O lipedema é uma condição que atinge o tecido adiposo, resultando em um alargamento desproporcional da parte inferior do corpo. 

A doença foi descrita pela primeira vez no ano de 1940, mas só foi incluída na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) sob o número EF02.2. 

Um estudo publicado no Jornal Vascular Brasileiro em 2022, estima que a prevalência da condição em mulheres brasileiras é de cerca de 12,3%.

Continue acompanhando o artigo para descobrir mais sobre a condição, o que causa, grupos de risco, diagnóstico e tratamento. 

Índice – Neste artigo, você vai encontrar:

  1. O que é lipedema?
  2. O que causa lipedema?
  3. Grupos de risco
  4. Tipos de lipedema
  5. Estágios
  6. Sintomas de lipedema
  7. Como é feito o diagnóstico de lipedema?
  8. Tratamento
  9. Prevenção
  10. Cuidados diários

O que é lipedema?

Lipedema é uma doença crônica na qual há o acúmulo anormal de gordura na parte inferior do corpo, mais comumente nas pernas e glúteos. 

A gordura acumulada é diferente da gordura normal e, por conta disso, a condição costuma se apresentar como um edema (inchaço) em ambos os lados, o que deixa a região dolorida e sensível ao toque.

Além disso, em casos raros, o inchaço também pode ocorrer nos membros superiores, mais especificamente, nos braços. Ademais, a doença não afeta as mãos, os pés e o tronco.


O que causa lipedema?

Não há uma causa conhecida para a condição, porém, médicos (as) suspeitam que o surgimento do lipedema possa estar ligado com questões genéticas, hereditárias ou com alterações ou desequilíbrios hormonais, como o uso de anticoncepcionais, a menopausa e a gestação.

Grupos de risco

A doença ocorre majoritariamente entre as mulheres. Além disso, estudos indicam que as seguintes condições estão associadas ao seu aparecimento: 

Tipos de lipedema

Os tipos de lipedema variam de acordo com a região que afetam, ou seja, a região na qual o inchaço está presente são:

  • I: esse tipo afeta a região entre o umbigo e os quadris;
  • II: afeta a região entre o umbigo e os joelhos;
  • III: atinge a região entre o umbigo e os tornozelos;
  • IV: acomete os braços;
  • V:  atinge a região abaixo do joelho.

Estágios

A condição também pode ser classificada de acordo com o estágio em que se encontra:

  • 1: nesse estágio, a pele da paciente tem aparência comum, porém, há o aparecimento de pequenos nódulos de gordura; 
  • 2: no estágio 2, há a alteração da aparência da pele que se apresenta flácida e o aumento dos nódulos de gordura;
  • 3: no terceiro estágio, há o aumento do aspecto de flacidez da pele, dos nódulos e o surgimento de “dobras”. Além disso, a partir do estágio 3, a mobilidade da paciente é comprometida;
  • 4: já o estágio 4 é caracterizado pelo aparecimento de uma condição conhecida como linfedema (inchaço no sistema linfático). 

Sintomas de lipedema

Como mencionado anteriormente, o principal sintoma da condição é o inchaço nos membros inferiores do corpo. Contudo, entre os outros sintomas conhecidos estão:

  • Cansaço;
  • Sensibilidade extrema ao toque;
  • Dor nos membros inchados;
  • Hematomas frequentes na região;
  • Sensação de peso nas pernas;
  • Sensação de queimação nas pernas;
  • Dificuldade em eliminar o peso na região das pernas;

Além disso, em casos mais graves, o inchaço nas pernas pode resultar na dificuldade de mobilidade. 

Leia também: O que é hiperestrogenismo, quais as causas e sintomas?  

Como é feito o diagnóstico de lipedema?

O diagnóstico da condição é clínico e feito por meio da avaliação dos sinais e sintomas característicos da doença. O (a) médico (a) pode solicitar a realização de alguns exames, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e ultrassom, como forma de auxiliar no diagnóstico. 

Também é importante ressaltar que o lipedema é considerado uma condição subdiagnosticada e que não costuma ser diagnosticado na primeira consulta, pois pode ser confundido com outras doenças como a obesidade e o linfedema.

Tratamento

O subdiagnóstico do lipedema pode acarretar em um atraso no tratamento adequado da doença. Já o tratamento costuma ser multidisciplinar, ou seja, envolve especialistas de diversas áreas da saúde. Descubra mais sobre a seguir: 

Alimentação

Visto que o tipo da gordura acumulada nas áreas de inchaço da doença é diferente da gordura comum, não há como diminuí-lo ou controlá-lo com mudanças na alimentação. 

No entanto, um (a) nutricionista pode prescrever uma dieta à paciente como forma de reduzir as chances de inflamação.

Atividade física

Assim como no caso da alimentação, a atividade física também não pode diminuir o inchaço dos membros afetados pela condição. Porém, a prática de exercícios físicos pode ajudar a evitar e/ou diminuir os problemas de mobilidade da paciente.

Fisioterapia

A fisioterapia é uma forma de prevenir o estágio 4 da doença, no qual há a evolução para o linfedema, além de reduzir e melhorar a mobilidade. Entre os tratamentos empregados estão a drenagem linfática e a compressão pneumática, terapia de recuperação linfática e venosa feita por meio de equipamentos. 

A compressão pneumática pode auxiliar no tratamento.

Medicamentoso

O tratamento medicamentoso tem como objetivo reduzir a dor causada pela doença. É importante ressaltar que o uso de medicamentos só deve ser feito mediante prescrição e orientação médica.

Intervenção cirúrgica

A principal intervenção cirúrgica empregada no tratamento do lipedema é a lipoaspiração. Entretanto, é importante que a paciente faça uma avaliação de riscos e benefícios do procedimento. 

Prevenção

Não há como prevenir o lipedema, pois não há uma causa específica para a condição. 

Cuidados diários

O lipedema pode causar problemas na qualidade de vida da paciente, por isso, são necessários alguns cuidados. Entre eles estão a aplicação de cremes hidratantes, uso de meias de compressão e massagens. 

Ademais, a psicoterapia pode auxiliar a paciente no que diz respeito às possíveis dificuldades psicológicas trazidas pela doença. 

Leia também: Dislipidemia: o que é, o que causa, tipos e tratamento 

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Pesquisas e estudos ainda são realizados para descobrir mais a respeito da doença e suas possíveis causas. Portanto, mantenha-se atento aos sintomas e, caso os identifique, procure auxílio médico para o diagnóstico e tratamento adequado.

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Referências


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