Retinopatia diabética: entenda o que é, sintomas e tratamento.

O que é retinopatia diabética?

A retinopatia diabética (RD) é uma doença que afeta os pequenos vasos sanguíneos da retina, a parte do olho responsável por formar e transmitir imagens ao cérebro. 

Seu surgimento está intimamente ligado à duração do diabetes e à falta de controle dos níveis de glicose.

Apesar de não possuir uma cura definitiva, a retinopatia diabética pode ter sua progressão contida com um tratamento adequado. 

Em geral, a manifestação da retinopatia ocorre aproximadamente cinco anos após o diagnóstico de diabetes tipo 1. Em casos de diabetes tipo 2, onde o diagnóstico pode ser adiado por anos, a retinopatia pode estar presente no momento em que a condição é identificada.

Tipos

Existem dois tipos de classificação da retinopatia diabética: não proliferativa e a proliferativa. A diferenciação entre elas é feita com base na localização, extensão e grau de diversas características clínicas identificadas durante o diagnóstico.

Não proliferativa

Representa o estágio inicial, onde é possível ver microaneurismas (pequenas dilatações vasculares), hemorragias e obstruções nos vasos sanguíneos. 

Resultando em áreas da retina privadas de suprimento sanguíneo e, consequentemente, de oxigênio e nutrientes, fenômeno conhecido como isquemia, podendo vazar fluido ou sangue, levando ao surgimento de pequenas saliências. 

Essas regiões isquêmicas podem estimular a formação de novos vasos sanguíneos. Inicialmente, os sinais podem ser discretos, mas à medida que a condição progride, a visão pode deteriorar-se gradualmente. 

Pode ocorrer o desenvolvimento de pontos cegos, muitas vezes não percebidos e identificados apenas por meio de exames oftalmológicos. Se o vazamento de fluido ocorrer próximo à mácula, a área central da retina responsável pela visão detalhada, a visão central pode ficar turva.

O monitoramento regular da saúde ocular e intervenções precoces são essenciais para mitigar os impactos negativos e preservar a qualidade de vida dos pacientes.

Proliferativa

A retinopatia diabética proliferativa marca a fase mais avançada da doença, caracterizada pelo surgimento de novos vasos sanguíneos, também chamados de neovasos, na superfície da retina. 

Sua principal causa é a obstrução dos vasos sanguíneos retinianos, conhecida como isquemia, resultando em um fluxo sanguíneo insuficiente.

Nessa etapa, a lesão na retina estimula o crescimento anômalo de novos vasos sanguíneos, muitas vezes causando sangramento ou formação de cicatrizes. 

Essa forma pode até levar à cegueira total ou quase total, seja por hemorragia extensa no humor vítreo, a substância gelatinosa que preenche a parte posterior do olho, ou por um tipo de descolamento da retina chamado deslocamento por tração.

O crescimento de novos vasos sanguíneos também pode resultar em glaucoma neovascular, uma condição dolorosa em que vasos anormais na íris obstruem a drenagem de fluido ocular, elevando a pressão intraocular e causando glaucoma. 

Além disso, o edema macular, acumulação de líquido nos vasos sanguíneos, pode contribuir significativamente para a perda de visão.

Os sintomas da retinopatia diabética proliferativa incluem visão embaçada, pontos flutuantes (manchas escuras) ou flashes de luz no campo de visão, e perda súbita, grave e indolor da visão.

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Como é a visão de quem tem retinopatia diabética?

A presença de manchas na visão, alterações no exame de refração e oscilações entre períodos de visão borrada e clara são sinais frequentes em pessoas afetadas pelas condições. 

Perda progressiva da visão periférica é uma característica, indicando danos aos pequenos vasos sanguíneos na periferia da retina. Isso pode resultar em uma visão tunelada, onde a capacidade de perceber objetos fora do centro visual é comprometida.

A redução do campo de visão, tortuosidade de imagens, borramento total da visão e a oscilação visual podem ocorrer devido ao comprometimento dos vasos sanguíneos e à formação de novos vasos anormais na retina. Essas alterações afetam a capacidade do olho de focar e processar as informações visuais de maneira clara e estável.

Infelizmente, a retinopatia diabética representa uma das principais causas de cegueira, especialmente antes dos 65 anos. Resultado do aumento significativo dos níveis de glicose no organismo, provocando danos progressivos às paredes dos pequenos vasos sanguíneos na retina. 

Esse processo reduz a circulação sanguínea e pode desencadear hemorragias, comprometendo severamente a saúde ocular. 

Formas de tratamento

A principal forma de tratamento da retinopatia diabética é controlar sua progressão e preservar a saúde ocular. Duas medidas fundamentais incluem o controle da glicemia e a manutenção da pressão arterial.

O gerenciamento eficaz desses parâmetros é essencial para minimizar os danos aos vasos sanguíneos na retina e, consequentemente, reduzir o risco de complicações visuais.

Uma complicação comum da retinopatia diabética é o acúmulo de líquido na região central da retina, injeções intraoculares de anti-angiogênico podem ser recomendadas nessas situações.

 Essas injeções ajudam a reduzir o edema e melhorar a visão ao minimizar a inflamação e o vazamento de fluido nos vasos sanguíneos.

Outra forma de tratamento é a fotocoagulação a laser, uma técnica que envolve a aplicação de feixes de luz focalizados na retina, visando selar vasos sanguíneos que estão vazando ou bloqueados. 

Além disso, ajuda a prevenir o crescimento anormal de novos vasos sanguíneos, uma característica da fase proliferativa da retinopatia diabética.

Em situações mais avançadas ou quando outros tratamentos não são eficazes, a vitrectomia pode ser considerada. Um procedimento cirúrgico envolve a remoção do gel vítreo que preenche o interior do olho e que pode estar comprometido por sangramento ou cicatrizes. 

A vitrectomia é realizada para melhorar a visão ao remover os obstáculos físicos que podem estar afetando a retina.

É fundamental que pessoas com diabetes não aguardem aparecer sintomas para procurar cuidados oftalmológicos. A prevenção é significativamente mais eficaz do que os tratamentos.

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Tem cura?

A retinopatia diabética é uma condição sem cura definitiva, mas a possibilidade de perda da visão pode ser significativamente reduzida com o tratamento adequado. Quando a intervenção ocorre nos estágios iniciais, até 95% dos pacientes conseguem uma recuperação completa da visão.

A intervenção precoce pode impedir a progressão da doença, reparar danos e, em muitos casos, resultar na restauração completa da visão. Destacando a importância dos exames oftalmológicos regulares, especialmente em pacientes diabéticos, para identificar quaisquer sinais precoces da condição.

Como prevenir a retinopatia diabética?

 A prevenção para retinopatia diabética requer comprometimento contínuo com um estilo de vida saudável.

Consultar regularmente profissionais de saúde, incluindo oftalmologistas, para avaliações periódicas, é fundamental para garantir uma prevenção individual. Algumas medidas importantes para prevenir a doença são:

• Controle glicêmico e monitoramento da pressão arterial;
• Dieta saudável;
• Atividade física regular;
• Evitar o tabaco e o consumo de álcool;
• Cuidados com estresse e ansiedade.

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As complicações oculares decorrentes da diabetes estão intimamente ligadas ao estágio da doença, podendo variar em intensidade. Manter a pressão arterial e os níveis de colesterol sob controle contribui significativamente para a saúde vascular ocular. 

A prevenção é, de fato, o tratamento mais eficaz. A gestão cuidadosa dos níveis de glicose sanguínea é fundamental para retardar tanto o surgimento quanto a evolução da retinopatia diabética.

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Referências

1. Retinopatia diabética - Distúrbios oftalmológicos — Manual MSD Versão Saúde para a Família;
2. PCDT Retinopatia Diabética — MINISTÉRIO DA SAÚDE;
3. Tipos, sintomas e tratamentos para retinopatia diabética. — Clinica de Olhos Manaus; 
4. Retinopatia diabética – o que é, sintomas, tratamento, cura — Saúde bemestar.pt; 
5. Retinopatia Diabética — Retina Brasil;
6. Quais os sintomas da retinopatia diabética e como tratá-la?  — Centro Oftalmologico Mabtum.