Saúde

Câncer renal: sintomas, taxa de sobrevida, tem cura?

Publicado em: 16/04/2018Última atualização: 14/12/2020
Publicado em: 16/04/2018Última atualização: 14/12/2020
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O que é câncer renal?

“Câncer” é o nome que damos a mais de 200 doenças que se caracterizam pela reprodução desordenada e agressiva de células em alguma parte do corpo. É o que chamamos de tumor maligno.

Diferente dos benignos, os cânceres possuem a capacidade de invadir outros tecidos e se espalhar para outras partes do corpo enquanto tumores benignos apenas crescem, frequentemente em ritmo parecido com o de outros tecidos. O que define a variedade do câncer é qual célula se reproduz dessa forma agressiva.

Quando encontrado em estágios iniciais o câncer costuma ter uma taxa de cura relativamente alta, porém quanto mais tarde ele é descoberto e diagnosticado, maiores as chances de metástase, que é o processo de se espalhar para outras partes do corpo.

Ao afetar o rim a doença é chamada de câncer renal, responsável por em torno de 2 a 3% dos casos de câncer em adultos no Brasil. Aproximadamente 30% dos pacientes só são diagnosticados após a metástase.

A maioria dos pacientes não apresenta sintomas ao serem diagnosticados e o câncer só é encontrado enquanto se faz exame em busca de outras coisas. Apenas 5% dos pacientes apresenta os principais sintomas da doença.

Por ser uma doença discreta, a taxa de mortalidade dos pacientes diagnosticados com câncer de rim é alta, alcançando 50%.

Índice – neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é câncer renal?
  2. Tipos
  3. Estágios
  4. Causas
  5. Fatores de risco
  6. Sintomas
  7. Como é feito o diagnóstico?
  8. Tem cura?
  9. Qual o tratamento?
  10. Medicamentos
  11. Convivendo
  12. Prognóstico
  13. Complicações
  14. Como prevenir
  15. Perguntas frequentes
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Tipos

O câncer renal se divide em diversos tipos diferenciados com base na célula que se multiplica de maneira cancerosa. São eles:

Carcinoma renal de células claras

A grande maioria dos casos de câncer renal é deste tipo. Cerca de 70% a 90% dos casos são carcinoma renal de células claras. As células afetadas por esta doença são originadas no tubo que realiza a filtragem do sangue dentro do rim. Raramente a doença afeta ambos os rins ao mesmo tempo.

Carcinoma papilar

O carcinoma papilar é responsável por até 15% dos cânceres renais. Ele frequentemente bloqueia o canal por onde passa a urina e causa dor. Também é uma versão extremamente agressiva da doença e se espalha rapidamente pelo corpo.

Carcinoma renal cromófobo

Diferente da versão anterior, o carcinoma renal cromófobo é um dos menos agressivos. Ele leva este nome pois não aparece em cor alguma nos exames de imagem e seu diagnóstico exige o uso de um corante azul escuro ou roxo, já que ele não reage com outras cores. É responsável por 5% dos casos da doença.

Ductos coletores

Um tipo raro de câncer renal, o câncer dos ductos coletores surge no chamado Tubo de Bellini. Esta estrutura é a porção final dos ductos coletores, que após recolher as impurezas do sangue, se fundem em um tubo que as envia para a bexiga com água, formando a urina. Apenas 1% dos casos são representados por este tipo do câncer.

Sarcomatóides

Também raro, os sarcomatóides são agressivos e possuem características parecidas com o carcinoma de células claras. Compõe 1% dos casos de câncer renal.

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Estágios

Os cânceres são divididos em estágios que variam do 0 ao IV. Cada um deles indica um ponto do desenvolvimento da doença. No estágio 0 o câncer ainda está pequeno e bem localizado enquanto na maioria dos casos um câncer de estágio IV já está espalhado pelo corpo todo e o paciente não tem muito tempo de vida.

Estágio 0

Em um câncer de estágio 0 algumas células se multiplicam de maneira desordenada, criando um pequeno tumor limitado a sua área inicial, ainda não tendo se infiltrado em tecido algum.

Ou seja, o câncer não saiu de onde nasceu e neste estágio a cura costuma ser completa e simples, sendo normalmente feita através da remoção cirúrgica do tumor.

Estágio I

No estágio I o câncer está isolado, limitado a uma parte do corpo, mas já possui alguma infiltração no tecido inicial. Para ser considerado estágio I ele não pode ter comprometido o sistema linfático.

Estágio II

O tumor é designado estágio II quando compromete o sistema linfático ou alcança outro tecido. Por exemplo, no caso dos rins, se ele está infiltrado em mais de uma parte do órgão. Neste estágio o tumor ainda está bem localizado, mas está avançando.

Estágio III

No estágio III o tumor já é considerado avançado em sua localização. Para ser classificado neste estágio é necessário que haja comprometimento do sistema linfático e de mais de um tecido.

Estágio IV

O estágio IV é o último estágio do câncer. Ele é definido por metástases. Quando células do tumor conseguem entrar na corrente sanguínea e se infiltrar em outras partes do corpo diz-se que o câncer entrou em metástase e está espalhado pelo corpo.

Neste estágio a cura é muito difícil e o tratamento costuma ser paliativo, buscando garantir qualidade de vida para a pessoa.

Importante!

É importante notar que o estágio II e III podem se confundir se esta classificação for aplicada para todo tipo de câncer. Cada tipo de câncer é diferente e os critérios para a diferenciação dos estágios II e III podem ser variáveis.

Causas

As causas de todo câncer são mutações genéticas na célula cancerígena, que se diferencia das outras células do corpo e começa a se reproduzir de maneira desorganizada e errada.

A alteração pode acontecer nos genes que coordenam a reprodução da célula ou nos que levam a célula à morte. O defeito genético pode fazer com que a reprodução celular seja incorreta, assim como a morte celular. O resultado disso é o tumor.

O motivo das mutações nem sempre podem ser descobertos, entretanto elas podem ser herdadas ou adquiridas.

Mutação genética herdada

A mutação genética herdada acontece quando a alteração do DNA foi herdada geneticamente dos pais.

Mutações comuns que podem levar ao câncer renal são a mutação do gene VHL, que causa a doença genética de von Hippel-Lindau, e o gene FLCN, causador da síndrome de Birt-Hogg-Dube.

Essas alterações são hereditárias e aumentam as chances do câncer de rim.

Mutação genética adquirida

A maioria dos cânceres são causados por alterações que genéticas adquiridas. Isso quer dizer que elas acontecem durante a vida do paciente. Diversos fatores podem ocasionar estas alterações.

Por exemplo, no câncer de pele, a exposição aos raios UV altera o DNA das células da epiderme. No câncer de pulmão o alcatrão fumado altera o DNA das células do pulmão.

Químicos cancerígenos aumentam as chances de mutação celular em qualquer parte do corpo. O cigarro, por exemplo, não afeta apenas o pulmão. Ele causa efeitos em todo o corpo e é um fator que pode levar a câncer em qualquer parte dele.

Entretanto grande parte das mutações são aleatórias e não necessariamente resultado de uma influência externa. Por isso a taxa de câncer em idosos é maior. Eles viveram mais tempo, o que, além de aumentar a influência do exterior, eleva as chances de mutações aleatórias acontecerem nas células.

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Fatores de risco

Cânceres podem afetar qualquer um a qualquer momento. Entretanto, alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver um câncer renal. São eles:

Idade

Idade avançada aumenta as chances de desenvolvimento de qualquer tipo de câncer, o que inclui o renal.

Homens

Especialmente depois dos 50 anos, homens estão mais propensos do que mulheres a desenvolver o câncer renal. Acredita-se que a produção natural de estrógeno, hormônio feminino, proteja mulheres deste tipo específico de tumor.

Tabagismo

O tabaco e suas substâncias cancerígenas não afetam apenas os lugares que a fumaça toca. Os cânceres de pulmão, boca e garganta são os mais associado ao fumo, mas todo o corpo é afetado de maneira negativa pela substância e qualquer célula pode sofrer mutações devido ao tabaco.

Obesidade e hipertensão

Obesidade e hipertensão elevam as chances de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo o de rim. Os médicos não sabem ao certo o motivo, mas acredita-se que a obesidade causa alterações hormonais.

No caso caso da hipertensão, existe a dúvida se a causa de cânceres relacionados a ela é a própria doença ou os medicamentos para ela.

Insuficiência renal

A insuficiência renal pode causar mutações no rim do paciente, assim como os tratamentos.

Histórico familiar

Pessoas que têm familiares que tiveram câncer renal têm maiores chances de desenvolver a doença caso a mutação seja geneticamente herdada.

Doença de von Hippel-Lindau

Esta é uma doença genética rara que aumenta as chances de desenvolvimento de tumores malignos e benignos, entre eles o câncer renal.

Negros

Não se sabe o motivo, mas pessoas negras possuem uma chance um pouco maior de desenvolver câncer renal.

Linfoma

O câncer do sistema linfático aumenta a chance de outros cânceres, incluindo o renal, pois este sistema passa por todo o corpo.

Sintomas

O câncer renal é uma doença frequentemente silenciosa. Os três principais sintomas da doença raramente aparecem juntos, o que dificulta a suspeita. A tríade dos sintomas de câncer renal é composta por:

  • Sangue na urina;
  • Dor abdominal;
  • Dor lombar.

Menos de 10% dos pacientes apresentam os três sintomas ao mesmo tempo.

Entretanto existem outros sinais além destes três. São eles:

Anemia

O câncer renal pode levar a pessoa a anemia, já que alguns tipos dele estão ligados ao consumo de ferro. O paciente sente cansaço e fraqueza.

Febre sem motivo aparente

A febre é o resultado de seu sistema imunológico lutando e ele tenta vencer o câncer. A febre surge sem parecer ter um motivo.

Perda de peso

Câncer causa falta de apetite e perda de peso. Diversos tipos de câncer reduzem o apetite, assim como dificultam a capacidade de comer, dependendo de seu estágio. Alguns também são capazes de absorver nutrientes.

Volume no abdômen

Quando o tumor cresce, pode ser possível sentí-lo na barriga através de pressão.

Hipercalcemia

Elevação no nível de cálcio no sangue pode ser um sinal de câncer renal. Isso acontece porque os rins têm sua capacidade de filtrar o cálcio reduzida caso estejam sendo afetados por câncer.

Como é feito o diagnóstico?

O câncer renal é uma doença silenciosa e é frequente que seja diagnosticada enquanto se faz exames para encontrar outras coisas. Frequentemente aparece em exames de imagem, que podem ser refeitos para investigar:

Exames de imagem

Tomografia computadorizada, raio-X e ultrassom são exames de imagem que podem encontrar um tumor ou câncer de rim. Nem sempre, entretanto, eles são o bastante para identificar com precisão com o quê se está lidando. Pode ser um tumor benigno ou um câncer agressivo e em crescimento. Por isso, mais exames podem ser necessários.

Biópsia

A biópsia nem sempre é utilizada, mas é um método efetivo e preciso para o diagnóstico de câncer renal. Para a realização deste exame é feita a retirada de um pedaço do tumor que então é examinado em laboratório, no microscópio. Suas células são identificadas e ele pode ser classificado.

Tem cura?

Sim, o câncer renal tem cura. Mas espere um pouco! Não é tão simples assim. Vamos falar um pouco sobre essa cura. Isso se aplica a qualquer tipo de câncer.

Remissão

Os tratamentos para o câncer são variados e quando concluídos, busca-se sinais da doença. Quando nenhum sinal de células cancerígenas é encontrado, diz-se que o câncer está em remissão.

Em teoria ele está curado, mas é preciso tomar cuidado. O câncer começa como uma única célula alterada que se multiplica até que haja um tumor. Isso quer dizer que se uma única célula do câncer escapar, existe o risco de ela voltar a se multiplicar.

Os exames que podemos fazer conseguem encontrar muita coisa, mas existem em torno de 10 trilhões de células no corpo humano. 10 000 000 000 000. São 13 zeros. Para se ter uma ideia de quão grande é esse número, 10 trilhões de segundos são 316 880 anos.

Na prática, isso quer dizer que é impossível verificar cada célula para encontrar resquícios do câncer que possam ter escapado pela corrente sanguínea ou entrado em algum recanto escondido no órgão que ele afeta. Remissão quer dizer que não há mais evidências da doença.

Recidiva

Se alguém já teve câncer, as chances de ele voltar são mais altas e ele pode fazer isso a qualquer momento. Uma única célula que tenha escapado pode se enraizar em outra parte do corpo e começar a se multiplicar, criando outro tumor. Também é possível que a mesma causa do primeiro câncer leve a um segundo pouco tempo depois.

Por isso é importante que, depois de concluído o tratamento, exames de rotina sejam feitos para encontrar possíveis recidivas, o retorno de cânceres. Frequentemente isso acontece no mesmo lugar onde ele estava anteriormente, mas isso está longe de ser uma regra e um câncer novo pode aparecer em qualquer lugar.

Cura

O câncer é considerado curado quando fica em remissão por cinco anos, sem se desenvolver novamente. Se isso acontece, suas chances de desenvolver outro câncer são basicamente as mesmas de antes de você ter o primeiro tumor. Só aí o paciente é considerado completamente curado.

Mas pra chegar lá não é fácil. É preciso passar pelo tratamento primeiro.

Qual o tratamento?

Existem diversos jeitos de se tratar câncer renal. Frequentemente é necessário que haja vários tratamentos em conjunto para que se tenha certeza - ou quase - de que todas as células cancerígenas foram eliminadas.

Dependendo do estágio do tumor, o tratamento pode variar ou novos métodos podem ser adicionados. Apenas o médico pode indicar cada tipo de tratamento para o caso particular do paciente.

Nefrectomia

A cirurgia é um dos principais meios de tratamento do câncer renal. A nefrectomia remove um pedaço do rim ou o órgão inteiro. Existem dois tipos:

Nefrectomia parcial

Neste caso, a cirurgia remove apenas um pedaço do rim, buscando remover o tumor por inteiro, preservando a maior parte possível do órgão.

Costuma ser usado para tumores menores do que 4 cm, apesar de ser possível aplicar esta cirurgia em cânceres maiores quando seu formato permite.

Nefrectomia simples

Esta cirurgia remove o rim por inteiro, porém não remove as glândulas adrenais. Existem médicos que defendem que a nefrectomia simples é mais arriscada do que a radical, mas não existem evidências de que a radical seja realmente mais eficiente. A princípio, ela representa uma margem de segurança maior.

Nefrectomia radical

Na nefrectomia radical, o rim afetado é removido por inteiro, junto da glândula adrenal e os linfonodos próximos. Esta cirurgia é usada quando o tumor é grande e o corte busca remover uma área de segurança, tentando garantir que nenhuma célula do câncer fique no corpo do paciente. As glândulas adrenais nem sempre precisam ser removidas, mas o são quando o tumor está grande ou no pólo superior do órgão, o que facilita o contato do câncer com elas.

É possível que um transplante de rim seja necessário após uma cirurgia deste tipo. Ainda assim é  possível viver sem um rim. Porém, ele é um órgão necessário e se a função do rim que sobra estiver comprometida de alguma forma, pode haver um caso de insuficiência renal.

Crioterapia e radiofrequência

Estes dois tipos de tratamentos são parecidos, apesar de, de certa forma, opostos. A crioterapia envolve o uso de congelamento do tumor para sua destruição enquanto a radiofrequência usa ondas de calor para eliminá-lo.

Ambos os métodos envolvem a inserção de uma agulha que realiza o processo no tumor. São usados apenas em algumas situações especiais. A vantagem destes métodos é que são pouquíssimo invasivos, diferente da nefrectomia.

Radioterapia e quimioterapia

Diferente da maioria dos cânceres, o renal não responde bem à radioterapia e à quimioterapia. Estes tratamentos ainda podem ser usados, especialmente em cânceres de estágio IV, buscando redução dos sintomas de maneira paliativa e quando o estado do paciente permite. Contudo, é comum que estes dois tratamentos, no caso do câncer renal, sejam substituídos por imunoterapia.

Imunoterapia

A imunoterapia consiste no estímulo do sistema imunológico, que ajuda a atacar e destruir o tumor. Imunoterapia com citocinas, um tipo de molécula que está envolvido no desencadeamento de respostas imunológicas, possuem respostas positivas no tratamento do câncer renal. Entretanto é comum que haja efeitos colaterais severos, entre eles:

  • Fadiga extrema;
  • Diminuição da pressão arterial;
  • Acúmulo de líquido nos pulmões;
  • Dificuldade respiratória;
  • Danos nos rins;
  • Infarto;
  • Sangramento intestinal;
  • Diarreia ou dor abdominal;
  • Febre alta e calafrios;
  • Taquicardia;
  • Alterações mentais.

Medicamentos

Outros medicamentos podem ser utilizados para o tratamento do câncer renal. Por exemplo, drogas inibidoras da Angiogênese são usadas para o tratamento de câncer renal com metástase em outros órgãos distantes. Estas drogas impedem a criação de novos vasos sanguíneos, impedindo a irrigação de tumores novos.

Testes

Como o câncer renal tem uma taxa de cura baixa, testes de novas drogas ou tratamentos podem ser considerados.

Medicamentos

Os medicamentos para câncer renal são vários, com diversas funções diferentes que buscam a cura do tumor. Listamos aqui alguns dos princípios ativos destes medicamentos:

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Convivendo

Conviver com câncer é um desafio. Receber o diagnóstico já é difícil. A doença é ligada com a morte e especialmente considerando-se as taxas de sobrevivência do câncer de rim, ela assusta muito e pode deixar um paciente sem chão.

Além disso, os tratamentos são caros e difíceis. O paciente pode precisar de muito apoio para passar por tudo isso.

Apoio psicológico

Não importando a gravidade do câncer, as pessoas com este diagnóstico sempre se enxergam de frente para a morte, frequentemente pela primeira vez.

Por isso, o apoio psicológico é fundamental para esse paciente, ajudando-o a aceitar o diagnóstico e ajudando com o tratamento. Dependendo do caso, a família do paciente também pode precisar deste tipo de apoio.

Atenção às instruções médicas

Durante o tratamento de câncer, seguir as instruções do médico é essencial para aumentar as chances de cura. Evitar comportamentos que dificultam o tratamento ou alimentam o tumor pode deixar tudo melhor.

Álcool, cigarro, alimentação desequilibrada, tudo isso deve ser revisto e eliminado da vida da pessoa.

Cuidados paliativos

Às vezes não há o que fazer. O câncer pode não responder ao tratamento ou voltar e tomar o corpo e, infelizmente, a medicina não pode fazer mais nada para salvar uma vida. É algo terrível, mas uma realidade.

Para esses casos existem os cuidados paliativos. Eles visam fazer com que o fim da vida do paciente seja o mais humano possível, com qualidade de vida e com o mínimo possível de dor.

Eles podem envolver medicamentos para a dor e tratamento psicológico.

Prognóstico

Receber a notícia de que se tem câncer não é fácil. Saber que o câncer renal possui taxas de cura baixas deixa tudo pior. Mas é possível olhar com otimismo para o futuro e o tratamento pode salvar vidas.

O prognóstico de câncer costuma ser dado em com base na taxa de sobrevida. Esta é uma estimativa das chances que o paciente possui de viver pelo menos cinco anos depois do diagnóstico do câncer.

Este número é usado, pois não é possível prever com precisão a sobrevida de alguém depois desse tempo. Mesmo em menos de cinco anos as previsões são imprecisas.

É o mesmo número de anos usado para definir a cura do câncer após a entrada em remissão.

Importante notar que as taxas de sobrevida costumam ser baseadas em pacientes que tiveram aquela mesma condição nos anos anteriores. Por isso, é possível que melhorias recentes nas tecnologias e técnicas de tratamento possam melhorar o prognóstico, tornando-o mais favorável.

A taxa de sobrevida é calculada com base no estágio do câncer no momento do diagnóstico, mas não é apenas isso que define o número. Idade, estado de saúde geral e como a doença responde ao tratamento influenciam o prognóstico e cada caso é um caso.

Taxa de sobrevida

Saber o estágio do câncer é muito importante para o prognóstico. As chances de sobrevida são diferentes para cada estágio. Esta tabela mostra a taxa de sobrevivência de cada estágio nos cinco anos seguintes ao diagnóstico.

Estágio% de sobrevida
I 81%
II 74%
III 53%
IV 8%

É possível ver que apenas 8% diagnosticados no estágio IV sobrevivem cinco anos ou mais. O estágio IV de qualquer câncer é bastante perigoso, já que significa que houve metástase e a doença está espalhada pelo corpo.

No caso do câncer renal, em especial, é extremamente difícil lidar com as metástases (que podem estar em qualquer parte do corpo como cérebro, pulmões e ossos) já que este tipo de tumor não responde bem aos tratamentos mais generalizados como a quimioterapia.

Complicações

Um tumor no rim raramente é encontrado em estágios iniciais e seus sintomas costumam aparecer apenas nos mais avançados. Por isso, é comum que ele fique grande e cause diversas complicações. Além disso, a falta de tratamento também pode trazer diversas dificuldades.

Metástase

O maior problema relacionado a qualquer tipo de câncer é a metástase. É o que diferencia o estágio III do IV. Quando ocorre a metástase, o tumor se espalha pelo resto do corpo. Células tumorais viajam pelo sistema linfático e corrente sanguínea, depositando-se em outros tecidos do corpo. Pode ser qualquer um: cérebro, pulmões, até nos ossos.

Um câncer em metástase é extremamente perigoso pois vários tumores começam a aparecer, levando a pessoa, aos poucos, à morte.

Ele mata ao causar sangramentos, caquexia (perda severa de peso devido a doenças), ao impedir que nutrientes cheguem a células saudáveis ou até por tomar partes grandes demais dos órgãos, tornando-os insuficientes e impedindo que exerçam sua função.

Lesão renal

Um tumor no rim pode causar severas lesões no órgão, assim como qualquer câncer. Essas lesões podem levar a sérios sangramentos.

Dor

Câncer causa dor na região que ele afeta. No caso do câncer renal, um tumor grande pode causar pressão no abdômen, machucando e danificando a região. Quando há metástase, as regiões afetadas por elas podem ficar doloridas também quando o tumor cresce.

Insuficiência renal

Um tumor no rim pode consumir grande parte do órgão, levando a insuficiência renal. Isso faz com que a função de filtração do rim seja diminuída ou completamente parada. Da mesma forma, metástases podem causar insuficiência de outros órgãos como pulmões, fígado ou qualquer outro órgão afetado.

Como prevenir

Um dado curioso e contra-intuitivo: nas últimas décadas, o número de casos de câncer aumentou e isso é um bom sinal. Sabe por quê? Porque isso quer dizer que a expectativa de vida está aumentando.

Quer dizer que as pessoas estão deixando de morrer por conta de outras doenças. Tuberculose, gripes, infecções, diversas outras doenças podem ser curadas e agora mais pessoas vivem tempo o bastante para desenvolver câncer.

Quanto mais tempo se vive, maiores as chances de uma célula sofrer mutação quando se reproduzir, maiores as chances de um câncer. Prevenir definitivamente o câncer não é exatamente possível, mas é possível atrasá-lo o máximo possível.

A maioria dos cânceres é causado por influências ambientais. A genética é responsável por entre 10% e 20% dos casos. O resto é o ambiente. Alguns comportamentos podem ser modificados na vida das pessoas para reduzir a chance do desenvolvimento cancerígeno.

O que evitar?

Tabagismo

Fumar causa em torno de 90% dos casos de câncer de pulmão. Suas principais vítimas são as vias aéreas, mas isso não quer dizer que ele não possua outras vítimas. O tabagismo afeta de maneira negativa o corpo todo e pode causar cânceres em outros órgãos, como nos rins. Evitá-lo diminui muito as chances de câncer.

Obesidade

A obesidade é um dos principais fatores de risco para o câncer de renal. Ter uma alimentação saudável e equilibrada pode evitar a obesidade e reduzir os riscos desta doença. Comer frutas e vegetais, assim como controlar a hipertensão, também pode reduzir as chances de câncer renal.

Solventes

O contato com em grandes quantidades com solventes como cádmio e solventes orgânicos, como as cetonas, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de rim e evitá-los pode reduzir as chances da doença aparecer.

Perguntas frequentes

Posso viver com apenas um rim?

Sim, é possível viver com apenas um rim. O segundo rim passa a assumir o papel dos dois. Apesar de possível, raramente o câncer renal afeta ambos os rins ao mesmo tempo. Entretanto, nesses casos, um transplante pode ser necessário. O mesmo se aplica caso o estado de saúde do outro rim esteja debilitado por qualquer outra condição.

Vou ter que fazer exames pra sempre?

Os exames para verificação de recidivas são recomendados por cinco anos depois da remissão. Outros exames depois desse prazo podem ser feitos por garantia, já que ter câncer uma vez quer dizer que, de alguma maneira, você possui essa predisposição, seja genética ou ambiental.

Eu vou morrer?

Essa pergunta não é tão simples assim e o prognóstico do câncer varia de caso para caso. Fale com seu médico e pergunte sobre as particularidades de seu caso. Só ele vai saber responder a essas dúvidas.


O câncer renal é silencioso e pode demorar para ser diagnosticado. Compartilhe este texto com seus amigos para que eles conheçam um pouco mais sobre essa doença perigosa!

Fonte consultada

Dowd, A., Ibrahim, F., & Mohammed, M. (2014). Renal cell carcinoma as a cause of iron deficiency anemia. African Journal Of Urology, 20(1), 25-27. http://dx.doi.org/10.1016/j.afju.2013.11.001

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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