A quimioterapia é um dos principais tratamentos utilizados no combate ao câncer. O tratamento é feito por meio da aplicação de medicamentos na corrente sanguínea, que irá levar as substâncias até as neoplasias malignas, destruindo as células indesejadas. O procedimento geralmente é longo e demanda uma série de cuidados.
Embora alguns casos sejam rapidamente resolvidos com soluções mais recentes e menos invasivas, ainda são muitos os casos nos quais os(as) pacientes precisam se submeter a diversos meses de tratamento, que pode se estender por anos, mesmo após a eliminação do tumor.
Apesar dos danos causados ao organismo, a quimioterapia é bastante eficiente e um dos principais tratamentos para destruir as células cancerígenas. Continue a leitura do artigo para saber mais sobre o que é e como funciona essa terapia.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
Basicamente, a quimioterapia é um conjunto de medicamentos utilizado para combater o câncer. Após o diagnóstico da doença, a equipe médica investiga a natureza do tumor para definir quais são os fármacos com maiores chances de combater aquele tipo de célula cancerígena.
Além disso, a quimioterapia é um procedimento que consegue atingir o corpo todo, ajudando a exterminar qualquer célula maligna que tenha se desprendido do tumor inicial. Isso significa que o tratamento também ajuda a evitar o processo de metástase, o estágio mais avançado do câncer e o mais difícil de curar.
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Quando a doença é uma infecção, causada por microorganismos como vírus, bactérias, fungos, vermes ou protozoários, a lógica é um pouco mais simples, pois o medicamento é criado para combater o intruso, causando dano mínimo ao paciente.
No caso do câncer, a cura fica mais complexa, pois o tumor surge a partir de células do próprio organismo, que sofrem mutação e se multiplicam velozmente. A quimioterapia, portanto, precisa atacar as células nativas do corpo, mas nem sempre isso é tão fácil, daí a necessidade de escolher o fármaco correto.
Uma vez no organismo, a quimioterapia literalmente tem a função de causar destruição celular, diminuindo progressivamente o tumor. Cada substância fará isso de uma forma diferente, mas é importante destacar ainda como esse tipo de terapia diferencia as células saudáveis daquelas que são cancerígenas.
As minúcias são bastante técnicas, mas, grosso modo, as células se diferenciam principalmente pela velocidade de reprodução.
Embora a função da quimioterapia seja atacar as células do tumor, elas também acabam atingindo outras células de rápida renovação, como as da pele, pelos e das mucosas, motivo pelo qual o cabelo cai, a pele fica mais sensível e outros sintomas como esses surgem.
Apesar de ser amplamente utilizada no combate ao câncer, nem sempre o tratamento visa curar o(a) paciente. Tudo depende do tipo de tumor, da evolução do câncer e mesmo da saúde do paciente, que pode não estar saudável o suficiente para receber uma carga tão forte de medicamentos.
Um dos critérios utilizados para decidir se um paciente deve receber quimioterapia é a sua capacidade funcional, ou seja, é preciso considerar se a pessoa consegue realizar atividades diárias, cuidar de si mesma, trabalhar e se mover sem ajuda. Além disso, é preciso tentar prever se o corpo está resistente o suficiente para receber a medicação.
A classificação a seguir, proposta pelo Manual de Bases Técnicas da Oncologia do Ministério da Saúde, distingue os tipos de quimioterapia, segundo sua aplicação:
Visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes, esse tipo de quimioterapia é indicada em quadros de tumor incurável e com comprometimento da capacidade funcional do paciente.
Nesses casos, a quimioterapia não é pensada com vistas à sobrevida da pessoa, mas sim para controlar os sintomas do câncer, com foco no bem-estar da pessoa.
Semelhante à quimioterapia paliativa, esta forma de tratamento é pensada para pacientes que apresentam um quadro de evolução crônica do(s) tumor(es), mas com um prognóstico que prevê uma sobrevida superior a 12 meses.
Esse tipo de tratamento é aplicado em casos nos quais os tumores estão em estágios avançados (geralmente II ou III), mas ainda há probabilidade de cura, embora também seja um tipo de quimioterapia aplicada para melhorar a qualidade de vida de alguns pacientes.
Nesses casos, uma série de fatores são considerados pelos oncologistas antes de definir os quimioterápicos a serem utilizados: estágio do câncer, localização do tumor, toxicidade dos medicamentos, probabilidade de resposta ao tratamento (segundo informações trazidas pelos exames), etc.
Geralmente, o tratamento dura de 3 a 6 meses, sendo seguido por um procedimento cirúrgico, que deve acontecer no período de 3 a 4 semanas após a última sessão. Finalizado esse processo, pode ser indicada a realização de radioterapia e quimioterapia adjuvante.
Às vezes, a luta contra o câncer não acaba na quimioterapia citorredutora ou na cirurgia. Mesmo após esses procedimentos, pode ser indicada a continuação do tratamento, ainda que os exames indiquem a ausência de neoplasias malignas (câncer).
Iniciada no período de 30 a 60 dias após a finalização dos processos operatórios, esse tipo de tratamento tem por objetivo evitar ou atrasar o retorno do câncer, principalmente nos casos em que as probabilidades de reincidência são altas.
O principal tipo de quimioterapia é também o mais amplamente conhecido pela população em geral: uma combinação de fármacos utilizada para curar definitivamente pacientes com neoplasias malignas.
Esse tratamento é aplicado quando os exames indicam um tipo de câncer que tem cura definitiva e com possibilidade de dispensar a realização de cirurgia ou radioterapia. Com duração média ou longa, esse tipo de terapia pode durar de 3 a 36 meses, a depender das particularidades de cada paciente.
Depende. Geralmente, o mínimo é 3 meses, mas também pode levar anos. Nos casos de quimioterapia profilática, o tratamento pode durar até uma década.
Para definir a terapia e o tempo de tratamento, é preciso considerar diversos fatores, como o tipo de neoplasia, o estágio de desenvolvimento do tumor e todas as particularidades de cada paciente.
Caso tenha dúvidas, procure ter um diálogo aberto com o(a) seu(a) oncologista e toda a equipe médica envolvida, pois somente eles poderão explicar porque seu tratamento será de curto, médio ou longo prazo.
Embora ambas sejam utilizadas para destruir as células cancerosas, são tratamentos bastante diferentes, principalmente pelas substâncias utilizadas, como indica o próprio nome.
A quimioterapia utiliza elementos químicos que podem ser injetados ou ingeridos, precisando entrar na corrente sanguínea para fazer efeito. Esse é o principal motivo pelo qual a quimioterapia atinge o corpo todo e não apenas a doença.
Já a radioterapia utiliza o elemento químico radioativo chamado rádio (Ra) para combater as neoplasias malignas. A principal vantagem desse método é sua aplicação localizada e que não demanda procedimentos invasivos.
Apesar de ajudar no combate ao tumor, a quimioterapia é, em certa medida, nociva e tóxica para diversos tecidos do organismo. É daqueles casos em que os benefícios superam as desvantagens e, por isso, a terapia é utilizada, apesar dos potenciais danos.
As diferentes combinações de fármacos podem ou não trazer os efeitos colaterais mais conhecidos, o que depende também das características de cada caso. A queda de cabelo, por exemplo, é um efeito comum, mas que não ocorre obrigatoriamente em todos os tratamentos.
Estes são alguns dos sintomas que pacientes oncológicos podem sentir durante o período da quimioterapia:
O paciente oncológico precisa de um tratamento universal, pois diversos outros sintomas podem surgir também como consequência de outras doenças ou distúrbios psicológicos, dado o caráter complexo da doença e dos seus tratamentos.
A cada dia, novos fármacos trazem vantagens como tratamentos menos duradouros ou que causam menos efeitos colaterais, mas, de modo geral, o tratamento do câncer ainda costuma ser longo e delicado.
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Todo medicamento tem um potencial tóxico, mas o tratamento quimioterápico é pensado para reduzir a probabilidade de óbito do paciente, não o contrário.
Embora possa debilitar bastante o corpo, a quimioterapia não costuma ser a principal responsável no caso de falecimento do(a) paciente. Geralmente, isso ocorre por uma evolução do tumor ou por outros motivos que podem se somar aos problemas já estabelecidos.
Como a quimioterapia afeta diversas partes do organismo e compromete a imunidade, o paciente em tratamento precisa redobrar cuidados com nutrição e evitar ao máximo o desenvolvimento de outras doenças.
É de suma importância que os cuidados recomendados pela equipe médica sejam realizados, pois este é um tratamento bastante delicado e que requer intenso acompanhamento.
O tratamento do paciente oncológico prevê também os cuidados com o bem-estar de quem faz quimioterapia. Cada sintoma exige cuidados específicos e é muito importante que a pessoa procure se manter informada sobre todas as possibilidades de consequências e seus possíveis tratamentos.
É indispensável os cuidados com uma alimentação equilibrada, leve, completa e que ajude a lidar com sintomas como a náusea, que pode ser bastante intensa em alguns casos.
Pessoas em tratamento também não devem consumir medicamento algum sem autorização prévia do(a) oncologista que está acompanhando o caso. As substâncias da quimioterapia são bastante potentes e têm várias interações medicamentosas que devem ser evitadas pelo(a) paciente.
Temperatura corporal acima de 37,8°C é um sinal de alerta e é motivo suficiente para procurar o pronto-atendimento mais próximo. A quimioterapia afeta a imunidade do organismo e deixa os pacientes mais suscetíveis a infecções. Para evitar o desenvolvimento de quadros graves, é recomendado procurar uma avaliação médica a cada episódio de febre.
Alimentação adequada, muitos líquidos, zero automedicação e cuidados extremos para evitar infecções. Esses são apenas alguns dos principais cuidados que são necessários durante esse tipo de tratamento, mas diversos outros hábitos podem ser necessários.
Converse com a equipe médica envolvida e peça por materiais que expliquem os cuidados necessários no seu tratamento. Guias, manuais e cartilhas também podem ser encontradas facilmente na internet, além de diversas receitas e produtos que ajudam a melhorar a qualidade de vida durante a quimioterapia.
Ainda que seja um processo complicado e que assusta muitos pacientes, a quimioterapia é um procedimento seguro e amplamente aplicado no processo de destruição das células cancerígenas.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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