São muitas as patologias que podem ser provenientes de vermes ou parasitas. Para o tratamento delas, geralmente são necessários medicamentos com ação rápida, a fim de parar a ação do agente externo.
Um exemplo são as medicações que contam com a Ivermectina como princípio ativo.
Mas, além disso, no início do mês de abril de 2020 — em meio à pandemia mundial da Covid-19 —, pesquisadores catalogaram um estudo mostrando resultados promissores que podem ser um possível caminho para o tratamento do novo coronavírus.
Pensando nisso, entenda melhor o que é essa substância, indicações da bula e informações sobre o estudo a respeito da Covid-19:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
A Ivermectina é o nome de uma substância medicamentosa que atua como princípio ativo (fármaco) em medicações cujo o tratamento é destinado a condições causadas por vermes ou parasitas — como ascaridíase, escabiose e oncocercose.
Por esse motivo, também é comum que esteja presente em remédios de uso veterinário.
Dentre as medicações para uso humano, há diferentes versões comercializadas. Porém, todas são em versão de comprimido e a administração é sempre via oral.
Vale destacar que a Ivermectina é aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), classificada como antiparasitário. Assim, entende-se que é comercializada e administrada como uma substância com segurança e eficácia comprovada para esse fim a partir de testes.
Conforme mencionado, a Ivermectina pode estar presente em medicamentos veterinários, com a mesma ação que para uso humano. Ou seja, atuando como um antiparasitário.
De forma geral, essa substância é usada para tratar e combater parasitas internos e externos dos animais domésticos. Assim, pode ser utilizada em casos de sarna comum, sarna demodécica (provoca inúmeras escamações, podendo evoluir para feridas), sarna otodécica (atinge apenas o conduto auditivo), verminoses gastrointestinais, vermes do coração, etc.
A administração deve ser sempre por via oral e as doses recomendadas mudam conforme o caso clínico (costumam variar entre 0,05 miligrama a 0,6 miligrama por quilo do animal).
Sendo assim, consulte um(a) veterinário(a) a fim de realizar um uso seguro em seu bichinho.
A Ivermectina (fármaco), assim como os medicamentos que a tem como princípio ativo, é indicada para o tratamento e combate de condições diversas, causadas por vermes ou parasitas. Entre elas, estão:
A sua atuação ocorre através da paralisação da musculatura de vermes e parasitas, ocasionando suas mortes e eliminando-os do organismo.
Essa paralisia é mediada pela potencialização ou ativação dos canais de cloro (CI-) do parasita, sensíveis às avermectinas (série de drogas usadas para tratar vermes parasitas). A ação é efetiva pois esses canais estão presentes apenas nos nervos e células musculares dos invertebrados.
Dessa forma, uma vez potencializados, geram o aumento da permeabilidade da membrana celular aos íons cloreto, com hiperpolarização (aumento na diferença de potencial entre o meio externo e o interno da membrana) dos nervos ou células musculares.
Esse processo é o que resulta na paralisia e, consequentemente, na morte do parasita. Por isso, na grande maioria dos casos, apenas com uma dose é possível eliminar completamente o parasita do organismo.
No dia 3 de abril de 2020, pesquisadores da Universidade Monash (Austrália) publicaram um estudo indicando que o uso da Ivermectina diminuiu quase 100% o material viral do novo coronavírus em testes in-vitro (em células laboratoriais, fora do corpo humano).
Alguns estudos anteriores já haviam colocado em pauta o potencial antiviral da Ivermectina para o tratamento de outras doenças, como a dengue.
Nesse estudo atual, os pesquisadores infectaram as células com o novo coronavírus (Sars-CoV-2) a fim de testar a eficácia do antiparasitário no combate ao agente infeccioso. As observações das células foram realizadas ao longo de 72 horas.
A primeira amostra, coletada 24 horas após o uso da Ivermectina, demonstrou uma redução de 93% da carga viral. Já a segunda e a terceira amostra (48h e 72h após o uso da substância, respectivamente) demonstraram a redução de 99,9%.
Isso ocorre porque a Ivermectina atua impedindo a reprodução do vírus Sars-CoV-2 dentro da célula, o que limita a infecção.
Além disso, o estudo indica que se for possível criar um antivírus para o novo coronavírus a partir dessa substância, o uso na fase inicial da infecção poderia limitar a carga viral. Com isso, consequentemente, seria possível impedir a transmissão e diminuir o agravamento do quadro clínico da pessoa infectada.
Porém, é preciso ter em mente que esses resultados foram apenas com relação aos testes in-vitro. São necessários muitos outros testes a fim de comprovar a eficácia e segurança do uso da Ivermectina para humanos no tratamento da Covid-19.
Nesse sentido, a farmacêutica Francielle Mathias reforça a importância de “deixar claro que os resultados desses estudos não são em humanos infectados com covid-19, são estudos muito preliminares. A Ivermectina é um medicamento com uso comprovado para parasitoses somente, é um medicamento tarjado, usado com prescrição médica”.
Além disso, ela complementa que é “de suma importância que os pacientes com suspeita ou diagnóstico de coronavírus não utilizem essa medicação por conta própria”, considerando que a automedicação pode causar problemas de saúde.
Não raramente alguns medicamentos possuem restrições ou uso diferenciado para determinadas populações ou pessoas em condições específicas. Confira o que se aplica no caso da Ivermectina:
Não existem estudos que comprovem um uso seguro da Ivermectina para gestantes. Com isso, o uso da substância não é indicado para mulheres nessa condição.
Ainda, vale destacar que essa medicação pode ser excretada (mesmo que em baixas concentrações) no leite materno. Dessa forma, não é indicado que lactantes façam uso da Ivermectina sem recomendação médica.
De forma geral, a Ivermectina é sempre administrada em dose única e é eficaz no combate ao problema em questão.
Porém, no caso de pacientes com baixa imunidade (portadores de HIV, doenças autoimunes, etc) que precisem realizar tratamento contra estrongiloidíase intestinal, pode ser necessário repetir a dose.
Não há estudos que determinem com precisão as doses adequadas para pacientes nesse perfil. Porém, de acordo com experiências, já se sabe que pode ser necessário repetir a terapia por diversas vezes e ainda assim não atingir a cura.
De acordo com as recomendações da bula, a Ivermectina não deve ser administrada em crianças menores de 5 anos ou com menos de 15kg.
Em casos de dúvidas ou outras condições, é imprescindível seguir a orientação do(a) médico(a) responsável pelo tratamento.
A bula não faz indicações específicas quanto ao uso da Ivermectina à população idosa. Nesse caso, o uso deve ser administrado conforme a recomendação para adultos.
Porém, em casos de condições específicas ou outras dúvidas, siga sempre a indicação médica.
A bula de um medicamento traz todas as informações necessárias quanto a sua indicação, possíveis efeitos colaterais, dose indicada, etc. Sendo assim, é essencial ler a bula para fazer o uso seguro de uma medicação.
Para encontrar a bula da Ivermectina, ou de outro remédio, você pode utilizar o site Consulta Remédios.
De acordo com as indicações da bula, a Ivermectina não é indicada para pacientes com hipersensibilidade a esse princípio ativo ou aos outros componentes da fórmula.
Além disso, também há a indicação de que não deve ser administrada em pacientes com meningite ou outras afecções (qualquer sinal de alteração possível de expressar a existência de uma patologia) do Sistema Nervoso Central (SNC), que possam afetar a barreira hematoencefálica.
Essa barreira é uma estrutura de permeabilidade altamente seletiva — isso significa que ela regula a passagem das substâncias para o meio intra ou extracelular, de forma minuciosa (ou conforme o nome, seletivamente).
Isso protege o SNC de substâncias potencialmente neurotóxicas, que podem estar presentes no sangue. Assim, essa estrutura é essencial para a função metabólica normal do cérebro.
Sendo assim, devido aos efeitos da Ivermectina nos receptores GABA-érgicos (que induzem a inibição do SNC, causando sedação) do cérebro, não é indicada para pacientes nas características descritas.
Por fim, a bula reforça que essa medicação é contraindicada para crianças com menos de 15kg ou menores do que 5 anos. Além disso, não há estudos suficientes que comprovem o uso seguro para gestantes.
Sim. Como qualquer substância medicamentosa, a Ivermectina pode causar efeitos colaterais aos(às) pacientes que realizam o seu uso. De acordo com a bula, as possíveis reações adversas são:
Caso você deseje saber sobre possíveis reações raras, ou muito raras, o ideal é buscar mais informações na bula do medicamento e contar com ajuda médica.
As indicações da bula sobre a administração de Ivermectina são apenas de que deve ser ingerida com água (ou seja, não substituir por outros líquidos).
Quanto à posologia, a recomendação é a ingestão diária de 150 mcg/kg a 200 mcg/kg do medicamento. De maneira que a administração seja feita em uma dose única, por via oral.
Com relação às dosagens específicas, a bula divide em duas tabelas: a primeira apresenta qual a dose ideal de acordo com o peso do(a) paciente para casos de estrongiloidíase, filariose, ascaridíase, escabiose e pediculose.
Já a segunda tabela, também mostra a dosagem ideal com base no peso do(a) paciente, porém para casos de oncocercose.
De modo geral, a bula indica que uma única dose tende a ser completamente efetiva, não carecendo de continuidade do tratamento. Porém, sempre siga as orientações médicas com relação a doses, tempo de tratamento e outras especificidades.
Após a sua ingestão, a Ivermectina pode demorar até 4 horas para fazer efeito no organismo, momento em que atinge as concentrações plasmáticas necessárias.
Passando esse período inicial, o fármaco ainda continua agindo no corpo. Entretanto, ocorrem muitos processos de metabolização, de maneira que devido às transformações que a molécula sofre, o efeito vai declinando — após 28 horas da ingestão as concentrações plasmáticas chegam à metade.
Visto que a Ivermectina é um fármaco de dose única, o seu processo dentro do organismo tende a ser lento em comparação a outras medicações.
Isso justifica a informação presente na bula de que essa substância fica por até 12 dias no corpo, contando a partir do momento da ingestão, até ser completamente eliminada.
De maneira geral, a excreção da Ivermectina ocorre a partir das fezes, já que apenas 1% da dose administrada é excretada a partir da urina (em forma conjugada ou inalterada).
Quando se trata de saúde, doenças e medicamentos, é ainda mais necessário buscar fontes seguras e confiáveis, a fim de garantir estar tendo acesso às informações corretas.
Por isso, se você deseja saber mais sobre outros medicamentos ou saúde em geral, continue acompanhando o Minuto Saudável.
Sempre nos preocupamos em trazer nossos conteúdos de maneira responsável e verdadeira!
Dra. Francielle Mathias
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