Síndrome de Cotard: o que causa, sintomas e tratamento

O que causa a síndrome de Cotard?

Suas causas ainda são incertas, porém, é possível apontar que os sintomas se assemelham aos transtornos de humor (depressão psicótica) ou outras condições psiquiátricas (esquizofrenia) e neurológicas (demências causadas por alzheimer).

Sintomas

Os sintomas da síndrome de Cotard podem ser classificados de acordo com os seus subtipos, tais como:

Depressão psicótica

Esse tipo de expressão da síndrome de Cotard envolve os seguintes sintomas:

• Melancolia;
• Poucos delírios niilistas, onde os (as)pacientes acreditam que estão mortos (as).

Síndrome de Cotard tipo I

Já esse subtipo de síndrome envolvem outros sintomas, como:

• Delírios niilistas;
• Hipocondria (crença de ter uma doença séria/grave sem nenhum sintoma clínico) sem alteração de humor.

Síndrome de Cotard tipo II

O tipo II é mais grave e apresenta os seguintes sintomas:

• Delírios niilistas;
• Delírios de imortalidade;
• Ansiedade;
• Depressão;
• Alucinações auditivas.

Síndrome de Cotard e ecstasy

Existem muitos casos em que o uso de ecstasy desencadeia sintomas psicóticos delirantes, sendo um deles os sintomas de Síndrome de Cotard. Isso ocorre principalmente quando há grandes índices de intoxicação por essa substância no organismo, acometendo uma hiperfunção dopaminérgica no cérebro.

A aparição desses sintomas pode ser crônica ou esporádica e não se sabe a causa exata. Contudo, há indícios de que a predisposição genética influencia na expressão dessa síndrome em pessoas que usam ecstasy.

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Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado através de diversos exames de rastreio prévios a adoção do tratamento, como:

• Hemograma completo;
• Hemoglobina  glicada;
• Funções renal hepática e tireoidiana;
• Ionograma;
• Albumina;
• VDRL  (venereal  disease  research  laboratory);
• Teste rápido de HIV;
• Parecer cardiológico;
• Radiografia de tórax;
• Eletrocardiograma;
• Miniexame do estado mental.

Além disso, também é  realizada uma avaliação psiquiátrica a partir dos sintomas apresentados para conclusão do diagnóstico.

Síndrome de Cotard tem cura?

A síndrome não possui cura. Porém, os sintomas psiquiátricos podem ser tratados por meio  de acompanhamento com psiquiatra e psicólogo, para fortalecimento de estratégias de enfrentamento dos sintomas.

Tratamento para síndrome de Cotard

Os tratamentos podem envolver a eletroconvulsoterapia (ECT) e medicamentos.

A eletroconvulsoterapia é o principal tratamento biológico da psiquiatria e é o mais responsivo, podendo abreviar períodos de sofrimento do (a) paciente. Contudo, ainda é pouco utilizado por  falta de investimento e recursos financeiros.

Medicamentos, como antidepressivos e antipsicóticos, são prescritos pois ajudam no controle da doença, principalmente em situações em que não há acesso ao ECT.

Em casos de intoxicação por ecstasy, o uso de antipsicóticos é eficaz, proporcionando o desaparecimento dos sintomas em alguns meses de uso do medicamento.

Convivendo

Essa síndrome exige que sejam adotadas medidas de vigilância da família, principalmente em pacientes que se machucam e que tentam contra a própria vida. Em casos graves, o internamento é necessário.

A melhora dessa síndrome se dá a partir da sua causa adjacente, como por exemplo, tratando uma doença física ou então com o controle de sintomas psiquiátricos.

A síndrome de Cotard é uma condição rara, que tem como característica a presença de delírios sobre não ter uma parte do corpo ou então de estar morto, são presentes também sintomas melancólicos ansiosos.

Se você ou alguém que você conhece apresenta um desses sintomas, procure ajuda médica!

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Referência

• Vista do Síndrome de Cotard: A Doença da Imortalidade — Revista Debates em Psiquiatria;
• Síndrome de Cotard: Uma Revisão — Revista Diaphonia;
• Práticas acadêmicas e atenção à saúde: resumos do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde  — CCBS Univates;
• Síndrome de Cotard: A Busca pela Vida num Delírio de Morte — Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria;
• Síndrome de Cotard Associada ao Uso de Ecstasy — Jornal Brasileiro de Psiquiatria.