ainda que seja raro.
Quando isso acontece, esses sintomas são mais brandos e tem uma duração menor.
Mas isso que foi explicado nos parágrafos anteriores é válido para quem está saudável.
Por isso, aqui vale o alerta: como o microrganismo ainda está ativo, essas vacinas devem ser aplicadas com cautela em pessoas com problemas imunológicos (como a esclerose múltipla).
Isso porque o agente infeccioso, mesmo enfraquecido, pode ser nocivo para a saúde desses pacientes.
Exemplos de vacinas atenuadas são as que combatem o Sarampo, a Rubéola, a Varicela e a Caxumba.
A vacina inativada é bem fácil de entender: ela é feita com o vírus ou a bactéria inativo. Isso significa que os agentes infecciosos estão “mortos” ou fragmentados (em pequenas partículas).
Mesmo assim, quando entra em contato com o ser humano, o nosso organismo considera esse intruso como perigoso e desenvolve os anticorpos necessários paras combatê-lo, tornando a vacina eficaz.
Outro ponto positivo para as vacinas inativadas é elas demoram somente 48h para começar a fazer efeito. Isso porque, quando o vírus ou a bactéria já estão inativados (mortos), eles não conseguem se reproduzir e são mais facilmente combatidos pelo sistema imunológico.
As vacinas que combatem as hepatites A e B, o HPV e a raiva são exemplos de doses inativadas.
A vacina fragmentada é composta a partir do vírus ou bactéria dividido. Ué? Como assim?
Cientistas que produzem esse tipo de fármaco têm a missão de dividir o corpo celular infeccioso até que ele não seja mais capaz de transmitir a doença.
Quando o laboratório consegue realizar esse passo, então é formulada uma vacina com apenas um “pedaço” (fragmento) daquele microrganismo.
E mesmo contendo somente pequenas partículas do vírus ou da bactéria, a vacina cumpre com a sua principal função: estimular a produção de anticorpos.
Um exemplo de vacina fragmentada é aquela “da gripe” (influenza trivalente) que é oferecida nos postinhos de saúde todos os anos.
As vacinas são produzidas em laboratórios. Isso significa que, antes de serem aplicadas na população, é necessário um processo de pesquisa e testes para comprovar que aquela fórmula é eficaz. Isso pode levar até 15 anos.
De forma geral, o processo envolve a identificação do agente causador da doença. São feitos inúmeros testes para avaliar a melhor composição da vacina, isso ainda em fase laboratorial.
Após muitos estudos, validada a segurança laboratorial da vacina, são iniciadas testagens em animais. Ou seja, a vacina que foi testada in vitro agora vai para a avaliação in vivo.
Se houver comprovação de eficácia e segurança, após análises, podem ser iniciados teste em humanos.
Geralmente, essa fase de testes é feita da seguinte forma:
Depois de todo esse processo, se os resultados forem seguros e satisfatórios, abre-se um “processo” nos órgãos regulamentadores. O maior deles é a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Também é necessário ter a aprovação de uma autoridade local para comercializar e aplicar a vacina. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é a responsável para conceder essa licença.
Uma vez aprovada, a vacina é distribuída pelo laboratório a clínicas de vacinação. Dependendo do caso, o governo (seja federal, estadual ou municipal) também poderá comprar essas doses para fazer a “vacinação em massa”.
Após a etapa de regulamentação e distribuição, a vacina ainda continua a ser monitorada pelo laboratório fabricante para se estimar novos efeitos colaterais e assim, aprimorar a fórmula cada vez mais.
Muito se tem falado sobre o coronavírus. Infelizmente, ainda não existe vacina que possa ajudar na prevenção da doença COVID-19 que tem assolado o mundo.
Mas vários países estão investindo em pesquisas laboratoriais para a formulação de uma vacina segura e eficaz.
Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 76 pesquisas já estão em andamento em todos os continentes.
Alguns desses testes, inclusive, já estão sendo feitos em animais, que são os testes in vivo. Nesse ritmo, acredita-se que essa nova medicina esteja disponível até o final de 2020.
Geralmente, vacinas levam tempo — até 15 anos — para serem distribuídas à população. Porém, no caso do coronavírus, o mundo inteiro está em um regime chamado de fast track (do inglês, faixa rápida).
O principal objetivo desse ritmo acelerado é permitir que a população tenha acesso a vacinas ou remédios, mesmo que não se tenha encerrado as fases de pesquisa.
Dessa forma, os laboratórios estão dando prioridade para as descobertas relacionadas ao coronavírus.
Assim que uma delas se mostrar eficaz, a OMS irá dar prioridade para aprová-la assim que possível e distribuir para os continentes, começando pelos países que estão sendo mais afetados pela enfermidade.
As vacinas são muito importantes para ajudar no combate individual e coletivo de doenças.
Elas podem ser feitas com microrganismos inativados, divididos ou enfraquecidos, sendo que todas as que estão disponíveis para a população já tiveram sua segurança comprovada.
O Minuto Saudável traz outras informações sobre saúde. Acompanhe as nossas postagens!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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