A Esteatose Hepática é uma condição em que ocorre acúmulo de gordura no fígado. Considerado a maior glândula e o maior órgão sólido do corpo humano, ele é responsável por diversas funções.
Além de auxiliar na digestão por meio da síntese e secreção da bile, ele armazena e produz substâncias essenciais para o organismo, efetua a degradação e excreção de hormônios e favorece a regulação do metabolismo de lipídios, carboidratos e proteínas.
Neste órgão vital também há uma grande circulação de sangue, bem como a filtragem de substâncias tóxicas e microrganismos que podem ser prejudiciais para o organismo.
Continue a leitura para saber mais sobre as causas, tratamento, entre outras características da esteatose hepática.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
A esteatose hepática tem inúmeras causas, primárias e secundárias, uma vez que diversos fatores podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado.
O distúrbio pode ser uma complicação de doenças hepáticas, como hepatites B e C, doença de Wilson ou doenças colestáticas (que afetam as vias biliares), mas também pode surgir como uma consequência de outras condições, permanentes ou temporárias. São elas:
Idade e genética também podem favorecer o desenvolvimento do problema e, em crianças, a condição pode surgir em decorrência de doenças metabólicas, obesidade e nutrição inadequada.
A esteatose hepática costuma ser dividida em graus de acordo com a quantidade de gordura acumulada, sendo separada da seguinte forma:
É importante destacar que a quantidade de gordura por si só não é sinal de um quadro grave.
A Sociedade Brasileira de Hepatologia alerta para a evolução da condição, pois, quando há o acúmulo de gordura e desenvolvimento da esteatose hepática, é possível reverter o quadro, tornando o fígado saudável novamente.
No entanto, se houver inflamação causada pela gordura, pode haver a evolução para o quadro de esteato-hepatite, que também é reversível. Se não tratado, o problema fica mais complexo, gerando a cirrose hepática, que é irreversível.
Nem sempre a esteatose hepática apresenta sinais e muitos pacientes podem ser assintomáticos, principalmente nas fases iniciais da doença. Por esse motivo, a condição é muitas vezes descoberta acidentalmente, durante exames laboratoriais ou de imagem solicitados para investigar outros problemas.
Em casos pediátricos, a doença também costuma ser assintomática e, quando desperta sintomas, as crianças relatam fadiga e dor abdominal, sinais bastante genéricos e que demandam diagnóstico diferencial.
Quando surgem, os principais sintomas são:
Em casos mais graves, como na evolução para esteato-hepatite, pode haver o surgimento de encefalopatias, ou seja, doenças que acometem o cérebro, causando confusão mental e outros distúrbios neurológicos.
Nesse estágio, pode haver acúmulo anormal de líquido no abdome (ascite), causando inchaço abdominal, hemorragias e diminuição no número de plaquetas do sangue, e icterícia, que é o principal sintoma de disfunção hepática, caracterizada pelo amarelamento da pele e da parte branca dos olhos.
O diagnóstico costuma envolver uma combinação de histórico médico e exame físico, além de um conjunto de exames laboratoriais e de imagem. Apesar desses recursos, a esteatose hepática é mais frequentemente detectada e diagnosticada por meio de procedimentos de rotina, como exames de sangue, por exemplo.
Na análise do histórico do(a) paciente, o(a) médico(a) irá investigar condições pré-existentes e fatores de risco, tais como obesidade, sedentarismo, resistência à insulina, diabetes tipo 2, níveis elevados de triglicerídeos, dieta rica em açúcar, colesterol anormal, entre outras possíveis causas.
Após a anamnese, será realizado o exame clínico, que poderá incluir análise do índice de massa corporal (IMC) e palpação do abdômen em busca de sinais físicos, como fígado aumentado.
Confira alguns exames utilizados no diagnóstico da esteatose hepática:
A análise laboratorial de amostras de sangue podem revelar alterações nos níveis de enzimas hepáticas, como a alanina aminotransferase (ALT), o aspartato aminotransferase (AST), o gama-glutamiltransferase (GGT) e a fosfatase alcalina, indicadores de um possível quadro de esteatose hepática.
Por ser não invasiva e de baixo custo, a ultrassonografia é amplamente utilizada nesse tipo de diagnóstico. No entanto, embora a imagem de um fígado mais brilhante e granulado indique a presença de esteatose, esse exame pode não ser suficientemente preciso, sobretudo em pacientes obesos.
Uma versão mais moderna da técnica, a elastografia transitória, é indicada para avaliar a quantidade de gordura no fígado e a elasticidade do tecido hepático, sendo eficaz também na detecção de fibrose hepática (sintoma do estágio irreversível da doença).
A biópsia hepática é um dos melhores métodos para avaliar a gravidade da esteatose hepática, embora não seja recomendada em todos os casos por ser invasiva.
Por envolver a remoção de pequenos fragmentos de tecido do fígado, esse procedimento pode causar sangramentos e complicações indesejadas, principalmente em pacientes que apresentam maior vulnerabilidade.
O exame permite diferenciar a esteatose hepática não alcoólica de outras formas da doença, permitindo avaliar o estágio e o risco de progressão para condições mais graves.
Por ser o procedimento mais preciso, ajuda a determinar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Sim, principalmente quando diagnosticada precocemente. Desde que não tenha atingido o último estágio, com fibrose (cicatrização) do tecido hepático, a esteatose pode ser tratada e revertida.
Não existe uma terapia específica para curar as doenças causadas pelo acúmulo de gordura no fígado. Ainda assim, o Ministério da Saúde aponta um tratamento baseado em três pilares que demandam significativas mudanças de hábito: estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
Sobrepeso ou obesidade são um dos principais fatores de risco para a condição, fazendo com que a perda de peso seja intensamente recomendada.
O National Institutes of Health (NIH) indica que a diminuição de pelo menos 3% a 5% do peso corporal ajuda a reduzir a gordura no fígado. Em casos mais graves, no entanto, é necessário um emagrecimento mais significativo.
Até a publicação deste artigo, não existem fármacos aprovados para tratar especificamente a esteatose hepática e suas complicações. A terapia com medicamentos é geralmente voltada para o tratamento das condições que podem estar provocando o acúmulo de gordura no fígado.
Os hábitos de prevenção são similares aos que devem ser adquiridos no processo de tratamento da esteatose.
Por isso, é importante ter uma alimentação equilibrada, em conjunto com hábitos mais saudáveis, como manter uma rotina de exercícios e evitar o consumo de álcool.
Na escolha de uma dieta saudável, deve-se aumentar o consumo de fibras e reduzir a ingestão de gorduras e carboidratos, evitando principalmente o excesso de açúcar, o que inclui alimentos à base de farinha e arroz, que são convertidos em glicose no organismo.
Evitar o sedentarismo e praticar atividades físicas regularmente é essencial. Recomenda-se pelo menos 30 minutos de exercícios ao dia. Esse hábito é importante para o controle do peso e de condições como diabetes e colesterol alto.
Evite beber, uma vez que o álcool tem impacto direto no fígado e seu consumo exagerado está ligado ao desenvolvimento de cirrose hepática.
Por isso, em caso de dúvidas, consulte profissionais de saúde que possam auxiliar nas mudanças de hábitos, como hepatologistas, nutricionistas, nutrólogos, fisioterapeutas e profissionais de educação física.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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