Saúde

Urticária (aguda, crônica): o que é, tratamento, tem cura?

Publicado em: 01/03/2019Última atualização: 16/10/2020
Publicado em: 01/03/2019Última atualização: 16/10/2020
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Acne, alergias, estrias, câncer de pele, erupções cutâneas são algumas das alterações que ocorrem no maior órgão do corpo humano e acarretam em incômodos, além de mal-estar físico e psicológico.

Se considerarmos todas as doenças de pele, em suas diversas manifestações (desde alergias a substâncias até o câncer de pele), elas estão entre as 10 maiores causas de incapacitação profissional, pessoal e emocional.

Isso porque, além das condições orgânicas (dor ou coceira intensas que podem impedir as atividades), geralmente há sinais perceptíveis na pele, como manchas ou feridas. Essas alterações ficam mais expostas e visíveis, o que pode causar desconforto emocional e problemas de autoestima ao paciente.

Coceiras, descamações e irritações na pele são sintomas bastante comuns, chegando a acometer 20% da população pelo menos uma vez durante a vida.

Se não bastasse o desconforto causado pelos sintomas, a maioria dos pacientes com problemas de pele, principalmente alergias, desconhece a causa.

O fator causador da alteração de pele pode incluir ingestão de algum alimento, contato com pólen ou substâncias irritantes que são bastante comuns no dia a dia.

Apesar de complicado, ainda é possível reduzir ou evitar o contato com esses agentes.

Mas nem sempre o paciente consegue minimizar as crises alérgicas.

Uma mudança de temperatura, condições autoimunes, a fricção da pele contra o tecido e até um desencadeamento espontâneo podem ser a origem das lesões cutâneas, tornando mais difícil evitar o agente causador.

O que é urticária?

A urticária é uma irritação cutânea caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como vergões, que aparecem na pele e coçam muito.

Essas lesões podem surgir em qualquer área do corpo, serem pequenas, isoladas ou se juntarem e formarem grandes placas avermelhadas, com desenhos e formas variadas, sempre acompanhadas de coceira.

Aparecem em surtos, podendo surgir em qualquer período do dia ou da noite, durando horas e desaparecendo sem deixarem marcas na pele.

Nem sempre é simples identificar o fator que desencadeia os sintomas, pois as lesões podem surgir de repente.

Da mesma maneira, podem desaparecer sem a utilização de pomadas ou medicamentos, aparecendo em outra região da pele, quase como se trocassem de local.

Depois do aparecimento das urticas, o quadro pode assumir dois comportamentos: desaparecer em pouco tempo (cerca de 2 horas) ou durar até 48 horas.

As próximas 6 semanas vão determinar o tipo de urticária. Se os sintomas ultrapassarem esse período, a doença é do tipo crônico, se for inferior às 6 semanas, é do tipo agudo.

O angioedema (inchaço mais profundo na pele) pode vir acompanhando da urticária ou ainda de outros sintomas como chiado no peito (broncoespasmo), taquicardia, queda da pressão e sincope (perda da consciência).

Os locais mais afetados são os lábios, pálpebras, área genital, palmas das mãos e plantas dos pés.

O quadro é menos frequente e a melhora é mais lenta, podendo regredir apenas após 48 horas.

Em geral, os pacientes apresentam um episódio isolado de urticária, sendo acometidos apenas 1 vez durante a vida e, normalmente, com melhoras rápidas (após medicados, os sintomas não retornam).

Mas há casos que comprometem mais intensivamente a rotina do paciente e que são denominados de urticária crônica ou urticária persistente.

Cerca de 30% dos pacientes com urticária apresentam urticária crônica. Neste caso, são solicitados alguns exames e pode ser necessário investigar doenças autoimunes ou síndromes raras que podem causar ou estar associadas a condição.

A urticária crônica pode estar acompanhada de urticária física, que é causada por agentes externos como calor, frio, exercício físico, sol etc.), assim como pode estar associada a síndromes raras, doenças autoimunes sistêmicas e doenças do tecido conectivo — lúpus, dermatomiosite, Síndrome de Sjögren.

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Qual o CID da urticária?

No CID10, a doença de pele está classificada com o código L50 - Urticária, sendo subcategorizada de acordo com o tipo:

  • L50.0 - Urticária alérgica;
  • L50.1 - Urticária idiopática;
  • L50.2 - Urticária devida a frio e a calor;
  • L50.3 - Urticária dermatográfica;
  • L50.4 - Urticária vibratória;
  • L50.5 - Urticária colinérgica;
  • L50.6 - Urticária de contato;
  • L50.8 - Outras urticárias;
  • L50.9 - Urticária não especificada;
  • L56.3 - Urticária solar.
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O que são alergias?

Alergias são reações exageradas do organismo à alguma substância ou agente externo, geralmente, inofensivos (como alimentos).

Quando os agentes externos entram em contato com o organismo, seja pela ingestão ou pelo contato na pele, o sistema imunológico inicia um processo de defesa.

A maioria das pessoas reage normalmente à infecção externa, mas outras desenvolvem uma resposta exagerada ou hipersensível.

Não se sabe determinar exatamente o porquê de algumas pessoas serem alérgicas a determinadas substâncias e outras, às vezes da mesma família, responderem normalmente ao componente.

O que se tem certeza é que as alergias são bastante incômodas e, dependendo do grau de sensibilidade do paciente, podem trazer riscos à saúde e à vida.

Urticárias são alergias?

Não necessariamente. Alergia é a resposta do sistema imunológico a algum fator, geralmente externo (como pelos de animais, pólen, ácaros, alimentos), que estimulam um tipo de células chamada mastócito a liberar a histamina — hormônio que provoca coceira.

Na urticária crônica está envolvido este processo de liberação de histamina, porém o agente desencadeante pode ser difícil de ser identificado, muitas vezes sendo espontâneo (quando o fator desencadeante não existe).

Assim, nem sempre a doença é considerada uma alergia.

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Tipos e classificações da urticária

As classificações mais comuns da urticária são por tempo (aguda e crônica) e por causa (espontânea e induzida). Mas há outras formas de classificar a doença, de acordo com a intensidade dos sintomas, por exemplo.

Tempo e causa

De modo geral, a urticária aguda é aquela que é desencadeada por um agente externo alergênico e na qual os sintomas melhoram rapidamente, durando no máximo 6 semanas.

Já a urticária crônica é comumente caracterizada por manifestações prolongadas e persistentes de lesões de pele, às vezes por causas autoimunes. Os sintomas duram mais que 6 semanas e podem se estender por anos.

Portanto, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), quanto ao tempo, as urticárias se dividem entre:

  • Urticária aguda: sintomas duram no máximo 6 semanas;
  • Urticária crônica: sintomas persistem por mais de 6 semanas.

A urticária crônica pode ser dividida, ainda, em:

  • Urticária induzida: quando um fator é identificado, como drogas, alimentos, infecções, estímulos físicos (calor, frio, sol, água, pressão).
  • Urticária espontânea: quando a doença ocorre sem uma causa identificada, também chamada de urticária idiopática.

Imune e não-imune

Uma das maneiras adotadas para classificar as urticárias é através dos fatores desencadeantes. É possível separar a doença entre as causas imunes e as não-imunes.

Para os casos imunes, estão:

  • Associação entre urticária crônica e autoimunidade tiroideia (presença de autoanticorpos, que são células que atacam os próprios hormônios);
  • Presença de autoanticorpos séricos;
  • Basófilos como células-alvo para os autoanticorpos (os basófilos são células sanguíneas que, nesse caso, propiciam a inflamação);
  • Deficiência de algumas substâncias (inibidor da C1 esterase).

Já as condições não-imunes correspondem a maioria das urticárias medicamentosas (pseudoalérgicas) e alimentares. Elas ocorrem por efeito tóxico diretamente sobre a célula do mastócito.

Grau de intensidade

A classificação da urticária ainda se dá através da observação das lesões de pele, que são classificadas entre 0 e 3 graus.

  • Grau 0: não apresenta urticas ou pruridos;
  • Grau 1 - Leve: até 20 urticas no período de 24 horas e prurido leve;
  • Grau 2 - Moderada: entre 21 e 50 urticas em 24 horas e prurido moderado;
  • Grau 3 - Grave: mais de 50 urticas em 24 horas e prurido intenso.

Urticária aguda

Na urticária aguda as lesões decorrem de exposições a agentes alergênicos, pois o organismo tem uma hipersensibilidade ou uma reação alérgica ao componente.

Geralmente, é desencadeada pela ingestão de alguns alimentos, medicamentos ou aqueles componentes bastante relacionados às alergias, como pelo de animais e perfumes.

Estima-se que aproximadamente metade dos casos agudos tenham origem infecciosa, principalmente infecções do trato respiratório. Durante a infância, esse valor sobe para até 80% dos casos resultantes de quadros infecciosos.

Os agentes mais atribuídos à manifestação da urticária são:

  • Causas desconhecidas;
  • Alimentos (morango, frutos do mar, castanhas, derivados do leite, chocolate, chá e condimentos);
  • Medicamentos (antibióticos, penicilinas, sulfonamidas, ácido acetilsalicílico, antiinflamatorios, morfina e codeína);
  • Picadas de insetos (abelha e vespa);
  • Infecções causadas por vírus e doenças febris;
  • Substâncias para exames com radiação.
  • Hemoderivados (terapias com sangue).

O tipo agudo é um episódio autolimitado e transitório, pois a reação da pele se estende por, no máximo, 6 semanas.

Ainda que nesse período as urticas possam sumir e reaparecer, a recuperação da pele é completa e, geralmente, não ficam sinais da doença.

Como o quadro é isolado, normalmente causado por um fator que é facilmente reconhecido (como comer algum alimento diferente do habitual), tende a apresentar boa resposta ao tratamento inicial.

Assim o uso de anti-histamínicos em dosagens baixas é suficiente para a maior parte dos casos.

Urticária crônica

Aproximadamente 30% dos diagnósticos de urticária são do tipo crônico, que é definido quando os sintomas persistem por mais de 6 semanas e podem durar vários anos.

Uma parte dos pacientes responde bem ao uso de antialérgicos (anti-histamínicos), pois apresentam graus leves da urticária.

Porém, outros podem ser acometidos por um quadro mais grave, apresentando ineficiência dos medicamentos convencionais.

Urticária crônica espontânea (UCE)

De acordo com levantamento feito por pesquisadores na área dermatológica da USP, quando há doenças associadas à urticária crônica, algumas das relacionadas podem ser genéticas, imunes ou hematológicas, como:

  • Síndrome da Muckle-Wells;
  • Síndrome familiar autoimune ao frio;
  • Síndrome familiar do Mediterrâneo;
  • Síndrome hiper IgD;
  • Síndrome Crônica Infantil Neurológica Cutânea Articular (CINCA);
  • Doença Inflamatória Multissistêmica de Início Neonatal (NOMID);
  • Síndrome de Prier e Griscelli;
  • Lupo eritematoso sistêmico;
  • Síndrome de Sjogren;
  • Doença de Still;
  • Artrite reumatoide;
  • Doença do soro;
  • Crioglobulinemia;
  • Hemoglobinuria paroxística;
  • Policitemia Vera (doença de Vasquez);
  • Síndrome hipereosinofílica;
  • Síndrome de Schnitzler.

Urticária crônica induzida

De acordo com Letícia Sousa e Patricia Karla de Souza, dermatologistas do GUIA (Grupo de Urticária - Informação e Apoio), a urticária crônica induzida (quando a doença não é autoimune) pode ser desencadeada por agentes físicos, apresentando as subcategorizações abaixo:

Urticária de dermografismo

A pele é extremamente sensível e tende a apresentar lesões pela pressão. Ou seja, ao arranhar levemente a pele, pressionar ou até mesmo usar uma roupa muito apertada, a pele começa a coçar e apresenta uma elevação cutânea no local.

O nome dermografismo se refere a algo próximo de “escrever na pele”, pois a superfície fica demarcada exatamente onde houve o contato, quase como riscos ou desenhos.

Em geral, as elevações da pele desaparecem em cerca de 2 horas.

Urticária de frio

A urticária de frio é causada quando a pele é exposta a condições geladas e frias. Geralmente, quando a pessoa está em contato com temperaturas baixas, as urticas aparecem de modo mais reduzido e limitado.

Porém, se o contato for direto (como encostar em objetos gelados ou tomar banhos frios), os sintomas podem ser mais abrangentes, espalhando as lesões cutâneas pelo corpo.

Além disso, podem ocorrer dores de cabeça, queda de pressão e até a perda de consciência.

A sensibilidade ao frio ocorre mais em jovens adultos e, ao menos metade dos pacientes, apresenta melhora completa ou parcial em até 5 anos das primeiras manifestações.

Urticária ao calor

A condição é rara e se caracteriza quando a pele entra em contato direto a objetos ou substâncias quentes.

O corpo leva até 5 minutos para desencadear a reação de pele, que se ameniza após aproximadamente 1 hora. Podem ocorrer coceiras, leves ardências e inchaços na região.

Além disso, o paciente também pode apresentar outros sintomas, como dor de cabeça, tonturas, dores abdominais e até desmaios.

Urticária solar

A urticária solar ocorre em menos de 1% dos casos e cerca de 30% dos pacientes melhoram espontaneamente em alguns anos. Diferente da urticária ao calor, o tipo solar necessita da exposição da pele direta ao sol.

Quando a pele é exposta ao sol, a reação se manifesta imediatamente ou em até 30 minutos, e começa a melhorar entre 15 minutos e 3 horas.

Mas a condição não se restringe à luz natural, pois a incidência monocromática ou simuladores artificiais também pode desencadear os sintomas.

Urticária de pressão retardada

A maior parte dos casos se relaciona à urticária crônica e ocorre quando a pele recebe uma pressão mecânica, por exemplo roupas apertadas, arranhões ou qualquer estímulo físico. No entanto, as lesões ou edemas demoram entre 4 e 8 horas para aparecer.

Urticária vibratória

As lesões de pele podem ser desencadeadas por atividades como correr, pular ou entrar em contato com aparelhos que vibram (como eletroestimuladores, liquidificadores, massageadores).

O tipo é bastante raro e tem maior prevalência na infância. Os sintomas tendem a aparecer após o contato com a vibração e levam, em média, 1 a 2 horas para amenizar.

Um estudo publicado no periódico médico dos Estados Unidos, The New England Journal of Medicine, aponta que são mutações nos genes dos pacientes, fazendo com que haja uma resposta exagerada das células.

Urticária de contato

Nessa urticária surgem lesões na região em que houve contato com um agente alergênico. Os mais comuns são plantas, animais, cosméticos, látex, tecidos e produtos químicos, mas as reações de pele podem ter causas diversas.

Normalmente, a manifestação dos sintomas é rápida, logo após o contato. Mas se a sensibilidade ao componente for baixa, é possível que os sintomas apareçam apenas com o contato frequente com o componente.

Urticária colinérgica

Nesse tipo de urticária, as manifestações cutâneas ocorrem quando há algum estímulo que eleve a temperatura corporal.

Apesar de estar associada às altas temperaturas, assim como a urticária ao calor, o tipo colinérgico ocorre quando a temperatura do corpo é elevada por qualquer fator.

Os exercícios físicos são as condições mais recorrentes, no entanto, banhos quentes, febre, ingestão de alimentos termogênicos (pimenta) e até elevação da temperatura corporal devido a fatores emocionais (ansiedade, por exemplo) podem desencadear as urticas.

Normalmente, as lesões começam no tórax e próximas ao pescoço, podendo se espalhar ou não para outras regiões da pele.

A urticária colinérgica é um tipo pouco frequente de urticária crônica e tem prevalência no final da adolescência, se apresentando de modo frequente nos adultos jovens. Alguns casos mais graves podem apresentar alterações respiratórias durante o aparecimento dos sintomas.

Urticária aquagênica

A condição é pouco frequente e tende a ser limitada, ou seja, dura alguns meses ou anos.

Nesse tipo de urticária, o paciente tem reações cutâneas ao entrar em contato com a água, independente da temperatura. Assim, banhos, chuva e até a umidade excessiva do ar (após a chuva, por exemplo), podem desencadear reações.

Urticária nervosa

Não é difícil ouvir sobre urticária nervosa. No entanto, o termo que é bastante popular, precisa ser usado com cautela.

Há alguns anos, até existia a crença de que haveria um tipo de urticária nervosa — iniciada e causada somente pelo estresse ou ansiedade.

Mas, na verdade, é preciso saber que, apesar dos fatores emocionais poderem agravar as manifestações de alguns tipos de urticária, eles não são a causa.

Ou seja, se houver uma associação de condições facilitadoras, a alteração de pele pode surgir, por exemplo, predisposição genética e contato com alguma substância alergênica.

Então, se o paciente passa por momentos de nervosismo, as placas avermelhadas se manifestam, mas isso não significa que o estresse vai ser a causa.

Além disso, centros de referência em tratamento da urticária crônica espontânea destacam que isso não se aplica a esse tipo de urticária.

Até existe uma relação entre a doença e os fatores emocionais, mas ela é inversa: é a manifestação dos sintomas que agrava o estado emocional, gerando ansiedade e estresse, e não o contrário.

A urticária aguda pode se tornar crônica?

A diferença entre o tipo agudo e crônico é a duração das manifestações. Portanto, inicialmente o paciente pode receber um diagnóstico de urticária aguda, mas que se ultrapassar as 6 semanas, passará a se classificar como crônico.

Causas: o que pode causar urticária?

O aparecimento dos sintomas, principalmente coceira e urticas, ocorre através da histamina que é liberada no sangue.

De maneira resumida, ao entrar em contato com alguma substância, o organismo responde ao agente externo tentando combatê-lo.

Essas substâncias normalmente não apresentam riscos e, em alguns casos, não deveriam ativar o sistema imune, como é o caso da urticária ao calor. O sistema imune mobiliza células, fazendo com que haja uma liberação de histamina no sangue.

A pele apresenta inchaço e saliências porque a histamina promove uma dilatação dos vasos sanguíneos para que os linfócitos (células de defesa) se concentrem na região infectada.

No entanto, determinar o que causa a liberação da histamina nem sempre é simples, pois os agentes alérgicos são diversos e, às vezes, pode não haver um desencadeador.

Principais causas de urticária aguda

As causas que desencadeiam a urticária nem sempre são conhecidas, mas entre as principais estão:

Picadas de inseto

Picadas de inseto estão entre as causas mais comuns de urticária aguda, principalmente as de vespas e abelhas, causando lesões próximas à picada.

No entanto, diversos insetos podem causar reações alérgicas e, em até 5% dos casos, resultam em uma urticária generalizada.

Medicamentos

As reações aos medicamentos são bastante frequentes e manifestam respostas mucocutâneas que podem ser mais leves ou mais intensas, dependendo do nível de sensibilidade, da substância e da quantidade ingerida.

Há indícios de que as alergias e urticárias desencadeadas por medicamentos possam, ainda, ter uma condição hereditária.

As reações podem ocorrer por diversas interações do medicamento com o organismo, por exemplo, podem provocar mudanças no mecanismo imunológico (por ação direta do componente químico no organismo, por intoxicação ou por alta sensibilidade do paciente).

Enquanto as urticárias causadas por antibióticos são mais recorrentes, os outros medicamentos representam cerca de 10% dos casos.

As ocorrências são, em maior frequência, nas mulheres, idosos e pessoas com imunidade debilitada. Em geral, as reações podem surgir imediatamente após a administração da dosagem ou até 10 dias depois.

Entre os medicamentos que mais desencadeiam a urticária estão:

  • AAS;
  • Dipirona;
  • Anti-inflamatórios;
  • Antibióticos do tipo penicilina ou sulfa;
  • Contraste iodado;
  • Codeina e morfina;
  • Polimixina b.

Corante amarelo tartrazina

A tartrazina é um corante artificial bastante empregado na indústria alimentícia. As reações ao produto geralmente não são imediatas e podem se manifestar horas após a ingestão.

Além disso, quanto maior a quantidade ingerida, maiores as chances dos sintomas de urticária aparecerem.

Alimentos

Os alimentos são causas bastante recorrentes de urticária e podem se manifestar através da ingestão ou apenas do contato com a pele (caracterizando uma urticária de contato).

Além disso, entre 5% e 10% das crianças menores de 3 anos têm alergias a algum alimento, apresentando entre os sintomas a manifestação da urticas e angioedemas. Em alguns casos, o quadro pode se agravar para um choque anafilático.

A lista dos alimentos mais comuns relacionados a alergias inclui:

  • Camarão;
  • Caranguejo;
  • Leite e derivados;
  • Soja;
  • Ovo;
  • Amendoim;
  • Frutas, sobretudo as vermelhas;
  • Glúten.

Infecções

Quadros infecciosos decorrentes sobretudo de vírus ou bactérias, podem provocar manifestações de urticárias. São condições bastante comuns, junto com as respostas alérgicas aos alimentos e acometem sobretudo crianças.

Fatores emocionais

Em alguns casos, os pacientes podem desenvolver reações cutâneas ao sofrerem alterações emocionais, como ansiedade, medo ou euforia.

De acordo com as dermatologistas do GUIA (Grupo de Urticária -Informação e Apoio), Letícia Sousa e Patricia de Souza, o estresse pode desencadear ou agravar os sintomas, mas não são fatores causadores da urticária.

Principais causas de urticária crônica

As principais causas de urticária induzida são os agentes físicos:

  • Contato;
  • Pressão;
  • Frio;
  • Calor;
  • Sol;
  • Vibração;
  • Água.

Lembrando que a urticária crônica espontânea não é desencadeada por fatores externos, pois é uma reação do próprio organismo. Mas há também as seguintes causas:

Condições autoimunes

Há indicativos de que a urticária crônica pode ser causada por condições autoimunes.

Geralmente, os pacientes apresentam autoanticorpos diversos. Essas proteínas são produzidas pelo organismo e atacam as próprias células, órgãos e tecidos, causando disfunções imunes.

Os estudos que associam doenças autoimunes como desencadeantes da urticária apontam principalmente a tireoidite ou os autoanticorpos à tireoidite (quando o corpo tenta se defender dos próprios hormônios produzidos pela glândula), o lúpus eritematoso sistêmico e as doenças reumatológicas.

Estudos de revisão indicam que não há consenso entre os pesquisadores sobre a relação hormonal, no entanto, alguns pacientes relatam que as crises mais intensas de urticária ocorrem quando alguma taxa de hormônios está alterada.

Infecções

A urticária pode ser uma manifestação devido a infecções por bactérias, fungos ou vírus. Diferentes estudos apontam que, possivelmente, haja associação entre a urticária crônica e as infecções:

  • Candidíase vaginal;
  • Infecções urinárias fúngicas;
  • Infecções dentárias;
  • Gengivites;
  • Alterações gastrointestinais causadas pela bactérias H. pylori;
  • Hepatite A, B e C;
  • Mononucleose infecciosa;
  • Rubéola;
  • Sinusite crônica.

Leia mais: Remédios para Sinusite: quais as opções?

Urticária é contagiosa?

Não. A urticária é uma resposta do organismo que tenta se defender de algum agente agressor — mesmo que nem sempre haja um, como é o caso da urticária espontânea.

Não é uma condição transmissível, mesmo quando os sintomas estão se manifestando, pois as reações de pele são apenas uma resposta à ação das células imunes.

Por isso, estar perto ou tocar nas urticas — placas vermelhas que surgem na pele — não é perigoso.

Quais os sintomas da urticária?

O sintoma mais comum é a coceira (também chamada de prurido), mas as lesões podem provocar a sensação de ardor ou queimação.

A coceira causada pela urticária costuma ser muito intensa e atrapalha a vida dos pacientes, prejudicando suas atividades em diversos aspectos, como o trabalho e o sono.

Os sinais e os sintomas da urticária podem reaparecer a qualquer momento, durante horas, dias ou meses.

Pode ocorrer inchaço rápido, intenso e localizado, que atinge normalmente pálpebras, lábios, língua e garganta.

Este inchaço é chamado de angioedema e, algumas vezes, dificulta a respiração, constituindo risco de vida. As lesões de angioedema podem durar mais de 24 horas.

Também existe uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e edema de glote (garganta) com dificuldade para respirar.

Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência.

Os sintomas que acometem a maioria dos pacientes são:

Prurido intenso

Mais conhecido como coceira intensa, o prurido é resultado da liberação de histamina.

Se houve contato com algum agente alergênico, o corpo envia células de defesa ao local — ou a vários locais — para combater esse invasor.

Se não há uma causa aparente ou conhecida, o processo é bastante semelhante: por algum motivo, o sistema imune começa a agir exageradamente.

Se não há uma causa aparente ou conhecida, o processo é bastante semelhante: por algum motivo, o sistema imune começa a agir exageradamente.

Como os mastócitos liberam histamina, os sintomas começam a ocorrer, entre eles, a coceira.

Ardor e queimação

Assim como a coceira, o ardor e a queimação são resultado da ação da histamina. Um dos receptores de histamina presente no corpo, o H1, está especialmente relacionado a esses sintomas.

Elevação ou inchaço

A liberação de histamina provoca a vasodilatação (aumento da parede dos vasos sanguíneos), provocando a alteração da permeabilidade deles.

Isso faz com que o plasma consiga passar pelas paredes, acumulando-se no tecido mais superficial, próximo à pele. O resultado é o inchaço do local.

Inchaço das mucosas

A histamina pode ter ações em diversas partes do corpo, inclusive nas mucosas, como a língua, boca e pálpebras.

O mecanismo é semelhante ao inchaço da pele e , em casos mais graves, os pacientes podem apresentar dificuldade respiratória, palpitações e dificuldades para falar, engolir ou mastigar.

Eritema

O eritema é caracterizado pela vermelhidão ou rubor da pele. Ele decorre da vasodilatação promovida pela histamina, que aumenta o fluxo sanguíneo para a superfície da pele.

Angioedema

Alguns pacientes com urticária crônica apresentam os angioedemas junto com a manifestação das urticas. A condição é mais grave e atinge até 40% das pessoas com a doença crônica.

O inchaço ocorre de modo bastante rápido e acomete os tecidos mais profundos da pele, sendo geralmente bastante doloroso.

A presença de angioedema associado a urticária indica um prognostico pior, sendo que 75% dos pacientes apresentam episódios recorrentes por mais de 5 anos. O sintoma deve ser investigado, pois pode ter um quadro de malignidade envolvido.

Nos quadros de urticária, os pacientes com UCE podem desenvolver apenas urticas, apenas angioedema, ou urticas e angioedema juntos.

Diagnóstico

Profissionais como o dermatologista, clínico geral, alergista e infectologista são os principais médicos para diagnosticar e acompanhar as urticárias.

O quadro é diagnosticado através do exame físico, com a observação das lesões de pele, associada ao levantamento clínico do paciente.

Nesse aspecto, o médico pode questionar sobre as atividades realizadas recentemente, alimentos ingeridos, ambientes diferentes que o paciente tenha frequentado, além do uso de medicamentos e doenças.

Para complementar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames de sangue e testes de reação (testes de pele), que auxiliam a determinar os agentes que desencadeiam a urticária.

Porém, mesmo quando não é possível identificar o agente causador, o diagnóstico é mantido através da observação física e clínica.

Alguns dos pontos que o médico pode levantar são:

  • O tempo dos sintomas;
  • Frequência e duração das lesões de pele;
  • Outros sintomas, como queimação, ardor e dificuldades respiratórias;
  • Outros quadros de urticária na família;
  • Hábitos alimentares;
  • Mudança de ambientes (por exemplo, viagens);
  • Tratamentos medicamentosos ou mudança de remédio;
  • Estresse e condição emocional.

Diagnóstico diferencial

Há diferentes doenças e condições que podem acometer o organismo e, inicialmente, se assemelhar bastante com a urticária. No entanto, um exame minucioso da pele, somado com a história clínica do paciente, é capaz de indicar o diagnóstico diferencial.

Entre as condições que podem causar confusão estão:

  • Prurido estrófulo (picadas de inseto);
  • Eritema polimorfo;
  • Penfigóide boloso;
  • Mastocitose;
  • Vasculites e poliartrite;
  • Erupções ocasionadas pelo uso de drogas;
  • Síndrome de Muckle-Wells;
  • Síndrome Schnitzler;
  • Eritema morbiliforme minor;
  • Exantema vírico;
  • Hipersensibilidade por alergénios ocultos;
  • Dermatomiosite;
  • Eritema pleomórfico solar;
  • Eczema de contato (dermatite de contato);
  • Eritema fixo medicamentoso.

Exames

Alguns exames físicos podem ser empregados para determinar, excluir ou confirmar o diagnóstico e o tipo de urticária.

Testes cutâneos

Podem ser solicitados testes cutâneos para tentar identificar qual o agente alergênico. Como há inúmeros elementos capazes de causar alergia, o teste geralmente é solicitado quando há suspeitas sobre o que pode causar as urticárias.

São preparadas soluções com extratos diversos, como pólen de flores, ácaros de pó, pelo de animal, veneno de inseto, alimentos ou medicamentos. A solução é aplicada sobre a pele e faz-se uma pequena picada com a agulha, para em seguida verificar as respostas cutâneas.

Exames de sangue

O médico pode solicitar exames de sangue, como hemograma, glicemia, níveis de eletrólitos e TSH para verificar as condições do organismo. Apesar dos resultados não estarem diretamente associados à urticária, eles podem auxiliar na composição do diagnóstico, bem como verificar outras disfunções do organismo.

Biópsia de pele

O exame pode ser realizado para diferenciar a urticária de outras doenças de pele ou quando o quadro é difícil de ser controlado ou estabilizado.

Dermografismo sintomático

Aplica-se uma pressão na pele, geralmente no dorso da mão, com um dermografômetro (um instrumento levemente pontudo, que não causa lesão à pele da pessoa saudável).

Também pode ser exercida alguma pressão sobre a pele e analisar os minutos seguintes. Se houver elevação ou inchaço da região, com vermelhidão acentuada em toda a área pressionada, o diagnóstico é confirmado.

Urticária de contato a frio

Em geral, aplica-se sobre a pele um componente congelado (gel ou água) ou se insere a mão do paciente na água gelada para observar a reação do organismo.

Urticária solar

O paciente pode ser exposto ao sol ou um simulador solar. O tempo de exposição é geralmente curto.

Urticária retardada de pressão

Aplica-se pressão ou se indica que o paciente segure peso por alguns minutos para que sejam avaliadas as manifestações e reações da pele. Em geral, usa-se um peso de 7kg preso por alças que são colocadas nos ombros do paciente.

Há também opções de cilindros de até 5 kg que podem ser colocados nos ombros, coxa, antebraço ou dorso por até 15 minutos. A avaliação da pele ocorre pelas próximas 6 horas, ao menos.

Urticária vibratória

São aplicados estímulos vibratórios, de 1000 rpm (rotações por minuto), na região do antebraço por aproximadamente 10 minutos.

Urticária aquagênica

Em geral, aplica-se sobre a pele um algodão ou gaze umedecida com água a 37 graus, por aproximadamente 20 minutos ou banhar o paciente em água na temperatura corporal.

Urticária colinérgica

O paciente pode ser submetido à prática de exercícios físicos até que sua temperatura corporal se eleve. Também pode ser utilizada a imersão das mãos em água quente 42 graus por 10 minutos.

Urticária tem cura?

Não. Existe um controle dos sintomas, e na maioria dos casos os sintomas não vão persistir durante toda a vida.

Nos quadros de urticária aguda, as reações desaparecem em até 6 semanas e, para a maior parte dos pacientes, não ocorre novamente.

Para pacientes que apresentam a condição crônica, é preciso controlar a doença e evitar o contato com o agente causador (quando é possível identificá-lo).

Estima-se que até metade dos casos crônicos se resolvem sozinhos em aproximadamente 6 meses.

Nos casos prolongados, o paciente pode amenizar os sintomas através de adaptações da rotina que visam reduzir as manifestações da doença, no entanto, ela não pode ser curada.

Qual o tratamento?

O tratamento para a urticária pode compreender medidas terapêuticas e farmacológicas.

Os medicamentos são indicados para controlar os sintomas e evitar o desencadeamento das urticas. Por exemplo, ao entrar em contato com o agente alergênico, o paciente pode recorrer aos medicamentos para evitar que os sintomas se manifestem.

Os remédios devem ser indicados pelo médico, que irá avaliar a condição de cada paciente, pois existem diferentes princípios-ativos para controlar e amenizar os sintomas.

Já as medidas terapêuticas visam melhorar a condição do quadro. Se os agentes que causam a urticária forem conhecidos, é preciso evitar ou minimizar o contato.

Diário alimentar ou diário de crises

Fazer um registro da rotina e da alimentação pode ser bastante efetivo para auxiliar no tratamento. Isso porque anotar os alimentos, as atividades diferentes e os horários em que as crises de urticária ocorreram pode ser determinante para indicar as causas e o tipo.

O diário consiste em registrar a rotina para identificar padrões próximos às manifestações sintomáticas.

Medicamentos

Em alguns casos, usar medicamentos é importante para controlar as manifestações da urticária.

Nos tipos agudos em que não é possível reduzir o contato com a agente desencadeador, ou não se sabe o gatilho, manter anti-histamínicos receitados pelo médico por perto pode ser importante.

Além disso, se as crises forem frequentes ou o diagnóstico for de urticária espontânea, usar medicamentos para o controle pode ser necessário, desde que receitado pelo médico.

Remédios para urticária

Os medicamentos para urticária são determinados de acordo com a resposta do organismo.

Existem medicamentos atribuídos como tratamento de primeira linha. Isso significa que, em geral, são os primeiros a serem receitados, pois apresentam melhores respostas ou menos efeitos colaterais.

Se o paciente não responder bem ou de maneira eficaz ao tratamento de primeira linha, mesmo com o ajuste das dosagens, os medicamentos de segunda linha são testados.

Há também a terceira e quarta linha, que são destinadas aos casos mais graves e com difícil resposta aos remédios anteriores.

Recentemente, novos medicamentos estão sendo aprovados e colocados em circulação, como o caso do omalizumabe, aprovado em 2015 pela Anvisa.

Sua ação é imunobiológica e é destinada às urticárias crônicas espontâneas graves que não respondem bem aos tratamentos convencionais.

Primeira linha

Entre 40% e 91% dos pacientes com urticária crônica respondem bem aos tratamentos com anti-histamínicos orais.

Os medicamentos chamados de 1ª geração foram os primeiros a serem desenvolvidos e comercializados.

Apesar de ainda serem utilizados, a recomendação da diretriz global de manejo das urticárias é de que sejam evitados, especialmente por crianças.

As fórmulas novas, representadas pelos anti-histamínicos de 2ª geração podem provocar menos efeitos colaterais e agirem de modo mais controlado.

São medicamentos não sedativos ou pouco sedantes, que não causam tanta interferência na rotina (pois não deixam a pessoa sonolenta). Entre os que podem ser receitados estão:

Segunda linha

Além dos anti-histamínicos de 2ª geração, é possível que sejam receitados corticosteroides. No entanto, devido aos possíveis efeitos colaterais, eles devem ser utilizados em períodos curtos, de no máximo 10 dias.

Em alguns casos, podem ser receitados também os inibidores de leucotrieno, que são usados em associação a outros fármacos. Podem envolver:

Terceira linha

Atualmente, os UCARES (Centros de Referência em Urticária Espontânea) indicam a possibilidade de tratar a urticária espontânea com bloqueadores de histamina do tipo Omalizumabe.

O medicamento é relativamente recente, mas apresenta bons resultados.

Segundo a Dra. Hannah Grohs, médica dermatologista, o tratamento consiste em um “anticorpo monoclonal humanizado contra uma parte do receptor de IgE, capaz de diminuir as concentrações de IgE e o estímulo de mastócitos e basófilos duas células-troncos envolvidas na liberação de histamina”.

Quarta linha

Esse tipo de tratamento é indicado aos pacientes com doença grave e com alta frequência de manifestação das urticas e pruridos, que não respondem bem aos tratamentos anteriores ou que apresentam a urticaria como causa autoimune.

São ministrados imunossupressores ou imunomoduladores como a Ciclosporina.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Pomada para urticária

Assim como os medicamentos orais, as pomadas devem ser receitadas pelo médico após uma avaliação do quadro.

De uso tópico, os produtos devem ser aplicados sobre a pele, nos locais da urtica, conforme orientação médica.

Entre as opções estão o Histamin creme, Alergomine creme, Polaramine creme. Também é possível encontrar o maleato de dexclorferinamina (genérico).

Em alguns casos, podem ser indicados a dexametasona, como Dexason creme e Cortitop, ou prometazina, como Fenergan creme.

Remédios caseiros

As opções e terapias caseiras podem ser aliadas ao tratamentos clínico para ajudar a amenizar os sintomas — quando presentes — e, depois, controlar o início de uma crise.

Os cuidados em casa podem incluir medidas simples, mas que fazem bastante diferença na rotina de quem lida com a urticária:

  • Evitar deixar os animais dormirem ou circularem próximos às camas e sofás, bem como cuidar da rotina de higiene e tosa de pelos é necessário;
  • Fazer compressas frias e tomar banhos mornos podem ajudar a acalmar a pele, reduzindo a coceira e o agravamento das placas vermelhas;
  • Evitar o sobreaquecimento da pele, logo evitar cobertores pesados, roupas muito quentes, ambientes muito quentes, pois o calor aumenta liberação de histamina e consequentemente piora a coceira;
  • Hidratar a pele — isso diminui o limiar de coceira, especialmente se o hidratante corporal for armazenado por pouco tempo em geladeira, dando um alivio para a pele. É importante evitar esta medida se tiver urticária induzida pelo frio;
  • Tomar banhos rápidos e mornos, a fim de evitar ressecamento excessivo da pele. Opte por sabonetes sem sabão que mantêm a pele mais hidratada;
  • Evitar bebidas alcoólicas.

Junto disso, ter uma rotina adequada e uma alimentação balanceada é fundamental para o bem-estar. Porém, os alimentos também merecem atenção.

Uma boa dica é usar os alimentos a favor do organismo. Mesmo que um chá não possa, necessariamente, ajudar a amenizar uma crise alérgica, ele auxilia a acalmar e reduz a ansiedade.

Convivendo: dicas e como aliviar os sintomas

A convivência com a urticária vai depender do grau de manifestação da doença e da descoberta do agente causador.

Se o paciente souber as causas dos sintomas, geralmente é mais simples amenizar as crises. Mas nem sempre é possível se isolar completamente do agente alergênico, fazendo com que alguns episódios de urticária aconteçam (por exemplo, alergias ao pólen).

Quando as causas são conhecidas, é preciso planejar a rotina e organizar as atividades a fim de minimizar a exposição ao agente.

Medidas simples podem prevenir a manifestação dos sintomas. Por exemplo, mudar a alimentação e tomar cuidados ao comer fora de casa, quando o os sintomas forem causados pela ingestão de alguma comida.

A informação é aliada na rotina e convivência com a doença. Por isso, conhecer mais sobre a urticária, as causas e tratamentos pode trazer melhores resultados ao tratamento que, dentro do possível, visa proporcionar uma vida sem restrições ao portador de urticária.

Para auxiliar os pacientes e familiares, prestando esclarecimentos e atualizando sobre as novidades relacionadas à doença, há o portal GUIA (Grupo de Urticária -Informação e Apoio), que visa oferecer suporte informacional à comunidade.

Facilite a identificação da doença

Pode-se andar com pulseiras ou cartões que indiquem a alergia a substâncias. Principalmente nos casos de alergia a medicamentos, o aviso prévio pode ser bastante eficaz em casos de emergência.

Para os pacientes com urticária espontânea ou sem causa conhecida, não há como prever as crises. Nesse caso, é preciso estar atento à possibilidade de surgirem episódios a qualquer momento.

Por isso, andar com a medicação receitada e manter amigos e familiares avisados é essencial.

Reduza o desconforto

Quando a urticária se manifesta, é importante reduzir o desconforto que geralmente está presente. Portanto, optar por roupas leves e tecidos mais macios evita que a pele fique ainda mais irritada.

Como as lesões geralmente coçam e apresentam uma elevação natural da temperatura da região, é preciso evitar que a roupa machuque, aperte ou aqueça ainda mais a região.

É importante não coçar ou arranhar a pele e, para aliviar o desconforto, é possível usar pomadas que refresquem a pele para reduzir também o ardor.

Apesar de não resolverem os sintomas, hidratantes a base de mentol e compressas geladas podem proporcionar mais alívio ao paciente.

Leia mais: Hidratação da Pele: importância, como hidratar, produtos e dicas

Monitores seus índices

Existem opções para monitorar as manifestações da urticária. Elas são especialmente indicadas para os casos de urticária crônica espontânea ou frequente.

Entre as opções, pode-se encontrar o Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI) e o Escore de Atividade da Urticária (UAS7). Ambos os questionários são ideais para traçar o comportamento do organismo ao tratamento e consiste em um preenchimento diário da intensidade da urticária.

O UAS7 deve ser preenchido avaliando o número de lesões e ocorrência da coceira todos os dias, durante a semana que antecede a consulta.

Essas ferramentas atuam como os diários manuais e facilitam visualizar a evolução do quadro através da automonitorização.

Isso permite que o paciente registre os dias que a crise começou, a intensidade da coceira, os alimentos consumidos, as atividades realizadas e diversas outras informações que irão auxiliar o médico e a própria pessoa a guiar o tratamento.

Cuide da alimentação

A alimentação merece atenção nos momentos em que a urticária está se manifestando. É ideal evitar alimentos que elevem a temperatura do corpo, como pimentas e condimentos.

Optar por comidas mais leves e ingerir bastante água pode trazer mais bem-estar.

Não há, necessariamente, uma indicação expressa para que se evite corantes, conservantes ou alimentos popularmente atrelados às alergias, por isso, os cuidados devem envolver o bem-estar e auto observação.

Faça atividades físicas

Não importa o tipo de exercício, todos eles trazem inúmeros benefícios à saúde como um todo.

Há modalidades que trabalham mais alongamento, como a yoga e o pilates, e trazem menos impacto às articulações. Essas atividades trabalham com o equilíbrio, melhoram a circulação e também podem trazer benefícios à concentração, respiração e relaxamento.

Mas é possível aliar atividades mais dinâmicas, como caminhada, bicicleta, aulas de dança, esporte ou lutas.

Estes exercícios envolvem movimentos mais intensos, rápidos e trazem benefícios ao corpo, como fortalecimento muscular e gasto calórico. Ao mesmo tempo, favorecem a socialização e podem auxiliar na saúde mental.

Cuide do emocional

Alguns pacientes podem ter manifestações de pele bastante severas, que acabam comprometendo as atividades diárias. Não apenas pela dor, coceira ou irritação da pele, mas também pelos aspectos emocionais.

Quando as urticas são intensas e frequentes, pode haver dificuldade de manter as relações sociais devido à apreensão ou vergonha. Além disso, a ansiedade e a baixa autoestima podem se apresentar também, tornando-se agravantes para a pessoa.

Portanto, é preciso que o paciente conte com o apoio das pessoas próximas e evite situações de estresse, que podem agravar as lesões em casos de urticária emocional.

Praticar atividades relaxantes, exercícios físicos leves e manter as emoções controladas auxilia em todo o organismo e evita o agravamento do quadro.

Leia mais: Os benefícios mentais (e físicos) da respiração profunda

Consultas médicas

Na primeira consulta, é importante ir preparado para dar o máximo de informações ao médico, como a data da primeira crise, o uso de medicamentos, o grau e o tempo de duração das lesões.

Fazer o acompanhamento médico constante é essencial para manter a boa qualidade de vida.

Vale lembrar que os medicamentos devem ser sempre receitados por este profissional e serem utilizados de acordo com a recomendação.

Também não se deve interromper o tratamento ou alterar dosagens ou medicação por conta própria.

Às vezes, fazer um atendimento multidisciplinar pode ser bastante eficiente para melhorar o quadro do paciente.

Por exemplo, combinar consultas com o dermatologista e o nutricionista pode trazer resultados mais promissores.

Prognóstico

A maioria das pessoas apresenta a urticária aguda, que dura menos de 6 semanas e, geralmente, em episódios isolados (1 vez durante toda a vida).

Os casos de urticária crônica são menos frequentes e, mais raramente, são casos graves.

De maneira geral, os pacientes crônicos que realizam o tratamento corretamente tendem a evoluir bem, reduzindo as manifestações da urticária ou controlando-as sem maiores complicações quando ocorrem.

Segundo a dermatologista Dra. Hannah Grohs, “entre os pacientes com urticaria, 50% continuarão a apresentar a doença um ano após a visita inicial ao médico, e 20% continuarão a experimentar episódios da doença por mais de 20 anos”.

Complicações

A urticária não tende a apresentar muitas complicações. Apesar de pouco frequentes, o paciente pode apresentar falta de ar, dificuldade para engolir e falar. Em casos severos, pode haver um grande impedimento respiratório, trazendo riscos à vida.

Os casos crônicos que estão relacionados a doenças são os que apresentam maiores complicações, pois possuem outras disfunções orgânicas associadas, mas ocorrem com pouca frequência.

Em geral, é preciso investigar as causas da urticária e, se houver fatores imunológicos ou genéticos associados, tratar a disfunção para evitar complicações ao organismo.

Os problemas podem incluir:

Angioedema

Apesar do sintoma ser uma manifestação relativamente comum associada à urticária, quando o quadro é severo, pode representar riscos à saúde. Em geral, o angioedema se apresenta nas pálpebras, língua, garganta, mãos, pés e genitais.

Se for uma manifestação muito acentuada, o paciente pode ter dificuldades de falar, mastigar e engolir.

Anafilaxia

A anafilaxia é uma manifestação alérgica grave, que compromete a respiração e pode causar desmaios e levar à morte. A urticária pode ser uma manifestação da anafilaxia.

Se apresentar qualquer sinal de gravidade junto com a urticária ou com o angioedema (por exemplo chiado no peito, queda de pressão, dificuldade para engolir, falar, respirar, diarreia intensa), procure imediatamente um serviço de emergência!

Complicações emocionais

Os maiores riscos e complicações da urticária são relacionados aos fatores emocionais.

Geralmente, quando há manifestações frequentes das urticas, o paciente tende a apresentar agravamento do estado mental, sentindo-se deprimido, ansioso, com baixa autoestima e se afastando das atividades sociais.

Como prevenir a urticária?

Não existe um modo de prevenir o início ou a primeira manifestação da urticária.

Após iniciados os sintomas, a prevenção ocorre evitando o agente causador da urticária.

Se a causa for desconhecida, a prevenção deve seguir os procedimentos gerais, como evitar roupas apertadas, tecidos que irritem a pele, medicamentos e substâncias que favoreçam alergias.

Os alimentos também representam um ponto importante durante as crises de urticária.

É importante evitar o consumo de produtos como o chocolate, ovos, refrigerantes, enlatados e embutidos.

Os conservantes, corantes e componentes que estão associados às alergias podem agravar as crises ou dificultar a estabilização do quadro.

Além disso, é importante avisar amigos e familiares sobre os fatores que podem desencadear a urticária e quais medidas tomar em casos de crise.


Os problemas e alterações de pele são condições relativamente comuns. As urticas podem ocorrer em qualquer momento da vida sem causas aparentes ou conhecidas.

A grande maioria dos pacientes acometidos pela urticária apresenta uma melhora completa, sem complicações e, geralmente, sem reincidência. Porém, há casos em que é preciso realizar o acompanhamento mais intenso para o problema.

Ainda que a doença de pele não represente riscos à saúde na maioria dos casos, as atividades e rotinas do paciente são altamente impactadas, podendo trazer inúmeros empecilhos à vida.

Realizar o correto acompanhamento médico e prevenir as causas conhecidas são essenciais para amenizar o quadro. Além disso, os cuidados diários e o apoio das pessoas próximas torna a rotina dos pacientes que sofrem de urticária mais simples e confortável.

No Minuto Saudável você confere mais dicas sobre saúde, cuidado e bem-estar!

Fontes consultadas

  • Luz Marina Hannah Grohs (CRM/PR 27794), graduada em medicina pela Universidade Federal do Paraná, possui Residência Médica em Dermatologia pela Faculdade de Medicina de Jundiaí-SP. É membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e membro efetivo da Sociedade Internacional de Dermatologia;
  • Patrícia Karla de Souza (CRM/SP 73254), mestre em Medicina (Dermatologia Clínica e Cirúrgica) pela Universidade Federal de São Paulo (1999). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Dermatologia, foco de pesquisa em Urticária, Farmacodermias, Doença Enxerto versus Hospedeiro (GVHD) e suporte dermatológico a pacientes oncológicos. Diretora do Grupo de Urticária Incentivo e Apoio - GUIA;
  • Letícia Siqueira Sousa (CRM/SP 124494), graduada em medicina pela Unesp, com residência em Dermatologia pela Unifesp, com especialização em Urticária e Farmacologia, pós graduanda em Dermatologia Oncológica, no Hospital Sírio-Libanês, fundadora do Grupo de Urticária Incentivo e Apoio - GUIA;
  • Diretriz EAACI/GA²LEN/EDF/WAO: Definição, Classificação, Diagnóstico e Manejo da Urticária, 2018;
  • Dermografismo, Brazilian Journal Of Allergy And Immunology;
  • Urticária, Anais Brasileiros de Dermatologia;
  • Urticária, Sociedade Brasileira de Dermatologia;
  • Urticária e doenças sistêmicas, Revista Da Associação Médica Brasileira;
  • Urticária, GUIA.
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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