Beleza

No e Low Poo: o que é, como fazer e produtos liberados

Publicado em: 08/02/2018Última atualização: 13/08/2021
Publicado em: 08/02/2018Última atualização: 13/08/2021
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Em um primeiro momento, quando você escuta as palavras low poo ou no poo, bate aquele desespero: “meu Deus, o que é isso?”. A boa notícia é que não é tão difícil quanto parece e a má é que existem vários nomes complicados e difíceis de decorar. Mas não se desespere, vamos te explicar tudo!

O que é No Poo e Low Poo?

No poo e low poo são técnicas de lavagem capilar que significam sem shampoo e pouco shampoo, respectivamente. Também podem ser chamadas de sem espuma e com pouca espuma. O seu objetivo é lavar os cabelos de maneira suave ou menos agressiva, excluindo ou diminuindo o uso de químicos como sulfatos, petrolatos etc.

Os termos sem espuma e com pouca espuma decorrem a crença que, quanto mais espuma o shampoo fizer, melhor ele está limpando o cabelo, o que não é verdade.

Esta técnica foi desenvolvida pela inglesa Lorraine Massey, cabeleireira e cofundadora da empresa Deva Curl, que fabrica shampoos sem os químicos agressivos aos cabelos. Ela ganhou fama quando escreveu o livro “Curly Girl”, que na versão brasileira se tornou “Manual da Garota Cacheada”.

O que ocorre é que, por muito tempo, foi de senso geral que a oleosidade capilar é sinônimo de sujeira, sendo que, na verdade, esta oleosidade contém diversos minerais que são benéficos aos fios, pois os hidratam e nutrem naturalmente.

É claro que as impurezas chegam até essa oleosidade natural, mas isso não significa que ela seja completamente maliciosa aos fios.

Sendo assim, a indústria de cosméticos criou shampoos com surfactantes fortes para conseguir remover completamente a oleosidade capilar. Esses surfactantes são os sulfatos, presentes na grande maioria dos shampoos existentes no mercado atualmente.

O problema é que, juntamente com o óleo natural, os sulfatos removem os nutrientes que a oleosidade carrega consigo para os fios, deixando-os fracos, ressecados e quebradiços. A situação é ainda pior no caso de cabelos cacheados, por conta da estrutura curvada que impede a progressão do óleo até a ponta dos fios.

Isso não significa que os cabelos lisos não possam se beneficiar com esta técnica, e sim que eles não sofrem tanto com o sulfato presente nos shampoos quanto o cabelo cacheado.

Com isso, o objetivo da técnica é limpar os cabelos sem remover completamente a oleosidade natural. Para isso, é necessário abrir mão de certos químicos presentes nos shampoos, como os sulfatos, petrolatos e silicones insolúveis.

É importante dizer que, por mais que a técnica seja popularmente assim chamada, o No Poo e Low Poo são marcas patenteadas pela Deva Curl.

Qual o problema dos petrolatos e silicones?

Agora que você já sabe que o sulfato dos shampoos podem ser ruins para o cabelo, fica a dúvida: o que é que os tais petrolatos e silicones têm a ver com tudo isso?

Pode até parecer que não, mas esses produtos fazem sim muito mal para o cabelo. Se você os usa e acha que, ainda sim, seu cabelo está saudável, lá vem a bomba: “é uma cilada, Bino!”.

Estes produtos adicionam uma fina película sobre o cabelo, que dá a impressão de que está brilhoso e saudável. No entanto, quando ele é lavado, fica claro o quão sensibilizado ele realmente está.

Imagine que seu celular quebrou a tela, então você adiciona uma película de vidro nele. Ele não deixou de estar quebrado e, quando você retirar a película, ainda estará quebrado. É a mesma coisa que acontece com os fios capilares.

Pra piorar a situação, esses químicos só são removidos justamente com aquilo que estamos tentando evitar: os sulfatos fortes. Sendo assim, se você for abrir mão dos sulfatos, também terá que deixar para trás produtos contendo petrolatos e, em muitos casos, silicones.

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é No Poo e Low Poo?
  2. Diferença entre No e Low poo
  3. O que são parabenos e petrolatos?
  4. O que é e o que não é permitido?
  5. No poo em cabelos cacheados
  6. No poo em cabelos lisos
  7. Benefícios do No e Low poo
  8. Como lavar?
  9. Hidratação, nutrição e reconstrução
  10. Receitas caseiras
  11. Produtos liberados
  12. Tinturas e tonalizantes liberados
  13. Opinião dos profissionais
  14. Complicações
  15. Dicas
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Diferença entre No e Low poo

A diferença entre as duas técnicas está no nível de substâncias químicas toleradas. O no poo bane qualquer químico agressivo, como sulfatos, petrolatos e silicones insolúveis. Enquanto isso, o low poo bane apenas os sulfatos pesados e petrolatos.

No low poo ainda é possível utilizar alguns silicones, já que os shampoos contêm uma substância chamada Cocamidopropyl, que promove uma limpeza mais suave, mas ainda sim são capazes de remover os silicones.

No entanto, os dois modos de lavagem excluem totalmentes os químicos derivados de petróleo. Sim, acredite se quiser, mas até mesmo nos shampoos o petróleo dá o ar da graça.

Co-wash

Junto a estas técnicas de lavagem no e low poo, um método que ganhou popularização foi o co-wash.

Co-wash segue um princípio ainda mais rigoroso que o no poo. Enquanto no no poo só são permitidos shampoos sem químicos agressivos, no co-wash sequer é permitido o shampoo, sendo utilizado um condicionador limpante.

Neste método, os cabelos são lavados apenas com condicionadores liberados das químicas agressivas e petrolatos. No entanto, nada impede que a lavagem no poo seja intercalada com co-wash.

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O que são parabenos e petrolatos?

Para quem não sabe, os parabenos e petrolatos são substâncias muito frequentes nos produtos capilares. Elas tem um propósito para estarem lá, mas muitas vezes acabam sendo prejudiciais. Entenda:

Petrolatos

Os petrolatos são substâncias derivadas do petróleo que criam a falsa impressão de saúde, maciez e brilho nos fios. No entanto, esta camada selante oculta a verdadeira saúde dos cabelos, que costuma estar mal tratado por baixo da química. Alguns silicones também são banidos pelo mesmo motivo.

Sem a lavagem com sulfatos, esta camada que envolve os fios acaba se acumulando e impedindo a absorção de nutrientes importantes para a saúde do cabelo. Por isso, o petrolato é banido de ambas as técnicas.

Parabenos

Parabenos são químicos altamente comuns na indústria cosmética, utilizados com o objetivo de evitar a proliferação de microrganismos, o que aumenta a vida útil dos produtos.

Essas substâncias não são usadas apenas em produtos capilares, mas também em outros produtos cosméticos, como hidratantes, protetores solares, entre outros. O problema é que os parabenos elevam o risco de câncer, sendo um químico não muito saudável para uso prolongado.

É importante ressaltar que os parabenos não são proibidos para no poo, mas muitas vezes são barrados pelas usuárias da técnica devido aos seus riscos para a saúde. Para evitar este tipo de situação, muitas marcas já utilizam conservantes naturais.

Os parabenos mais comuns são:

  • Metylparaben;
  • Propylparaben;
  • Etylparaben;
  • Butylparaben.

O que é e o que não é permitido?

Por anos, a indústria da beleza não se preocupou em cuidar dos nossos cabelos efetivamente, e sim parecer que estavam cuidando. Com isso, existe uma infinidade de substâncias químicas que não possuímos conhecimento e que maltratam muito nosso cabelo.

São tantos químicos diferentes e com nome de difícil memorização que uma boa opção para não se perder no meio de tantos nomes técnicos é salvar esta página nos seus favoritos. Assim, no momento da compra, você pode sempre conferir as listas abaixo:

Derivados do petróleo - Proibidos nas duas técnicas

  • Petrolatum (Petrolato);
  • Mineral oil (Óleo mineral);
  • Parafinum (Paraffin, Parafina);
  • Parafinum Liquidum;
  • Vaseline (Vaselina);
  • Isoparaffin;
  • C13-14 Isoparaffin;
  • Dodecane;
  • Isododecane;
  • Alkane (Alcano);
  • Cera Microcristalina (Microcrystalline Wax);
  • Hidrogeneted Polysobutene.

Estes produtos só conseguem ser removidos do cabelo com o uso de sulfatos pesados.

Sulfatos pesados - Proibidos nas duas técnicas

  • TEA Lauryl Sulfate;
  • Ethyl PEG-15 Cocamine Sulfate;
  • Sodium Laureth Sulfate;
  • Sodium Lauryl Ether Sulfate;
  • Sodium Laurisulfate (Sodium Lauryl Sulfate);
  • Sodium Myreth Sulfate;
  • Sodium Trideceth Sulfate;
  • Sodium Coco-Sulfonate;
  • Sodium Sulfate Coconut;
  • Sodium 2, podendo ser complementado com Tridecyloxy, Ethony e Ethyl Ester Sulfate;
  • Ethanol 2, podendo ser complementado com Tridecyloxy, Ethony, Hydrogen Sulfate e Sodium Salt;
  • Sodium Tridecyl Sulfate Ether Ethanol;
  • Sodium Tridecyl TRI (Oxyethyl);
  • Sodium Alkylbenzene Sulfonate;
  • Alkylbenzene Sulphonate;
  • Ammonium Lauryl Sulfate;
  • Ammonium Laureth Sulfate;
  • Ammonium Lauryl Ether Sulfate;
  • Ammonium ou Sodium Xylenesulfonate;
  • Ammonium Laureth;
  • Tridecyl Polyoxyethylene Sodium Sulfate;
  • Lauryl Sulfate;
  • Myristal Ether Sulfate;
  • Sulfonato de Sódio Olefina C14-16 (Sodium C14-16 Olefin Sulfonate);
  • TEA Dodecilbenzenosulfonate (Proibido quando presente na composição de shampoos e liberado quando na composição de condicionadores, máscaras ou leave-ins).

Estes surfactantes pesados causam ressecamento nos fios. Também são os únicos que conseguem remover derivados do petróleo dos fios. Sendo assim, os petrolatos não devem ser utilizados, pois criam a falsa ilusão de hidratação e só podem ser removidos com os surfactantes agressivos.

Sulfatos leves - Liberados para Low Poo e proibidos para No Poo

  • Sodium Cocyl Isethionate;
  • Sodium Lauryl Sulfoacetate;
  • Sodium Cocoyl Glycinate;
  • Sodium Lauryl Glucose Carboxylate;
  • Sodium Socoyl, ou Lauryl/Lauroyl, Sarcosinate;
  • Ethyl PEG-15 Cocamine Sulfate;
  • Dioctyl Sodium Sulfosuccinate, também conhecido como Aerossol-OT ou AOT;
  • Decyl Glucoside Poly Carboxylate;
  • Sodium Methyl 2-Sulfolaurate/Disodium Sulfolaurate;
  • Methyl Cocoyl;
  • Lauryl Taurate;
  • Pluronic e Tetronic surfactantes;
  • Poliglucosídeos (Polyglucosides);
  • Sodium Lauryl Sulfoacetate;
  • Disodium Laureth Sulfoccinate;
  • Sodium Lauroyl Sarcosinate;
  • Distearoylethyl Hydroxyethylmonium Methosulfate;
  • Cocobetaine;
  • Cocamidopropyl Betaine;
  • Cocabetaine;
  • Cocoamphopropionate.

Silicones insolúveis - Liberados para Low Poo e proibidos para No Poo

  • Amodimethicone;
  • Cetearyl Methicone;
  • Cetyl Dimethicone;
  • Cyclomethicone;
  • Cyclopentasiloxane;
  • Dimethicone Crosspolymer;
  • Vinyl Dimethicone;
  • Vinyl Dimethicone Crosspolymer;
  • Dimethicone;
  • Methicone Silsesquioxane Crosspolymer;
  • Crosspolymer Dimethiconol;
  • Stearyl Dimethicone;
  • Trimethylsilylamodimethicone;
  • Simethicone;
  • Polydimethylsiloxane;
  • Methicone;
  • Phenyl Trimethicone;
  • Dimethylpolysiloxane;
  • Bis-Aminopropyl Dimethicone;
  • Dimethiconol;
  • Behenoxy Dimethicone;
  • Stearoxy Dimethicone;
  • Propoxytetramethyl Piperidinyl Dimethicone (PTMPD).

Silicone solúveis - Liberados para ambas as técnicas e proibidos para co-wash

  • Dimethicone Copolyol;
  • Hydrolyzed Wheat Protein Hydroxypropyl Polysiloxane;
  • Lauryl methicone Copolyol;
  • Dimethicone PEG/PPG-X Benzoate;
  • Dimethicone PEG/PPG-X Phosphate;
  • PEG-33;
  • PEG-8 Dimethicone;
  • PEG-14;
  • PEG-7 Amodimethicone;
  • Dimethicone PEG-8 Phosphate;
  • Ammonium Dimethicone PEG-7 Sulfate;
  • Dimethicone PEG-8 Adipate;
  • Dimethicone PEG-8 Benzoate;
  • Dimethicone PEG-7 Phosphate;
  • Dimethicone PEG-10 Phosphate;
  • Dimethicone PEG/PPG-20/23 Benzoate;
  • Dimethicone PEG/PPG-7/4 Phosphate;
  • Dimethicone PEG/PPG-12/4 Phosphate;
  • PEG-3 Dimethicone;
  • PEG-7 Dimethicone;
  • PEG-8 Dimethicone;
  • PEG-9 Dimethicone;
  • PEG-10 Dimethicone;
  • PEG-12 Dimethicone;
  • PEG-14 Dimethicone;
  • PEG-17 Dimethicone;
  • PEG/PPG-3/10 Dimethicone;
  • PEG/PPG-4/12 Dimethicone;
  • PEG/PPG-6/11 Dimethicone;
  • PEG/PPG-8/14 Dimethicone;
  • PEG/PPG-14/4 Dimethicone;
  • PEG/PPG-15/15 Dimethicone;
  • PEG/PPG-16/2 Dimethicone;
  • PEG/PPG-17/18 Dimethicone;
  • PEG/PPG-18/18 Dimethicone;
  • PEG/PPG-19/19 Dimethicone;
  • PEG/PPG-20/6 Dimethicone;
  • PEG/PPG-20/15 Dimethicone;
  • PEG/PPG-20/20 Dimethicone;
  • PEG/PPG-20/23 Dimethicone;
  • PEG/PPG-20/29 Dimethicone;
  • PEG/PPG-22/23 Dimethicone;
  • PEG/PPG-22/24 Dimethicone;
  • PEG/PPG-23/6 Dimethicone;
  • PEG/PPG-25/25 Dimethicone;
  • PEG/PPG-27/27 Dimethicone;
  • PEG-40/PPG-8 Methylaminopropyldimethicone Crosspolymer.

É importante lembrar que tudo o que permitido para no poo também é liberado para low poo, mas não o contrário.

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No poo em cabelos cacheados

Em um primeiro momento, estas técnicas foram idealizadas para os cabelos cacheados pois, como já citamos acima, a hidratação natural tem dificuldade de chegar até o fim do fio, o que o deixa mais ressecado.

Esta dificuldade de hidratação natural se dá por duas razões interligadas.

Primeiro, devido a constituição do fio. Por ser cacheado (ou crespo), a hidratação natural demora um longo tempo até chegar no fim dos fios. No entanto, antes de chegar lá, o cabelo fica sujo com as impurezas do ambiente.

O que se faz com o cabelo sujo? Lava! Nesta lavagem, entram os shampoos com seus sulfatos e demais químicos agressivos que, ao invés de tirar apenas esta sujeira do dia a dia, tiram também essa oleosidade natural. Com isso, aquela bela hidratação natural nunca conclui seu caminho até as pontas dos fios.

Já os produtos liberados nestas técnicas limpam somente o necessário, permitindo que os mineraizinhos hidratem os cabelos de maneira natural. Além disso, os condicionadores liberados possuem fórmulas que realmente cuidam dos cabelos, ao contrário dos condicionadores “normais”.

No poo em cabelos lisos

Como estas técnicas surgiram de cacheadas para cacheadas, muitas mulheres com cabelo liso, ou levemente ondulado, acham que não podem se beneficiar dela, o que é um equívoco.

Acontece que o cabelo liso não sofre tanto com o ressecamento quanto o cacheado. Todavia, isso não quer dizer que ele não sofre danos e muito menos que não precisa ser tão bem cuidado.

Outro ponto importante a ressaltar é que quem possui os cabelos quimicamente alisados pode e deve usar essas técnicas de lavagem.

O que acontece é que muitas pessoas acham que usar estas técnicas não causam nenhum efeito, já que o cabelo está com a química forte da progressiva (botox, relaxamento etc.) ou que, ao realizar este método, a progressiva perderá o efeito.

No entanto, o que realmente acontece (no low poo, por exemplo) é que este tipo de lavagem deixa o cabelo mais saudável e até mesmo potencializa a progressiva, diferente dos shampoos com sulfatos que acabam enfraquecendo o processo.

Então, se seu cabelo não é cacheado e você morre de vontade de praticar estas técnicas de lavagem, se jogue!

Benefícios do No e Low poo

Passar anos e anos cuidando do cabelo da mesma forma e agora se deparar com outra maneira pode ser um pouco impactante. Caso você ainda tenha dúvidas se estas técnicas de lavagem são realmente o que você busca, conheça os principais benefícios oferecidos:

Menor número de lavagens

Erroneamente, algumas pessoas acreditam que, ao eliminar o uso dos shampoos responsáveis por esta limpeza intensa, o cabelo ficará sujo. Na realidade, estas técnicas reduzem a necessidade de lavagem.

O que ocorre é que os shampoos com sulfatos retiram tanto os óleos naturais necessários que o organismo tenta desesperadamente repor esta perda, fenômeno conhecido como “efeito rebote”.

Como estas maneiras de lavagem não retiram este óleo benigno, o organismo não sente este “desespero” para repor o óleo e, com isso, o cabelo leva mais tempo para ficar sujo, o que reduz sua necessidade constante de lavagem.

Diminuição de caspa e oleosidade

A diminuição da caspa e da oleosidade está intimamente ligada com o número de lavagens. Como explicado no tópico anterior, o organismo tenta recuperar a oleosidade natural perdida, ficando com aspecto de sujo mais facilmente e, consequentemente, os cabelos são lavados com mais frequência.

Com este excesso de lavagem, a oleosidade aumenta e cria a caspa. Quando não alteramos o pH capilar, reduzimos este óleo em excesso e a caspa deixa de se manifestar.

Cabelo mais natural

Os cabelos ficam com um aspecto muito mais natural, pois não há em sua estrutura nenhum químico agressivo. Isso sem mencionar a sua hidratação natural, que é tão reparadora quanto aos de salões de beleza, se não mais.

Cabelo disciplinado

Esta técnica é muito conhecida por dar definição aos cabelos cacheados, deixando-os mais disciplinados e consistentes (famoso cacho mola, que não se desfaz).

No entanto, as lisas também podem se beneficiar com ela. A disciplina se dá por meio do tratamento de reparação do ressecamento e modelagem aliada. Para os cabelos lisos, os benefícios serão fios mais soltos e aspecto de liso mais natural.

É importante dizer que o uso contínuo de pranchas e secadores pode influenciar na disciplina do cabelo.

Melhor resposta ao cronograma capilar

Para as adeptas do cronograma capilar ou umectação, o no e low poo são grandes aliados, pois estas técnicas de lavagem ajudam os cabelos a responderem de modo mais rápido e eficaz ao tratamento de hidratação.

Facilidade na lavagem

Uma coisa muito comum na lavagem comum é o cabelo embolar, seja liso, crespo ou cacheado. Os shampoos “normais” conseguem fazer com que o cabelo embarace.

Como os produtos liberados para no e low poo não são agressivos desta maneira, eles deixam o cabelo suave até mesmo no momento da lavagem.

Mais brilho

Com a distribuição correta dos minerais naturais, os fios ganham um ar mais brilhoso, afinal, estão saudáveis.

Mais economia

A matemática é super básica. Menos lavagem e menos produtos é igual a mais dinheiro.

Mais saúde capilar

Ambas as técnicas limpam os fios criando pouquíssima (dependendo do produto, nenhuma) espuma. Com isso, o cabelo não sofre o atrito que agride os fios.

Redução do frizz

A redução no frizz se dá por um conjunto de fatores: mudança dos hábitos de lavagem, análise na hora de escolher os produtos que seu cabelo se adapta melhor e redução na necessidade de pranchas e secadores.

Como lavar?

Por mais que seja difícil acreditar, a lavagem não é complicada, apenas um pouco mais trabalhosa que a tradicional.

Para facilitar os processo, separamos a lavagem em três etapas:

Pré-lavagem

Na pré-lavagem, deve-se preparar o cabelo para receber os produtos. A pré serve somente para quem ainda não é adepto, pois é aqui se retira os petrolatos, silicones, e outros químicos remanescentes nos fios.

Nesta etapa, existem duas opções de shampoos: os com sulfatos, já que eles vão remover absolutamente tudo dos fios, e também os antirresíduos.

Isso deve ocorrer somente uma vez antes de se inserir neste mundo, com exceção de quem faz uso de químicas no cabelo. Aquelas que fazem uso de tinturas, botox, cauterização, alisamentos químicos etc. devem recomeçar o processo sempre que passar por um destes tratamentos.

Sabendo disso, basta lavar e pentear os cabelos, lembrando que não se deve passar o condicionador ainda.

Lavagem

Na primeira vez em No Poo

Depois da pré-lavagem, basta aplicar o condicionador próprio para a técnica, desembaraçar o cabelo e depois enxaguar.

Em Low Poo

Também se adiciona o condicionador, desembaraça e enxágua os cabelos, mas apenas nesta primeira lavagem. Após ela, deve se utilizar o shampoo e condicionador próprios da técnica.

Secagem

Para as cacheadas, é importante evitar a toalha, pois são extremamente absorventes. O correto é utilizar o papel toalha (não, eles não são só para a cozinha), apertando as mechas de baixo para cima.

De maneira geral, é importante não esfregar os fios no momento de secá-los, pois isso causa frizz e, no caso das cacheadas, deforma os caracóis.

Finalização

É neste momento que pode ser aplicado o leave-in ou o creme de pentear escolhido. Ambos devem estar dentro dos limites da técnica que a pessoa está seguindo, seja no ou low poo.

O cabelo deve ser dividido em quatro partes e o produto é aplicado com delicadeza e com os dedos abertos. Se possuir cachos, aperte as mechas de baixo para cima, para ajudar no formato.

Hidratação, nutrição e reconstrução

Quando se trata daqueles cuidados extras, muitas pessoas ficam em dúvida em relação a como fazer a aplicação dos cremes de tratamento. Isso porque, tradicionalmente, os cremes são aplicados após a lavagem com shampoo.

A boa notícia é que pouco muda na hora de cuidar das madeixas: o shampoo a ser usado só precisa ser liberado para a técnica escolhida.

O ideal é que cada pessoa converse com seu cabelereiro e analise como o cabelo está respondendo ao tratamento e ao uso dos produtos da técnica.

Fique atento às seguintes dicas:

Para reconstrução

Sempre que for fazer uma reconstrução, pode ser útil lavar os cabelos com shampoo sem sulfato.

Hidratação e nutrição

As hidratações e nutrições podem ser realizadas após o co-wash, caso a pessoa não queira usar shampoo ou esteja seguindo algum cronograma capilar no qual shampoos não devem ser usados durante aquele período.

No entanto, não há nada que contraindique o uso do shampoo sem sulfato antes da aplicação de cremes de tratamento.

Receitas caseiras de No poo e Low poo

Em seu livro, Lorraine Massey cita algumas receitas caseiras que, segundo a própria, traz benefícios as adeptas do no/low poo. É importante salientar que esses métodos ditos como naturais não são cientificamente comprovados e estão sujeitos à riscos, como reações alérgicas.

Dois exemplos são:

Limpeza com limão

Selecione seu condicionador, sem silicones insolúveis, e misture suco de limão a ele. Este suco de limão deve ser extraído diretamente da fruta, 100% natural.

Lorraine afirma que esta mistura limpa os cabelos ainda melhor que o shampoo e funciona como um tônico natural.

Esfoliação com açúcar mascavo

Novamente, é necessário uma colher de sopa de condicionador sem silicones insolúveis e três colheres de sopa de açúcar mascavo. Isso é o suficiente para limpar o bulbo capilar de maneira profunda, além de realizar a esfoliação completa.

Outras duas receitas muito utilizadas são a de bicarbonato de sódio e vinagre de maçã. Segundo seus utilizadores, o bicarbonato de sódio teria o papel de limpar os cabelos, substituindo o shampoo. Já o vinagre de maçã pode substituir o condicionador, suavizando e dando maciez às madeixas.

Produtos liberados

Uma das principais dúvidas de quem acaba de entrar no mundo é: “Quais são os produtos liberados?”. Para quem não tem paciência de ir até o produto e ler rótulo por rótulo, veja alguns produtos liberados para as técnicas:

Produtos liberados para a finalização em No poo

Produtos específicos para Co-Wash Noo poo

Condicionadores para No poo

Máscaras liberadas para No poo

Shampoos liberados para Low poo

Condicionadores liberados para Low poo

Cremes de pentear liberados para Low poo

Máscaras liberadas para Low poo

É importante lembrar que tudo o que é liberado para o no poo, também é liberado para low, e que existem muito outros produtos liberados para as técnicas.

Estes são apenas uma prévia para que quem acaba de entrar neste meio não fique totalmente perdido e acabe errando no momento da compra.

Tinturas tonalizantes liberados em Low poo

Quem deseja colorir os cabelos e segue a técnica de low poo pode ficar em dúvida se pode ou não tingir o cabelo. A boa notícia é que pode sim! A ruim é que não é qualquer tintura ou tonalizante que pode ser usado.

Sendo assim, existem dois caminhos: usar uma tintura proibida para a técnica e recomeçar a rotina no/low poo ou usar tinturas e tonalizantes liberados.

Alguns exemplos de tinturas e tonalizantes liberados são:

Opinião dos profissionais

Para tudo nesta vida, existem opiniões à favor e contra. E, com estas técnicas, não poderia ser diferente.

Existem diversos profissionais que incentivam o uso, e existem aqueles, como a médica Tatiana Steiner, do departamento de cabelos e unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologista (SBD), que não as acham tão adequadas assim.

Segundo esta especialista, os sulfatos ajudam sim a ressecar o cabelo. No, entanto uma boa alternativa é diluir em água os shampoos com sulfato ou optar por produtos sem a substância, pois cortar o shampoo de vez funciona apenas para algumas pessoas, afirma a médica.

Outra coisa que se torna comum quando falamos da popularização de no e low poo é a crescente quantidade de pessoas que usam substância caseiras para tratar os fios. A professora  de Cosmetologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Vânia Leite e Silva, afirma que fazer produtos caseiros é um perigo.

Isso porque as fórmulas feitas em casa não seguem as normas de fabricação. Então, não há como saber se os componentes são compatíveis entre si, qual é o pH, ou se isso irritará sua pele.

Em resumo: vemos que é possível usar as técnicas de lavagem, mas de maneira sábia e gradual, pois, assim como qualquer outra parte do corpo humano, os cabelos devem ser tratados com cautela.

Complicações

Segundo Adriano Almeida, diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), se o indivíduo cometer algum deslize no momento da lavagem sem shampoo, pode vir a desenvolver doenças.

Algumas delas são caspa, seborreia e a tinea capitis. Tinea capitis, também conhecida como micose de cabeça, é uma doença provocada por um fungo que causa pequenas manchas no couro cabeludo. Quando desenvolvidas, essas manchas se tornam inflamadas e dolorosas.

A tinea também pode provocar coceira e fratura nos fios, fazendo com que se formem pequenos buracos no couro cabeludo.

Não é comum que isso ocorra, mas há chances. Segundo o diretor, cabe a cada um experimentar por um período as técnicas, indo com frequência no dermatologista para averiguar se é adequado ou não continuar o uso.

Dicas

Para quem está entrando agora no mundo do no/low poo, é preciso tomar cuidado na maneira que você irá gerir seu cabelo para não acabar errando os processos e prejudicá-lo.

Para que evitar este tipo de situação, confira as dicas a seguir:

Evite o óleo mineral

Quem não usa shampoo não pode aplicar condicionadores ou outro produtos capilares que tenham óleo mineral, porque esta substância gruda no couro cabeludo e só pode ser retirada com shampoos à base de sulfato.

Escolha o condicionador sabiamente

Para quem vai intercalar as lavagens entre no/low poo e co-wash, é preciso escolher o condicionador sabiamente, visto que, mais do que hidratar, ele deve limpar o cabelo.

Um condicionador que, além de hidratar, também limpa, deve ter anfótero betaínico, também conhecido por Cocamidopropyl Betaine, uma substância capaz de retirar as sujeiras, como silicones insolúveis.

Essa substância age abrindo a cutícula, depois retirando os excessos de sujeira, e só então os agentes hidratantes cuidam dos fios.

Massagem

A massagem é uma das partes mais importantes. Diferente do que se acredita, não é o tanto que você massageia que fabrica a espuma, e sim o tanto de químicos que estão presentes na composição.

Sendo assim, a massagem é importante porque, junto ao shampoo — ou condicionador, no caso do co-wash —, ajuda a abrir as cutículas dos fios, permitindo que os agente hidratantes penetrem.

Higienize os acessórios

Por último, mas não menos importante, temos que falar sobre os acessórios. É fundamental que seja feita a higienização dos acessórios utilizados, como presilhas, pentes, gorros e etc.

Isso porque resíduos dos produtos utilizados anteriormente podem permanecer nestes acessórios, fazendo com que a eficácia das técnicas no/low poo sejam postas à prova.


Quando falamos de cabelo, vem aquele grande medo de arriscar. No entanto, com no e low poo, não há outra maneira. Se deseja utilizar a técnica, é preciso testar os diferentes produtos e ver o que melhor se adapta às suas necessidades.

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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