A luz pulsada é um dos principais procedimentos estéticos quando se fala de pele. Estudos demonstram que, a partir do século XX, o comportamento da sociedade mudou em relação aos cuidados com a aparência, especialmente com a pele.
As mulheres, principalmente, passaram a se preocupar mais com os pelos aparentes em diferentes regiões do corpo. Soluções para depilação surgiram e foi neste período também, mais precisamente em 1994, que Goldman e Eckhouse descreveram uma lâmpada de alta intensidade para tratar lesões vasculares. Foi então que quatro anos depois a Luz Intensa Pulsada (LIP) foi lançada comercialmente como um dispositivo médico.
Depois desse pequeno resgate histórico, vamos mostrar que além de ser indicada para remoção de pelos, a LIP pode ser usada para tratar outros problemas de pele, entre eles a acne, olheiras, rugas e linhas de expressão.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a luz pulsada (LIP) é uma tecnologia que emite feixes de luz policromáticas e em várias direções, ou seja, luzes de diversos comprimentos de onda que geram calor localizado.
O principal e maior órgão protetor que temos é a pele, pois ela isola componentes orgânicos internos do ambiente externo. A pele é constituída, basicamente, pela epiderme (superfície externa), derme (estrutura profunda) e, por fim, a hipoderme (tecido celular subcutâneo).
No tratamento com LIP, a absorção da luz não penetra tão profundamente, o que faz com que não haja danos térmicos à epiderme. Além disso, os pulsos de luz são de curta duração para reduzir a descoloração e o desconforto na pele. Em poucas palavras, a luz pulsada atinge somente o tecido-alvo.
A seguir, você confere as principais indicações para fazer uso da luz pulsada como tratamento e seus benefícios:
Os procedimentos com luz pulsada ou laser retiram o pelo desde a raiz do bulbo piloso, causando a epilação com efeito duradouro. Para remover os pelos indesejados, a LIP pode ser aplicada no rosto, axilas, barriga, costas, virilha, braços e pernas.
Quanto mais escuro o pelo, melhor, pois pessoas com pelos mais escuros têm mais concentração de melanina, o que amplia os resultados da epilação.
Contudo, para uma redução expressiva pelos, o recomendado é fazer o procedimento quando os folículos pilosos estão em fase de crescimento. De maneira geral, o tempo para que os pelos entrem na fase anágena e, consequentemente, o intervalo entre os disparos, é de quatro semanas, em uma média de 10 sessões.
E aí você pode se perguntar, todos os pelos vão embora mesmo? Quando a terapia é feita corretamente eles somem sim. Porém, em alguns casos, é possível que haja o surgimento de pelos, mas mais claros e finos.
E as temidas rugas e linhas de expressão, é possível eliminá-las? A luz intensa pulsada tem se mostrado efetiva nos tratamentos para rejuvenescimento da pele, uma vez que é capaz de aumentar a espessura, dar mais firmeza e elasticidade à epiderme, pois aumenta a atividade dos fibroblastos (células responsáveis pela secreção das fibras de elastina e colágeno).
A LIP pode eliminar linhas de expressão e minimizar as rugas consideravelmente e as aplicações podem e devem ser feitas regularmente. O resultado não será imediato, mas sim perceptíveis com o passar das sessões.
Usar filtro solar indicado para seu tipo de pele é outro fator preponderante antes e após o tratamento. Aliás, independentemente de qualquer coisa, beber água e usar protetor solar são fundamentais para uma pele saudável.
Outra utilização da luz pulsada é para tratar olheiras vasculares, que são aquelas com coloração arroxeada ou rosada. Neste caso, além de outros procedimentos, a luz pulsada, mais uma vez, tem promovido resultados significativos.
Esse escurecimento das pálpebras pode surgir já na infância e fica mais evidente ao longo da vida em condições como privação de sono, uso de álcool, cigarro ou em casos de doenças respiratórias.
Quatro sessões, em média, já são capazes de mostrar resultados. Contudo, a indicação é fazer aplicações de manutenção após seis meses.
A acne também está na lista dos problemas de pele mais temidos, tendo incidência entre a grande maioria dos adolescentes e, algumas pessoas, persiste até a fase adulta. Uma pele acneica é resultado, entre outras coisas, do aumento na produção de sebo na pele.
Além do uso de cremes e outros cosméticos, em casos mais extremos são indicados ácidos ou medicamentos. A luz pulsada e o laser também entram na lista de possíveis tratamentos e, conforme apontam estudos na área da dermatologia e fisioterapia dermato funcional, o laser pode ser mais eficaz em alguns casos.
Para a aplicação da LIP, em geral, são indicadas de três a seis sessões e a continuidade do tratamento vai ser determinada de acordo com as necessidades de cada paciente.
A luz pulsada também pode ser uma das alternativas para tratar manchas na pele, como os melasmas, manchas escuras que surgem por exposição ao sol ou ainda durante a gravidez, e em caso de lentigo solar e nevo melanocítico.
O tratamento pode incluir ainda o uso de loções clareadoras e outros procedimentos. A quantidade de sessões e intervalos entre elas também variam de paciente para paciente.
Dermatologistas já apontam que o uso de tecnologias como a luz intensa pulsada é muito válido para tratar rosáceas (vermelhidão em pontos do rosto) e também para telangiectasia, popularmente conhecido como “vasinhos”.
A rosácea é uma inflamação crônica da pele que pode afetar bochechas, testa, nariz e queixo. Fatores genéticos, emocionais e ambientais são a principal causa, sobretudo em pessoas acima de 30 anos e mulheres.
Tanto no caso das rosáceas, quanto da telangiectasia, a LIP pode promover bons resultados, uma vez que a luz e a energia emitidas pelo aparelho promovem uma melhor reorganização das células e distribuição dos vasinhos de sangue.
A recomendação do número de sessões varia entre três e quatro, com intervalo de, pelo menos, um mês entre elas.
Como vimos, no caso dos pelos, temos como principal vantagem a remoção permanente e, se comparado a outros procedimentos estéticos, a dor e sensibilidade são bem menores.
Uma ardência durante ou após a aplicação pode surgir, mas ela pode ser minimizada com a utilização de géis ou outros elementos resfriantes. Além disso, o uso de anestésicos tópicos podem ser solicitados.
Com relação ao fotorejuvenescimento com luz pulsada, além do tratamento da pele do rosto, o procedimento é também apropriado para várias áreas, como pescoço, peito, braços, mãos e pernas.
Além de tratar a pele acneica, a LIP também promove a redução de microvasos, rubor e vermelhidão. Outros aspectos positivos que podem ser citados são a redução da aparência de rugas finas e profundas, manchas e elastose, além da melhora da textura, aspereza, tamanho dos poros e elasticidade da pele.
Por fim, a luz pulsada também pode ser indicada para tratar estrias recentes e avermelhadas e até, mesmo, para cicatrizes de queimaduras e quelóides.
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O tratamento com luz pulsada exige muitos cuidados e técnica para aplicação, portanto, os (as) profissionais capacitados para estes procedimentos são dermatologistas e o fisioterapeutas especialistas em dermato funcional.
Respeitar essa premissa é fundamental para garantir a segurança e eficácia da terapia com LIP, pois o aparelho necessita de ajustes dos comprimentos das ondas e outros detalhes técnicos que demandam capacitação na área.
De forma simplificada, a diferença entre a luz intensa pulsada e o laser se dá pela primeira ser uma tecnologia que emite feixes de luzes policromáticas em várias direções e no segundo, a luz é emitida a partir da estimulação da radiação.
A LIP atinge mais de um alvo em uma única aplicação, portanto, são dispositivos mais vantajosos devido à sua capacidade de tratar grandes áreas de pele, além de ser mais econômico. Entretanto, o laser pode ser mais indicado para situações específicas por atuar em um alvo definido.
Independente da finalidade da LIP, a avaliação um (a) profissional habilitado (a) é fundamental. Além disso, o uso de filtro solar antes, durante e após o tratamento é essencial, bem como outros procedimentos que sejam recomendados para complementar o procedimento.
Peles bronzeadas e pacientes que fazem uso de certos medicamentos são alguns dos grupos que devem evitar a luz pulsada. Além disso, pessoas com vitiligo, diagnosticadas com infecções ativas e locais e gestantes não devem realizar o tratamento, pois podem ocorrer alterações de coloração na pele.
Irritação, dor, inchaço e vermelhidão são algumas das lesões comuns após a aplicação da luz pulsada e que, geralmente, somem de cinco a sete dias. Contudo, qualquer complicação anormal ou persistente deve ser relatada ao profissional que realizou o procedimento e o tratamento deve ser suspenso imediatamente.
De acordo com a SBD, no caso de melasma, essas tecnologias podem ser úteis para melhorar a aparência, mas não devem ser a opção principal de tratamento.
E lembre-se: o barato pode sair caro, portanto, a escolha do menor preço nem sempre é o melhor caminho. Portanto, certifique-se de que o local e o (a) profissional escolhidos estão certificados para aplicação da LIP.
Uma pele saudável depende de diversos fatores. Consultar regularmente um (a) médico (a) dermatologista, beber água na quantidade recomendada, usar protetor solar e praticar os cuidados básicos de skincare estão entre as principais premissas.
Além disso, algumas pessoas estão mais predispostas à doenças que acometem a pele, já nascem com essas patologias, ou por inúmeras outras causas podem vir a desenvolver problemas de pele ao longo da vida.
O importante, em qualquer uma dessas situações, é procurar sempre por especialistas capacitados para tratar cada caso.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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