Saúde

HTLV: saiba o que é, como se pega e se tem cura!

Publicado em: 17/06/2024Última atualização: 17/06/2024
Publicado em: 17/06/2024Última atualização: 17/06/2024
Representação gráfica de vírus e do DNA.Estima-se que o número de pessoas infectadas pelo HTLV seja de 2,5 milhões no Brasil.
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Enquanto há décadas muito se é falado sobre o vírus HIV, que causa a AIDS, um outro vírus começou a ganhar mais destaque recentemente. É o HTLV, ambos da mesma família.

Ele é o vírus linfotrópico de células T humanas, que afeta pelo menos 800 mil pessoas no Brasil, com estimativa de que esse número possa chegar a 2,5 milhões. Isso coloca o país como um dos que mais possui casos.

A previsão da quantidade de portadores é difícil de ser feita, visto que a doença nem sempre é diagnosticada.

Apesar desta ser uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), a principal forma de transmissão é de mãe para filhos. A falta de um diagnóstico precoce pode acarretar em mais pessoas sendo infectadas, incluindo os bebês, que podem manifestar a condição décadas depois.

Continue a leitura deste artigo para entender melhor sobre o vírus, como ele se comporta, seus riscos e se há cura para a infecção.

Índice — Neste artigo você verá:

  1. O que é o HTLV?
  2. Transmissão
  3. Ação do vírus no organismo
  4. Sintomas e doenças associadas
  5. Tratamento: infecção por HTLV tem cura?

O que é o HTLV?

O HTLV é um vírus que faz parte da família dos retrovírus humanos, a mesma que se encontra o HIV, e foi descoberto em 1980.

Ele pode ser separado em 2 tipos principais: 1 e 2. Outras variações também existem, mas não são comuns. As diferenças entre os dois tipos são pequenas, mas o HTLV-1 é o que pode estar associado a outras doenças.

A partir da infecção, geralmente o vírus se mantém em inatividade. Pode-se passar um longo período sem que se manifeste, com um tempo estimado de 40 anos.

Leia mais: O que é HIV e AIDS: qual a diferença? Sintomas e tratamento

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Transmissão

São três as formas que o HTLV pode ser transmitido:

  • Via parenteral: que ocorre pela transfusão de sangue infectado, ou pelo compartilhamento de seringas, agulhas ou outros itens semelhantes contaminados;
  • Via sexual: caso ocorra a relação sexual sem o uso adequado de preservativos;
  • Via vertical: de mãe para filho, durante o parto ou por meio da amamentação. Na gestação também pode acontecer, embora seja menos provável.

O meio de contágio mais comum é da mãe portadora do vírus para o bebê. Se ela já foi diagnosticada com a infecção, é possível tentar reduzir as chances de transmissão. Impedir o aleitamento é um exemplo de ação que pode ser tomada.

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Ação do vírus no organismo

Ao entrar no corpo, o vírus HTLV alcança um grupo de células do sistema imunológico. Esse grupo é chamado de linfócitos do tipo T CD4+, que atuam na coordenação da resposta imune do corpo.

O vírus, então, se incorpora no DNA das células. Cada vez que elas se dividem para formar novas, o vírus é multiplicado. Assim, é disseminado pelo organismo.

Diferente de alguns outros vírus, ele não gera manifestações logo em seguida. E, embora presente no corpo, pode não gerar nenhuma alteração.

Imagem representando o vírus junto ao DNA.

Sintomas e doenças associadas

Uma das principais características da infecção pelo vírus HTLV é a demora para que os sintomas se manifestem, isso se eles realmente aparecem em algum momento.

Quando ocorrem, é possível notar alguns dos seguintes sinais:

Estima-se que apenas de 5% a 10% dos portadores da infecção por HTLV apresentam sintomas ou complicações. O grupo restante pode ter o vírus no organismo sem nunca desconfiar, assim como transmiti-lo a outras pessoas sem saber.

Embora seja uma boa notícia o fato de que a maior parte das pessoas que portam o HTLV não terá um real prejuízo em sua saúde, isso dificulta o diagnóstico de mais pessoas e reduz o destaque dado ao vírus.

O conhecimento sobre a doença ainda é muito limitado, assim como as medidas voltadas à sua conscientização. E como os sintomas podem ser muito variados, pode haver ainda um atraso até por parte dos profissionais de saúde para detectar o caso.

Além dos sintomas já citados, existem algumas doenças que podem se desenvolver como uma complicação pelo HTLV. As principais são duas:

Leucemia (ou linfoma) de células T do adulto

Trata-se de um tipo de câncer no sangue muito raro, que atinge os mesmos linfócitos afetados pelo vírus HTLV.

É grave e, geralmente, fatal, já que nem sempre é possível fazer o tratamento por meio de quimioterapia ou outro método. Alguns dos sintomas são:

  • Aumento do fígado e baço;
  • Caroços nos linfonodos (encontrados no pescoço, virilha e axila);
  • Lesões de pele e ósseas;
  • Infiltração no pulmão;
  • Infecções.

Paraparesia espástica tropical

Também chamada de mielopatia associada ao HTLV-1, acomete a medula espinal.

Afeta principalmente os movimentos do corpo, gerando paralisia e tornando o paciente incapaz pouco a pouco. Os sintomas iniciais mais comuns são:

  • Fraqueza nos músculos das pernas;
  • Perda dos sentidos nos pés e dedos;
  • Rigidez;
  • Espasmos;
  • Perda do controle da bexiga;
  • Aumento da necessidade de urinar.

Diferente da leucemia citada anteriormente, a paraparesia possui uma evolução lenta, podendo levar muitos anos até que o paciente perca toda a independência em seus movimentos.

Leia mais: Fevereiro Laranja: Leucemia e doação de Medula Óssea

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Tratamento: infecção por HTLV tem cura?

O vírus HTLV ainda está sendo estudado, e há muito o que se descobrir a respeito dele. 

Ainda não há um tratamento que possa ser feito para eliminar o vírus do organismo, assim como impedir sua manifestação. Portanto, a infecção não tem cura. O mesmo ocorre com as doenças a ela associadas.

Quando é feito o diagnóstico, é possível tratar alguns dos sintomas associados, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Pessoas com paraparesia espástica tropical, por exemplo, podem fazer um acompanhamento com fisioterapeutas para retardar a evolução da doença.


Entender como o vírus é transmitido e prevenir o contágio são as formas mais importantes de reduzir o número de casos da infecção pelo HTLV.

Para que isso ocorra, é necessário que se fale mais sobre ele e que sejam realizados mais testes que possibilitem o diagnóstico precoce. Tanto a população em geral quanto os profissionais da saúde devem fazer sua parte.

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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