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Vacina da poliomielite: para que serve e quem deve tomar

Publicado em: 13/08/2022Última atualização: 13/08/2022
Publicado em: 13/08/2022Última atualização: 13/08/2022
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A primeira vacina da poliomielite foi desenvolvida em 1955 pelo médico norte-americano Jonas Salk. O imunizante teve um enorme impacto na saúde pública, que enfrentava a doença e suas graves consequências desde a sua primeira descrição clínica, em 1789. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 1957 o número de casos da doença nos Estados Unidos reduziu de 58.000 para 5.600 devido à aplicação da vacina de Salk. 

Já em 1961, o pesquisador polonês Albert Sabin desenvolveu outra opção de imunizante da doença, administrado por via oral. A facilidade de aplicação e o baixo custo de fabricação fizeram com que a vacina via oral fosse a escolhida para ser utilizada em campanhas de vacinação ao redor do mundo.

Ambos os pesquisadores não patentearam suas vacinas, pois queriam que elas fossem de fácil acesso e baixo custo para os (as) pacientes. 

Continue acompanhando o artigo para descobrir mais a respeito da vacina, para que serve, quais os riscos de não se vacinar e quais as reações comuns da administração. Confira!

Para que serve a vacina da poliomielite?

O imunizante é a principal forma de prevenção da poliomielite (CID10 - A80), popularmente conhecida como pólio ou paralisia infantil, doença infecto-contagiosa viral aguda causada pelo vírus poliovírus. Atualmente, existem 2 tipos de vacina contra a condição. São elas:

  • Vacina oral poliomielite (VOP) ou vacina de Sabin: feita com os vírus atenuados de tipo 1 e 3 da doença, ou seja, contém os vírus vivos enfraquecidos e incapazes de atacar o organismo. Além disso, é aplicada por via oral (gotas);
  • Vacina inativada poliomielite (VIP) ou vacina de Salk: essa vacina é feita com os vírus inativados, do tipo 1, 2 e 3 da doença, e é aplicada por via intramuscular (injetável).    

O Brasil não registra casos da doença desde 1989 e, devido a isso, a condição é considerada erradicada no país. Além disso, em 1994, o Brasil e os demais países das Américas receberam o certificado de livre da poliomielite pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

No entanto, a redução na taxa de cobertura vacinal verificada no ano de 2022 deixou as autoridades de saúde em alerta. Isso porque, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é necessário 95% de cobertura para que a doença não registre novos casos na região.  

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Quem deve tomar a vacina da poliomielite?

A vacina contra a poliomielite é indicada para todas as crianças menores de 5 anos de idade.

O esquema de vacinação é feito com 3 doses da vacina inativada poliomielite (VIP) aos 2, 4 e aos 6 meses de idade. Em seguida,  2 doses de reforço da vacina oral poliomielite (VOP) são aplicadas entre os 15 e 18 meses de idade e entre os 4 e 5 anos de idade

Caso a criança não tenha recebido nenhuma dose da vacina antes de completar 1 ano de idade, o esquema de vacinação é feito apenas com a vacina oral poliomielite (VOP).

Todas as crianças menores de 5 anos de idade devem tomar a vacina.
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Quais são os riscos de não se vacinar contra a poliomielite?

O principal risco de não se vacinar contra a poliomielite é o reaparecimento da doença em território brasileiro. Como mencionado anteriormente, é necessário atingir 95% de taxa de cobertura vacinal para que a condição, que não registra casos desde 1989, não corra o risco de reaparecer.

A poliomielite é uma doença que pode levar a graves consequências, como a paralisia súbita e irreversível dos membros inferiores e, em alguns casos, a paralisia dos músculos respiratórios e de deglutição, condições que podem levar o (a) paciente a óbito. 

É importante ressaltar que a poliomielite não tem tratamento e a vacinação é a única forma de prevenção da doença

Leia também: Como agem as vacinas no organismo? Veja como são feitas 

Vacina da poliomielite e fake news

Nos últimos anos, circulam fake news e desinformações na internet a respeito de vacinas, entre elas a contra a poliomielite. 

Um dos boatos indica que a vacina da pólio tem risco de causar paralisia em crianças de até 15 meses de idade. A informação é FALSA, visto que nem a vacina inativada, nem a atenuada oferecem grandes riscos de desenvolvimento da doença. Pelo contrário, é a doença da qual a vacina protege que causa sequelas como a paralisia

Outro boato indica que vacinas podem causar autismo, informação que também é falsa. Esse rumor foi ventilado em 1998 pelo ex-médico britânico Andrew Wakefield, que publicou um estudo adulterado afirmando que a vacina tríplice viral causava a doença. 

Foi verificado que o ex-médico fraudou laudos e adulterou resultados, o que fez com que o britânico perdesse seu registro médico por toda a vida.

Já um boato afirma que não é necessário se vacinar para doenças já erradicadas no país. Novamente, o boato é falso, pois apesar de algumas doenças como a poliomielite estarem erradicadas em diversos países, o vírus ainda circula em alguns locais do mundo e, sem a vacinação, elas correm o risco de retornarem. 

É importante ressaltar que apoiar a disseminação de desinformação e fake news sobre vacinação, remédios e outros âmbitos da saúde é extremamente perigoso e pode colocar em risco a saúde e o bem-estar de toda a população. 

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Reações comuns da vacina da poliomielite

Assim como toda vacina, o imunizante da poliomielite pode causar reações adversas. Entre as reações mais comuns da vacina inativada poliomielite (VIP) estão vermelhidão, dor e endurecimento no local da injeção. 

Em contrapartida, a vacina oral poliomielite (VOP) é bem tolerada e não costuma ter reações adversas comuns. 

Campanha de vacinação contra a poliomielite

As campanhas de vacinação contra a poliomielite foram fundamentais para a erradicação da doença no Brasil e em outros países. Em 1988, durante a 41ª Assembleia Mundial da Saúde, foi criada a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio com o objetivo de imunizar todas as crianças com risco de contrair a doença e, consequentemente, erradicá-la. 

Devido a iniciativa e as campanhas de vacinação promovidas por ela, o número de casos da doença no mundo reduziu em mais de 99%. 

No entanto, devido à queda na adesão da vacinação e ao risco de ressurgimento da doença em 2022, o Ministério da Saúde e outros órgãos de saúde ao redor do mundo têm promovido campanhas para conscientizar a população a respeito da importância da vacinação. 

____________________

Foi a vacina da poliomielite que inspirou a criação do Zé Gotinha, popular personagem das campanhas de vacinação brasileiras. 

A vacinação é a principal forma de prevenção de diversas doenças, além de ser essencial para que a doença continue erradicada em território nacional.

No Minuto Saudável você encontra mais informações sobre vacinas, saúde, prevenção, bem-estar e muito mais. Continue acompanhando o site e nossas redes sociais.


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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