Saúde

Uso de maconha está associado a declínio cognitivo e psicose em jovens

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 18/05/2023Última atualização: 18/05/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 18/05/2023Última atualização: 18/05/2023
Pessoa segurando um cigarro de maconha aceso.Pessoa segurando um cigarro de maconha aceso.
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Durante a vida, muitas pessoas buscam pertencer e se identificar com um grupo. Essa identidade do grupo adotada se baseia no senso de pertencimento, que influencia diretamente em decisões e atividades.

Em contrapartida, o processo de transformação vivenciado na adolescência ocorre por meio de descobertas sobre o mundo e de si e, a partir disso, a personalidade é desenvolvida, integrando aspectos biológicos, sociais e psicológicos. É dessa forma que se promove dependência ou autonomia para a vida adulta.

Atualmente, sabe-se que o desenvolvimento cerebral acontece dos 9 aos 21 anos e, nesse período, fatores como crises ocasionadas por conflitos familiares, interferem no desenvolvimento, inclusive no uso de drogas.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime, estima-se que 3,8% das pessoas entre 15 a 64 anos consomem maconha, o que corresponde a 188 milhões de pessoas mundialmente. Os dados mais recentes, mostram que houve um aumento de experimentação e usuários de 30% de cannabis.

Além disso, em um estudo mais recentes, foi constatado que a maconha é a droga mais consumida por jovens entre 15 e 24 anos, pois eles consideram que ela é um produto natural, seguro e não aditivo, diferentemente das drogas sintéticas.

Esse aumento significativo no uso de maconha despertou o interesse de cientistas em estudarem os efeitos dela no organismo a fim de implementar intervenções, prevenindo e protegendo a saúde de crianças, adolescentes e jovens adultos

Para saber mais sobre os riscos associados ao uso da maconha, qual a diferença entre canabidiol e maconha, e como parar de usar, continue acompanhando o artigo!

Índice — Neste artigo, você encontrará:

  1. Qual a diferença entre canabidol e maconha?
  2. Riscos associados ao uso da maconha
  3. Efeitos cognitivos
  4. Efeitos psiquiátricos
  5. Efeitos físicos
  6. Como parar de usar maconha?

Qual a diferença entre canabidiol e maconha?

O delta-9-tetraidrocanabinol (Δ9-THC), também conhecido como THC, é o principal componente psicoativo encontrado na cannabis sativa e está presente na maconha.

Por outro lado, o canabidiol é um componente terapêutico estudado e utilizado em diversas áreas da medicina, principalmente naquelas relacionadas a funções como apetite, dor e memória. Diferente da THC, o canabidiol não causa alucinações ou sintomas característicos de quem usa a droga de forma recreativa.

Leia mais: Potencial terapêutico do canabidiol no tratamento de ansiedade 

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Riscos associados ao uso da maconha

O uso precoce da cannabis interfere diretamente na qualidade de vida, principalmente quando iniciado antes dos 18 anos. Isso porque ela aumenta significativamente o risco do usuário desenvolver dependência, uso problemático de outras drogas e transtornos como psicose ou esquizofrenia.

Enquanto a esquizofrenia é um transtorno mental, com distorções do pensamento, emoção, percepção e consciência, a psicose corresponde a um estado mental patológico em que a pessoa perde a conexão com a realidade.

Pedaços de maconha amontoados na mesa, ao de lado cigarros.
Estudos recentes mostraram que o consumo precoce pode aumentar de 4 a 7 vezes as chances de ambos os transtornos. 
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Efeitos cognitivos

O uso de maconha durante a adolescência pode prejudicar diretamente o desenvolvimento cerebral. Isso ocorre porque o cérebro está em processo de maturação dos 9 aos 21 anos e é sensível a efeitos adversos do ambiente.

Portanto, a exposição à cannabis pode danificar a conectividade entre neurônios, prejudicando funções como estado de alertaconsciênciamemóriaaprendizadohabilidades executivas, como planejamento e organização.

Isso é possível porque o THC presente na maconha altera o sistema de recompensa cerebral, causando uma resposta desregulada das emoções e comportamentos compulsivos de continuar usando a droga. Isso pode abrir portas para o uso de outras drogas.

Efeitos psiquiátricos

Atualmente, estudos indicam que fatores genéticos combinados com o uso de maconha podem aumentar o risco de esquizofrenia e transtornos psicóticos.

Muitas vezes, os sintomas são mais graves do que em pessoas que não usam a droga e que possuem diagnóstico de ambas condições, além de terem início precoce em relação aos demais.

Esse efeito pode interromper o processo de maturação cerebral, ou seja, processo de mudança do comportamental.

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Efeitos físicos

O uso de maconha pode prejudicar a função pulmonar e respiratória, causando sintomas sugestivos de doença obstrutiva crônica e maior risco de infecções respiratórias devido aos danos pulmonares.

Além disso, há evidências de que o uso de maconha pode aumentar o risco do usuário também desenvolver câncer no pulmão.

Como parar de usar maconha?

Existem passos a serem entendidos e seguidos antes de parar de usar a maconha, incluindo o entendimento sobre o que é a dependência.

A dependência corresponde a uma desordem crônica e repetitiva. A pessoa usa compulsivamente as drogas, perde o controle da quantidade ingerida e, quando o uso é interrompido, pode vir a apresentar estado emocional negativo, como a irritabilidade, humor instável e desconforto físico que podem durar até 2 semanas.

Quando reconhecido essa desordem, os tratamentos recomendados para dependência de maconha incluem psicoterapia, para a modificação de comportamentos, e tratamento psiquiátrico para a prescrição do tratamento farmacológico.

É aconselhável a participação de grupos terapêuticos. No entanto, o processo de parar de usar drogas depende da motivação do usuário e também de se afastar de círculos de convívio com usuários regulares.


O uso de maconha pode interferir diretamente na qualidade e vida, principalmente quando o consumo ocorre antes dos 18 anos, trazendo prejuízos cognitivos, psiquiátricos e físicos.

Para mais conteúdos sobre saúde mental, continue acompanhando o site e redes sociais do Minuto Saudável!


Imagem do profissional Thayna Rose
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Este artigo foi escrito por:

Esp. Thayna Rose

CRP: CRP/PR 08/28789Bacharel em Psicologia com especialização em Neuropsicologia.Leia mais artigos de Esp. Thayna
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