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Imunodeficiência Viral Felina (FIV): o que é e como tratar

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 09/11/2022Última atualização: 09/11/2022
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 09/11/2022Última atualização: 09/11/2022
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Imunodeficiência Viral Relina, também conhecida como FIV ou AIDS felina, é uma doença grave que acomete felinos domésticos. Causada por um vírus da mesma família do vírus do HIV, os sintomas da condição são muito semelhantes aos causados pelo HIV em humanos, por isso também é conhecida como AIDS dos gatos.

Infelizmente, pouco se fala sobre essa doença no Brasil, mas tutores (as) que a conhecem temem o diagnóstico, pois trata-se de uma doença que pode levar o animal ao óbito, que demanda muitos cuidados e que ainda não tem tratamento 100% eficaz. 

A conscientização sobre a FIV é importante, pois assim é possível se atentar sobre as formas de prevenção e de identificação, além da procura de ajuda profissional precoce, ainda no início da doença.

Para saber mais sobre a Imunodeficiência Viral Felina, o que a causa, formas de transmissão, sintomas e como preveni-la, continue acompanhando o artigo!

Neste artigo, você encontrará:

  1. O que é e o que causa Imunodeficiência Viral Felina?
  2. Fases da doença
  3. Transmissão
  4. Grupos de risco
  5. Sintomas de Imunodeficiência Viral Felina
  6. Diagnóstico
  7. Tratamento para Imunodeficiência Viral Felina
  8. Prognóstico
  9. Imunodeficiência Viral Felina tem cura?
  10. Cuidados

O que é e o que causa Imunodeficiência Viral Felina? 

A Imunodeficiência Viral Felina (FIV) é uma imunodeficiência adquirida, assim como a AIDS, e é causada por um Lentivírus do tipo retrovírus da mesma família do vírus do HIV. Contudo, apesar dessa similaridade, é importante salientar que a FIV não é transmitida para os seres humanos.

Como o próprio nome sugere, a doença afeta diretamente o sistema imunológico do animal, causando uma imunodeficiência que, além de afetar a saúde do animal, ainda o deixa mais suscetível a outras doenças.

Felinos domésticos, independentemente da idade ou do acesso à rua, podem ser acometidos. Porém, a condição é mais comum em gatos machos de vida livre, ou seja, com acesso ilimitado à rua e outros animais, e com mais de 6 anos de idade, devido ao comportamento e estilo de vida.

Portanto, como a doença afeta o sistema imune, os gatinhos com FIV podem apresentar, além de sintomas característicos, doenças comuns que, aparentemente não indicam FIV, como gengivites e conjuntivites, o que dificulta a desconfiança sobre a doença e diagnóstico preciso.

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Fases da doença

O curso da doença é dividido em 3 fases: agudalatente e de disfunção imune progressiva. Cada uma delas dura um determinado período de tempo, apresenta sinais característicos e demanda cuidados específicos. A seguir, você confere um pouco mais sobre cada uma delas:

Aguda

Assim que o animal é infectado com o vírus da Imunodeficiência Viral Felina, se inicia a fase aguda. Essa fase, também conhecida como fase primária, pode durar de 1 a 3 meses e tem como principais sintomas febre, depressão e aumento de linfonodos.

Contudo, os sintomas costumam se apresentar de forma tão rápida que a maioria dos (as) tutores (as) acaba não notando. Por isso, raramente a FIV é diagnosticada durante a fase aguda. 

Apesar de apresentar sintomas leves em gatos adultos, a fase aguda pode ser fatal para filhotes recém-nascidos.

Latente

Também conhecida como assintomática, a fase latente pode durar de 3 a 10 anos. O tempo de duração vai depender da idade do animal, sua exposição a outras doenças e o uso de alguns medicamentos que afetam diretamente o sistema imune. 

Além disso, durante esse período, o animal não apresenta sinais clínicos enquanto o vírus destrói lentamente o sistema imune do animal. 

Por ser uma fase assintomática, dificilmente o (a) tutor (a) desconfiará que o animal está com a doença. O diagnóstico nessa fase pode ocorrer por conta do desenvolvimento de condições secundárias, o que fará com que o médico veterinário desconfie da FIV.

Disfunção imune progressiva

Considerada como fase terminal da FIV, o período de disfunção imune progressiva apresenta diversos sintomas por conta da grande carga viral e debilitação do sistema imune. 

Essa fase está relacionada ao aparecimento de doenças oportunistas, neoplasias e imunossupressão, aumentando assim a possibilidade do animal evoluir para óbito. 

 

Cada fase da doença possui suas especificidades, portanto, é preciso ficar atento (a)

 

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Transmissão

A transmissão da Imunodeficiência Viral Felina (FIV) se dá, principalmente, por meio do contato da saliva de um animal infectado com o sangue do animal saudável, ou seja, por mordeduras e arranhaduras, por exemplo. Isso ocorre principalmente durante brigas e o acasalamento, mas com menos frequência. 

Também há a possibilidade de transmissão por meio de objetos contaminados, o que ressalta a importância de evitar que seu gato tenha contato com objetos de outros gatos e de higienizar bem tudo que possa ter tido contato com outros felinos.

Além disso, as gatas também podem transmitir a doença para seus filhotes por via transplacentária ou durante a amamentação.

Por conta da forma de transmissão, a doença é mais comum em gatos machos não castrados e que têm acesso à rua, por terem contato com diversos animais e pelo comportamento de briga por território e fêmeas. Contudo, também é comum que animais que vivem em gatis sem o devido cuidado e higiene também apresentem maior risco. 

Grupos de risco

Como dito anteriormente, a FIV pode acometer qualquer gato ou gata, independentemente da idade, raça ou estilo de vida. Porém, alguns animais são predispostos à FIV, sendo esses considerados parte do grupo de risco:

  • Animais FeLV positivo;
  • Animais que vivem em gatis sem controle sanitário adequado;
  • Animais com acesso à rua;
  • Animais não castrados;
  • Filhotes de gatas que têm FIV;
  • Animais que têm contato direto com objetos de outros animais.

Porém, independente do seu gatinho se enquadrar ou não no grupo de risco, é muito importante tomar os devidos cuidados para evitar que ele contraia essa doença.

Leia tambémGiardíase felina: transmissão, sintomas e tratamento

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Sintomas

Os sintomas da FIV, de forma geral, podem ser bem inespecíficos e variam de brandos a graves. Entre eles, os mais comuns são:

Sintomas gerais

  • Perda de peso;
  • Anemia;
  • Mudanças comportamentais;
  • Letargia; 
  • Febre.

Como falamos anteriormente, cada fase da FIV apresenta sintomas específicos e a duração de cada fase pode variar muito, indo de assintomático a sintomas graves que podem levar ao óbito. 

Entre os principais sintomas de cada fase da FIV estão:

Fase aguda

  • Febre;
  • Diminuição do apetite;
  • Anorexia;
  • Alterações respiratórias;
  • Letargia;
  • Perda de peso;
  • Anemia;
  • Diarréia; 
  • Aumento dos linfonodos.

Fase latente

  • Estomatite;
  • Aumento generalizado de linfonodos.

Fase terminal

  • Alterações neurológicas;
  • Neoplasias, como o linfossarcoma;
  • Insuficiência renal;
  • Enterite;
  •  Dermatite;
  • Gengivite crônica;
  •  Úlceras orais;
  • Doenças respiratórias crônicas;
  • Doenças oculares;
  • Criptosporidiose;
  • Toxoplasmose;
  • Encefalite, apresentando demência, distúrbios comportamentais e convulsões;
  • Infecções crônicas;
  • Doença renal;
  • Dificuldade de locomoção.

Caso observe qualquer uma dessas alterações, é preciso procurar um (a) veterinário (a) para que o animal possa ser avaliado, devidamente diagnosticado e tratado o quanto antes.

Como a doença afeta a imunidade do animal, é importante reparar em animais que ficam doentes muito frequentemente, pois isso pode ser sinal de imunodeficiência.

Diagnóstico

O diagnóstico dessa doença deve ser feito exclusivamente por um (a) veterinário (a), que irá avaliar o estado de saúde do animal, realizar perguntas pertinentes à suspeita clínica ao tutor e pedir exames complementares. Os principais exames laboratoriais utilizados para diagnosticar a FIV são o ELISA e o PCR

O ELISA é um exame laboratorial feito com base na reação antígeno-anticorpo, porém esse teste pode dar falso positivo ou negativo, não sendo recomendado realizá-lo com único exame no diagnóstico da FIV. O ideal é combinar o ELISA com outros exames e repeti-lo, pelo menos, mais uma vez.

Por outro lado, o PCR é um exame que detecta o código genético do vírus da FIV, mas infelizmente esse exame pode não ser capaz de identificar a FIV na fase latente. 

Portanto, cabe ao veterinário que está acompanhando o caso avaliar o quadro do animal e definir quais exames deseja realizar, em qual intervalo e com quantas repetições.

Contudo, o (a) profissional pode desconfiar de FIV ao identificar que o animal fica doente com muita frequência ou tem apresentado dificuldade para melhora de doenças que costumam ser tratadas facilmente.

Caso o animal seja diagnosticado com FIV, ele deve ser isolado para evitar que a doença seja transmitida para os outros gatos da residência e que o animal seja acometido por doenças secundárias. Além disso, é muito importante que todos os outros gatos da casa também sejam testados, independente da presença ou não dos sintomas.

O diagnóstico veterinário precoce é a melhor forma de evitar a progressão da doença.

 

Tratamento para Imunodeficiência Viral Felina

Infelizmente ainda não existe um tratamento 100% eficaz contra a Imunodeficiência Viral Felina. Por isso, o tratamento realizado nesse caso é o de suporte, no qual são tratados os sintomas e possíveis doenças secundárias. O tratamento de suporte pode ser composto por diversos medicamentos, como antibióticos, antitérmicos, analgésicos e suplementação com vitaminas. 

Também há a possibilidade de tratar o animal com imunomoduladores, medicamentos que têm como objetivo diminuir a carga viral.

O ideal é tentar manter o animal o mais saudável possível, para não facilitar o surgimento de doenças secundárias e, por isso, o (a) veterinário (a) deverá recomendar que o (a) tutor (a) tome certos cuidados, como manter uma alimentação balanceada e a vermifugação em dia. 

O manejo alimentar do gato com FIV deve ser composto por uma dieta rica em nutrientes, com o intuito de prevenir o surgimento de infecções secundárias.

Prognóstico

O prognóstico da doença vai depender muito de quando a doença for diagnosticada, portanto, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o prognóstico. 

Além disso, quanto mais o (a) tutor (a) seguir as recomendações veterinárias e evitar o surgimento de doenças secundárias, melhor será o prognóstico.

Apesar de não ser possível prever a expectativa de vida de um animal com FIV, caso ele receba todos os devidos cuidados, é possível que o tempo de vida se estenda por mais de 10 anos depois do diagnóstico da doença.

Imunodeficiência Viral Felina tem cura?

Infelizmente a FIV não tem cura. Contudo, como vimos ao longo do texto, quanto antes o animal for diagnosticado precocemente e receber todos os cuidados devidos, maiores são as chances de um período mais longo de vida. 

Cuidados diários

Como vimos, além do tratamento medicamentoso é muito importante cuidar para que animais com FIV sejam mantidos o mais saudáveis possíveis, evitando o desenvolvimento de doenças secundárias. Portanto, entre esses cuidados estão:

  • Evitar contato com outros gatos pois, além de evitar a disseminação da FIV, esse cuidado também evita que o gato diagnosticado ou com suspeita seja exposto a outras doenças;
  • Oferecer uma alimentação balanceada, completa, rica em nutrientes e de qualidade;
  • Manter o ambiente do animal sempre limpo;
  • Evitar troca de objetos com outros animais;
  • Manter a higiene do animal em dia;
  • Optar por alimentos úmidos caso o animal apresente lesões na cavidade oral, pois esse cuidado pode aumentar a ingestão de alimentos pelo animal e melhorar o estado de saúde;
  • Manter os comedouros e bebedouros limpos;
  • Oferecer água limpa e de qualidade;
  • Manter a vermifugação, controle de ectoparasitas e vacinação do animal em dia;
  • Evitar situações de estresse para o animal;
  • Realizar acompanhamento periódico com o (a) veterinário (a).

Como prevenir a Imunodeficiência Viral Felina?

A boa notícia é que a Imunodeficiência Viral Felina pode ser prevenida por meio de algumas ações simples. Como sabemos que todo (a) tutor (a) quer ver seu animalzinho bem e evitar que sejam acometidos por doenças, listamos, a seguir, as principais formas de prevenir a FIV:

  • Evitar contato do animal com animais positivos para FIV ou que vivem na rua;
  • Evite que o seu gatinho tenha acesso à rua;
  • castração precoce pode ser uma boa forma de prevenir essa doença, já que o animal não apresentará o comportamento de briga por fêmeas e território;
  • Manter o ambiente do gatinho sempre limpo;
  • Desinfete os comedouros, bebedouros, brinquedos com frequência;
  • Higienize bem e com frequência as caixinhas de areia higiênica;
  • Ofereça alimentação balanceada, de qualidade e completa e água limpa;
  • Mantenha a higiene do seu gatinho em dia, com escovação e banhos de acordo com o recomendado;
  • Mantenha a saúde do seu animal em dia, com consultas de rotina vermifugação e vacinação na frequência recomendada; 
  • Fique atento (a) a saúde e comportamento do animal;
  • Durante os passeios, não permita que seu pet compartilhe objetos com outros animais ou coloque objetos desconhecidos na boca;
  • Ao escolher petshops ou hospedagens, certifique-se de o local é de confiança e que realize a higienização correta do ambiente e de objetos que entram em contato com outros animais. 

Caso desconfie que seu animal está apresentando sintomas de Imunodeficiência Viral Felina, está com a imunidade debilitada ou tenha tido contato com um gatinho FIV positivo, leve o animal ao médico veterinário de sua confiança o quanto antes para que ele seja avaliado e diagnosticado o quanto antes.

Para mais informações sobre saúde pet, continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável.

Imagem do profissional Kenny Cardoso
Este artigo foi escrito por:

Esp. Kenny Cardoso

Médica veterinária pela Universidade Federal Fluminense com mestrado em Medicina Veterinária.Leia mais artigos de Esp. Kenny
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