A psicologia analítica, também conhecida como junguiana, foi criada pelo médico Carl Gustav Jung a partir de um estudo da técnica de associação verbal que, a partir disso, desenvolveu um método de exploração do inconsciente.
A investigação sobre o inconsciente de Jung foi baseada por meio da análise de seus(as) pacientes e de si mesmo, o que possibilitou construir o que ele chama de “mapa da alma humana”, ou simplesmente a psique.
Para a teoria Junguiana, a personalidade é denominada como psique, composta por comportamentos, pensamentos e sentimentos do indivíduo, sejam eles conscientes ou inconscientes. Diante disso, concluiu-se que a pessoa é um todo e não a soma de todas as partes.
Para saber mais sobre a psicologia analítica, para que serve, conceitos e como é uma sessão, continue acompanhando o artigo!
Índice — Neste artigo, você encontrará:
O propósito da análise dessa linha de psicoterapia é auxiliar o(a) paciente a investigar os conteúdos conscientes e inconscientes, ou seja, pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Isso porque esses três elementos influenciam diretamente na saúde mental, causando conflitos e impossibilitando a evolução pessoal.
A psicologia analítica é indicada para todas as pessoas que buscam se conhecer melhor e resolver conflitos que interrompem diretamente o fluxo da vida.
Por ser uma linha da psicologia que funciona por meio da análise, a metodologia utilizada é a interpretação e reflexão conjunta, ou seja, entre terapeuta e paciente, sobre todos os conteúdos que são conscientes e inconscientes.
Em relação aos conteúdos inconscientes, é preciso entender que eles são trazidos para a consciência por meio de sonhos, mitos, fantasias e inspirações e, a partir disso, o(a) psicoterapeuta ajudará o(a) paciente a entender os conflitos.
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A psicologia junguiana se baseia em alguns conceitos que possibilitam a formação das estruturas denominadas como psique, consciência, ego, inconsciente pessoal, coletivo e arquétipos. Confira abaixo um pouco mais sobre cada um desses elementos e sua importância na linha:
A psique é nada mais é do que a personalidade de cada indivíduo. Com origem grega, “psykhé” se refere a alma ou espírito. Porém, na psicologia, é entendida como “mente”.
Por meio desse conceito, na psicologia junguiana, há o entendimento de que em toda pessoa nasce um “todo”. Com base nisso, há o entendimento de que o homem já nasce formado e não é construído a partir de vivências.
Portanto, a grande missão do ser humano seria desenvolver esse “todo” para que ele esteja em harmonia. Mas é importante mencionar que, quando a personalidade é desenvolvida separadamente, ocorrem conflitos no desenvolvimento e a personalidade poderá se dissociar, ou seja, se fragmentar.
Já a consciência é uma parte conhecida pela pessoa. Ela se inicia na infância e é possível notar quando, por exemplo, um bebê identifica a voz da mãe e do pai. Ela é desenvolvida diariamente por meio de pensamentos, sentimentos, sensações e intuição que Jung denomina como funções mentais.
O uso dessas funções possibilita a diferenciação do caráter básico de cada criança, assim como, atitudes de extroversão e a introversão — que permitem que a criança se oriente em relação ao mundo externo e objetivo, e ao mundo interno e subjetivo.
Esse processo de consciência que a criança se diferencia é conhecido como individuação, e seu intuito é que a criança conheça a si mesma. A partir desse processo, de se conhecer e se individualizar, surge o elemento Ego.
O Ego é composto por percepções conscientes, lembranças, pensamentos e sentimentos. Ele desempenha a função de vigiar e selecionar os conteúdos que chegam na consciência, pois há um fluxo grande de conteúdos levados até ela, mas poucos se tornam conscientes.
Essa função de filtrar é vital, pois, sem ela, haveria sobrecarga de conteúdos presentes na consciência, fazendo com que a pessoa mantenha a consciência de quem é e não perca sua identidade e a coerência no modo de ser.
O inconsciente é tudo aquilo que não sabemos, porém, ele se comunica constantemente com a consciência por meio dos sonhos, mitos, linguagem poética, fantasia e das inspirações. Algumas pessoas costumam ser guiadas por seus sonhos, intuições ou até mesmo pelo contato com a natureza.
Além disso, esse elemento tem papel fundamental na produção de sonhos e, é por meio deles que experiências que durante o dia não foram notadas, acabam aparecendo durante a noite.
Desde o nascimento, temos padrões de comportamentos estabelecidos inconscientemente que Jung denomina como arquétipos. Contudo, para desenvolver esses padrões, necessitamos de estímulos adequados.
Um exemplo disso é o choro da criança como forma de comunicação, e a atenção da mãe na tentativa de identificar o problema e resolvê-lo. O movimento de sucção ao mamar é outro exemplo, sendo ele conteúdo inconsciente que contém desejos, memórias e instintos primitivos.
O inconsciente coletivo é arcaico e corresponde a um conjunto de imagens que acompanham a humanidade desde o início do desenvolvimento da consciência, originados no passado pelos antecessores pré-humanos.
Um exemplo desse inconsciente é o medo do escuro. Não é um medo aprendido, mas por experiências passadas de nossos ancestrais, foi herdada o medo da escuridão, pois diversas gerações experimentaram esse temor, criando um registro no cérebro.
O termo arquétipo corresponde a um mundo invisível composto por deuses, demônios, vampiros, heróis, assassinos e outros personagens que fizeram parte de épocas passadas da humanidade e que neles são depositados afetos.
Diante disso, os arquétipos servem para organizar todos os conteúdos simbólicos em padrões de comportamento. Um exemplo é conforme definido como um herói deve agir e, diante disso, se espera que pessoas heroicas sigam esse padrão.
A diferença entre psicanálise e psicologia analítica se dá pela diferença na visão do homem, pois a psicanálise entende que todos os conteúdos que ficam escondidos no inconsciente são fruto de instintos sexuais reprimidos.
Jung rejeitou essa ideia e concebeu a do inconsciente coletivo e pessoal. Nesse caso, são estruturas que fazem parte da psique e que se distinguem no sentido de que um deles é responsável pelo autoconhecimento desde a infância, enquanto ooutro é construído pela humanidade por meio de vivências.
Para trabalhar com essa abordagem, não é necessário conhecimento prévio, contudo o(a) profissional precisa se especializar em Psicologia Analítica.
Portanto, a abordagem não é restrita para medicina e a psicologia, valida para outros cursos de graduação como filosofia, teologia e enfermagem.
O primeiro ponto para a psicoterapia, seja junguiana ou não, é que é preciso de uma boa relação entre o(a) terapeuta e o paciente, ou seja, é preciso ter envolvimento e entrega de ambos.
Outra questão importante é que, por se tratar de uma linha de análise, o trabalho segue o ritmo natural e as necessidades psíquicas do paciente.
Apesar de ser uma terapia de longa duração, o paciente pode sentir os benefícios já nas primeiras sessões.
Vale ressaltar que a abordagem da sessão pode variar de profissional para profissional.
A psicologia analítica é uma linha terapêutica criada por Jung cujo intuito é investigar o inconsciente a partir do discurso, sonhos, fantasias e intuição.
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Esp. Thayna Rose
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