A
melatonina, conhecida como hormônio do sono, também pode ter um papel importante no transplante de medula óssea e ajudar no tratamento de doenças graves, segundo nova pesquisa.Os estudos realizados no Instituto de Biociência da USP e pelo Instituto Weizmann de Israel, foram publicados na revista científica
Cell Stem Cell e mostraram que o hormônio é capaz de regular a produção e disponibilidade das células-tronco no organismo.Os pesquisadores já sabiam, por meio de estudos anteriores, que há relação entre a melatonina e a capacidade de mobilidade de células sanguíneas para tecidos saudáveis e infectados.Quando há uma infecção, a produção noturna de melatonina fica temporariamente interrompida, o que possibilita que células imunológicas cheguem ao tecido infectado e combatam os agentes invasores.Agora, os novos estudos identificaram que há 2 picos de produção de células-tronco: às 11 e às 23 horas, sendo regulados pela transição do dia para a noite. Como a melatonina está entra em ação com essa transição, há uma relação da produção de células mediada pela melatonina.No entanto, os pesquisadores observaram que o comportamento dessas células do dia e da noite era um pouco diferente: enquanto aquelas produzidas às 11 da manhã viraram células do sangue, as que foram liberadas às 23 horas foram estocadas próximas aos ossos, para serem usadas futuramente.Com base nas descobertas, os pesquisadores injetaram, nos animais, melatonina para saber se era possível inverter o horário do pico de produção e descobriram que é possível sim, fazendo com que a maior produção de células-tronco ocorresse de manhã invés da noite, como é naturalmente.Com o resultado, novas estratégias para aumentar a eficiência da coleta de células-tronco podem ser criadas, que poderia ser controlada de maneira farmacológica segundo a coordenadora da pesquisa Regina Pekelmann Markus em entrevista à Agência FAPESP.