A psoríase é uma doença de pele, não transmissível, que não tem cura. Porém, a condição conta com tratamento e, para quem recebe o diagnóstico, ter o acompanhamento correto é determinante para levar uma vida saudável e com os sintomas controlados.
Pensando nisso, o mês de outubro é dedicado à conscientização sobre a doença. Buscando levar mais informações sobre os sintomas, diagnóstico, tratamentos e convivência com a psoríase, o dia 29 de outubro foi definido como o Dia Mundial de Conscientização da Psoríase.
Por isso, nesse mês, uma série de informações circulam. Conheça mais sobre a campanha e tratamentos da doença:
Índice — neste artigo você vai encontrar:
A campanha Nacional de Conscientização da Psoríase é promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Ela ocorre no mês de outubro, que também conta com o Dia Mundial de Conscientização da Psoríase (29 de outubro).
O objetivo da campanha é levar mais informações sobre a doença, de modo que o preconceito e o desconhecimento não afetem pacientes e familiares.
Apesar de não ser uma condição transmissível, ainda é comum haver muito preconceito com quem tem a psoríase, de modo que, além de lidar com os sintomas, pacientes precisam enfrentar a desinformação da sociedade sobre ela.
O quadro afeta cerca de 1,3% da população brasileira, o que equivale a aproximadamente 2 milhões de pessoas, de acordo com o médico Ricardo Romiti, coordenador da Campanha Nacional de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Destaca-se, então, a importância de buscar atendimento médico assim que houver qualquer alteração de pele, pois as lesões da psoríase podem, muitas vezes, ser confundidas com alergias e até micoses, o que leva a um tratamento incorreto e ineficaz.
Por isso, o mês de outubro é marcado por orientações em relação aos sintomas e tipos da doença, diagnóstico, tratamento e cuidados em geral com a pele.
Em 2020, o dia 29 de outubro será marcado por uma live da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) feita do Cristo Redentor. Junto às informações e esclarecimentos sobre a doença, haverá imagens das lesões de pele projetadas no monumento, visando a aumentar a conscientização sobre a doença.
O diagnóstico das lesões de psoríase é feito com base na análise clínica, mas, em alguns casos, também pode ser necessária a realização de uma biópsia da pele para confirmar o diagnóstico da psoríase e afastar a possibilidade de outras doenças.
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase, do Ministério da Saúde, aponta que o diagnóstico diferencial deve ser realizado com as seguintes condições: “eczemas, micoses, lúpus cutâneo, líquen plano, micose fungoide, parapsoríase em placas, pitiríase rubra pilar, pitiríase rósea, doença de Bowen e sífilis secundária”.
Ou seja, como as lesões podem ser confundidas com outras condições dermatológicas, os exames podem ajudar a fechar um diagnóstico preciso.
Além disso, há tipos diferentes de psoríase — o que pode impactar a escolha do tratamento. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, são eles:
O coordenador da Campanha Nacional de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Ricardo Romiti, aponta que os casos mais comuns são os de psoríase em placas ou vulgar, compreendendo cerca de 90% dos diagnósticos.
Esse tipo ocorre sobretudo no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e dorso, mas pode afetar qualquer outra região.
Tipicamente, o quadro "se manifesta através de lesões avermelhadas e elevadas cobertas por escamas esbranquiçadas que se desprendem com facilidade da pele se espalhando pelo vestuário, roupa de cama e objetos de contato diário como pentes de cabelo e escovas. Coceira e dor associada a rachaduras na pele são os principais sintomas", de acordo com o especialista.
Não se sabe ao certo qual a causa da psoríase, mas a doença inflamatória tem relação com fatores genéticos e imunológicos. Para o diagnóstico, o especialista Ricardo Romiti aponta que ele é essencialmente feito por meio da análise clínica — ou seja, a avaliação médica é indispensável.
Apesar de não ter cura, a psoríase tem tratamento, de forma que pacientes podem manter a qualidade de vida e o bem-estar de modo bastante satisfatório. Para isso, é indispensável que o diagnóstico seja feito e haja o acompanhamento dermatológico constante.
Não há um único meio de tratar a condição, pois ele depende da extensão e gravidade do quadro — o que só pode ser determinado por uma avaliação dermatológica. E, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase, do Ministério da Saúde, “o objetivo do tratamento é obtenção de períodos prolongados de remissão da doença”.
O especialista Ricardo Romiti aponta que “a escolha das medicações, feita por dermatologistas, pode ir desde tratamentos tópicos, com pomadas e cremes de efeito anti-inflamatório, até terapias sistêmicas com medicamentos orais, fototerapia e os mais novos medicamentos injetáveis (imunobiológicos ou biológicos)”.
Entenda um pouco sobre as opções:
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a maioria dos quadros de psoríase são leves, de forma que o tratamento consiste em uso de medicamentos tópicos, que são os cremes e shampoos específicos.
O tratamento tópico é aquele aplicado diretamente sobre as lesões de pele, sendo indicado para todos os quadros da doença. Em geral, quadros leves respondem bem a essa opção, mas ela também pode ser combinada à terapia sistêmica.
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase indica que, entre as opções, podem ser usados medicamentos ceratolíticos, emolientes, corticoides tópicos e inibidores da calcineurina.
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase aponta que o uso da fototerapia é, em geral, indicado para pacientes que apresentam lesões de grande extensão que não toleram tratamento tópico.
Mas também pode ser uma opção para lesões que, apesar de pequenas, são capazes de ter grande impacto na qualidade de vida, como aquelas que ocorrem nos pés ou mãos.
Além disso, o tratamento é indicado como primeira linha para a psoríase moderada a grave.
Nos casos moderados e graves de psoríase, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase indica os esquemas terapêuticos com fototerapia e medicamentos sistêmicos (ou seja, que são usados de forma oral).
Os medicamentos orais de primeira linha apresentados no documento são o metotrexato (MTX), acitretina e ciclosporina.
Casos mais graves que não respondem às terapias tradicionais sistêmicas e fototerapia, ou quando pacientes têm alguma restrição a elas, podem ser indicados aos medicamentos biológicos. Eles constituem tratamentos altamente específicos, havendo opções disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os medicamentos biológicos indicados pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase são adalimumabe, etanercepte, ustequinumabe e secuquinumabe.
Não, mas para quem já sofre com a doença, o fator emocional pode agravar o quadro, como indica o especialista Ricardo Romiti.
Vale destacar, então, que as campanhas de conscientização são necessárias não somente para quem tem a doença, mas também para toda a sociedade, de forma que o preconceito e a desinformação não continuem afetando o bem-estar de pacientes.
Isso porque, muitas vezes, as lesões estão em locais visíveis do corpo, fazendo com que pacientes sofram preconceitos e descriminação. Isso tende a afetar a autoestima e bem-estar, podendo agravar ainda mais a manifestação das lesões, formando o ciclo vicioso.
O mês de outubro é marcado pela campanha Nacional de Conscientização da Psoríase e também pelo Dia Mundial de Conscientização da Psoríase.
Com mais informações e esclarecimentos em relação à doença, o objetivo é que o diagnóstico seja cada vez mais assertivo, pacientes tenham mais qualidade de vida e tenham acesso aos tratamentos adequados.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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