A Síndrome de Kleine-Levin (CID G47.8), ou Síndrome da Bela Adormecida, é uma condição neuropsiquiátrica rara caracterizada por episódios de hipersonia (sonolência excessiva ou sono), hiperssexualidade (sexualidade excessiva), hiperfagia (ingestão de grandes quantidades de comida) e distúrbios psiquiátricos.
Os episódios da síndrome podem acometer pacientes de 4 a 82 anos de idade, mas é mais comum em adolescentes do gênero masculino, registrando de 1 a 2 casos por 1.000.000.
A duração dos episódios é de até 3 semanas e há evidências de que 43% dos casos iniciaram após infecções de vias aéreas superiores ou gripes.
Para saber mais sobre a Síndrome de Kleine-Levin, suas causas e sintomas, continue acompanhando o artigo!
Índice - nesse artigo, você encontrará:
As causas da Síndrome de Kleine-Levin (SKL) são desconhecidas. Os estudos realizados até o momento ajudaram a entender um pouco mais sobre a síndrome, mas não foram suficientes para definir suas causas.
Contudo, algumas pesquisas indicaram que alguns (as) pacientes apresentam anormalidades nos neurotransmissores, e, consequentemente, desequilíbrio na via dopaminérgica (responsável pelas emoções) e serotoninérgica (regula o humor e o sono).
Os estudos de imagem realizados também indicaram disfunções hipotalâmicas, demonstrando diferenças na região do tálamo (responsável por retransmitir as informações no cérebro), hipotálamo (controla o sistema das glândulas produção de hormônios), no lobo frontal (parte da frente do cérebro) e temporal (localizado nas "têmporas"). Portanto, esses achados explicam sintomas como a alteração na cognição, desrealização, apatia, desinibição e a hipersonia.
Considerando que alguns casos iniciaram por condições infecciosas, traumatismo craniano e ingestão de álcool, há também a hipóteses da reação auto-imune e inflamatória do organismo, o que apontava que os (as) pacientes teriam uma resposta imunológica anormal.
Por outro lado, houveram evidências de predisposição genética em parentes de 1° grau dos (as) pacientes afetados (as), o que aumentou o risco de desenvolvimento da doença de 800 a 4.000 vezes.
Um dado importante que torna a origem genética sólida é que, ao estudar os genes do (as) pacientes, haviam características genéticas vistas no transtorno bipolar, da esquizofrenia e do SKL, o que também explicaria alguns dos sintomas manifestados.
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A síndrome de Kleine-Levin se apresenta de três formas: típica, que é quando a condição segue os padrões característicos; a secundária, caracterizada por sintomas neurológicos antes do primeiro episódio e os sintomas persistem entre os episódios; e a forma atípica de apresentação, ou seja, quando os sintomas são o oposto da forma típica.
Os principais sintomas da SKL típica e secundária são:
Já os sintomas que aparecem na forma atípica dessa síndrome são:
Para o diagnóstico da síndrome, é importante que haja a investigação geral dos sintomas. Exames de urina, sorológicos e testes bioquímicos podem ser solicitados para descartar condições causadas por drogas lícitas e ilícitas, condições clínicas e falta de vitaminas e minerais no organismo.
Além disso, a investigação também conta com exames de imagens cerebrais funcionais para descartar a existência de tumores ou encefalopatia.
Portanto, para chegar ao diagnóstico de Síndrome de Kleine-Levin é necessário descartar distúrbios psiquiátricos, distúrbios do sono e neurológicos.
O tratamento para a Síndrome de Kleine-Levin é feito com medicamentos prescritos por médicos (as), como estimulantes e anfetaminas. Porém, esses medicamentos não mostram efeitos na diminuição de episódios.
Além das medicações citadas acima, o uso de lítio auxilia a diminuir a frequência de episódios. Apesar de o medicamento ser usado como preventivo em alguns (as) pacientes, ele exige acompanhamento e monitoramento rigoroso do seu nível no sangue do paciente.
No caso da presença de condições psiquiátricas, os antipsicóticos são usados em crises prolongadas de sintomas psicóticos, enquanto que estabilizadores de humor e antiepiléticos auxiliam nos demais sintomas.
Não há cura para a Síndrome de Kleine-Levin. Mesmo com o uso de medicações para controle dos sintomas, ainda não foram encontrados medicamentos eficazes para o tratamento.
Portanto, além do suporte da família, é preciso manter uma rotina de sono adequada, permanecer em casa, ser monitorado (a) e manter sob controle os sintomas de ansiedade e depressão.
A síndrome de Kleine-Levin ou Síndrome da Bela Adormecida é uma condição rara, que impacta diretamente na qualidade de vida do (a) paciente. Se você ou alguém que você conhece tem algum dos sintomas ou sofre com essa condição, procure ajuda médica!
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Esp. Thayna Rose
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