A obesidade é uma condição que afeta aproximadamente 1 em cada 4 pessoas no Brasil, e vem se tornando cada vez mais comum em todo o mundo.
Ela afeta o indivíduo de diversas maneiras, e existem diversos riscos associados. Entre eles, podemos citar:
A obesidade é multifatorial, ou seja, as causas podem ser inúmeras. Algumas das mais comuns e que mais são associadas à doença são a falta de exercícios físicos e uma alimentação desequilibrada, com alta ingestão de calorias, gordura, açúcares, entre outras substâncias.
Porém, estudos recentes apontam a influência de outros fatores que propiciam o aparecimento da obesidade. São os chamados obesogênicos, os quais a exposição a longo prazo pode afetar o organismo de forma intensa.
Neste artigo, você irá entender um pouco mais sobre esse assunto.
Índice — Neste artigo você verá:
Pode ser definido como "obesogênico" qualquer substância, ambiente ou contexto que, em algum nível, tem potencial de causar a obesidade. É comum pensar nos fatores óbvios, como uma ingestão alimentar desequilibrada e a falta de uma rotina de atividades físicas, como já exemplificamos anteriormente.
Mas alguns estudos que vêm sendo realizados atualmente apontam para influências sutis e até um tanto inesperadas. Cerca de cinquenta compostos químicos já foram classificados como obesogênicos, e eles estão presentes não apenas nos alimentos, mas também na água, ar e em outros produtos de consumo rotineiro.
Alguns exemplos são:
Ainda podemos citar os éteres difenílicos polibromados, alquilfenóis, substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas e certos metais pesados, como o cádmio e o arsênico.
Esses compostos podem não provocar a obesidade diretamente, mas atuam contribuindo para o aumento do peso corporal.
Uma das formas que os obesogênicos afetam o organismo é por meio das células de gordura, local onde eles são depositados. Essas células são parte do tecido adiposo, que é a camada onde se encontra a maior parte da gordura corporal, o que faz dele o maior depósito de energia do organismo.
Seu acúmulo propicia um aumento na quantidade e no tamanho das células em que se encontram, o que pode causar o aumento do peso corporal e ainda deixar o corpo predisposto ao acúmulo de outros produtos químicos prejudiciais à saúde.
Eles também têm o potencial de afetar a regulação do metabolismo energético e desacelerar sua atividade, influenciando no apetite e na saciedade.
Os estudos comprovam que os obesogênicos podem atuar até no desequilíbrio da microbiota intestinal, o que pode resultar em problemas no sistema imunológico e com a absorção de nutrientes. Além disso, atuam em processos que levam a doenças cardíacas, diabetes, disfunções sexuais e até casos de cânceres.
A influência dos obesogênicos é muito grande no início da vida, determinando como o organismo irá se comportar no restante dela. Isso porque nos primeiros meses e anos a criança ainda está em desenvolvimento, e os órgãos e sistemas do corpo são mais vulneráveis.
Desde a fase fetal a exposição já pode acontecer por meio das substâncias passadas pela placenta. O mesmo ocorre após o nascimento por meio do leite materno. Assim, desde cedo já pode haver uma propensão à obesidade.
As substâncias obesogênicas estão inseridas em diversos contextos e pode ser difícil eliminá-las totalmente da vida cotidiana.
Porém, algumas medidas podem ser tomadas para reduzir o contato com esses agentes, como:
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Ambientes obesogênicos são caracterizados dessa forma por facilitarem comportamentos e hábitos que levam a um aumento de peso. Eles podem envolver:
Esses ambientes são de caráter público, privado e também envolvem escolhas individuais. Como a obesidade possui causas multifatoriais, vários outros ainda podem ser acrescentados, variando de acordo com diferentes contextos.
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Alimentos ultraprocessados, embalados, com grande quantidade de aditivos e outras substâncias podem ser obesogênicos.
Pessoas já diagnosticadas com obesidade ou sobrepeso, ou mesmo as que possuem fatores de risco para tal, devem realizar um acompanhamento nutricional para entender quais alimentos são os mais indicados para consumo e quais precisam ser evitados. Cada caso pode ter suas especificidades e essa orientação individualizada é importante.
As substâncias obesogênicas estão presentes de diversas formas em nosso cotidiano, e cada um deve ficar atento para evitá-las ao máximo, especialmente se existem crianças pequenas em casa.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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