Saúde

Mucormicose: o que é o fungo negro e por que ele assusta?

Publicado em: 11/06/2021Última atualização: 11/06/2021
Publicado em: 11/06/2021Última atualização: 11/06/2021
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A mucormicose tem se popularizado e preocupado cada vez mais pessoas, mesmo sendo uma doença rara e antiga. Isso porque, recentemente, a Índia declarou que o país vive uma epidemia da doença, com mais de 9 mil casos em pacientes com Covid-19 (e recuperados), de acordo com a BBC News.

Porém, a mucormicose não é uma doença contagiosa, mas assusta justamente por ser muito agressiva e entrar nas artérias, levando à necrose dos tecidos, mutilação para remoção das partes afetadas (especialmente facial) e à morte em mais de 50% dos casos.

Por isso, para você entender um pouco mais sobre essa doença que ganhou destaque na mídia, o Minuto Saudável foi buscar todas as informações. Confira!

O que é mucormicose (ou fungo negro)?

A mucormicose é uma infecção invasiva desenvolvida pela inalação dos esporos (unidade de reprodução dos fungos, como o bolor que vemos em alimentos) de um dos 9 tipos de fungos da ordem mucorale. O fungo existe em toda a parte: vegetação, solo, ar e água, mas o contato com ele não significa que a pessoa vá adquirir a doença.

Também chamada de fungo negro ou preto, pela característica das manchas escuras que a necrose do tecido atingido causa, a infecção (antes conhecida como zigomicose) existe no mundo todo há mais de 130 anos. 

Contudo, não há relação com o coronavírus. Acontece que devido ao uso de corticoides no tratamento de pacientes mais graves da Covid, o sistema imunológico fica mais vulnerável para diversas complicações de saúde, inclusive para o fungo preto. 

Leia mais em Grupos de risco e formas de prevenção ao coronavírus 

Em virtude do alto número de casos na Índia, algumas pessoas têm ficado preocupadas. Porém, profissionais de Saúde orientam que não há motivos para pânico ou alarde, visto que a situação da Índia é um caso bem específico que soma fatores como: 

  • Alto índice de pessoas com diabetes no país; 
  • Alta incidência de pacientes internados em UTI por Covid-19 levando ao aumento do uso de corticoides;
  • Clima quente e úmido, propício à proliferação do fungo.

Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), pode ser encontrada como Zigomicose pelo código B46. 

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Todas as pessoas podem ter?

Não. A maioria das pessoas tem contato com o fungo, mas somente pessoas com o sistema imunológico comprometido são acometidos pela mucormicose. 

Dessa forma, fazem parte do grupo de risco propenso a desenvolver fungo negro:

  • Pessoas com diabetes descontrolada;
  • Pacientes com câncer no sangue, transplantados de órgãos como fígado e rim ou de medula ;
  • Pessoas que fazem tratamento com corticoides e imunossupressores.

Leia mais em Diabetes e coronavírus: quais os riscos e como se proteger?

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Quais os sintomas da mucormicose?

O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a chance de sobrevida. Por isso, identificar os sintomas e procurar um profissional de saúde o quanto antes é muito importante. 

Por isso, mantenha atenção principalmente ao sentir:  

  • Coriza (nariz escorrendo);
  • Obstrução nasal;
  • Sinusite persistente; 
  • Dor de cabeça;
  • Febre;
  • Infecção na pálpebra;
  • Olhos “saltando” para fora (proptose);
  • Perda da visão repentina;
  • Inchaço e manchas escuras na região do rosto.

Além disso, quando a infecção chega ao cérebro, podem ocorrer sintomas como convulsões, confusão mental e paralisia de parte do corpo. Ao atingir os pulmões traz dificuldade para respirar e tosse seca. 

Como é feito o diagnóstico?

Ao identificar algum dos sintomas, é importante procurar um(a) médico generalista ou infectologista. O diagnóstico é muitas vezes difícil e precisa de uma avaliação clínica completa, junto com a realização de uma série de exames. 

Nos testes  de análise das partes do tecido necrosado é possível que o fungo não apareça, mesmo estando presente. Além disso, radiografias e tomografias simples podem não dar a real dimensão das partes afetadas.

Há diferentes tipos da doença que variam de acordo com a região afetada. A mais comum é a rinocerebral, que atinge as partes do rosto: nariz, boca (palato), olhos, estrutura óssea facial e o cérebro, sendo fatal em grande parte dos casos.

Outros tipos comuns da infecção são a cutânea (causando lesões na pele) e a pulmonar, que pode ser confundida com a aspergilose (outra infecção fúngica similar). Além disso, é possível que a mucormicose acometa outras áreas do corpo. 

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Tem tratamento?

Sim. O tratamento da mucormicose envolve três principais etapas que acontecem simultaneamente. A primeira consiste na limpeza cirúrgica das partes em que o fungo se instalou, o que por vezes envolve a mutilação do corpo.

Por isso, é comum ocorrer a remoção de partes da face, do olho e de parte do cérebro quando a infecção chega até lá. 

Mucormicose ou fungo negro

Também é feito acompanhamento e internação hospitalar para o uso de medicamentos antifúngicos na veia. O medicamento utilizado no tratamento do fungo negro tem um alto custo, mas faz parte da lista de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS), e é comum que esse processo leve, pelo menos, dois meses.

A terceira etapa é a atuação direta na doença que gera o fator de risco como, por exemplo, controlar a diabetes do paciente e fortalecer o seu sistema imunológico. 

Assim como no caso da mucormicose, há diversas doenças em que a chance de cura ou controle é muito mais alta quando o diagnóstico é feito no início, além de garantir uma melhor qualidade de vida após a recuperação. 


É fundamental estar atento aos sinais que seu corpo dá e manter a rotina médica em dia para que seja possível atuar na prevenção e no tratamento precoce. 

Dessa forma, a informação é uma grande aliada da sua saúde. Por isso, siga acompanhando os conteúdos do Minuto Saudável. 

Fontes consultadas:

  • Fungo Negro, Sociedade Brasileira de Infectologia e entrevista do Jornal Estado de Minas.
  • Fungo Preto, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. 
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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