A hidradenite supurativa (CID 10 L73. 2) é um processo inflamatório crônico que acomete a pele. Mais comum em mulheres, principalmente a partir da puberdade, a condição tem uma incidência maior nas regiões das mamas, virilha, axilas, além de atingir as regiões genitais e glútea.
Sem uma causa específica definida, inflamação é ligada a alguns hábitos, que, se controlados, podem ajudar a evitar a sua reincidência. O folículo piloso, afetado pela hidradenite supurativa, pode apresentar diferentes graus de desenvolvimento da inflamação, o que irá determinar também o tipo de tratamento.
Continue a leitura do artigo para saber mais sobre essa dermatite, como funciona o diagnóstico e os possíveis tratamentos.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
Antigamente, acreditava-se que esta era uma inflamação das glândulas sudoríparas apócrinas, mas novas pesquisas revelaram que o problema afeta os folículos pilosos (unidade folicular), ou seja, a estrutura completa de um pelo ou fio capilar, incluindo bulbo, glândulas e músculos.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia aponta que as causas da reação inflamatória ainda não são claras, levando à suposição de uma doença autoinflamatória. Isso significa que a hidradenite supurativa pode ser uma resposta exagerada do próprio organismo.
Além disso, obesidade, tabagismo e fatores genéticos podem estar associados ao surgimento e desenvolvimento do processo inflamatório.
Em sua fase inicial, a hidradenite supurativa é reconhecida pelo aparecimento de:
Em quadros mais graves, esses nódulos podem abrir, escoando o pus, num processo semelhante ao de acne inflamada (espinha). O mau odor causado pelo escoamento do conteúdo da lesão está entre os principais incômodos da hidradenite supurativa.
Junto a isso, a dor pode ser intensa o suficiente para incapacitar o(a) paciente. Além do desconforto sentido ao vestir certas roupas, principalmente as mais justas, as lesões também podem afetar a movimentação da pessoa, interferindo na sua rotina diária.
Os casos crônicos podem apresentar sintomas mais complexos, somados à intensificação da dor. Com a abertura das lesões, também podem ocorrer infecções bacterianas capazes de agravar o quadro.
Por ser uma doença que acomete a pele, o(a) dermatologista é o(a) profissional mais recomendado(a) para avaliar a e tratar a condição.
A hidradenite supurativa pode ser diagnosticada por meio de exame clínico, realizado no consultório do(a) dermatologista. Em quadros crônicos, o material dos abscessos pode ser recolhido para verificar a presença de agentes infecciosos.
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A gravidade dos sintomas ajuda a definir o estágio do processo inflamatório:
Além de reduzir os sintomas de dor e desconforto, o tratamento da hidradenite supurativa visa curar as lesões, reduzindo e evitando a reincidência de inflamações.
Para isso, recomenda-se manter a higiene das regiões afetadas, além de utilizar roupas que não apertem. Como a condição pode estar ligada à obesidade e ao tabagismo, recomenda-se também a perda de peso e a interrupção do hábito de fumar.
Lesões crônicas podem exigir cuidados medicamentosos e, nesses casos, o(a) dermatologista poderá prescrever anti-inflamatórios de uso oral, como comprimidos, ou cremes de uso tópico, para serem aplicados diretamente sobre as fístulas.
A incidência maior de hidradenite supurativa em mulheres está ligada a indícios de que a condição pode ser induzida ou agravada por desequilíbrios hormonais. Nesses casos, poderá ser recomendado o uso de anticoncepcionais.
Em quadros mais extremos, pode ser necessária a realização de processos cirúrgicos para remoção de abscessos, evitando o surgimento de cicatrizes causadas pelas lesões.
Confira os principais tratamentos indicados para cada estágio da doença:
Poderão ser recomendados anti-inflamatórios tópicos, geralmente um creme ou gel à base de clindamicina (Fosfato de Clindamicina, Dalacin, Clindacne, Clinagel, entre outros). Este ou outros fármacos de uso oral também podem ser prescritos.
Dependendo do quadro, o(a) dermatologista poderá sugerir também a aplicação de corticoides intralesionais, uma pequena injeção que ajuda no controle hormonal e tratamento da área afetada.
Aqui, também será feito o uso de anti-inflamatórios orais, mas um por um período estendido.
Dependendo do estado do nódulo, poderão ser realizados procedimentos como a drenagem do pus ou cirurgias para remoção da lesão. Quadros mais complexos podem exigir um processo de desbridamento, que consiste em limpar a ferida de todo tecido morto ou necrosado.
No estágio mais avançado pode ser necessário o uso de medicações como infliximabe ou adalimumabe, que ajudam a potencializar a imunidade do organismo.
Em casos mais extremos, podem ser utilizados recursos cirúrgicos para remover o tecido lesionado, o que eventualmente pode demandar procedimentos para execução de enxerto.
Como vimos acima, o controle ou reversão de condições como obesidade ou tabagismo podem ajudar a evitar a hidradenite supurativa. Além disso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda cuidados com a dieta, uma vez que uma nutrição rica em açúcares, carboidratos e gordura animal também podem facilitar o surgimento do problema.
O uso de roupas mais folgadas e com tecidos que facilitam a transpiração fazem parte do tratamento e também funcionam como profilaxia, evitando a reincidência de lesões e nódulos.
Confira algumas das principais dúvidas relacionadas a essa condição:
Não existem recomendações muito específicas acerca do que deve ser consumido. No entanto, como a profilaxia inclui reduzir ou evitar o consumo de gordura animal, açúcares e carboidratos.
Algumas pesquisas indicam que alimentos in natura podem contribuir para a melhora do quadro inflamatório. Nesse sentido, recomenda-se uma nutrição rica em frutas, verduras e carnes brancas.
Já os laticínios, doces e fast foods estão ligados à piora ou mesmo ao desencadeamento das inflamações.
Não existem estudos conclusivos que permitam dizer se é ou não adequado se expor ao sol durante uma hidradenite, mas podemos ter algumas pistas.
De modo geral, não é bom que lesões fiquem expostas ao sol, pois a radiação pode lesionar a pele, que está fragilizada pela condição. Além disso, a hidradenite pode piorar com o suor, o que é outro motivo para evitar o calor.
Por outro lado, a maioria das regiões atingidas pela hidradenite podem ser facilmente cobertas com a vestimenta, o que ajuda um pouco no caso do paciente que precisa pegar um pouco de sol.
A aposentadoria por invalidez é um direito de pessoas cujas condições ou doenças as impossibilitam de trabalhar. Com isso em mente, alguns quadros de hidradenite supurativa podem ser o suficiente para dar início ao processo, uma vez que a inflamação pode afetar a mobilidade e a dor pode incapacitar o paciente.
Existem evidências científicas que apontam relações entre o processo inflamatório e o desenvolvimento de câncer de pele em alguns pacientes, mas não há resultados conclusivos que permitam afirmar a relação de causa e efeito entre as duas doenças.
A hidradenite supurativa é uma doença inflamatória da pele que pode ter diversos estágios e cada um deles revelará quadros e tratamentos diferentes. Caso suspeite de algum sintoma, procure um profissional de saúde especializado.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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