A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica que provoca lesões no sistema nervoso, causando distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo. Ela costuma atingir pessoas jovens, entre 20 e 30 anos.
Com a fisioterapia e medicamentos que suprimem o sistema imunológico é possível aliviar alguns sintomas e retardar o progresso da doença.
O Cloridrato de Fingolimode é um desses medicamentos. Conheça um poucos mais sobre ele neste artigo.
O que é o Cloridrato de Fingolimode?
O Cloridrato de Fingolimode é uma substância ativa presente em medicamentos utilizados para tratar a esclerose múltipla remitente recorrente, na qual ocorrem crises que podem acarretar novos sintomas ou agravar os já existentes.
A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune, na qual as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central e provocam lesões no cérebro e na medula.
O Cloridrato de Fingolimode não cura a doença, mas ajuda a reduzir a progressão e o agravamento dela, pois a substância reduz a frequência das crises. O medicamento é tomado por via oral, somente sob recomendação médica.
Para que serve o medicamento fingolimode?
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, na qual o corpo ataca uma parte sadia do próprio organismo. O Fingolimode atua suprimindo as células do sistema imunológico, que seriam nocivas e estariam no processo de inflamação nervosa e causariam dano de tecido nervoso.
Além disso, o medicamento pode beneficiar diretamente as células cerebrais envolvidas na restauração ou diminuição dos danos causados pela doença e reduzir em 50% as crises.
Cloridrato de Fingolimode referência e genérico
O Cloridrato de fingolimode, além do medicamento referência, também tem opções genéricas de diferentes fabricantes. Confira a seguir quais são:
- Gilenya: Medicamento Referência, fabricante Novartis;
- Cloridrato de Fingolimode: Medicamento Genérico, fabricante EMS;
- Cloridrato De Fingolimode: Medicamento Genérico, fabricante Teva;
- Cloridrato De Fingolimode: Medicamento Genérico, fabricante UFRN (Instituto de Química – Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
Como tomar?
A recomendação para pessoas adultas é que o Cloridrato de Fingolimode seja tomado por via oral 1 vez ao dia (cápsula de 0,5mg de fingolimode), com meio copo de água, acompanhado ou não de alimentos.
Essa é a dose máxima recomendada diariamente. O medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Procure tomar preferencialmente no mesmo horário todos os dias para não esquecer. Em caso de isso acontecer, o tratamento deve prosseguir normalmente no dia seguinte, sem exceder a dose recomendada para compensar a esquecida.
No caso de estar fazendo uso do medicamento há menos de 2 semanas e ter esquecido de tomar a dose por 1 dia, entre em contato com seu(sua) médico(a) de imediato.
Pode ser recomendado que o(a) paciente fique em observação, no período até a próxima dose, para monitorar a frequência cardíaca e a pressão sanguínea, ou realizar exames como um eletrocardiograma.
Não pare de tomar a medicação ou mude a dose por conta própria. Deve-se seguir corretamente as orientações médicas ou farmacêuticas a respeito do tratamento.
Efeitos colaterais e reações
Todo medicamento pode apresentar efeitos colaterais e reações no organismo, embora isso não seja uma regra que se aplique em todos(as) que fazem uso.
No caso do Cloridrato de Fingolimode, a perda de peso é relatada pela bula, porém sua frequência durante o tratamento é desconhecida. Assim, é possível que entre os efeitos adversos, o tratamento provoque a redução no peso.
Alguns efeitos colaterais podem ocorrer com frequência e intensidade variadas, conforme a estimativa da ANVISA:
Muito Comum
Efeitos colaterais que podem afetar mais de 1 entre 10 pessoas:
- Infecção pelo vírus da gripe: apresentando sintomas como cansaço, calafrios, dor de garganta, dor nas articulações ou músculos e febre;
- Sensação de pressão ou dor: em locais como bochechas e testa, semelhantes aos sintomas da sinusite;
- Dor de cabeça;
- Diarreia;
- Dor nas costas;
- Aumento nos níveis das enzimas do fígado;
- Tosse.
Comum
Efeitos colaterais que podem afetar de 1 a 10 em cada 100 pessoas:
- Infecção fúngica da pele (micoses);
- Tontura;
- Formigamento ou dormência;
- Dor de cabeça severa sempre acompanhada de náusea, vômitos e sensibilidade à luz (enxaqueca);
- Fraqueza;
- Coceira, vermelhidão e queimadura cutânea (eczema);
- Queda de cabelo;
- Coceira na pele;
- Perda de peso;
- Níveis aumentados de gordura (triglicérides) no sangue;
- Falta de ar;
- Resultados anormais no teste de função pulmonar após um mês de tratamento, mantendo-se estável depois disso e reversível após a descontinuação do tratamento;
- Depressão;
- Dor no olho;
- Visão borrada;
- Hipertensão: leve aumento da pressão sanguínea;
- Nível baixo de células sanguíneas brancas (linfopenia e leucopenia);
- Bronquite: apresenta sintomas como tosse com catarro, dor no peito e febre;
- Gastroenterite: com sintomas como vômitos, náuseas, diarreia e febre;
- Infecções por herpes zoster: podem apresentar sintomas como febre, fraqueza, manchas vermelhas, bolhas, ardor, coceira ou dor na pele (mais comum na parte superior do corpo ou rosto);
- Frequência cardíaca baixa (bradicardia): caracteriza-se como a diminuição da frequência de batimentos do coração;
- Carcinoma Basocelular (CBC): é um tipo de câncer de pele que pode apresentar nódulos brancos ou manchas escamosas em tom marrom, em áreas mais expostas ao sol como rosto e pescoço.
Incomum
Efeitos adversos que podem afetar de 1 em cada 1000 pessoas:
- Pneumonia: apresenta sintomas como febre, tosse e dificuldade de respirar;
- Edema macular: é o inchaço da área de visão central da retina posterior do olho. Apresenta sintomas como sombras e pontos cegos no centro da visão, vista borrada, dificuldade em enxergar cores e detalhes;
- Melanoma: um tipo de câncer de pele usualmente desenvolvido a partir de um nevo melanócito. Os possíveis sinais e sintomas incluem nevos melanócitos que podem mudar de tamanho, forma, elevação ou cor ao longo do tempo, ou novos nevos. Os nevos podem coçar, sangrar ou ulcerar;
- Crises convulsivas.
Raros
Reações adversas que podem afetar de 1 em cada 10000 pessoas:
- Síndrome de Encefalopatia Posterior Reversível: é caracterizada pela cefaleia grave (dor de cabeça), alterações sensoriais, convulsões e perda visual.
Frequência desconhecida
A frequência dos efeitos não pode ser estimada através dos dados disponíveis:
- Náuseas;
- Reações alérgicas: podendo haver erupções cutâneas ou coceira (urticária),
- Inchaço: em áreas como lábios, língua ou face. A probabilidade de acontecer é maior no dia do início do tratamento com o medicamento.
- Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LMP): é uma doença cerebral rara causada por uma infecção pelo vírus chamado JC (John Cunningham). Os sintomas podem ser semelhantes aos da esclerose múltipla como fraqueza, dificuldade motora e alterações visuais;
- Infecções criptocócicas: é um tipo de infecção fúngica, que pode incluir a meningite criptocócica e os sintomas são dor de cabeça acompanhada por rigidez da nuca, sensibilidade à luz, náusea e confusão mental.
Se for notada a presença de qualquer um dos sintomas de forma grave, ou qualquer outro efeito adverso não mencionado, procure orientação médica ou farmacêutica.
Interação medicamentosa
É indicado avisar o(a) médico(a) a respeito do uso de qualquer medicamento durante o tratamento com o Cloridrato de Fingolimode, mesmo que estes sejam isentos de prescrição médica.
Além disso, algumas medicações específicas podem interagir quando utilizadas durante o tratamento com Fingolimode:
- Remédios para batimentos cardíacos irregulares, como quinidina, procainamida, amiodarona ou sotalol;
- Remédios que diminuem os batimentos cardíacos, como atenolol (betabloqueadores), como verapamil ou diltiazem (bloqueadores do canal de cálcio), ivabradina ou outros como digoxina;
- Outros medicamentos utilizados no tratamento da esclerose múltipla, como betainterferona, acetato de glatirâmer, natalizumabe, mitoxantrona, dimetil fumarato, teriflunomida, alemtuzumab ou corticosteroides;
- Se você precisar se vacinar, consulte antes seu(sua) médico(a) pois, até 2 meses após o tratamento com cloridrato de fingolimode, vacinas que contêm vírus vivos podem não funcionar corretamente ou acarretar infecção da qual ela deveria prevenir.
Contraindicações
O Cloridrato de Fingolimode não é indicado para mulheres grávidas ou que estejam planejando engravidar, pois pode provocar malformações no feto.
Após a suspensão do medicando, é necessário aguardar no mínimo 2 meses para poder engravidar, pois é o tempo que leva para a substância ser eliminada por completo da corrente sanguínea.
Preço e onde encontrar
O Cloridrato de Fingolimode pode ser encontrado em grandes farmácias e também é possível solicitar um orçamento, comparar os preços e comprar através do portal do Consulta Remédios.
Além disso, o medicamento também é fornecido pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuído pelas Secretarias Estaduais de Saúde (SESA), nas regionais de cada estado, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Esclerose Múltipla.
Para isso, segundo o MS, os(as) pacientes precisam enquadrar-se nos critérios clínicos e diretrizes terapêuticas determinadas pelo Protocolo Clínico da Esclerose Múltipla.
Nesses casos, é necessário entrar com recurso jurídico, solicitando a obtenção do tratamento. Em geral, é preciso apresentar um orçamento jurídico de medicamentos de alto custo. Para saber mais sobre o procedimento, pacientes podem contar com o serviço personalizado de assessoria em cotação de medicação de alto custo.
De forma simples e rápida, é possível ter acesso à cotação jurídica, bastando acesso ao link.
O preço pode variar entre R$ 4 mil e R$ 8 mil reais*.
* Preços consultados no Consulta Remédios em Outubro de 2019. Os valores podem sofrer alteração.
Assim que confirmado o diagnóstico da Esclerose Múltipla, é necessário iniciar o tratamento, para diminuir os sintomas e as crises ocasionadas pela doença.
Busque sempre a orientação médica e se atente para a bula dos medicamentos, que indicam as recomendações e contraindicações da substância.
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