A busca pelo emagrecimento rápido está se tornando cada vez mais comum entre algumas pessoas. Em decorrência disso, existem alguns medicamentos que são vendidos com esse intuito, como é o caso do Lipostabil. A fosfatidilcolina, como também é conhecida, exerce vários efeitos no organismo e é um dos componentes deste medicamento com função na absorção de gorduras pelo organismo.
O fármaco, que surgiu na Alemanha e Itália, na década de 60, pertence ao laboratório Aventis Pharma, que é responsável pela distribuição do mesmo. Além disso, é vendido em muitos estabelecimentos dos Estados Unidos ilegalmente, pois a FDA, agência regulatória de medicamentos dos Estados Unidos, proibiu essa substância em 2010. No Brasil não é muito diferente, já que também foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2002.
Apesar do seu uso não ser aprovado para nenhum procedimento estético no Brasil, o Lipostabil ainda é muito usado para esse melhorar o contorno corporal e vendido ilegalmente em muitos lugares , mas o uso indevido pode gerar danos.
Por isso é importante alertar sobre seus efeitos, e nós do Minuto Saudável preparamos este artigo completo para te ajudar a entender melhor sobre o assunto, confira!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
O Lipostabil se trata de um medicamento com fosfatidilcolina e é dissolvido em compostos como o desoxicolato de sódio (ou ácido deoxicólico, é um sal biliar usado também para a redução da gordura). Geralmente, o Lipostabil é usado para tratar e prevenir a embolia gordurosa, ou seja, quando os vasos sanguíneos são entupidos por gotículas de gordura, e também tirar a gordura localizada.
A técnica usada é a mesoterapia, também chamada de intradermoterapia, que usa misturas de remédios para reduzir a gordura localizada. O procedimento é feito através de injeções intradérmicas (aplicada na camada entre a derme e o tecido subcutâneo) ou subcutâneas (aplicada mais profundamente na gordura corporal), no local desejado.
Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a propaganda e o uso de Lipostabil no Brasil para uso estético, por não haver nenhum estudo que define, de fato, a segurança e eficácia do produto.
Mesmo assim, ele ainda é utilizado ilegalmente, já que é possível encontrá-lo mesmo sem regulamentação por muitos profissionais da área da estética. Segundo os estudos da área, o principal motivo da persistência em usar o produto, é por não haver no mercado outras substâncias tão eficazes para a redução de gordura subcutânea.
O uso do Lipostabil tem resultados satisfatórios quando se trata de estética, mas isso não acontece quando se trata da saúde, já que ele traz junto vários efeitos adversos, como veremos adiante.
O Lipostabil é indicado principalmente para tratar e prevenir a embolia gordurosa, que é a obstrução dos vasos sanguíneos ocasionada por gotículas de gordura.
Contudo, ele também é usado irregularmente para tratamentos estéticos, com indicação não comprovada, para reduzir gorduras localizadas e tratamentos estéticos, principalmente no abdome, quadril, joelhos, pescoço e pálpebras inferiores.
Além disso, ele é considerado em alguns países uma boa alternativa para substituir a lipoaspiração, por ser uma técnica menos invasiva por não precisar, por exemplo, de cortes ou hospitalização. Já o procedimento cirúrgico pode apresentar várias complicações, além do custo mais alto e da recuperação demorada.
O Lipostabil nunca foi registrado pela Anvisa e em 2003, foi proibida sua comercialização em território nacional. Isso aconteceu porque nenhum estudo comprovou, de fato, a segurança do produto.
O uso indevido do fármaco por profissionais não habilitados, resultou em diversas complicações. Diante disso, a Anvisa alertou os consumidores, profissionais médicos, proprietários de clínicas estéticas e farmácias de manipulação sobre a não autorização para fabricação, importação, distribuição, manipulação, venda e uso do produto, no Brasil.
Em 2005, uma nota foi publicada informando sobre sua não aprovação para utilização em gordura localizada. Ou seja, mesmo os resultados sendo considerados positivos fisicamente, o medicamento não pode ser utilizado por nenhum profissional para fins estéticos, pois pode levar riscos à saúde.
A Aventis Pharma, distribuidora internacional do produto, permanece mantendo sua indicação somente para uso intravenoso, ou seja, com uso de injeção, para tratar a aterosclerose (excesso de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias).
Os efeitos colaterais de Lipostabil são diversos e incluem:
Segundo um estudo da Biomédica Édina Poletto para o núcleo de estudos NEPUGA, no Rio Grande do Sul, em alguns casos em que foi usado o Desoxicolato de Sódio, substância presente no Lipostabil, alguns pacientes relataram também casos de paralisia na mandíbula do nervo facial, onde o sorriso ficou assimétrico por aproximadamente três meses.
Também houve desenvolvimento de microabscessos (região roxa constituída por bactérias e células inflamatórias) e cistos na área tratada com Lipostabil, nestes casos foi necessária remoção através de cirurgia.
Além disso, foi relatado caso de necrose da pele na face anterior das coxas, onde houve a aplicação. Nesta situação o uso foi de um produto com base em substâncias químicas presentes no Lipostabil, o que resultou em grandes cicatrizes.
É importante lembrar que mesmo tendo relatos de resultados positivos com o uso deste medicamento, é fundamental obedecer às regras do órgão responsável para evitar frustrações e problemas maiores de saúde.
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Dra. Francielle Mathias
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