Há diversas estruturas e substâncias necessárias para o pleno desenvolvimento do feto durante a gestação. Dentre elas, tem-se o líquido amniótico, que é o que preenche a bolsa em que o bebê fica “imerso” no útero durante a gravidez.
Na sequência, você pode entender melhor qual é a importância desse fluido, suas características, como identificá-lo e algumas informações a respeito de seus níveis. Confira:
O líquido amniótico é um fluido que fica dentro da bolsa amniótica, ou seja, o local onde fica o feto ao longo da gestação. Nesse sentido, trata-se de um líquido que envolve o bebê durante todo o seu processo de desenvolvimento, até o momento do parto.
Ele permite a movimentação do feto na cavidade uterina, protege o bebê de possíveis traumas sofridos pela mãe e protege-o de infecções bacterianas. Além de outras questões que colaboram diretamente para o pleno desenvolvimento fetal.
Com relação a como é formada a bolsa amniótica e o líquido que a compõe, basicamente o que ocorre é a formação dessa estrutura na 2ª semana de gravidez. Sendo produzida pela placenta e pelas membranas até o 4º mês gestacional.
Passado esse período, o próprio feto ingere o líquido amniótico, de forma que, após ser engolido, o conteúdo é processado e eliminado como urina, o que é possível devido ao fato de que já há uma maturação de seu sistema urinário. Com isso, a urina do bebê torna-se o principal componente do fluido amniótico.
Então, ele deixa de ser parecido com o plasma sanguíneo da mãe (sua composição inicial) e passa a ter outros componentes: hormônios, citocinas e nutrientes essenciais.
Além disso, também é constituído por uma pequena quantidade de secreções pulmonares, uma vez que o bebê aspira o líquido e também expira. O que faz, inclusive, com que esse fluido seja constantemente renovado (aproximadamente a cada 4 a 6 horas).
Cabe destacar, por fim, que o volume do líquido aumenta até 34 a 37 semanas de gestação, depois diminui gradativamente até o momento do parto.
As funções do líquido amniótico estão relacionadas com o desenvolvimento fetal. Sendo assim, tem como papel ajudar na nutrição, maturação e proteção do bebê enquanto está no útero da mãe. Dessa forma, suas contribuições são as seguintes:
Sendo assim, é o líquido amniótico que dá suporte ao desenvolvimento do feto na gestação.
É importante saber que o volume de líquido amniótico sofre variações ao longo da gestação, de acordo com as necessidades de cada fase. De início, trata-se de uma quantidade pequena devido ao feto também estar em um tamanho menor.
Assim, o volume do líquido aumenta gradativamente, conforme o bebê cresce. Esse processo atinge o seu ponto máximo por volta das 34 semanas gestacionais, que é quando inicia a diminuição do líquido (até o momento do parto).
Nesse período, pode-se atingir o volume de até 1000mL de líquido amniótico. A quantidade é medida através da ultrassonografia, de maneira que esse é um exame periódico durante a fase do pré-natal, possibilitando monitorar esse líquido e o desenvolvimento fetal.
Então, não há um “volume normal” fixo com relação aos níveis dessa solução. Isso, uma vez que varia conforme cada período da gestação e de acordo com o tamanho do bebê.
Pode ocorrer, porém, a diminuição ou aumento de forma inadequada ao que é esperado para a fase gestacional. Nesses casos, chama-se de oligoidrâmnio o fenômeno que caracteriza a diminuição do líquido amniótico e de polihidrâmnio quando há o seu excesso.
Não se sabe exatamente os motivos que levam à diminuição do líquido amniótico (fenômeno chamado de oligoidrâmnio), porém, indica-se que isso pode estar relacionado a fatores como:
Em casos como o tempo de gravidez mais longo que o normal, pode ser que seja necessária a realização de uma cesárea. Isso, uma vez que o líquido amniótico é fundamental para o bebê, de forma que sua diminuição drástica poderia até mesmo levar a criança a óbito.
Ainda, o oligoidrâmnio pode estar relacionado com problemas de desenvolvimento. Já que a maior parte do líquido amniótico é formado pela urina do bebê, se houver alguma má formação (especialmente no sistema urinário), isso pode interferir na produção do líquido.
Não só a diminuição do líquido amniótico pode ocasionar complicações à mãe e ao bebê, mas níveis acima do normal também podem ser prejudiciais. Quando isso ocorre, a causa pode estar atrelada a fatores como:
Dessa forma, reforça-se a necessidade de realizar o pré-natal de forma adequada, realizando exames como a ultrassonografia. Com isso, possibilitando identificar possíveis problemas e complicações que podem afetar a saúde do bebê e até mesmo da mãe.
A cor do líquido amniótico serve como uma forma de indicar as condições de saúde do bebê e até mesmo a urgência do parto. Uma vez que só é possível saber dessa coloração no momento do nascimento, ao romper a bolsa é preciso observar essa característica.
Inclusive, alguns médicos recomendam que a mãe, enquanto encaminha-se à maternidade, faça uso de um absorvente (preferencialmente de um tamanho maior, devido à quantidade de líquido). Assim, ao chegar ao hospital, será possível que o(a) profissional analise a coloração.
Entenda melhor quais as possíveis cores e o que cada uma significa, respectivamente:
Algumas mulheres podem ter dificuldade em identificar o rompimento da bolsa. É nesse momento que ocorre a liberação do líquido amniótico, então, saber como identificá-lo pode ajudar a confirmar que a “bolsa estourou” e que é hora de ir à maternidade.
Para isso, preste atenção se o líquido tem coloração (transparente/esbranquiçada, vermelha, verde, amarela ou marrom). Quando ele está em seu aspecto normal, ou seja, sem apresentar cor (transparente ou esbranquiçado), é mais fácil de confundir com a urina, por exemplo.
Além disso, o líquido amniótico apresenta um cheiro característico (pode lembrar um pouco o cheiro de água sanitária) e também um volume maior do que a urina.
Sendo assim, embora os nervos podem estar “à flor da pele” na hora do rompimento da bolsa, saber desses detalhes pode facilitar na identificação do líquido.
Não há um tratamento específico para aumentar o líquido amniótico quando ele está em níveis baixos do que o normal ao longo da gravidez. Porém, pode-se recomendar alguns cuidados para evitar uma diminuição ainda maior.
Assim, o(a) médico(a) pode pedir que a mãe aumente consideravelmente sua ingestão diária de líquidos e fique de repouso — às vezes, quase que absoluto.
Caso o líquido amniótico esteja em níveis muito baixos em uma fase mais próxima ao final da gestação, pode ser que o(a) obstetra opte por antecipar o parto, a fim de evitar complicações à saúde do bebê.
A gestação é uma fase que traz muitas novidades à vida da mãe, especialmente quando se trata do primeiro filho. Sendo assim, é importante buscar informações seguras e esclarecer dúvidas com o(a) médico(a) a respeito de todos os detalhes.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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