Corrimento branco na gravidez: o que causa e como prevenir?

O que é e o que causa corrimento branco?

Existem diferentes causas para o corrimento branco, que também pode ter diversas apresentações. A vagina, com toda bioquímica envolvida, produz uma muscosa que visa manter a sua lubrificação. Além disso, essas secreções têm um importante papel na higiene e imunidade do órgão.

Variáveis que envolvem produção hormonal, período do ciclo, estresse, alimentação, tabagismo, uso de medicamentos, entre outras coisas, podem alterar a natureza do corrimento vaginal. E é por isso que o corrimento é um importante indicativo da saúde do aparelho reprodutor feminino.

É muito importante que a pessoa mantenha um acompanhamento diário da aparência e do odor da secreção, para aprender a reconhecer seu cheiro natural, em contraste aos odores mais fortes ou a colorações diferentes (marrom, rosa, amarelada, incolor, esverdeada, etc.). 

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Corrimento branco na gravidez é normal?

Depende, pode ser normal e pode não ser. Como explicamos acima, existem muitos tipos de corrimentos. No caso do branco, ele também pode ter diversas manifestações de odor e consistência, que servem como indícios de condições, infecções ou alterações naturais do corpo.

Embora possa ser apenas uma alteração inofensiva, qualquer corrimento anormal deve ser investigado, principalmente na gravidez. Conhecendo o próprio corpo, a pessoa gestante poderá perceber mais facilmente as alterações do corrimento, o que deve ser relatado para o(a) ginecologista e/ou obstetra.

Durante o pré-natal ou em alguma consulta extra, informações sobre as alterações do corrimento podem ser importantes indícios para o(a) médico(a). Mas é importante ficar alerta para as rotinas da prática médica, como veremos adiante.

Quando é preciso buscar ajuda médica?

Sempre que notar alguma anormalidade. A gestação é um período delicado e pequenas alterações podem ser indícios iniciais de algo, como uma infecção, que pode piorar se não for tratado. Além disso, como o corrimento está ligado a mecanismos diversos, mudanças atípicas podem indicar que alterações importantes estão acontecendo no corpo da pessoa gestante.

Portanto, procure ter acompanhamento médico com um profissional de sua confiança, para que o diálogo possa ser aberto e acessível. Segundo manuais de rotina e prática médica, é responsabilidade do profissional de saúde investigar o material vaginal caso existam evidências de alterações. 

Na prática, infelizmente, são realizados diagnósticos sem critério médico adequado, conclusões precipitadas que podem ser interpretadas até mesmo como violência obstétrica por negligência.

É comum que ginecologistas e obstetras avaliem o corrimento vaginal levando em consideração apenas o relato acerca do sintoma, mas isso não é o suficiente. 

Embora a secreção branca possa ser um resultado natural das mudanças do organismo na gestação, também é possível que seja sintoma de um princípio de infecção, o que precisa ser investigado para evitar complicações como febre e uso de antibióticos ou antifúngicos durante a gravidez.

Leia também: Violência obstétrica: quais são os tipos? Como denunciar? 

Como prevenir?

Não tem como prevenir o corrimento branco natural ou provocado por mudanças hormonais, por exemplo. No entanto, medidas de higiene, hidratação (ingestão de líquidos) e pré-natal são medidas que ajudam a reduzir riscos de infecção e outras condições que podem causar o corrimento branco anormal durante a gravidez.

É muito importante que você converse com seu(a) médico para ter um tratamento individualizado e que leve em consideração as particularidades do seu corpo e da sua gestação. Todos os corpos são diferentes e, embora existam alguns padrões, é necessário que cada caso seja analisado como único.

O corrimento, independente da cor, é um indicador da saúde vaginal. Durante a gravidez, a pessoa poderá notar diversas alterações de cor, consistência e odor das secreções, o que pode ser entendido como anormal pela própria pessoa gestante. A conduta médica, portanto, deve ser investigativa, com o intuito de descartar possíveis doenças e complicações.

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Referências

• Rotinas em Obstetrícia (Livro, 7ª edição) — Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
• Frequência e etiologia de fluxos genitais na gravidez — Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba;
• Prevalência de microrganismos em secreção vaginal de gestantes de alto risco de uma maternidade em Caruaru, Pernambuco, Brasil — Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial