Saúde

Punção lombar: para que serve, como é feita e cuidados

Publicado em: 14/04/2023Última atualização: 14/04/2023
Publicado em: 14/04/2023Última atualização: 14/04/2023
Foto mostra detalhe de mão, com luvas azuis, aplicando uma anestesia.Descoberta quase que acidentalmente, a punção lombar é um método aplicado no diagnóstico e tratamento de diversas condições.
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punção lombar (PL) é um procedimento utilizado no diagnóstico e/ou terapia de algumas doenças ligadas ao sistema nervoso. Geralmente, é realizado quando se faz necessária a coleta de amostras do líquido cefalorraquidiano (LCR) para análise, mas também pode funcionar como via para aplicação medicamentosa.

O LCR, por sua vez, é um importante fluido do organismo, principalmente pela sua íntima relação com o sistema nervoso central (SNC) e as membranas que o envolvem (meninges). Dentre suas funções, está a proteção e o bom funcionamento do SNC, evitando traumas mecânicos no encéfalo e na medula espinhal.

A técnica foi desenvolvida em 1891, quando o cirurgião Heinrich Quincke investigava um método seguro para curar a hidrocefalia, condição caracterizada pelo acúmulo de LCR nas cavidades internas do cérebro, que acomete principalmente crianças e idosos.

Utilizando agulha e bisturi no procedimento, ele realizou a extração do LCR e incluiu diversos estudos em sua pesquisa, como a medida da pressão intracraniana e análise da saúde das células. Outras investigações incluíam a análise bacteriológica e de substâncias como proteínas e glicose no fluido.

Embora não tenha encontrado a cura para a hidrocefalia, a punção lombar se tornou um importante exame, com diversas aplicações. Continue lendo o artigo para saber mais sobre as aplicações, metodologia e outras informações.

Índice — Neste artigo, você irá encontrar:

  1. Para que serve a punção lombar?
  2. Como é feita?
  3. Cuidados antes e depois do exame
  4. Interpretando o resultado?
  5. Riscos e contraindicações
  6. Perguntas frequentes

Para que serve a punção lombar?

O desenvolvimento da técnica de punção lombar permitiu que uma gama de análises e terapias fossem realizadas. Confira algumas aplicações do procedimento:

  • Avaliação e redução da pressão intracraniana;
  • Análise da composição do LCR, chamado também de “líquido cerebrospinal”;
  • Administração de medicamentos, como quimioterápicos, por exemplo, ou de anestesias, como a raquidiana e epidural.

Além disso, o uso da punção lombar auxilia no diagnóstico de condições como meningite e outras infecções e inflamações do sistema nervoso central, além de poder identificar esclerose múltiplaleucemiasíndrome de Guillain Barré e outras doenças complexas ligadas ao SNC.

Leia também: Meningite (bacteriana, viral): quais os sintomas? Tem cura?

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Como é feita?

Fotografia mostra mãos com luvas brancas inserindo a agulha de punção na lombar.
Embora pareça complexo e muito invasivo, a punção lombar é um procedimento simples e que geralmente não traz maiores riscos para o(a) paciente.

A punção lombar é caracterizada pela inserção de uma agulha entre duas vértebras lombares, mais especificamente entre as vértebras L3 e L4 ou L4 e L5.

Para acessar adequadamente a região, a coluna precisa ficar flexiona e, por isso, pede-se que o(a) paciente fique deitado de lado, abraçando os joelhos e se curvando o máximo possível, posição que pode ser adaptada às necessidades do(a) paciente.

A lombar é lavada com iodo e a região em que será inserida a agulha é esterilizada com álcool. Atualmente, ao invés de bisturi, utiliza-se uma agulha com estilete especialmente projetada para esse tipo de punção.

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Cuidados antes e depois do exame

Na preparação para o procedimento, recomenda-se apenas que o(a) paciente realize refeições leves e a única exigência é que haja um acompanhante maior de idade, principalmente em casos de administração de anestésicos.

Após a punção, é preciso realizar um acompanhamento para verificar a gravidade de possíveis efeitos ou complicações como:

  • Dor de cabeça (cefaleia): é bastante comum e pode durar horas, mas se for intensa ou persistente, deve-se procurar ajuda médica;
  • Infecções no local da punção;
  • Sangramento;
  • Dor lombar, que pode durar alguns dias;
  • Confusão mental.

Outros quadros mais graves podem ser observados, mas costumam ser exceções. As complicações, geralmente, não estão ligadas à técnica, mas sim a outros fatores, como a presença de alguma doença não diagnosticada, má higienização ou infecção acidental, por exemplo.

Interpretando o resultado?

O tipo de exame do líquido cefalorraquidiano e sua posterior avaliação dependerá do quadro clínico que está sendo investigado. Na análise do LCR, são considerados normais os seguintes valores:

  • Pressão: 100-200mm H2O;
  • Leucócitos/microL: 0-3;
  • Tipo de célula predominante: L;
  • Glicose: 50-100 mg/dL (2,78-5,55 mmol/L);
  • Proteína: 20-45 mg/dL.

Diferentes alterações nesses valores podem indicar patologias completamente distintas. Mantenha um diálogo aberto com seu(a) médico(a) para entender melhor a interpretação dos resultados e o seu diagnóstico.

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Riscos e contraindicações

De modo geral, a punção lombar é considerada uma técnica segura e não possui muitas contraindicações, exceto em situações bastante específicas. O procedimento não poderá ser realizado de forma alguma em caso de herniação do SNC ou caso o local da punção apresente lesões ou infecções.

É preciso avaliar o risco-benefício em casos de hipertensão intracraniana, suspeita de efeito de massa (quando há sintomas de que o cérebro está sendo comprimido), coagulação sanguínea alterada, comprometimento cardiorrespiratório grave, obesidade mórbida, entre outras condições que devem ser considerados pelos profissionais de saúde.

Perguntas frequentes

É normal ter dor nas costas após o exame?

Sim. Existem algumas possibilidades de dor que surgem como consequência do procedimento, como dor de cabeça ou dor na lombar, por exemplo. O sintoma pode durar horas ou dias, com intensidades que variam conforme as particularidades de cada paciente. 

Caso tenha dores intensas e/ou persistentes, procure ajuda médica para uma melhor avaliação.

É preciso fazer repouso após?

Após a remoção da agulha, recomenda-se que o(a) paciente continue na posição recomendada para a punção por pelo menos 10 minutos. Após esse período, deve-se fazer repouso adicional por um período mínimo de 4 a 6 horas, que deve ser somado a um consumo mais intenso de líquidos.

Punção lombar dói?

Quando devidamente realizada, a punção lombar não deve doer mais que outros procedimentos realizados por meio da introdução de agulhas na pele, como nos casos de coletas de sangue.


A punção lombar é um procedimento comum e com ampla aplicação, além de ser essencial para detecção de doenças que acometem o sistema nervoso central.

Para saber mais sobre exames e saúde, continue acompanhando os artigos do Minuto Saudável, além de seguir nossos perfis nas redes sociais.


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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