Gravidez
Herpes genital na gravidez: quais os riscos para o bebê?
Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 22/11/2018Última atualização: 12/07/2019
Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 22/11/2018Última atualização: 12/07/2019
O herpes genital é uma doença sexualmente transmissível (DST), responsável por atacar a pele ou as membranas mucosas dos genitais de homens e mulheres.O vírus causador do herpes genital (Herpes simplex) se comporta de forma semelhante nas mulheres grávidas e não grávidas. O grande problema do herpes na gravidez é o risco de transmissão para o bebê. Quando isso acontece é chamado de herpes neonatal, condição que pode ser grave e até mesmo letal para a criança.Essa transmissão, chamada de transmissão vertical, ocorre durante o parto quando o bebê tem contato com secreções contaminadas no canal vaginal ou sangue materno. Mesmo quando a gestante não apresenta sintomas, o risco de transmissão existe.
Quais os riscos do herpes genital na gravidez?
O risco maior ocorre quando a mulher se contamina perto da data do parto, ou seja, quando a infecção primária surge nas últimas semanas de gravidez. Raramente o herpes pode ser transmitido dentro do útero, durante a gravidez, não sendo uma infecção que costuma causar problemas de má formação para o feto.Porém, quando se trata de um caso grave de herpes genital, durante os primeiros meses de gestação há um risco, ainda que pequeno, da mulher sofrer um aborto espontâneo.No entanto, quando o bebê é infectado no momento do parto, o vírus pode afetar o sistema nervoso central e causar problemas mais graves à saúde da criança, podendo resultar em danos cerebrais, cegueira e até mesmo à morte em casos mais severos. Por este motivo, o pré-natal é extremamente importante.Como evitar a transmissão para o bebê?
Quando a mulher é infectada pelo vírus antes da gestação, as chances de transmissão para o bebê são mais reduzidas, pois o seu organismo já é capaz de produzir anticorpos para os vírus que são temporariamente transmitidos para o bebê quando ele está dentro da barriga da mãe.Assim, mesmo que a mulher tenha uma crise do herpes genital no momento do parto, os anticorpos passados para ele o ajudarão nesse momento.A cesariana diminui bastante o risco de transmissão do herpes, sendo a forma mais indicada de parto para as mulheres contaminadas, principalmente nas crises. Contudo, não elimina 100% as chances de contágio do bebê.Por isso, a
melhor forma de prevenção do herpes neonatal é o tratamento adequado da gestante (pré-natal), cujo uso de medicamentos antivirais deve ser feito. O medicamento mais usado é o
Aciclovir, podendo ser administrado independente da semana de gestação em que a mulher se encontra.O herpes genital não é hereditário e o vírus não afeta a fertilidade nem é transmitido pelo esperma do homem ou pelo óvulo da mulher. As mulheres com herpes genital podem ter uma gravidez segura e um parto vaginal normal, exceto:
- Quando se trata de um episódio inicial de herpes genital grave durante os primeiros 3 meses de gravidez, que pode ocasionar um aborto espontâneo, o que é muito raro, mas pode ocorrer com outros tipos de infecção viral;
- Quando se trata de um episódio inicial nos 3 últimos meses de gravidez, devido ao grande número de vírus presentes e tempo insuficiente para que a mãe produza anticorpos para proteger o feto, podendo a doença ser transmitida ao feto, provocando o herpes neonatal.
Mulheres grávidas sem histórico de herpes genital cujo parceiro tem a doença, devem usar preservativos durante toda a gravidez para evitar adquirir a doença neste período. Os cuidados devem ser mantidos durante uma gestação ou não.Se o parceiro tiver histórico de herpes na área da face, deve ser evitado também o sexo oral. O herpes genital, em qualquer um dos pais, em geral não afeta os filhos e existe pouco risco de transmissão desde que se tenha hábitos normais de higiene.Contudo, os pais devem estar cientes de que o vírus do herpes pode ser transmitido pelas lesões orais através do beijo, podendo causar infecção grave e disseminada no recém-nascido.Ainda que o herpes neonatal seja uma doença muito grave para o bebê, ela também é considerada rara. De acordo com a
American Sexual Health Association (ASHA), nos EUA, menos de 0,01% dos bebês nascidos são infectados pelo vírus no parto. No entanto, 25% a 35% das gestantes são portadoras do vírus.Esse é um dado importante para entender que, apesar do risco que o bebê corre, é possível sim ter um parto saudável e sem complicações.
Se a gestante tiver herpes, o parto vaginal é seguro?
Depende. O risco de transmissão é maior quando a gestante foi infectada pelo vírus durante a gravidez, entre os 3 primeiros ou 3 últimos meses de gestação. Nesses casos, o parto normal pode ser um risco maior para o bebê.Isso porque o organismo da mãe não teve tempo suficiente de produzir os anticorpos necessários para proteger o bebê. Contudo, o tratamento com antivirais pode ajudar a diminuir o risco, sendo a primeira opção de tratamento para tornar o parto seguro. Quando isso não é possível, o parto cesáreo se torna uma opção.De qualquer maneira, o médico deve sempre ser consultado.
Fonte consultada
Dr. Paulo Caproni (CRM/PR 27.679 | CRM/SC 25.853 | CRM/SP 144.063), graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Residência Médica em Medicina Preventiva e Social pela USP-SP (PROAHSA). MBA em Gestão Hospitalar e de Sistemas de Saúde (CEAHS) pela FGV-SP