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Varíola dos macacos em pets: infecção é possível?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 18/08/2022Última atualização: 18/08/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 18/08/2022Última atualização: 18/08/2022
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Em agosto de 2022, especialistas da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) e do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra) apresentaram um documento que aconselha pessoas diagnosticadas com varíola dos macacos a evitarem contato com seus pets.

As notícias sobre essa recomendação fizeram com que muitos tutores de pets ficassem com dúvidas em relação à possibilidade da doença ser transmitida para seus animaizinhos.

Se você quer saber um pouco mais sobre essa doença, se o seu pet corre ou não risco de contraí-la e quais ações você deve tomar para protegê-lo, continue acompanhando o artigo.

O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox e com significativo potencial zoonótico, ou seja, pode ser transmitida de animais para humanos. 

Apesar do nome, a varíola do macaco não teve origem nos macacos e não é transmitida de macacos para humanos. A doença só leva esse nome por ter sido identificada primeiramente em macacos em 1970.

Típica das regiões Ocidental e Central da África, a condição causa sintomas muito semelhantes aos manifestados pela varíola humana, como erupções cutâneas no rosto, mãos, pés e órgãos genitais, mas clinicamente são menos graves. 

Além das erupções cutâneas, o monkeypox também causa sintomas como febre, dor de cabeça, inchaço, dor no corpo, calafrios, fraqueza e exaustão. Já o período de incubação é de 5 a 21 dias, sendo mais comum que ocorra de 6 a 13 dias. 

Um dos principais sintomas da varíola dos macacos são lesões de pele.
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Transmissão

A transmissão do vírus monkeypox mudou, tornando possível a transmissão de humano para humano. Essa alteração provavelmente justifica o fato de o número de casos ter aumentado de forma repentina e ser geograficamente disperso, fora das zonas endêmicas. 

Esse novo tipo de infecção se dá por meio do contato direto com lesões, fluidos corporais e objetos contaminados, como roupas e roupas de cama.

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Diagnóstico

O diagnóstico da varíola dos macacos é feito através do teste sorológico de orthopoxvirus. Caso a pessoa com suspeita não tenha se vacinado contra varíola ou exposição conhecida ao vírus, a confirmação do diagnóstico é dada pelo PCR e/ou sequenciamento do vírus da varíola dos macacos.

Mas a boa notícia é que as vacinas contra a varíola tradicional são eficazes contra a varíola dos macacos, ou seja, existe uma forma de prevenir a doença. 

Porém, infelizmente, as campanhas de vacinação contra a varíola humana foram interrompidas em 1980, quando a doença foi erradicada no mundo. Dessa forma, pessoas com menos de 50 anos podem estar mais susceptíveis do que as com mais de 50 por não terem sido vacinadas.

Leia também: Sintomas da varíola dos macacos: duração e como identificar

A varíola dos macacos é transmissível para pets?

Ainda não se sabe se o vírus da varíola dos macacos pode ter como vetores os pets, mas uma descoberta no mês de agosto de 2022 acendeu o alerta e fez com que os cientistas passassem a olhar a situação com outros olhos.

Um estudo de caso publicado na revista The Lancet apresenta o primeiro caso de varíola dos macacos em animais domésticos, mais especificamente em um cachorro.

Segundo o artigo, 12 dias após os tutores do animal serem diagnosticados com a doença, o cachorro passou a manifestar lesões como pústulas no abdômen e ulceração na região íntima.

Após testagem e análise genética do material coletado, os três testaram positivo para a mesma linhagem de monkeypox, comprovando que sim, a doença pode ser transmitida de humanos para animais.

Os tutores do animalzinho relataram que dormiam na mesma cama com ele e que assim que foram diagnosticados com a doença, restringiram o contato com outros animais e pessoas, como é orientado em diversos países.

Até então, acreditava-se que roedores, como hamsters e ratos, e um tipo específico de esquilos poderiam ser infectados e transmitir a doença para seres humanos com mais facilidade, pois são hospedeiros adequados para o monkeypox.

Inclusive, acredita-se que devido à vulnerabilidade, roedores poderiam ser capazes de transmitir para outros animais de estimação. 

Como se trata de uma zoonose e do contágio entre pessoa e animal contaminado já ser possível, os órgãos sanitários do Reino Unido decidiram, por precaução, aconselhar a população a se isolar dos seus pets, principalmente roedores, caso estejam com a doença.

A medida tem como objetivo evitar que animais de estimação se tornem hospedeiros intermediários da transmissão para humanos, o que possibilitaria que o vírus se estabelecesse e se tornasse uma zoonose endêmica. 

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Estou com varíola dos macacos, posso ficar perto dos meus pets?

As orientações da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) foram locais, ou seja, direcionadas apenas ao Reino Unido. Não há nenhuma recomendação formal do Ministério da Saúde do Brasil, mas vale a pena levar em consideração a recomendação britânica.

De acordo com o documento desenvolvido pela agência e outras autoridades de saúde, animais como porquinhos-da-índia, twister e outros roedores de estimação devem ser isolados de pessoas infectadas com a varíola dos macacos por 21 dias e testados para o vírus da doença. 

Já outros pets, como cães e gatos, devem ser mantidos isolados dos seus tutores infectados por 21 dias e examinados por um médico (a) veterinário (as) regularmente.

Há também a orientação de que tutores (as) infectados (as) devem, quando possível, evitar o preparo de alimentos e os demais cuidados dos animais de estimação.

Caso não seja possível, é importante que o contato seja minimizado e que os tutores infectados tomem alguns cuidados, como higienizar as mãos antes de ter contato com seus pets. 

Porquinhos-da-índia, twister e outros roedores de estimação precisam ser acompanhados de perto caso seus tutores estejam infectados.

Cuidados diários

Seguindo as recomendações da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), os (as) tutores (as) infectados (as) devem seguir os seguintes cuidados diários:

  • Quando possível realizar isolamento total dos seus animais de estimação;
  • Passar a responsabilidade dos cuidados dos animais de estimação para membros da família que não estiverem infectados;
  • Evitar realizar o preparo de alimentos e demais cuidados com os pets;
  • Caso não tenha alguém para cuidar do seu pet, diminua o contato e tome cuidados, como a higienização das mãos antes e após o contato com animais.

Além da vacinação, a prevenção contra a varíola dos macacos depende da conscientização da população para diminuir a transmissão. Medidas como evitar contato próximo com pessoas infectadas e objetos contaminados, usar luvas e equipamentos de proteção individual ao cuidar de pessoas contaminadas são muito importantes.

Apesar de não haver registros de varíola dos macacos em cachorros e gatos, é preciso se atentar ao comportamento de seus bichinhos de estimação.

Portanto, ao identificar qualquer sintoma estranho, leve-o para uma consulta com o (a) veterinário (a) de sua confiança.

Para mais informações sobre saúde pet, continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável!

Imagem do profissional Kenny Cardoso
Este artigo foi escrito por:

Esp. Kenny Cardoso

Médica veterinária pela Universidade Federal Fluminense com mestrado em Medicina Veterinária.Leia mais artigos de Esp. Kenny
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