Saúde

Psitacose: quais os sintomas e tratamentos? Tem cura?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 22/04/2024Última atualização: 22/04/2024
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 22/04/2024Última atualização: 22/04/2024
Foto de um papagaio verde na arvore. A psitacose é uma enfermidade infecciosa originada pela bactéria Chlamydia psittaci, encontrada principalmente em aves, tanto em espécies selvagens quanto domésticas.
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A psitacose, comumente conhecida como "febre do papagaio", é uma doença infecciosa transmitida de animais para humanos, conhecida como uma zoonose.

É causada pela bactéria Chlamydia psittaci, encontrada principalmente em aves, como papagaios, araras, periquitos e agapornis, mas também pode estar presente em outras aves, incluindo pombos, tentilhões, galinhas e perus.

Qualquer pessoa pode contrair a doença ao entrar em contato com a bactéria, mas há grupos de maior risco, como criadores de aves, trabalhadores do processamento de carne de aves, avicultores, veterinários e funcionários de lojas de animais.

Os sintomas variam de leves a graves e incluem febre, calafrios, dores musculares, dor de cabeça, tosse seca, dificuldade respiratória, fadiga, dor torácica e náuseas. Em casos mais graves, a infecção pode levar a complicações pulmonares e até mesmo à pneumonia.

Seu tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos, como a doxiciclina, para combater a infecção bacteriana. Em casos mais graves, pode ser necessária hospitalização para monitoramento e administração intravenosa de antibióticos. 

Com a terapia adequada, a maioria dos pacientes se recupera completamente. No entanto, em casos mais graves ou em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, a psitacose pode levar a complicações mais sérias e requerer cuidados intensivos.

Continue acompanhando o artigo para saber mais como funciona a transmissão, formas de tratamentos e muito mais!

Índice — Neste artigo você verá:

  1. O que é e como é transmitida a psitacose?
  2. Como prevenir?
  3. Quais os sintomas da doença?
  4. Como saber se a ave tem psitacose?
  5. Psitacose tem tratamento?

O que é e como é transmitida a psitacose?

A psitacose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Chlamydia psittaci. Essa bactéria está presente principalmente em aves, tanto selvagens quanto domésticas, sendo mais comum em papagaios, araras, periquitos e agapornis. Pombos, tentilhões, galinhas e perus também podem ser portadores.

Sua principal forma de transmissão é através da inalação de poeira contendo fezes secas ou secreções respiratórias de aves infectadas. Isso pode acontecer ao:

  • Limpar gaiolas ou viveiros de aves, pois a poeira levantada pode conter a bactéria e ser inalada;
  • Entrar em contato com ambientes onde aves infectadas vivem, pois a bactéria pode estar presente no ar, em superfícies ou em objetos;
  • Tocar em aves doentes, como as penas e o bico.

Embora menos frequentes, outras formas de transmissão da psitacose também podem ocorrer:

  • Contato direto com secreções de aves, seja oculares, nasais ou saliva;
  • Consumo de carne de aves infectada.
  • Transmissão de pessoa para pessoa é rara, mas pode acontecer através do contato com secreções respiratórias de um uma pessoa infectada.
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Como prevenir? 

Para se proteger contra a condição, é importante tomar algumas medidas preventivas:

  • Evitar contato com aves doentes;
  • Manter higiene ao lidar com aves, lavando as mãos com água e sabão após tocar nas aves e em seus dejetos ou ambientes;
  • Usar máscara ao limpar gaiolas ou viveiros;
  • Desinfetar regularmente gaiolas e viveiros;
  • Cozinhar bem a carne de aves;
  • Evitar contato com aves selvagens.
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Quais os sintomas da doença?

Os sintomas da psitacose geralmente se manifestam entre 1 e 3 semanas após a infecção pela bactéria. A doença pode se apresentar de forma leve ou grave, variando de acordo com a idade e a saúde da pessoa afetada. Os principais sinais:

  • Febre;
  • Calafrios;
  • Fadiga;
  • Perda de apetite;
  • Tosse;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar.

Alguns sinais adicionais, são:

  • Secreção nos olhos ou nariz;
  • Diarreia;
  • Tremores.

Como saber se a ave tem psitacose?

Profissional segurando um papagaio.
Existem mais de 100 espécies diferentes de aves que podem contrair psitacose. Já foram identificadas mais de 460 espécies como portadoras da bactéria causadora, incluindo pombos, perus, patos, faisões, galinhas, avestruzes e até mesmo pinguins. 

Já perus, frangos e galinhas raramente são afetados. Se você perceber que o pássaro não está se sentindo bem e apresenta sintomas como:  

  • Falta de apetite e perda de peso;
  • Apatia e inchaço;
  • Perda de apetite;
  • Diarreia;
  • Desidratação;
  • Penas eriçadas e despigmentação;
  • Postura anormal.

É fundamental levá-lo num veterinário, onde poderá ser realizado exames para confirmar o diagnóstico, como a coleta de amostras de várias partes do corpo do pássaro com um cotonete.

Essas amostras são enviadas para um laboratório, onde os especialistas podem detectar a presença da bactéria através de testes como o PCR ou o Elisa. Além disso, o laboratório pode optar por realizar uma cultura bacteriana para identificar a presença da bactéria.

Outro método de diagnóstico que o veterinário pode utilizar é a colheita de sangue, que permite identificar a presença de células inflamatórias, indicando a presença da doença no pássaro.

Quanto mais cedo o pássaro for diagnosticado, melhor será o prognóstico da doença. No entanto, as aves doentes podem precisar de tratamentos prolongados para eliminar completamente a bactéria Chlamydia psittaci.

Para proteger seu pássaro dessa doença altamente contagiosa, é importante adotar medidas preventivas, como limpar e desinfetar regularmente a gaiola e todos os objetos com os quais o pássaro entra em contato, incluindo comedouros e bebedouros. 

Além disso, ao introduzir uma nova ave na família, certifique-se de que ela não representa risco de infecção antes de colocá-la junto com outras aves. 

Leia mais: Desidratação (em crianças, idosos): veja o que é e sintomas 

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Psitacose tem tratamento?

O tratamento humano para a psitacose é conduzido por médicos clínicos gerais ou infectologistas e a medicação envolve o uso de antibióticos para erradicar a bactéria e prevenir complicações, como pneumonia ou endocardite. 

A cura é possível e na maioria dos casos a febre dos papagaios é tratável com o tetraciclina ou doxiciclina. É essencial iniciar o tratamento precocemente para evitar complicações graves, como pneumonia ou outras infecções pulmonares.

Além disso, é importante tratar os animais afetados para interromper a transmissão da doença.

Os exames de sangue são o método mais confiável para confirmar o diagnóstico de psitacose, pois ajudam a detectar a presença de anticorpos específicos que indicam uma infecção recente por Chlamydia psittaci

Após o início da antibioticoterapia, os sintomas geralmente começam a regredir em 24 a 48 horas. A melhora pode ser mais lenta em alguns casos, especialmente em pacientes com sistema imunológico debilitado ou doenças preexistentes.

Muitas vezes, os médicos suspeitam da infecção em pessoas com histórico de exposição a aves.

Por isso, é fundamental relatar ao profissional de saúde qualquer exposição a aves ou sintomas relacionados à doença, especialmente para aqueles que trabalham diretamente com aves. 

Leia mais: O que são antibióticos, tipos e principais exemplos 


Embora a psitacose seja considerada uma doença pouco comum, ela está presente em praticamente todos os países ao redor do mundo. No Brasil, o número de casos notificados é relativamente baixo, com uma média de menos de 50 casos por ano. 

No entanto, de tempos em tempos, surgem relatos de surtos, nos quais dezenas de pessoas são contaminadas, como ocorreu em 2007 no Rio Grande do Sul, quando cerca de 50 pacientes foram infectados após o contato com aves contrabandeadas.

Apesar de sua raridade aparente, a verdadeira incidência da psitacose provavelmente é mais alta do que os números oficialmente reportados. Dois fatores sugerem uma possível subestimação. 

Em primeiro lugar, muitos casos podem não ser diagnosticados devido à falta de reconhecimento dos sintomas ou à dificuldade em identificar a fonte da infecção. 

Já em segundo lugar, a psitacose pode ser subnotificada devido à falta de sistemas eficazes de vigilância epidemiológica em certas regiões.

A conscientização sobre os riscos de transmissão da doença é essencial para evitar sua manifestação. Para isso, é importante testes em aves recém-chegadas, garantir o uso de EPIs pelos trabalhadores e seguir regulamentações sanitárias. 

Outras medidas preventivas incluem evitar superlotação, não misturar aves de diferentes origens, proteger alimentos de aves selvagens e limpar locais contaminados de forma segura. 

Acompanhe o site e as redes sociais do Minuto Saudável para mais informações sobre saúde, medicamentos, precauções preventivas e muito mais.


Referências

  1. Table: Psitacose: Um tipo incomum de pneumonia — Manual MSD Versão Saúde para a Família;
  2. Série Zoonoses: PSITACOSE — CRMV-SP;
  3. Psitacose em Aves e Pessoas — Mass.gov;
  4. Table: Psitacose: Um tipo incomum de pneumonia — Manual MSD Versão Saúde para a Família;
  5. Pneumonia grave por "Chlamydia psittaci" — Scielo.
Imagem do profissional Kayo Vinicius Ferreira Forte
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Este artigo foi escrito por:

Kayo Vinicius Ferreira Forte

Formação em Biomedicina. Leia mais artigos de Kayo
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