Corioamnionite: o que causa, sintomas e como prevenir

O que causa corioamnionite?

Assim como outras infecções, a corioamnionite pode ser causada por diversos tipos de patógenos, como vírus, fungos, bactérias e outros microorganismos. A doença começa quando algum desses agentes ataca o corpo durante uma gestação, causando infecções em diversas camadas da anatomia uterina.

Dentro da barriga, o feto fica imerso no líquido amniótico e protegido por camadas de envoltórios como córion, âmnio e placenta. Uma infecção em uma ou mais dessas partes apresenta riscos tanto para a pessoa gestante, quanto para o feto, aumentando as chances de complicações como sepse.

Fatores de risco

Os fatores de risco são os principais sinais de alerta para quem quer evitar a corioamnionite. Portanto, as infecções têm maior probabilidade de acontecer nos casos em que há: 

• Ruptura prematura das membranas (RPM) ou quando essa ruptura é prolongada;
• Trabalho de parto longo ou antes da 37ª semana;
• Líquido amniótico meconial, caracterizado pela presença de mecônio (primeiras fezes do bebê) no líquido, sendo classificado como fluido, moderado ou espesso, a depender da quantidade de excremento diluído;
• Presença de agentes infecciosos no trato genital, que podem se espalhar e atingir o colo do útero e, posteriormente, a placenta e outras camadas até chegar ao líquido;
• Múltiplos exames de toque vaginal em casos nos quais há ruptura de membranas.

Sintomas

Esse tipo de infecção pode ser assintomática em alguns casos. Quando os primeiros sinais surgem, geralmente é a febre que liga o alerta sobre a possibilidade de infecção e, então, inicia-se uma investigação para saber qual parte do corpo está sendo atacada.

A pessoa gestante também poderá relatar: 

• Taquicardia, ou seja, batimentos cardíacos acelerados (sintoma que pode ser detectado também no feto);
• Sensibilidade na região do útero;
• Secreção vaginal com indícios de inflamação, odor atípico e/ou amarelada;
• Líquido amniótico com mau cheiro.

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Como é feito o diagnóstico?

Muitas vezes, o diagnóstico é realizado através dos exames solicitados para investigar uma febre sem causa aparente.

Em alguns casos, pode ser necessária a realização de procedimentos como amniocentese, que consiste na coleta de material amniótico ou do feto com o auxílio de uma seringa especial. O tecido coletado é enviado para análise laboratorial com o intuito de descobrir qual é o patógeno causador da infecção.

Corioamnionite tem cura?

Sim, mas o tratamento e os prognósticos variam conforme as particularidades de cada quadro. Depende do patógeno, do nível de desenvolvimento da doença e de qualquer outro fator ligado à gestação, como tempo de gravidez ou hábitos da pessoa gestante.

Diante de qualquer sinal de anormalidade, consulte um(a) profissional de saúde ou obstetra para fazer as devidas avaliações e decidir o tratamento mais adequado. Não se automedique, principalmente durante a gestação, pois isso pode trazer consequências graves e mesmo fatalidades em casos mais extremos.

Tratamento para corioamnionite

Dependendo do quadro, tratamentos diferentes poderão ser utilizados. Antibióticos de amplo espectro auxiliam no combate a bactérias, enquanto medicamentos para controle da febre (antitérmicos) ajudam a controlar as altas temperaturas, que podem afetar o desenvolvimento do feto.

Algumas situações demandam intervenção cirúrgica, com a realização de um parto prematuro quando há riscos elevados para gestante e/ou feto.

Complicação

A principal complicação desse tipo de infecção é o parto prematuro. Algumas pesquisas apontam, inclusive, que a corioamnionite é responsável por metade dos partos que acontecem antes da 30ª semana de gestação.

Como prevenir?

Dentre as formas de prevenir a infecção intra-amniótica, está a redução dos exames de toque. Além disso, a realização do pré-natal é essencial para identificar e tratar qualquer princípio de infecção antes que se torne um problema maior.

Quem teve corioamnionite pode engravidar novamente?

Depende. A gravidade da infecção, o tratamento empregado e a existência ou não de sequelas são variáveis que precisam ser consideradas. Em alguns casos, é possível que a fertilidade da pessoa seja afetada, sendo necessário o acompanhamento de um(a) especialista para determinar a viabilidade reprodutiva.

Com causas diversas e características que dificultam o diagnóstico, a corioamnionite é uma condição que exige atenção aos sinais. Caso suspeite de qualquer tipo de infecção ou note febre alta e persistente durante a gestação, procure ajuda médica imediata.

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Referências

• Infecção intra-amniótica (Corioamnionite) — Manual MSD;
• Rezende Obstetrícia Fundamental — Carlos Antonio Barbosa Montenegro e Jorge de Rezende Filho, Grupo Editorial Nacional;
• Rotinas em obstetrícia — Fernando Freitas [et al.], Artmed;
• O Estudo Doppler da Função Cardíaca Fetal e da Artéria Umbilical na Rotura Prematura das Membranas Amnióticas Pré-Termo — UFRGS.