Saúde

Mutismo seletivo: o que causa, sintomas e como tratar

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 14/02/2023Última atualização: 14/02/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 14/02/2023Última atualização: 14/02/2023
Garota adolescente com expressão séria e mão na frente dos lábios.Garota adolescente com expressão séria e mão na frente dos lábios. Créditos: Freepik.
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mutismo social foi identificado pelo médico Kussmaul no ano de 1877 e atribuído a pacientes que não falavam em situações específicas, apesar de obterem habilidades linguísticas. Nesse primeiro momento, a condição foi chamada de afasia voluntária.

Contudo, no ano de 1934, o médico Tramet descreveu o mutismo eletivo como um quadro onde os(as) pacientes tinham incapacidade de falar.

Pouco mais de quarenta anos depois, os médicos Halpern, Hammond e Cohen fazem oposição a essas teorias, descrevendo seus(as) pacientes, sendo eles(as), crianças que eram acometidas pela condição como imaturas, controladoras e com comportamentos de oposição.

Contudo, no DSM-IV-TR, a terminologia foi alterada para mutismo seletivo, a mesma usada no DSM-V. 

A condição, portanto, tem como característica crianças que não iniciam conversas ou respondem reciprocamente somente quando outra pessoa inicia assunto com elas. Essas crianças falarão normalmente com membros da família de maneira imediata, mas não repetirão esse comportamento em outros ambientes.

A prevalência dessa condição, que geralmente surge antes dos 5 anos, corresponde de 0,03 a 1%. Além disso, a condição também pode estar relacionada com o transtorno de ansiedade social.

Para saber mais sobre o mutismo seletivo, o que causa, como identificar, como é realizado o diagnóstico e o tratamento, continue acompanhando o artigo!

Índice — Neste artigo, você vai encontrar:

  1. O que causa mutismo social?
  2. Sintomas e como identificar
  3. Mutismo social e autismo: qual a relação?
  4. Como é realizado o diagnóstico?
  5. Tratamento

O que causa mutismo social?

A causa da condição pode estar associada a fatores de temperamento da criança, seja pela maneira negativa de enfrentar os eventos da vida, ou então por ser retraída. Além disso, geralmente, crianças acometidas pelo mutismo se demonstram mais tímidas, se isolam e apresentam ansiedade social.

Também é possível que algumas crianças diagnosticadas tenham dificuldades, ainda que sutis, de linguagem receptiva se comparadas a outras da mesma faixa etária.

Por outro lado, é comum que pais de crianças com mutismo seletivo tenham sido pais superprotetores, mais controladores ou então inibidos, o que acaba se tornando um modelo a ser seguido por seus(suas) filhos(as).

Por fim, também possa haver fatores genéticos envolvidos nessa condição, assim como na ansiedade social, compartilhados entre pais e filhos(as).

Menina criança em um fundo amarelado com as duas mãos na frente dos lábios.
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Sintomas e como identificar

Os principais sintomas do mutismo seletivo são as ferramentas que auxiliam na identificação deles, como:

  • Dificuldade ou fracasso em iniciar diálogos em situações sociais específicas;
  • Falar normalmente em outras situações;
  • Comportamento interfere no processo de educação e aprendizagem;
  • Interferência no desenvolvimento profissional e relações sociais;
  • Sintomas presentes por mais de um mês.

Portanto, esses sinais podem ser identificados se a criança apresenta o comportamento de dificuldade de falar em situações específicas, mas em contextos familiares consegue desenvolver a fala normalmente.

Leia maisAutismo em adultos: níveis, como identificar e tratar

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Mutismo social e autismo: qual a relação?

É importante diferenciar o mutismo seletivo do transtorno do autista, pois o mutismo seletivo é um transtorno ansioso e suas características se pautam na dificuldade de falar ou iniciar a fala em contextos específicos.

A condição pode estar relacionada ao autismo, contudo, não é uma característica típica. Para haver um diagnóstico, é preciso avaliar outros comportamentos, como dificuldade de criar laços sociais, possuir rituais diários, restrição ou seletividade alimentar.

Como é realizado o diagnóstico?

Esse diagnóstico é realizado por um(a) psiquiatra e pode ser avaliado por um(a) psicologo. Diante disso, serão avaliados os seguintes sinais:

  • Timidez excessiva em ambientes específicos;
  • Medo de constrangimento;
  • Isolamento e retraimento;
  • Apego;
  • Compulsividade;
  • Birra;
  • Comportamento opositor leve.

Além desses sinais, são avaliadas as habilidades de linguagem e se elas estão dentro da normalidade conforme a idade da criança, pois, em alguns casos, pode haver associação com o transtorno de comunicação.

De maneira correlata, são avaliados os níveis de ansiedade, pois a condição sempre se demonstra presente diante do mutismo seletivo e, muitas vezes, crianças com esse tipo de transtorno são diagnosticados também com ansiedade, que quando na fase adulta, são classificadas como ansiedade social ou fobia social.

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Tratamento

O tratamento para mutismo seletivo envolve todos os contextos onde a criança está inserida e parte da identificação dos sintomas. Muitas vezes, o(a) psiquiatra pode sugerir tratamentos que envolvem a redução da ansiedade na escola, na rua ou em outros ambientes.

Com o(a) psicólogo(a), serão adotados treinamentos da efetividade social que auxiliarão no desenvolvimento dos comportamentos e principalmente da fala, para que então haja interação social dessa criança com os meios que ela frequenta.

Na escola, o(a) professor(a) é uma figura de extrema importância para o tratamento, sendo ele(a) um(a) facilitador(a) para a auxiliar nas interações sociais saudáveis entre as crianças.

Diante de um(a) aluno(a) com mutismo seletivo, o professor pode auxiliar em mudanças que sejam funcionais para haver essa interação, estabelecendo regras para o bom convívio e incentivando os comportamentos positivos.


O mutismo seletivo é um transtorno ansioso caracterizado pela dificuldade de iniciar diálogo ou falar em contextos específicos.

Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda psiquiátrica ou psicológica!

Para mais conteúdos sobre saúde mental, continue acompanhando o site e redes sociais do Minuto Saudável!


Referências

Imagem do profissional Thayna Rose
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Este artigo foi escrito por:

Esp. Thayna Rose

CRP: CRP/PR 08/28789Bacharel em Psicologia com especialização em Neuropsicologia.Leia mais artigos de Esp. Thayna
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