Antidiabéticos: o que são e como agem no organismo?

Como os antidiabéticos agem no organismo?

O pâncreas é o órgão responsável pela produção de diversos hormônios. Dentre eles, está a insulina, responsável por ajudar o organismo a processar a glicose. Altos índices desse tipo de açúcar no sangue podem indicar que a função pancreática está comprometida.

A glicemia alta e persistente, portanto, pode ser sinal de diabete, uma doença com diversas causas e manifestações. Cada tipo de diabete representa um problema diferente, que pode ter a ver com produção reduzida ou ausência de insulina, por exemplo. Em outros casos, há o comprometimento da função desse hormônio.

Essas diferenças fizeram surgir também tratamentos diferentes e, por isso, é necessário realizar uma profunda avaliação médica antes de escolher qual antidiabético usar.

Existem medicamentos de uso oral e injetável, para tratamento de diabete tipo 1, tipo 2, gestacional, LADA e MODY. Cada um deles atua diferentemente no organismo, porque precisam suprir ou corrigir a deficiência de insulina e/ou controlar a quantidade de glicose no sangue.

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Quando são recomendados?

Como a diabete ou a pré-diabete pode ser uma condição silenciosa por muito tempo, geralmente são os exames de glicemia de rotina que detectam os níveis alterados de glicose.

Tão logo a disfunção seja percebida, inicia-se uma investigação para determinar o tipo de diabete e receitar o medicamento mais adequado.

Os antidiabéticos, então, são usados para regular os níveis de glicose, evitando que o(a) paciente desenvolva complicações em decorrência do excesso dessa substância no organismo.

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Tipos de antidiabéticos

Como explicamos, cada tipo de diabete requer um tratamento diferente. Confira os principais tipos de antidiabéticos: 

Insulina

Existem 4 grupos principais de insulina injetáveis:

Insulina de ação rápida

As insulinas lispro, asparte e glulisiana foram desenvolvidas para serem absorvidas quase que imediatamente pelo organismo, agindo rapidamente na redução do nível de açúcar no sangue. Uma das principais vantagens desses medicamentos é a possibilidade de aplicação imediatamente antes da refeição. Além disso, podem ser combinadas com outros tipos de insulina.

Insulina de ação curta

Chamada também de “insulina regular”, é uma substância idêntica à insulina humana, sendo obtida por meio de técnicas de DNA recombinante. Após injetada, essa insulina demora mais ou menos 30 minutos para fazer efeito, atingindo o pico entre 2 ou 3 horas após a aplicação. Por ser de curta ação, esse tipo de insulina mantém seus efeitos por um período máximo de 5 a 8 horas.

Insulina de ação intermediária

A NPH (protamina neutra Hagedorn ou isófana) demora mais para ser absorvida e para iniciar sua ação no organismo. Geralmente, esse tipo começa a agir de 2 a 5 horas após a aplicação, efeito que pode durar de 4 a 12 horas. Considerada imprevisível, esse é um fármaco cada vez menos recomendado.

Insulina de ação longa

Desse tipo, as principais são a glargina e a detemir. A primeira, desenvolvida para se dissolver lentamente e produzir níveis constantes de insulina, começa a agir por volta de 1 hora após a aplicação, podendo manter sua atividade máxima por 24 horas ou mais. Já o detemir, é um dos tipos mais recentes e também pode durar mais de 12 horas, mas sua principal vantagem é a probabilidade reduzida de causar hipoglicemia no(a) paciente.

Misturas de insulinas

Quando são utilizadas insulinas de ação intermediária ou longa, são necessárias algumas horas para o medicamento começar a fazer efeito. Em alguns casos, o(a) médico(a) poderá recomendar suplementos de insulina de ação rápida, que podem ser misturados com outros tipos na seringa antes da aplicação. 

Antidiabéticos orais

Indicados nos casos de diabete tipo 2, os antidiabéticos orais também são divididos em diversas categorias, sendo classificados pelo tipo de ação que o fármaco tem no organismo:

• As sulfonilureias estimulam a secreção de insulina: tolbutamida, tolazamida, clorpropamida, glibenclamida (gliburida), glipizida (glidiazinamida) e glimepirida;
• As biguanidas e tiazolidinedionas reduzem os níveis de glicose: metformina, pioglitazona e rosiglitazona;
• Os inibidores da a-glicosidase diminuem a velocidade de absorção intestinal do açúcar: acarbose e miglitol;
• Os tratamentos com inibidores (GLP-1 e DPP4) simulam o efeito da incretina: exenatida, liraglutida, albiglutida, dulaglutida, sitagliptina, saxagliptina, linagliptina, vildagliptina;
• Os inibidores do cotransportador de SGLT2 impedem que rim reabsorva glicose: canagliflozina, dapagliflozina, empagliflozina, cloridrato de colesevelam;
• Pranlintida, bromocriptina, colessevelam agem por mecanismos distintos ou ainda pouco claros.

Como usar ou aplicar?

Depende, pois cada tipo de antidiabético tem seu próprio modo de uso. Converse com seu(a) médico(a) para utilizar os medicamentos adequadamente e siga as instruções indicadas na bula.

Conheça algumas formas de administração a seguir:

• Administração-padrão de insulina: com o auxílio de uma seringa convencional descartável, faz-se a aplicação subcutânea da insulina;
• Injetores portáteis do tipo caneta: com cartuchos de insulina e agulhas substituíveis, essa ferramenta foi desenvolvida para quem precisa de múltiplas injeções subcutâneas de insulina. São injetores do tamanho de uma caneta e bastante utilizados em insulinoterapia intensiva;
• Dispositivos de infusão subcutânea contínua de insulina (ISCI, bombas de insulina): pequenas máquinas (bombas), que podem ser programadas pelo usuário, fazem a administração automática de insulina no organismo. Esses dispositivos são indicados para pacientes com dificuldade ou são incapazes de administrar a insulina de outra forma;
• Inalação: existem também opções de insulina formuladas em pó seco, que pode ser inalado com o auxílio de um pequeno aparelho de uso individual;
• Uso oral: medicamentos que devem ser ingeridos e absorvidos pelo trato digestivo, como comprimidos e pílulas.

Contraindicações

As contraindicações, nesse caso, precisam ser analisadas caso a caso, pois dependem do quadro de diabete do(a) paciente e variam conforme o tipo de medicamento que está sendo utilizado.

Tenha um diálogo aberto com seu(a) médico(a) e tire todas as dúvidas antes de iniciar qualquer tratamento.

Preços e onde comprar

A Consulta Remédios reúne diversas farmácias em uma única plataforma, permitindo que os usuários possam comparar preços e economizar na compra. A plataforma ainda conta com bulas completas para sanar diversas dúvidas e auxiliar na administração correta dos fármacos.

Confira os valores de alguns dos principais medicamentos para diabete:

• Cloridrato de Metformina 500 mg: a partir de R$ 2,70;
• Cloridrato de Metformina 850 mg: a partir de R$ 5,48;
• Glibenclamida 5mg: a partir de R$ 1,80;
• Insulina Humana NPH 100 UI/ml: a partir de R$ 26,75.

Estes e outros antidiabéticos podem ser adquiridos gratuitamente ou por 10% do valor em estabelecimentos vinculados à Farmácia Popular. Para utilizar o benefício, basta apresentar um documento oficial com foto e número do CPF, junto à receita médica, que precisa estar no prazo de validade.

Leia também: Farmácia Popular: veja como funciona, como participar e FAQ

Os medicamentos antidiabéticos são pensados para auxiliar o organismo no processamento de glicose quando há algum problema envolvendo os mecanismos do hormônio insulina.

É importante lembrar que o Sistema Único de Saúde fornece diversos medicamentos gratuitamente ou com valores reduzidos. Converse com seu(a) médico(a) para entender seu tipo de diabete e procure saber quais hábitos podem ajudar ou prejudicar o tratamento medicamentoso.

Para mais informações sobre saúde e remédios, continue acompanhando os artigos do Minuto Saudável e siga nossos perfis nas redes sociais.

Referências

• Farmacologia básica e clínica — Bertram G. Katzung [org.], 13. ed. – Porto Alegre: AMGH;
• Programa Farmácia Popular — Ministério da Saúde;
• PORTARIA GM/MS Nº 3.677, DE 29 DE SETEMBRO DE 2022: Altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, e amplia a cobertura do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) — Diário Oficial da União;
• Elenco oficial dos medicamentos disponibilizados pelo programa farmácia popular (sistema de copagamento) — Ministério da Saúde.