Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre resiliência. O termo se popularizou bastante para falar da vida pessoal e profissional, sendo indicado como uma característica essencial para lidar bem com os acontecimentos.
Quer entender um pouco melhor sobre o tema e como desenvolver essa habilidade? O Minuto Saudável te conta!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- Qual é o conceito de resiliência humana?
- O que é ser uma pessoa resiliente?
- 10 dicas para trabalhar e desenvolver a resiliência
Qual é o conceito de resiliência humana?
Na psicologia, a resiliência pode ser definida como a capacidade que uma pessoa tem de se adaptar às mudanças e lidar com situações adversas, como traumas, perdas, dificuldades financeiras, entre outras.
O termo vem da física, que diz que a resiliência é a capacidade de um objeto retornar a sua forma original depois de passar por estressores e ter sido deformado.
A psicologia pegou o termo emprestado pois define muito bem essa capacidade que o ser humano tem de lidar com uma grande quantidade de estresse e seguir em frente.
Contudo, o termo da física fala sobre voltar à forma original, o que não ocorre no ser humano. Sempre que passamos por adversidades, aprendemos alguma coisa e crescemos com elas.
O indivíduo não volta à sua forma original, como uma barra de metal, por exemplo. Mas certamente sai da situação ainda mais fortalecido e com maior capacidade de seguir em frente com a sua vida.
Vale lembrar que resiliência não significa ausência de emoções negativas diante das adversidades, mas sim a capacidade de se recuperar dessas emoções e conseguir lidar com os problemas mesmo com essas emoções.
Portanto, não se trata de não se frustrar ou de manter-se otimista o tempo inteiro. Mas de conseguir seguir em frente apesar das frustrações, apesar de não ter uma visão tão otimista, apesar de todas as forças contrárias.
O que é ser uma pessoa resiliente?
Uma pessoa resiliente é uma pessoa flexível. Isso quer dizer que é capaz de se adaptar diante de situações adversas, buscando solucionar seus problemas de novas maneiras, sem insistir nos antigos meios de lidar com as situações.
Assim como um metal resiliente, a pessoa deve ser capaz de se desdobrar para resistir às pressões. Ou seja, capaz de sair da zona de conforto para solucionar seus problemas, e depois retornar a sua rotina fortalecida e com novos aprendizados.
Contudo, é importante lembrar que a resiliência não é uma característica inata, mas sim uma capacidade desenvolvida ao longo da vida. Por isso, pessoas com baixa tolerância à frustração, que acabam desistindo de seus objetivos, podem sim se tornar resilientes se assim desejarem!
Leia também: O que é saúde mental para a psicologia? E como cuidar dela?
10 dicas para trabalhar e desenvolver a resiliência
A resiliência é uma habilidade que pode ser desenvolvida. E não há nenhum grande segredo nisso, de forma que todas as pessoas podem adotar estratégias para aperfeiçoar suas capacidades de lidar com as situações.
Veja abaixo 10 dicas para trabalhar e desenvolver a resiliência:
1. Seja flexível
As coisas não saíram como você esperava? Insistir nos mesmos erros pode não apenas não resolver o problema, como também piorar a resiliência.
É preciso ser um pouco mais flexível, tentar ver as coisas por outro ângulo, tentar compreender melhor a situação e buscar novas soluções.
Sentir-se frustrado(a) por planos dando errado não é um problema, desde que esta frustração não impeça de continuar em frente. A tristeza faz parte, mas ela não deve ser incapacitante.
2. Trabalhe a regulação emocional
Como foi dito, não é problema ter sentimentos negativos diante de situações adversas. Contudo, deixar que estes sentimentos prejudiquem a maneira com que você lida com tais situações é o que realmente é problemático.
Para evitar isso, é necessário trabalhar a regulação emocional. Isso quer dizer compreender as próprias emoções, permitir-se sentir a tristeza e a frustração, expressá-las de maneira adequada e seguir em frente.
Muitas pessoas, por exemplo, não se permitem chorar quando estão tristes, e acreditam que isso é sinônimo de um bom controle emocional. Não é. Na realidade, quem tem uma boa regulação emocional se permite chorar em momentos e em quantidades adequadas.
Grande parte das pessoas que não se permitem chorar, quando confrontadas por uma situação que as fazem derramar lágrimas, simplesmente não conseguem segurar o choro — acabam chorando com muita intensidade, e por longos períodos de tempo.
Já pessoas que têm uma boa regulação emocional conseguem chorar com uma intensidade moderada, bem como controlar melhor o choro nos momentos em que este não é uma expressão adequada.
3. Aprenda as lições
Mesmo nas piores situações, sempre há lições a serem aprendidas, mesmo que sejam apenas não repetir mais os mesmos atos.
Permitir-se aprender com as situações adversas é um dos pontos chaves da resiliência, pois no futuro, ao se deparar com algo parecido, a pessoa estará melhor preparada para lidar com o problema.
4. Evite o papel de vítima
Coisas ruins acontecem a todas as pessoas do mundo. Perguntar-se “por que eu?” não é muito produtivo em relação a lidar com o problema. É necessário tentar compreender o seu papel ativo na situação, ao invés de colocar-se como uma vítima passiva.
Isso porque, quando você se coloca em um papel ativo, você também abre um leque de possibilidades de ação para lidar com o problema. É como tomar as rédeas da própria vida e não deixar que os infortúnios guiem o caminho.
5. Mantenha uma rede de apoio
Uma rede de apoio formada por amigos e familiares é de muita ajuda para ter uma alta resiliência. Pessoas que podem contar com seus amigos e familiares próximos costumam ser bem mais resilientes do que pessoas que se sentem sozinhas ou não têm com quem contar.
6. Aprenda a aceitar ajuda
Às vezes, achamos que somos mais fortes do que realmente somos. Resiliência não é sinônimo de aguentar tudo sozinho(a) — pelo contrário, poder contar com a ajuda de outras pessoas é de extrema importância para desenvolver uma boa resiliência.
Se você é do tipo de pessoa que tem dificuldade em aceitar a ajuda que as pessoas te oferecem, uma dica é tentar aceitar mais essa ajuda. Isso não significa fraqueza ou incapacidade, e sim apenas dividir o peso das situações adversas com outras pessoas.
7. Tenha momentos de autocuidado
O autocuidado é extremamente importante para desenvolver uma boa resiliência. E isso não é apenas cuidar da saúde, mas também separar um tempo para o lazer.
Então, além de se alimentar adequadamente e fazer exercícios físicos, é importante aproveitar o tempo livre em atividades que gosta de fazer, hobbies, entre outros.
Atividades como meditação, yoga, entre outros, também podem se encaixar em atividades de autocuidado. Porém, o mais importante é poder se distrair e aliviar a tensão.
Veja mais em: Terapia para autoestima: como ela pode ajudar no bem-estar?
8. Invista em autoconhecimento
O autoconhecimento não apenas é bom para saber suas próprias qualidades, mas também para compreender seus próprios defeitos. Dessa forma, é possível saber que tipo de situação causa mais estresse, a fim de estabelecer alguns limites pessoais e evitar estresses desnecessários.
Isso é um aliado enorme no quesito resiliência. É conhecendo a si que você pode tirar os aprendizados das situações, bem como saber quais os recursos que tem em mãos para enfrentar as situações adversas.
Além disso, investir em autoconhecimento ajuda a compreender o seu propósito, o porquê você continua fazendo as coisas que faz — e saber seu propósito também é um elemento chave na tolerância à frustração e resiliência.
9. Tenha planos realistas
Não é possível ser resiliente ao lidar com planos mirabolantes e utópicos. Isso porque, nestes planos, a frustração ocorre a todo momento, e ninguém consegue se manter saudável mentalmente por tanto tempo neste cenário.
Fazer planos realistas, que estão de acordo com as oportunidades que surgem, bem como com os recursos dos quais você dispõe, é de extrema importância para evitar frustrações desnecessárias e conseguir manter-se no caminho.
10. Terapia
A psicoterapia é um tipo de terapia que promove não apenas o autoconhecimento, como também técnicas e aprendizados que pode ajudar muito uma pessoa a lidar com as adversidades.
Vale lembrar que a terapia é benéfica para qualquer pessoa, não apenas para pessoas com transtornos mentais.
Isso porque ela promove muito mais do que apenas o tratamento de sintomas de transtornos, como por exemplo técnicas de resolução de problemas, técnicas de relaxamento, mudanças de comportamentos problemáticos, entre outras.
Fazer terapia pode ser um grande aliado na hora de desenvolver resiliência, independente de você ter um diagnóstico ou não!
Desenvolver a resiliência é uma maneira de lidar com a vida (pessoal, profissional, afetiva) de modo mais equilibrado e saudável. E, para isso, não há nenhum grande segredo.
Medidas simples que podem ser adotadas cotidianamente podem auxiliar nesse processo. Quer ver mais dicas para uma vida equilibrada? O Minuto Saudável te ajuda!