A demência é uma condição que atinge geralmente pessoas com idade mais avançada e que consiste em uma disfunção mental progressiva. O termo “demência” pode possuir uma conotação pejorativa, e por isso, o distúrbio também é chamado de transtorno neurocognitivo maior.
Essa condição abrange diversas doenças, sendo o Alzheimer uma delas. Ele se dá por conta de uma degradação do cérebro que ocorre aos poucos e evolui até que as funções estejam comprometidas a ponto do paciente perder a consciência e a capacidade de cuidar das suas necessidades mais básicas.
A síndrome do pôr do sol, também chamada de síndrome crepuscular, faz parte dos efeitos causados por esse tipo de doença degenerativa. Ela pode ser explicada como sendo um conjunto de manifestações que ocorrem no horário próximo ao entardecer.
Nesse artigo, você entenderá mais sobre essa síndrome, como ela se manifesta e qual é a sua relação com os distúrbios citados.
Índice
Essa síndrome é um distúrbio de caráter neurocomportamental que se dá em pessoas com algum tipo de demência. Ela recebe esse nome porque sua manifestação ocorre no período do entardecer.
Geralmente ela se apresenta por meio de agitação e confusão mental, o que pode gerar bastante estresse para quem acompanha a pessoa portadora da doença.
Sua causa ainda não foi totalmente compreendida pela medicina, mas sabe-se que há uma relação com o ciclo circadiano. Ele é o que comumente chamamos de relógio biológico, que é definido pelo conjunto de variações das atividades físicas e mentais em um período de 24 horas, que se repetem diariamente.
É por meio desse ciclo que o organismo entende os períodos do dia e da noite, e faz as regulações necessárias para possibilitar as atividades básicas do corpo. E é nesse processo que as alterações neurológicas e comportamentais acontecem em pessoas que sofrem com a síndrome do pôr do sol.
Uma das suposições que explicam esse fato é a de que as alterações cerebrais que ocorrem em consequência da demência afetam o ciclo circadiano e causam uma desordem mental, aumentada nesse período específico do dia, ao fim da tarde e durante a noite.
Os sintomas dessa síndrome podem ser inúmeros. Nela, podem ocorrer manifestações específicas, que não costumam surgir em outros momentos do dia. Os sinais que já estão presentes normalmente podem se intensificar.
Alguns dos sintomas que caracterizam essa condição são:
Estes e outros sintomas podem durar um período curto de tempo, apenas no anoitecer, ou se manter por horas ao longo da noite.
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É estimado que a síndrome do pôr do sol atinja até 85% dos pacientes diagnosticados com algum tipo de demência, especialmente o Alzheimer.
Esse transtorno neurocognitivo afeta diretamente o cérebro, causando a morte de células e tecidos e provocando uma degradação progressiva do quadro. A confusão mental é um dos primeiros e principais sintomas da demência.
Acredita-se que em determinado estágio da doença, a degradação cerebral alcance também a região responsável pelo ciclo circadiano, que é o relógio biológico do organismo, possibilitando a manifestação de sintomas intensificados no final do dia.
Embora a síndrome do pôr do sol seja uma condição associada a doenças que não possuem cura e que geralmente são irreversíveis, algumas medidas podem ser tomadas pelos cuidadores para tentar evitar a manifestação dos sintomas. Entre elas, podemos citar:
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A síndrome do pôr do sol não pode ser curada, porém, as medidas preventivas citadas anteriormente podem ser uma forma de amenizar esses sintomas.
Além disso, a equipe médica que acompanha o caso pode indicar o uso de alguns medicamentos que aliviam as manifestações, como os com ação relaxante. Porém, eles devem ser usados com cautela, visto que podem causar efeitos colaterais.
O acompanhamento médico é fundamental para pessoas diagnosticadas com Alzheimer e outros tipos de demência, não apenas para avaliar a evolução da condição, mas para que seja indicado o melhor tratamento diante dos sintomas.
A síndrome do pôr do sol é um distúrbio complexo e delicado, que precisa de uma análise particular para cada caso. O convívio com a demência pode ser muito difícil, tanto por parte da pessoa acometida pela condição, quanto pelos cuidadores e familiares.
Cabe à equipe médica orientar quanto a melhor forma de lidar com cada paciente para buscar promover uma melhor qualidade de vida a todos os envolvidos.
Rafaela Sarturi Sitiniki
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