A Febre do Mayaro é uma doença transmitida por mosquitos e que causa sintomas semelhantes a outras viroses. Mais especificamente, trata-se de uma arbovirose, ou seja, uma infecção causada por vírus que infectam vertebrados por meio de vetores artrópodes, como insetos e aracnídeos, que se alimentam de sangue (hematófagos).
As chamadas arboviroses estão espalhadas pelo mundo, sendo muito mais comuns em áreas de clima tropical e subtropical, como o Brasil, onde a doença já tem uma história significativa.
O vírus Mayaro (MAYV) foi identificado pela primeira vez em 1954, no país caribenho Trinidad e Tobago. No ano seguinte, Belém do Pará já anunciava uma epidemia.
Pesquisas epidemiológicas apontaram que, de 1960 a 2010, o Brasil foi o país com mais casos e, agora, os números voltam a causar preocupação em diversas regiões do país, gerando um alerta para o que pode se tornar um problema de saúde pública.
Para saber mais sobre os sintomas causados pelo MAYV e como os diferenciar daqueles causados por outras viroses, continue a leitura do artigo.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
Embora tenha a ver com mosquitos, a doença é causada pelo vírus Mayaro, que, quando afeta humanos, pode iniciar surtos caracterizados por pacientes com queixas de:
A predominância desses sintomas é o motivo pelo qual muitas pessoas, inclusive profissionais de saúde, confundem a febre do Mayaro com casos de dengue ou chikungunya, por exemplo.
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Até o momento, o MAYV é apenas uma ameaça para os humanos e uma preocupação para epidemiologistas. Isso porque esse vírus ainda é predominantemente selvagem, sendo transmitido entre primatas com a ajuda de mosquitos silvestres.
Esses mosquitos, que se alimentam de sangue, são os vetores responsáveis por ajudar o vírus a se espalhar. Eventualmente, algum humano pode ser picado, tornando-se um “hospedeiro acidental”, uma vez que a doença ainda não é comum entre a espécie humana, estando raramente associada a ambientes urbanos.
Grosso modo, mosquitos e animais silvestres vivem o ciclo de infecção, contaminando e sendo contaminados, com o mosquito surgindo como principal responsável pela “distribuição” do causador da doença.
Quando um mosquito contaminado pica um humano ao acaso, este pode ser infectado, iniciando um novo ciclo que pode se espalhar entre a espécie. A partir disso, o vírus pode sofrer novas mudações, adaptando-se cada vez mais ao organismo humano e causando diferentes sintomas.
Atualmente, diversas espécies de mosquito podem estar envolvidas na transmissão do MAYV, sobretudo os do gênero Haemagogus. Para além disso, já foram detectadas cepas em amostras de insetos dos gêneros Culex, Sabethes, Psorophora, Coquillettidia e Aedes (incluindo o aegypti, transmissor da dengue).
Basicamente, a principal diferença é o próprio vírus, uma vez que todas essas arboviroses são doenças com sintomas semelhantes.
Febre, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo e dor nas articulações são comuns nas quatro viroses. Confira o que é considerado como diferencial de cada uma delas:
Embora os sintomas sejam indicativos, ainda assim é necessário um exame laboratorial para definir com exatidão o vírus que está infectando um(a) paciente.
Os principais sintomas da febre Mayaro incluem:
Os efeitos do MAYV podem ser sentidos por três ou quatro semanas em pacientes saudáveis e imunocompetentes, não trazendo maiores riscos à saúde. Quando há complicação do quadro, no entanto, o(a) paciente pode desenvolver febre hemorrágica ou miocardite.
Se você apresenta alguns dos sintomas listados acima, busque ajuda médica quanto antes!
Assim como acontece com outras viroses, o diagnóstico é realizado com base na análise clinica dos sintomas, informação que pode ser somada a dados sobre período ou região endêmica da doença.
No entanto, quando se faz necessária a definição exata do tipo de virose, o(a) médico(a) poderá solicitar uma análise laboratorial das secreções, como o material recolhido do nariz ou da boca.
Uma das maiores preocupações com a possibilidade de uma epidemia de febre Mayaro é justamente a falta de tratamento. Atualmente, não existem vacinas, antivirais e tratamentos profiláticos contra MAYV que sejam eficientes e aprovados para uso em humanos.
O tratamento, portanto, visa controlar ou diminuir os sintomas com o uso de anti-inflamatórios, antitérmicos e analgésicos.
Ainda não foram definidos os métodos de prevenção eficazes para evitar a disseminação do MAYV. Mesmo assim, podemos prever que alguns hábitos são bastante úteis, como o uso de bons repelentes em áreas silvestres.
Ainda pouco comum entre humanos, a febre do Mayaro preocupa pesquisadores pela possibilidade de surgir uma epidemia, cenário que fica mais grave diante da ausência de vacina ou tratamento específicos.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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