A doença de Haff é um tipo rabdomiólise que afeta seres humanos, uma condição rara e pouco compreendida, mas que pode ser grave. Ela recebeu esse nome devido a um surto inicial em Haff, Suécia, no século XIX.
Teve seu início notório em 1924, quando os primeiros casos foram identificados durante um surto que afetou a região de Königsberg Haff, próxima à costa do mar Báltico, localizada na Prússia Oriental.
Neste evento, várias pessoas apresentaram sintomas de rigidez muscular súbita e urina escura, marcando o registro histórico dessa condição.
No contexto brasileiro, a condição ainda permanece desconhecida em grande parte. Entretanto, há relatos de casos que em 2008, no estado do Amazonas, ocorreu um episódio onde os pacientes relataram o consumo de peixes das espécies Pacu, Tambaqui e Pirapitinga.
Embora os mecanismos exatos que desencadeiam essa condição não sejam totalmente esclarecidos, ela está intimamente ligada à ingestão de determinados tipos de peixes e crustáceos, especialmente após seu cozimento.
A identificação precoce e a conscientização sobre os riscos associados a alimentos potencialmente contaminados são passos importantes para prevenir a disseminação dessa condição e proteger a saúde pública.
Acompanhe o artigo para saber melhor as causas, sintomas e muito mais sobre a doença de Haff!
Índice:
A doença de Haff é uma síndrome de origem desconhecida, que se manifesta como uma condição clínica desencadeadora de rabdomiólise. Esta síndrome se caracteriza pelo súbito aparecimento de rigidez e dores musculares agudas.
A rabdomiólise, por sua vez, é uma condição clínica que se caracteriza por um começo rápido e lesões do tecido muscular esquelético, resultando na liberação de substâncias musculares na corrente sanguínea.
Os estudos epidemiológicos apontam que o período de incubação da doença de Haff é de até 24 horas após o consumo de determinados tipos de peixes ou produtos do mar. Os primeiros sinais e sintomas surgem logo após a ingestão desses alimentos.
Os sintomas geralmente incluem dor muscular intensa, rigidez, fraqueza e, em alguns casos, urina preta ou de cor mais escura. Esses sinais podem surgir rapidamente e serem bastante perturbadores.
A elevação acentuada da creatina quinase (CK) no sangue é um indicativo importante da doença.
Em caso de suspeita ou manifestação dos sintomas, é importante buscar atendimento médico imediatamente para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
Evitar o consumo de alimentos suspeitos e garantir que os produtos do mar sejam de origem confiável e segura são medidas preventivas essenciais para proteger a saúde.
Não há transmissão direta da doença de Haff de um indivíduo afetado para outro, uma vez que a condição não envolve micro-organismos ou mecanismos de propagação típicos de doenças infecciosas.
Muito provavelmente, essa síndrome é, na verdade, uma reação do organismo a certas toxinas que podem estar presentes em peixes e crustáceos. Portanto, o fato de alguém ter a doença de Haff não representa um risco de contágio para outras pessoas.
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A doença de Haff continua a ser um mistério em relação à sua origem. A principal hipótese que tem sido investigada é a possível relação da síndrome de Haff com a presença de uma toxina que pode se desenvolver em determinados tipos de peixes, como tambaqui, arabaiana e badejo, ou em crustáceos, como lagosta e camarão.
Essa toxina parece estar associada ao consumo desses alimentos quando não são devidamente armazenados ou acondicionados.
Por conta dessa suspeita, levanta a importância da manipulação e conservação adequada dos produtos do mar, bem como da garantia de que sejam provenientes de fontes confiáveis e seguras.
A falta de indicadores torna a contaminação por toxinas particularmente desafiadora de ser identificada.
Para garantir a segurança alimentar, é importante procurar fontes confiáveis para comprar peixes e outros frutos do mar. Comprar em estabelecimentos que sigam boas práticas de manipulação e armazenamento, garantindo que estejam em conformidade com as normas de segurança alimentar.
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Os sintomas da doença de Haff são variados e podem abranger várias manifestações clínicas. De modo geral, as queixas mais comuns incluem
Em casos mais graves da doença de Haff, os sintomas podem se agravar significativamente. A mialgia, que já é intensa, pode tornar-se ainda mais aguda e súbita, afetando a capacidade de movimentação dos indivíduos.
Além disso, podem ocorrer manifestações como astenia (fraqueza generalizada) e parestesia (sensações anormais, como formigamento) nos membros inferiores.
Em situações extremas, esses sintomas podem evoluir para rabdomiólise, uma condição caracterizada pela quebra do tecido muscular e pela liberação de substâncias musculares na corrente sanguínea.
A rabdomiólise, por sua vez, pode levar a complicações graves, como insuficiência renal aguda, que é uma situação crítica em que os rins não conseguem funcionar adequadamente para eliminar resíduos do corpo.
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Infelizmente, a doença de Haff não possui um tratamento específico à sua causa, sendo, portanto, focado no alívio dos sintomas e no manejo das possíveis complicações decorrentes.
Por uma das complicações dessa condição ser a insuficiência renal, é necessário a monitorização da função dos rins. Além disso, é essencial se manter hidratado, o que pode ajudar a prevenir agravamentos da condição.
É importante salientar que o uso de anti-inflamatórios não hormonais está contraindicado, pois esses medicamentos podem aumentar o risco de insuficiência renal.
Assim, a opção preferencial recai sobre o uso de analgésicos, que visam o alívio da dor muscular, uma característica comum da condição.
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Por enquanto, a melhor forma de se prevenir diante da doença de Haff é ter uma procedência segura dos alimentos, a escolha de fontes confiáveis para a compra de pescados e a garantia de que os produtos do mar sejam armazenados e manipulados de acordo com normas de segurança alimentar.
Por ser uma patologia pouco explorada e compreendida, a implementação de medidas específicas de prevenção se torna desafiadora. A falta de conhecimento aprofundado sobre a doença é um dos fatores complicadores, mas não o único.
Um dos principais obstáculos na prevenção da doença de Haff está relacionado à toxina em si. Ela não possui características que a tornem facilmente detectável, como odor, sabor ou cor.
Além disso, essa toxina não desaparece durante o processo de cozimento do peixe, o que aumenta a complexidade na identificação da presença da substância. Dessa forma, a observação visual, olfativa ou gustativa não é suficiente para garantir a segurança alimentar.
Embora a doença de Haff seja desafiadora a conscientização sobre os riscos e a importância de tomar medidas cuidadosas na seleção e no manuseio de peixes e crustáceos podem contribuir significativamente para reduzir o potencial de exposição à toxina.
A colaboração entre profissionais de saúde, autoridades sanitárias e a população em geral é fundamental para enfrentar essa condição e minimizar seu impacto na saúde pública.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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