O termo "célula-tronco" é derivado do inglês "stem cell", que se refere a partículas biológicas precursoras com capacidade de auto-renovação. Possuem a capacidade de se transformar em diversos tipos celulares, podendo regenerar diferentes tecidos.
Sua habilidade de se auto-renovar e diferenciar em várias categorias funcionais desempenha um papel importantíssimo na manutenção da homeostase, garantindo o equilíbrio interno do corpo.
Podem ser obtidas principalmente da medula óssea e sangue do cordão umbilical.
O potencial terapêutico das células-tronco tem despertado grande interesse na pesquisa médica, pois oferecem perspectivas promissoras para o desenvolvimento de tratamentos inovadores em diversas áreas da medicina regenerativa.
Se interessou pelo tema? Então não perca a leitura a seguir!
Índice — Neste artigo você verá:
O transplante de células-tronco é uma intervenção que exige várias fases para garantir a segurança da transferência. Necessita uma equipe médica multidisciplinar que saiba realizar o procedimento. De maneira simplificada, a transplantação consiste em:
Tem início com um processo chamado de mobilização das células-tronco, onde o doador recebe um medicamento que estimula a migração dessas células da medula óssea para o sangue periférico.
Permitindo que essas unidades sejam coletadas de forma menos invasiva, através da aférese.
A coleta é realizada por meio de um procedimento chamado aférese, onde o sangue do doador é extraído e conduzido por uma máquina especial que separa as células-tronco dos outros componentes sanguíneos.
Essas células são cuidadosamente preservadas em uma bolsa, que garante sua integridade e viabilidade para as próximas etapas do processo.
Para preparar o receptor, o paciente recebe tratamentos como quimioterapia ou radioterapia para eliminar as células doentes presentes na medula óssea. Essa fase é necessária para criar espaço e condições favoráveis para o enxerto das partículas do doador.
Aqui a técnica ocorre por meio de um cateter intravenoso, permitindo a entrega direta ao sistema circulatório do paciente. Este momento marca um ponto fundamental, pois as células-tronco começam a migrar para a medula óssea do receptor.
O enxerto é a fase em que as células-tronco do doador se instalam na medula óssea do receptor. Este processo leva à produção contínua de novas células sanguíneas saudáveis, ajudando na restauração e reconstituição do sistema hematopoiético.
Esse processo pode levar algumas semanas ou meses, e o paciente precisa ser monitorado de perto durante esse período.
Para entendermos melhor suas capacidades e aplicações, é importante saber diferentes tipos de células-tronco, suas origens e características únicas.
Encontradas no embrião em desenvolvimento, essas células possuem a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula, tornando-as pluripotentes.
Apesar do enorme potencial terapêutico, sua obtenção possui inúmeras questões éticas controversas por conta da sua originalidade, limitando seu uso em pesquisas e aplicações clínicas.
Presentes em diversos tecidos do corpo adulto, como medula óssea, cordão umbilical, cartilagem e tecido adiposo.
Se destacam por sua capacidade de se diferenciar em células de diferentes tecidos mesodérmicos, como ossos, cartilagens, músculos e adipócitos. São facilmente acessíveis e apresentam menor risco de rejeição.
Também chamada de iPSCs, são células adultas formadas em laboratório que são revertidas a um estado similar ao das células-tronco embrionárias, concedendo-lhes a capacidade de se diferenciar em diversos tipos de partículas biológicas.
Essa técnica inovadora abre portas para o desenvolvimento de terapias personalizadas, utilizando células do próprio paciente para o tratamento de doenças e lesões.
São obtidas do líquido amniótico ou da placenta após o parto. Apresentam características pluripotentes, semelhantes às células-tronco embrionárias.
Seu uso também levanta questões éticas, e sua aplicação clínica ainda é limitada.
As encontradas no líquido amniótico, que envolve o feto em desenvolvimento, essas células conseguem se diferenciar em diversos tipos de células, inclusive células nervosas.
São uma fonte promissora para pesquisas e aplicações terapêuticas, principalmente em doenças neurodegenerativas.
Coletadas do cordão umbilical após o parto, possuem a capacidade de se diferenciar em células sanguíneas e de outros tecidos.
O armazenamento de sangue do cordão umbilical se configura como uma opção para o futuro tratamento de doenças do paciente ou de seus familiares.
Encontradas no sistema nervoso central, elas se diferenciam em células nervosas e outras células do sistema nervoso.
Oferecem esperança para o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, e para a reparação de lesões na medula espinhal.
Leia mais: Fevereiro Laranja: Leucemia e doação de Medula Óssea
Se a compatibilidade for confirmada, o candidato precisa passar por uma avaliação e decisão sobre a doação.
Nesse estágio, um clínico realiza uma análise detalhada da saúde do doador potencial, fornecendo informações adicionais para esclarecer qualquer dúvida.
Outro requisito fundamental é que o doador esteja em bom estado de saúde.
Isso significa que não deve apresentar condições médicas que possam comprometer a sua própria saúde durante o procedimento de doação ou que possam interferir na qualidade das células doadas.
Adicionalmente, é necessário que o doador não tenha doenças infecciosas transmitidas pelo sangue, como infecção pelo HIV ou hepatite.
Este critério serve para proteger tanto o doador quanto o receptor da medula óssea, garantindo a segurança do processo de doação e a integridade das células transplantadas.
As células-tronco, devido à sua flexibilidade, são usadas como ferramentas na área da medicina regenerativa, oferecendo um potencial no tratamento de uma ampla gama de doenças e lesões, tais como:
Sua regeneração de tecidos em lesões na medula espinhal, ossos, cartilagem, ligamentos, tendões e pele, proporcionando uma perspectiva para tratamentos regenerativos.
O reparo de fraturas e o tratamento de condições como osteoporose também podem beneficiar da capacidade das células de promover a regeneração óssea.
Em particular, leucemia e linfoma podem beneficiar das propriedades regenerativas das células-tronco, contribuindo para a restauração e renovação do sistema sanguíneo.
Condições como diabetes tipo 1, artrite reumatoide e esclerose sistêmica, nas quais o sistema imunológico ataca tecidos do próprio corpo, podem ser alvo de tratamentos regenerativos.
Mal de Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla e doença de Huntington são doenças neurológicas complexas onde as células podem promover a regeneração neuronal e modular a progressão dessas condições.
Alguns exemplos são: infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e arritmia cardíaca. Onde representam desafios para o sistema cardiovascular, e as células-tronco oferecem perspectivas para reparo e regeneração do tecido cardíaco.
Condições como anemia falciforme, talassemia e hemofilia, que afetam o sistema sanguíneo, podem favorecer da sua capacidade de gerar células sanguíneas saudáveis.
Leia mais: O que é Anemia falciforme, sintomas, tratamento, tem cura?
Embora ofereça benefícios significativos, a transplantação não está isenta de riscos, sendo essencial compreender e gerenciar cuidadosamente essas potenciais complicações. Alguns exemplos são:
Os potenciais danos aos nervos durante a coleta podem resultar em complicações como dormência ou formigamento na área afetada.
Durante o processo, o receptor passa por um período crítico, pois os glóbulos brancos, essenciais para a defesa imunológica, são destruídos ou reduzidos pela quimioterapia ou radioterapia.
Isso aumenta significativamente o risco de infecções nas primeiras semanas após o procedimento.
A possibilidade de rejeição pelo sistema imunológico do receptor representa outra barreira importante.
Para contornar essa questão, muitas vezes é necessário recorrer a imunossupressores, que, por sua vez, introduzem riscos e complicações adicionais, como a ocorrência de infecções oportunistas.
Ainda relacionado à rejeição, um desafio significativo associado ao transplante é a possibilidade de desenvolver a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro.
Onde as células da medula óssea do doador podem atacar as células do receptor, resultando em uma condição grave.
Cerca de 30% a 60% manifestaram algum nível de DECH, seja na forma aguda ou crônica. Para evitar essa resposta, os receptores são tratados com imunossupressores.
São medicamentos com função de reduzir a atividade do sistema imunológico do doador, minimizando a probabilidade de rejeição do enxerto.
Durante o processo, há a possibilidade de ocorrer sangramento, um fenômeno que pode variar em intensidade e requerer intervenções médicas para ser controlado.
A formação de coágulos pode comprometer a circulação e afetar adversamente a saúde vascular do paciente. Adicionalmente, os potenciais danos aos órgãos constituem um desafio significativo.
Um aspecto preocupante associado ao uso de células-tronco é o potencial aumento do risco de câncer devido aos medicamentos imunossupressores utilizados para prevenir a rejeição do enxerto.
O custo associado ao transplante de células-tronco pode variar significativamente, dependendo de diversos fatores, principalmente a fonte específica das células e os serviços adicionais fornecidos pelas instituições médicas envolvidas.
Lembrando que o procedimento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém há requisitos para que o tratamento seja disponibilizado, além das duas partes serem compatíveis.
Primeiramente, o paciente deve apresentar um diagnóstico de uma doença que seja passível de tratamento por meio do transplante de células-tronco.
A segunda condição essencial é a falta de alternativas de tratamento eficazes para a doença diagnosticada. O transplante pelo SUS é reservado para situações em que outras opções terapêuticas mostraram-se insuficientes ou ineficazes.
Apesar dos riscos citados acima, a doação é um procedimento seguro feito com profissionais preparados.
Hoje há inúmeras campanhas com o intuito de incentivar o cadastro de potenciais doadores e atualização de seus dados. Esse esforço ajuda a otimizar a localização rápida de doadores quando surge a necessidade de transplantes.
No caso específico de doações de medula óssea, o procedimento ocorre em ambiente cirúrgico, envolvendo a retirada de uma quantidade significativa de sangue do doador.
Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os riscos associados à doação de medula óssea são geralmente pequenos, estando primariamente relacionados à necessidade de anestesia durante o procedimento cirúrgico.
Adicionalmente, lembrando que em poucas semanas, a medula óssea do doador é totalmente recuperada após o ato solidário.
É importante sim compreender que embora o procedimento seja em sua maioria, seguro, alguns sintomas temporários podem surgir, como dor local, dor de cabeça e fraqueza.
Contudo, esses desconfortos são geralmente controlados com analgésicos e tendem a desaparecer ao longo do tempo.
Siga o portal e as redes sociais do Minuto Saudável e não perca a oportunidade de acompanhar mais conteúdos como este!
Kayo Vinicius Ferreira Forte
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.