A acromegalia é uma condição endócrina crônica que se desenvolve devido à hipersecreção de hormônio do crescimento (GH) na fase adulta.
O GH é essencial para o crescimento durante a infância e adolescência, continua a desempenhar seu papel na regulação do metabolismo e do crescimento celular ao longo da vida.
No entanto, quando há um excesso de produção deste hormônio em estágios posteriores da vida, surgem as manifestações da acromegalia.
Em contraste com a deficiência de GH, que pode resultar em nanismo, a acromegalia é caracterizada pelo crescimento excessivo de tecidos, especialmente ossos e tecidos moles. Essa proliferação desordenada pode resultar em uma série de sintomas físicos distintos.
As mãos e os pés são frequentemente afetados, tornando-se maiores e mais espessos devido ao aumento do tecido ósseo e cartilaginoso. O nariz e a mandíbula também podem crescer desproporcionalmente, levando a uma aparência facial alterada.
Além das mudanças físicas evidentes, os indivíduos com acromegalia podem experimentar uma variedade de sintomas que afetam sua saúde e bem-estar geral.
Estes podem incluir dores articulares devido ao aumento ósseo, distúrbios do sono, fadiga crônica, problemas de visão devido à compressão dos nervos ópticos e até mesmo complicações cardiovasculares devido ao aumento do tecido cardíaco.
Continue lendo para entender melhor sobre o tema!
Índice — Neste artigo você verá:
A acromegalia é uma doença rara que afeta especialmente os adultos de meia idade, entre 30 e 50 anos. Pode acontecer nas fases da infância ou adolescência, mas, nestes casos, leva o nome de gigantismo.
Nesta doença, a glândula da hipófise ou pituitária produz os hormônios do crescimento em quantidade excessiva, provocando um alargamento das mãos, pés e até mesmo do rosto.
Ainda que não seja uma doença comum, por ano, cerca de 15 mil pessoas são afetadas pela acromegalia no Brasil.
A principal causa desta patologia é a presença de um tumor da hipófise benigno (não canceroso). Quanto mais precoce for o diagnóstico e tratamento, maiores as chances de sucesso na atenuação dos sintomas.
Também é possível que no tratamento se faça uso de medicamentos para reduzir os efeitos provocados pelos hormônios do crescimento. Dentro do tratamento, é necessário intervenção cirúrgica ou radioterapia para retirar o tumor.
Todavia, o diagnóstico pode não ser tão simples, fazendo com que a acromegalia seja considerada uma doença traiçoeira.
Uma vez que o crescimento não ocorre de forma longitudinal, em que a pessoa fica mais alta, mas sim nas partes moles e nos ossos, pode ser difícil perceber o surgimento de mudanças.
A principal diferença entre gigantismo e acromegalia é no momento em que o excesso de hormônio do crescimento (GH) começa a se manifestar e nos efeitos resultantes sobre o corpo.
No gigantismo, o excesso de GH ocorre durante a infância, antes do fechamento das epífises, as extremidades dos ossos responsáveis pelo crescimento longitudinal.
Isso resulta em um crescimento desproporcional e excessivo, levando a uma estatura extraordinariamente alta.
A fusão prematura das epífises impede o encerramento do processo de crescimento normal, resultando em uma condição na qual o indivíduo é notavelmente mais alto do que o esperado para sua idade.
E como vimos, na acromegalia, o excesso de GH começa na idade adulta, após o encerramento do crescimento em altura, não resultando em um aumento significativo na estatura.
A causa primária da acromegalia é a produção excessiva de hormônio do crescimento (GH), muitas vezes desencadeada pela presença de um tumor benigno na hipófise, a glândula principal localizada na base do cérebro.
A hipófise desempenha um papel central na regulação de várias glândulas do corpo, incluindo a tireoide, os testículos, os ovários e as adrenais. Além de secretar a prolactina, essencial para a amamentação, a hipófise também produz o GH, cujo excesso é central na patogênese da acromegalia.
Os tumores da hipófise, que são o gatilho subjacente da acromegalia, representam um aumento anormal das células glandulares. O tipo mais comum de tumor da hipófise associado à acromegalia é o adenoma, geralmente benigno e localizado, o que significa que não se espalha para outras partes do corpo nem é canceroso.
Quando esses adenomas secretam hormônios, como no caso da acromegalia, são chamados de adenomas funcionantes ou secretores.
Para entender um pouco mais como essa patologia acontece, é interessante entender como acontece o tumor da hipófise e como pode ser classificado, pois apresentam variações que implicam no tratamento.
Existem algumas variações entre os tipos de tumores da hipófise em relação ao tamanho e posição dentro do cérebro do paciente. Essas diferenças, ainda que pequenas, implicam em sintomas mais graves e até mesmo no sucesso de uma cirurgia de remoção.
Ao contrário do gigantismo, no qual o crescimento excessivo é notável na altura, na acromegalia, o crescimento não afeta significativamente a estatura, mas sim outras partes do corpo.
Esses sinais costumam ser descritos como deformações, pois provocam mudanças visíveis e perceptíveis na estrutura corporal do paciente.
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Quando não tratada adequadamente, a acromegalia pode provocar sérias complicações à saúde do paciente.
Ainda que o diagnóstico seja lento e complicado, é importante que, dentro de qualquer sinal da doença, se procure uma orientação médica. Prorrogar o tratamento pode levar às seguintes condições:
A taxa de mortalidade para pessoas com acromegalia são de 2 a 4 vezes maior do que as demais pessoas da mesma idade e sexo.
Esta complicação decorre de todos os outros riscos de um diagnóstico e tratamento tardio. Entre as causas de morte mais frequente em pacientes acromegálicos estão as complicações relacionadas a problemas cardiovasculares e respiratórios.
Diagnosticar acromegalia pode ser um desafio devido à natureza insidiosa dos sintomas e à falta de consciência sobre a condição.
Diferentemente do gigantismo, que é evidente em crianças e adolescentes devido ao crescimento anormal, os sinais da acromegalia podem ser sutis e difíceis de detectar.
Muitas vezes, o paciente pode não perceber ou atribuir os sintomas a outras condições de saúde, o que contribui para o atraso no diagnóstico.
Os principais são exames para confirmação são:
Um exame de sangue pode revelar níveis elevados de hormônio do crescimento (GH) e IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina). No entanto, devido à secreção pulsátil do GH, pode ser necessário realizar testes de supressão com glicose para confirmar os resultados.
A tomografia computadorizada, radiografia e ressonância magnética são usadas para detectar ou confirmar a presença de um tumor na hipófise.
Esses exames também podem revelar alterações nos ossos do crânio, seios nasais e pontas dos dedos, que são características da acromegalia.
O tratamento para acromegalia pode ser realizado de diferentes formas e vai depender do quadro do paciente e/ou estágio da doença.
É considerada uma doença que exige um tratamento transdisciplinar, o que significa que médicos de diferentes especialidades são fundamentais para se chegar o mais próximo do melhor tratamento e diagnóstico.
O tratamento cirúrgico é considerado o tratamento primário da acromegalia. Com ele é possível conseguir a cura da doença. Nele, o tumor da hipófise, que está provocando a liberação do GH (hormônio do crescimento) é retirado.
O sucesso do procedimento cirúrgico para retirada do tumor dependerá muito da anatomia dele. Quando o tumor presente no paciente se expande ao ponto de invadir outras partes de seu cérebro, além de não ser possível a retirada de todo o tumor, torna-se um procedimento de risco.
Para a cirurgia, o paciente recebe anestesia geral, onde permanece inconsciente durante todo o procedimento. Ainda que, na maioria dos casos, a cirurgia seja bem sucedida, ainda é considerada um procedimento complexo e de risco, pois pode provocar complicações como dano à hipófise.
O tratamento medicamentoso da acromegalia é fundamental para controlar os sintomas e reduzir o tamanho do tumor hipofisário.
Geralmente, envolve a administração de medicamentos que visam diminuir a secreção do hormônio do crescimento (GH) ou bloquear seus receptores, impedindo assim seus efeitos prejudiciais sobre o organismo.
São administrados por via injetável, e as doses e frequência de uso podem variar de acordo com a resposta individual do paciente.
Durante o curso da terapia medicamentosa, o médico pode ajustar a dose conforme necessário para alcançar o controle adequado dos sintomas e dos níveis hormonais. Agindo a partir:
Atuam de forma semelhante à somatostatina, um hormônio natural que inibe a secreção de diversos outros hormônios, incluindo o GH. Além de reduzirem a produção excessiva de GH, eles também podem ajudar a diminuir o tamanho do tumor hipofisário.
Exemplos comuns incluem o acetato de lanreotida, octreotida e o pamoato de pasireotida.
Esses medicamentos funcionam bloqueando os receptores do GH, que estão presentes em várias células e tecidos do corpo.
Ao bloquear estes receptores, o GH não consegue exercer seus efeitos, resultando na redução dos níveis séricos do fator de crescimento IGF-1, que é mediado pelo GH. Um exemplo notável é o pegvisomanto.
A radioterapia é um recurso de último caso para a acromegalia. É um método para destruir células tumorais através de feixes de radiação ionizante.
Uma dose dessa radiação é aplicada para destruir as células do tumor, por um tempo determinado, visando atingir apenas as células prejudicadas.
Contudo, é possível que ataque as células saudáveis.Geralmente, é utilizado em pacientes que, mesmo com a cirurgia para retirada do tumor e o uso de medicamentos, não conseguiram vencer a doença.
A função dessa terapia é normalizar os níveis de GH e IGF-1. O que é negativo dessa forma de tratamento são as possíveis complicações provocadas, como problemas de visão, surgimento de tumores secundários, hipopituitarismo, eventos cerebrovasculares e alterações cognitivas.
A acromegalia, embora não possa ser prevenida com total certeza, pode ser controlada e combatida com medidas proativas e atenção aos sinais do corpo.
A chave é uma rotina de avaliação médica regular. Visitas ao médico para check-ups periódicos e exames de rotina são essenciais para identificar precocemente qualquer sinal de anormalidade, incluindo a acromegalia.
Essa prática preventiva permite um diagnóstico mais rápido e preciso, aumentando as chances de um tratamento.
Recomenda-se que as pessoas fiquem atentas aos níveis dos hormônios de crescimento e saiba que o crescimento durante a vida adulta pode ser algo além do envelhecimento, mas sim ser uma patologia.
Nessa doença, é importante se atentar aos pequenos detalhes, como um anel que não serve mais ou um sapato que está começando a ficar apertado.
A acromegalia é uma doença rara e pode ser até mesmo considerada uma patologia silenciosa e traiçoeira, pois demora anos para se alcançar o diagnóstico.
Por falta de informação e por ser difícil analisar se o crescimento é normal ou não, as pessoas com acromegalia demoram para iniciar o tratamento.
Ainda não existe uma forma de prevenção desta doença, mas em alguns casos é possível obter a cura com a cirurgia para remoção do tumor da hipófise.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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