Saúde

Glaucoma: tem cura? Quais são os colírios utilizados?

Publicado em: 23/04/2021Última atualização: 03/05/2021
Publicado em: 23/04/2021Última atualização: 03/05/2021
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Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou que cerca de 80 milhões de pessoas tiveram glaucoma em 2020, e que daqui 19 anos, em 2040, esse grupo somará 111,5 milhões. 

Isso é um dado preocupante, visto que o glaucoma é responsável pela maioria dos casos de cegueira irreversível no mundo. 

Dessa forma,  o Minuto Saudável te informa a respeito de características sobre a doença e quais as formas de tratamentos possíveis para ela nesse texto. Confira!

O glaucoma tem cura?

Oftalmologista examinando olho da paciente.
Consultas frequentes ao oftalmologista ajuda no diagnostico precoce do glaucoma e a evitar danos irreversíveis que doença provoca.

Não! Infelizmente, ainda não há uma técnica desenvolvida que consiga reverter o quadro de glaucoma, pois trata-se de uma condição crônica que necessita de acompanhamento médico para o resto da vida. Sendo assim, é necessário dar início ao tratamento o quanto antes, para evitar a perda total da visão.

O glaucoma ocorre quando há alterações no nervo óptico, que levam a um processo de danificação das fibras nervosas presente no globo ocular, o que acaba tendo como resultado a redução na capacidade visual da pessoa. 

Em geral, o glaucoma pode surgir de 4 formas possíveis:  

  • Congênita: a pessoa apresenta glaucoma desde do nascimento, devido à  má formação genética, no entanto os sinais costumam ser perceptíveis entre os 3 e 5 anos de idade.
  • Primária Aguda: acomete o paciente de modo inesperado fazendo com que a visão fique turva subitamente, os sintomas mais comuns são o aumento da pressão intraocular de forma rápida e dolorosa, e a vermelhidão na região. 
  • Primária Crônica: é o tipo de glaucoma mais comum entre os que apresentam a doença. Nesse caso, a pressão intraocular vai evoluindo ao longo do tempo, até que chega a um estágio avançado (caso não seja tratado precocemente) em que há perda total da visão.
  • Secundário: algum trauma que afeta os olhos (cataratas, degeneração macular) ou doenças sistêmicas (diabetes), além do  uso de remédios à base de corticoides, como colírios.

Existem tratamentos que podem ajudar no controle da pressão ocular, para amenizar os sintomas e evitar complicações maiores à saúde do paciente. 

Infantil 

O glaucoma infantil pode ser caracterizado como primário agudo (sem motivo específico aparente), secundário (ocorre devido a traumas que atingiram a área ocular ou doenças sistêmicas) e congênito (desde do nascimento), que  pode afetar bebês e crianças em apenas um olho ou nos dois.  

Como forma de realizar o diagnóstico precoce e prevenir o avanço da doença, é realizado algum tempo após o nascimento, por pediatras, o “teste do olhinho” que ajuda a identificar alterações oftalmológicas de qualquer tipo. 

Ainda que o especialista constate que não há nenhuma irregularidade, a princípio, é importante que os pais estejam sempre atentos no aparecimento de sintomas comuns de doenças oftalmológicas (que surgem, em geral, até os 5 anos de idade).

Quando trata-se de glaucoma os sintomas mais presentes são:

  • Fotofobia: ocorre quando a criança não consegue suportar a luminosidade dos ambientes, seja ela natural ou artificial; 
  • Blefaroespasmo: trata-se da irritação provocada nos olhos em virtude da contração em excesso dos músculos ao redor do globo ocular; 
  • Lacrimejamento: liberação de lágrimas constantes sem estar ligada a uma reação de choro. 
  • Modificação no brilho dos olhos: quando a criança se encontra em um estágio avançado de glaucoma, especialmente na faixa etária de 3 anos de idade, pode ocorrer um aumento drástico do globo ocular e, por consequência, a mudança no brilho dos olhos.

Avançado   

Caracteriza-se como o estágio avançado do glaucoma quando o campo de visão da pessoa já está bem reduzido, em função da evolução da doença. 

Por isso, é comum que pacientes com glaucoma primário (simples crônico) se encontrem nesse estágio, visto que nesse tipo de caso, a doença é gradual e assintomática, levando a um diagnóstico tardio e a descoberta da doença em nível crítico e grave.

Para pacientes que iniciam o tratamento com perda quase total da visão, não há chances de recuperação do campo visual, apenas será feito o controle da pressão intraocular para evitar a perda completa.

Congênito

Pacientes com glaucoma congênito são aqueles que têm a doença desde do nascimento, por isso a motivação principal são fatores hereditários. 

Embora seja raro, o glaucoma congênito é preocupante, pois caso não seja diagnosticado a tempo pode afetar o desenvolvimento da criança e causar cegueira infantil. 

Portanto, é importante que os pais tenham conhecimento do histórico familiar e levem a criança ao oftalmologista se houver chances de glaucoma congênito.

Vale lembrar, que os sintomas podem não surgir logo após o nascimento, mas entre 1 a 5 anos de idade, dessa forma, é importante  consultar frequentemente o especialista para realizar avaliações durante esse período.

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Qual o tratamento para glaucoma? 

O tratamento prescrito para pacientes com glaucoma vai depender do diagnóstico oftalmológico (o tipo de glaucoma apresentado), dos fatores de risco e das condições de saúde da pessoa. 

De forma geral, é possível tratar a doença por meio de colírios, procedimentos a laser/cirúrgicos e medicamentos. Em certos casos, podem ser associadas duas formas de tratamentos.

Cirurgias

As cirurgias mais indicadas por especialistas no tratamento de glaucoma são:

  • Trabeculectomia: é a principal cirurgia indicada. É feita por meio da criação de uma fístula (passagem) para que ocorra a drenagem do líquido (humor aquoso) intraocular para o espaço subconjuntival. Através desse procedimento, o líquido passa de dentro do olho por uma janela na esclera (parte branca do olho) até uma bolsa filtrante.
  • Trabeculoplastia seletiva a laser: consiste na aplicação controlada de raios laser na malha trabecular com o propósito de reduzir a pressão intraocular. 
  • Iridectomia a laser: é um procedimento cirúrgico que realiza um pequeno furo na periferia da íris. Isso auxilia a regular a pressão intraocular e também ajuda a prevenir o glaucoma de ângulo fechado ou estreito, que costuma a acontecer 
  • Goniotomia: prescrita especialmente em casos de glaucoma infantil, se utiliza uma lente especial para visualizar as estruturas do olho interno, e assim fazer aberturas de passagem na malha trabecular para permitir a drenagem de fluidos.

Medicamento

Os medicamentos utilizados no tratamento de glaucoma são receitados com objetivo de amenizar sintomas causados em virtude da doença. Sendo assim, podem variar de acordo com a presença dos sintomas, visto que alguns pacientes podem ter mais ou menos reações devido ao glaucoma. 

Em geral, os sintomas mais comuns são: visão turva e embaçada, dor intensa e vermelhidão no interior do olho, lacrimejamento excessivo, aumento da contração dos músculos ao redor dos olhos. 

Dessa forma, alguns exemplos de medicamentos que podem ser indicados são:

Também podem ser prescritos medicamentos para reações secundárias, como dor de cabeça e náuseas. 

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Quais os colírios para tratar glaucoma?

Aplicação de um colirio para glaucoma no olho de uma criança.
O uso regular e adequado do colírio por pessoas com glaucoma, é uma das formas de evitar a perda completa da visão.

Os colírios que podem ser prescritos por um(a) oftalmologista para conter o avanço do glaucoma, são:  

  • Timolol: classificado como um betabloqueador que quando aplicado atua na redução da pressão intraocular;
  • Alphagan: trata-se de um agonista adrenérgico, que em um primeiro momento age diminuindo o humor aquoso e, na segunda fase, aumenta a drenagem desse humor aquoso, o que ajuda a reduzir a pressão intraocular elevada;
  • Travoprosta: é um exemplo de colírio análogo da prostaglandina serve para aumentar a drenagem do humor aquoso e atuar na contenção da pressão intraocular; 
  • Pilocarpina: tido como um agonista colinérgico, esse colírio estimula a diminuição da resistência à passagem do humor aquoso, levando à redução da pressão dentro do olho;
  • Dorzolamida: atua como um inibidor da anidrase carbônica, ajudando na contenção da liberação do humor aquoso, resultando  na redução da pressão intraocular.

Também é possível  utilizar no tratamento do glaucoma, fórmulas combinadas de colírios.  


A visão, assim como outros sentidos, é muito importante para a saúde e qualidade de vida das pessoas, por isso é necessário fazer consultas de rotina  ao oftalmologista, mesmo sem nenhum sintoma, para prevenir essa e outras doenças que podem prejudicar a visão.  

Continue acompanhando o Minuto Saudável para ter acesso a conteúdos informativos na área da saúde!

Fontes consultadas

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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