Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, quase um bilhão de indivíduos em todo o mundo vivem com algum tipo de transtorno mental.
Quando se trata de transtorno dissociativo de identidade (TDI), a International Society for Traumatic Stress Studies sugere que o TDI é uma condição relativamente rara e afeta aproximadamente 1,5% da população global.
Pessoas que sofrem de transtorno dissociativo podem experimentar perda completa ou parcial de memória em relação a uma série de ações e eventos cotidianos que podem ser estendidos por dias.
Os transtornos dissociativos envolvem a quebra da integração normal de vários aspectos da experiência humana, incluindo consciência, memória, percepção, identidade, emoção, sensação de corpo, controle motor e comportamento. Isso resulta na perda da continuidade do eu.
De forma a partir da linguagem, a partir do momento que o sujeito inicia seu processo de aprendizagem, está formando sua personalidade e outros processos internos. Se houver disrupção dessa identidade ela ocorre na fase do Eu ideal que é como a pessoa se descreve e quem ela gostaria de ser.
Uma vez acontecendo um evento traumático nesta fase, o surgimento de novas identidades podem acontecer.
Além disso, eles podem perceber uma ausência em suas recordações durante esses períodos de tempo.
Essa desconexão pode levar a lacunas na memória e na identidade, onde o indivíduo pode não apenas esquecer eventos específicos, mas também pode sentir que partes de sua vida estão faltando ou parecem ser experiências de outra pessoa.
É importante destacar que a dissociação não é simplesmente um esquecimento comum, é uma ruptura fundamental na unidade da experiência e da identidade de alguém.
Essa condição geralmente está relacionada a situações de grande estresse, trauma ou desconforto emocional, onde a mente busca mecanismos de defesa para lidar com essas experiências avassaladoras.
É comum o tratamento envolve terapia, com o objetivo de ajudar a pessoa a recuperar a integridade da sua experiência e a desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento para lidar com o trauma e o estresse.
A recuperação pode envolver a restauração das memórias perdidas e a reintegração de aspectos fragmentados da identidade.
Permaneça no artigo para entender mais sobre esse Transtorno.
Índice:
O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) é a presença de duas ou mais identidades dissociadas, cada uma com sua própria personalidade, história de vida e comportamento distintos. Isso abrange a interrupção do repertório comportamental típico de uma pessoa e até mesmo a alteração da sua autoimagem
Podem envolver uma desconexão momentânea da realidade, seguida por episódios de amnésia, nos quais a pessoa não consegue recordar eventos de sua vida.
Geralmente se manifesta em indivíduos que tiveram experiências de trauma ou estresse extremo durante a infância. Após estudos, foi concluído que as crianças não nascem com uma identidade unificada, esta se forma ao longo do tempo a partir de várias fontes de experiências e interações.
Abusos físicos, sexual ou emocional, bem como a negligência durante a infância, são fatores comuns relatados e documentados em pacientes com Transtorno Dissociativo de Identidade.
Estudos realizados nos Estados Unidos, Canadá e Europa sugerem que cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com TDI têm um histórico de abuso ou trauma na infância.
No entanto, é importante observar que nem todos os pacientes com TDI experimentaram abuso, alguns podem ter enfrentado eventos traumáticos, como a perda precoce de um dos pais, doenças graves ou outros eventos estressantes significativos.
É entendido como mecanismo de refúgio para sobreviver aos maus-tratos, como "se distanciar" dos ambientes problemáticos, desconectando-se de seus contextos físicos difíceis.
Essas características distintivas do TDI são objeto de estudo e pesquisa contínuos, à medida que os profissionais de saúde mental buscam compreender melhor essa condição complexa e desenvolver abordagens terapêuticas eficazes para ajudar aqueles que vivenciam esse transtorno a recuperar a integração e o bem-estar.
Na psicologia, o termo "dissociar" refere-se a um processo mental no qual a pessoa é separada ou desconecta elementos da sua experiência, memória, identidade ou consciência, caracterizada pela formação de lacunas de memória mais ou menos extensas.
Acontecendo de várias maneiras e em diferentes graus de intensidade. Geralmente, a dissociação acontece em casos de trauma ou uma resposta a situações de estresse ou desconforto emocional, e pode ser vista como uma estratégia de enfrentamento para lidar com essas situações.
A teoria mais aceita é que a dissociação é uma resposta a situações de grande estresse, trauma ou desconforto emocional. Ela pode ser uma estratégia de enfrentamento temporária que o cérebro adota para lidar com eventos avassaladores.
No entanto, quando a dissociação se torna persistente ou causa sofrimento significativo, pode ser indicativo de um transtorno dissociativo que requer atenção clínica e tratamento adequado, com o objetivo de ajudar a pessoa a reintegrar sua experiência e identidade de forma saudável.
É comum que pessoas com TDI também experimentem sintomas relacionados a outras comorbidades psicológicas (ou psiquiátricas), como depressão e ansiedade, pois as transições entre as diferentes identidades, a amnésia associada e a complexidade das experiências vividas podem causar um grande impacto emocional.
A pessoa pode se sentir sobrecarregada, confusa e emocionalmente instável devido a esses sintomas.
O TDI é caracterizado por sintomas específicos que indicam a presença dessa condição. A principal característica é a presença de múltiplas identidades ou personalidades, também conhecidas como "alter egos". Cada uma dessas identidades pode ter sua própria história, nome, idade, gênero, voz, comportamento e características distintas.
Outras características mais comuns do TDI incluem:
Em pesquisas envolvendo a população em geral, observa-se que a taxa de prevalência de TDI varia entre 1% a 3% da população brasileira. Isso significa que, em média, de 1 a 3 pessoas a cada 100 indivíduos na população apresentam algum grau do transtorno.
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Isso é respaldado por dados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, que indicam que apenas uma pequena parcela, cerca de 3% a 5%, dos crimes no país são cometidos por indivíduos que têm algum tipo de transtorno mental, incluindo o TDI.
Mais notavelmente, esses dados revelam uma tendência surpreendente: as pessoas que têm transtornos mentais têm, na verdade, uma probabilidade dez vezes maior de se tornarem vítimas de crimes em comparação com o restante da população.
Essa estatística é crucial para combater o estigma que frequentemente está associado aos transtornos mentais, incluindo o TDI. É importante destacar que a maioria das pessoas que vive com transtornos mentais é muito mais propensa a ser vítima do que perpetrador de violência.
Esses indivíduos podem ser mais vulneráveis a várias formas de abuso e agressão, e é vital que a sociedade esteja ciente disso para garantir que eles recebam o apoio e a proteção necessários.
A conscientização, o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade e a promoção de ambientes seguros são componentes fundamentais para garantir que as pessoas com TDI e outros transtornos mentais recebam o apoio de que precisam para viver vidas saudáveis e seguras.
O tratamento de transtornos dissociativos geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar , incluindo psicoterapia a longo prazo, muitas vezes combinada com medicamentos para tratar outras comorbidades psiquiátricas como depressão e ansiedade.
É fundamental que o tratamento seja conduzido de maneira sensível e empática, evitando causar estresse adicional ao paciente. Os sintomas dissociativos podem ser desencadeados por situações de estresse, portanto, criar um ambiente terapêutico seguro e de apoio é crucial.
Para ajudar, o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em português), foi desenvolvido um manual pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) com o objetivo principal de estabelecer critérios diagnósticos padronizados para uma ampla gama de transtornos que afetam o funcionamento mental e emocional das pessoas.
Ferramenta importantíssima para profissionais de saúde mental, incluindo psiquiatras, psicólogos, terapeutas, pois fornece informações de classificação e diagnóstico de transtornos mentais.
Esses critérios diagnósticos ajudam os profissionais a entender e identificar as condições de seus pacientes, permitindo que eles ofereçam tratamento apropriado e personalizado.
Além disso, o DSM-5 TR desempenha um papel importante na pesquisa clínica, na comunicação entre profissionais de saúde mental e na compreensão dos transtornos mentais em um contexto mais amplo. Ele passou por revisões ao longo do tempo para refletir os avanços na compreensão dos transtornos mentais e suas manifestações clínicas.
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A bipolaridade e o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) são duas condições psicológicas distintas, cada uma com características e manifestações únicas.
Definida com um transtorno do humor que está principalmente relacionado a alterações de humor extremas mas que perduram por dias ou semanas..
Pessoas com transtorno bipolar vivenciam episódios alternados de mania, caracterizados por sentimentos intensos de euforia, energia elevada e impulsividade, e episódios depressivos, que envolvem uma profunda tristeza, perda de interesse nas atividades e diminuição da energia.
Transtorno Dissociativo de Identidade, como mencionado anteriormente, envolve a presença de múltiplas identidades distintas, com identidades com sua própria personalidade, história, voz e comportamento únicos.
O TDI é mais relacionado à disrupção na continuidade da identidade de uma pessoa, resultando em diferentes identidades assumindo o controle da consciência em momentos diferentes onde ocorrem lapsos de memória parcial ou total..
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A pesquisa sobre transtornos mentais é fundamental para aumentar a conscientização, desmistificar preconceitos, é importante abordar esse assunto com sensibilidade e responsabilidade. O conhecimento sobre pode encorajar as pessoas a buscar ajuda quando necessário.
Quando as pessoas estão cientes de que o que estão experimentando pode ser um transtorno mental, elas são mais propensas a procurar tratamento e apoio adequados.
Um diagnóstico de transtorno mental a outra pessoa sem ser um profissional de saúde mental treinado e licenciado. Os transtornos são complexos e muitas vezes se manifestam de maneira diferente em cada pessoa.
O diagnóstico requer uma avaliação cuidadosa, levando em consideração uma variedade de fatores, como histórico médico, sintomas atuais, duração dos sintomas e impacto na vida diária.
Diagnosticar transtornos mentais é uma responsabilidade que requer formação específica em saúde mental. Apenas profissionais de saúde mental têm a capacidade de conduzir avaliações e proporcionar tratamentos baseados em evidências.
A pesquisa na internet pode ser útil para obter informações gerais, mas não deve substituir a consulta a um profissional de saúde mental.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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