Grosso modo, o lítio é um estabilizador de humor, indicado principalmente para pacientes com transtorno bipolar. Comercializado desde 1970 nos EUA e ainda bastante indicado em diversos países, o lítio já começa a perder espaço para fármacos mais recentes.
Anteriormente chamado de doença maníaco-depressiva, o transtorno bipolar só foi distinguido da esquizofrenia no final do século XIX. Foi nesse contexto que surgiu o uso psiquiátrico do lítio, o único fármaco que apresentou eficácia no tratamento da fase maníaca sem ser um antipsicótico.
Mais recentemente, alguns fármacos que também têm ação anticonvulsivante passaram a ser mais indicados que o lítio, como a carbamazepina e o ácido valproico, por exemplo. Em casos mais específicos, pesquisas apontam a eficácia do lítio associada à prevenção de suicídio.
Continue a leitura para saber mais sobre esse medicamento, como ele age no organismo, quando é indicado e mais.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
Atualmente, o lítio é utilizado para controle dos episódios maníacos e depressivos, evitando quadros agudos e recorrentes, literalmente agindo como um estabilizador de humor.
Além disso, pode ser indicado também em tratamentos de depressão recorrente com padrão cíclico, transtorno esquizoafetivo e, eventualmente, pode ser indicado para o tratamento de esquizofrenia, desde que não seja o único fármaco aplicado.
A farmacêutica Rafaela Sitiniki explica que “o mecanismo de ação do Lítio não é totalmente esclarecido. Entretanto, sabe-se que o lítio age no organismo por meio de alterações de canais iônicos, como o de sódio, em células nervosas e também musculares, que consequentemente altera o metabolismo de catecolaminas como a dopamina, noradrenalina e adrenalina, neurotransmissores envolvidos na regulação do humor.”
Sim. O lítio só pode ser vendido sob prescrição médica e, pela possibilidade de causar dependência física ou psíquica, é um medicamento que demanda uma receita do tipo C1 Branca em 2 vias.
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Os efeitos colaterais e complicações que podem ser causadas pelo lítio são diversos, podem surgir em diferentes estágios do tratamento e demandam atenção do(a) paciente e de quem o(a) acompanha. Confira:
Um dos efeitos mais comumente conhecidos desse princípio ativo é a sedação excessiva que ele pode causar, fazendo com que o(a) paciente experiencie sono ao longo do dia. A lista de reações comuns também inclui:
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O(a) paciente poderá experienciar um aumento na quantidade de urina eliminada pelo organismo (poliúria), o que costuma vir acompanhado de sede anormal ou excessiva (polidipsia). Essas reações são consideradas normais e reversíveis. Eventualmente, o medicamento poderá causar diabetes insípido nefrogênico.
O fármaco ainda pode causar efeitos como retenção de líquido, erupções cutâneas semelhantes à acne, e leucocitose (contagem de células brancas acima do normal).
Como todo medicamento, o lítio é contraindicado para pessoas com sensibilidade à substância. Além disso, não é recomendado para gestantes, lactantes e pessoas com alguma doença renal ou cardiovascular.
Caso faça parte de algum desses grupos, converse com o seu psiquiatra ou outro profissional de saúde para saber sobre os riscos e benefícios do medicamento para o seu organismo.
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Este é um tópico que precisa ser analisado com cuidado. Embora um percentual dos pacientes relatem aumento de peso, este precisa ser diferenciado da retenção de líquido, um dos efeitos colaterais do lítio.
Além disso, o tratamento psiquiátrico pode causar alterações nos hábitos cotidianos. Em meio a todas as mudanças do organismo, é possível que haja mudanças de apetite que, consequentemente, podem levar ao ganho de peso.
A bula do lítio prevê pelo menos quatro usos para a substância: no tratamento da mania aguda, para a fase de manutenção, como potencializador de antidepressivos em episódio depressivo unipolar, além da posologia para interromper o uso do medicamento, evitando o efeito rebote.
Além disso, o lítio tem apresentações de liberação imediata e prolongada, com diferentes concentrações do princípio ativo, características que afetam diretamente a modo de consumir o medicamento.
É muito importante que você converse com o(a) profissional de saúde que indicou lítio para saber mais sobre a posologia e como será o tratamento. Exames de sangue poderão ser solicitados para verificar os níveis da substância no organismo, garantindo que se encontram em limites terapêuticos.
Em alguns casos, o lítio é consumido à noite para diminuir os efeitos sedativos durante o dia. No entanto, há outro motivo para essa indicação.
Pacientes que usam esse fármaco precisam fazer exames de sangue regularmente e recomenda-se que a coleta seja realizada 12 horas após a ingestão do medicamento.
Caso prefira tomar o medicamento em outro horário, converse com seu(a) médico(a) para saber quais implicações a dosagem indicada pode ter em seu cotidiano.
Formulado como Carbonato de Lítio, este medicamento pode ser encontrado com diversas concentrações no mercado, lembrando que a prescrição precisa ser realizada por um profissional de saúde, não sendo recomendada a automedicação.
Na Consulta Remédios, é possível conferir as principais opções do medicamento, comparar preços e economizar na hora de comprar. Além disso, as páginas disponibilizam informações acessíveis sobre os medicamentos, incluindo suas bulas. Confira alguns valores do carbonato de lítio.
O lítio é um medicamento de mecanismo complexo, receitado principalmente no tratamento de transtorno bipolar. Por suas características e efeitos colaterais, é um remédio que precisa ser prescrito e consumido com cuidado, processo que demanda acompanhamento e a realização de exames como hemograma.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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