Câncer em pets: quais os mais comuns, tratamento e como prevenir?

Entendendo sobre o câncer em pets

O câncer é uma doença relacionada ao avanço da idade e, com o desenvolvimento da tecnologia e avanços na medicina veterinária, a expectativa de vida dos pets aumentou consideravelmente, resultando numa maior incidência da doença nos pets. 

Ela se desenvolve quando há multiplicação desordenada de células anormais, resultando em uma doença multifatorial e que, assim como nos humanos, também não costuma ter uma causa específica. 

Porém, atualmente, sabemos que alguns fatores externos podem favorecer o desenvolvimento dessa doença, como exposição excessiva ao sol, fatores genéticos e alimentação. Alguns fatores internos também podem influenciar no desenvolvimento do câncer, como alterações hormonais e imunológicas.

O câncer por si só está relacionado ao aparecimento de tumor maligno e não diz respeito a uma só doença, pois pode ser causado por diversos tipos de células e desencadear diferentes sintomas. 

Além disso, a condição pode afetar qualquer parte do corpo do animal e acometer qualquer raça. Contudo, acredita-se que algumas raças têm maior predisposição, como é o caso do Golden Retriever, Boxer, Poodle, Pastor Alemão, Pitbull, Barnese e Rottweiler.

É importante salientar que nem todo tumor que aparece em pets é maligno, pois existem também os tumores benignos. Por isso, apenas um (a) médico (a)  veterinário (a) pode realizar o diagnóstico de forma correta e determinar se o tumor é maligno ou benigno. 

O câncer nos pets é comum em cães e gatos mais velhos.

Os 3 tipos de câncer mais comuns em pets

Como vimos, o câncer pode ser causado por produção descontrolada de células e acometer qualquer órgão dos animais. Contudo, existem alguns tipos de câncer que acometem pets com mais frequência: 

Câncer de mama

O câncer de mama tem grande incidência em pets e afeta tanto cadelas, quanto gatas. A condição, que se caracteriza pela formação de nódulos rígidos nas mamas dos animais, pode ser evitada pela castração precoce desses animais. 

Esse tipo de tumor é estimulado pelos hormônios sexuais produzidos pelos ovários durante os ciclos reprodutivos.  

Câncer de pele 

O câncer de pele pode ser mais facilmente identificado pelos (as) tutores (as) ao observarem o aparecimento de nódulos. Esses nódulos podem aparecer em qualquer parte do corpo do animal, mas geralmente costumam surgir na face, nas costas, nos membros e nas genitais dos animais.

A condição costuma acometer mais cães com mais de 8 anos e gatos de pelagem branca. Além disso, animais da raça Pit-Bull e Weimaraner tem maior predisposição genética. 

Linfoma multicêntrico 

Esse tipo de câncer afeta os linfonodos ou os tecidos linfóides, formando nódulos no pescoço, virilha, pernas e axila. Além dos nódulos, esse tipo de câncer também costuma causar perda do apetite e prostração. 

Sintomas de câncer em pets

Os sintomas relacionados ao câncer variam muito, pois a doença pode acometer diferentes regiões do organismo e atingir diferentes estágios. 

Contudo, existem alguns tipos que podem ser facilmente identificados, como é o caso do câncer de pele, que pode apresentar alteração de cor, presença de feridas e nódulos.

Porém, de forma geral, existem alguns sinais menos específicos relacionados ao câncer que podem ser confundidos com outras doenças, mas que merecem atenção:

• Perda de peso;
• Diarreia; 
• Perda do apetite;
• Dificuldade para urinar;
• Vômitos;
• Tosse;
• Prostração;
• Mudança no odor do animal;
• Secreções;
• Dor;
• Lesões na pele e/ou na boca;
• Feridas que não cicatrizam
• Mudanças comportamentais;
• Aumento de volume na pele ou nos ossos;
• Aparecimento de massa/nódulos;
• Sangramento na mucosa nasal ou genital.

Caso observe qualquer um desses sintomas, procure um (a) médico (a) veterinário (a) de sua confiança para que o seu animal seja examinado e diagnosticado de forma precoce.

Desânimo, falta de apetite e mudanças comportamentais são alguns dos sintomas.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento contra o câncer em pets, por isso, caso observe qualquer anormalidade física e comportamental, o (a) tutor (a) deve procurar um (a) veterinário (a) para que o animal seja avaliado. 

Durante a consulta, o (a) profissional irá realizar exame físico, anamnese (perguntas pertinentes ao estado de saúde do animal) e, caso necessário, solicitar exames complementares como exame de sangue e exames de imagem. 

Caso o animal venha a receber diagnóstico de câncer após a realização dos exames solicitados, o (a) profissional encaminhará o pet a um (a) veterinário (a) especializado em oncologia. 

Apesar do grande temor ao câncer, o diagnóstico e tratamento precoce podem levar à melhora na qualidade de vida, prolongamento da vida do animal e, até mesmo, a cura dependendo do estágio.

Além do diagnóstico e do tratamento adequado, o (a) médico (a) veterinário (a) também pode orientar o (a) tutor (a) quanto aos cuidados especiais necessários para manter um animal com câncer o mais confortável possível. 

Alguns desses cuidados podem ajudar a minimizar os impactos dos efeitos colaterais e a queda na imunidade causados pelo tratamento. Um exemplo de cuidado que o (a) tutor (a) deve ter durante o tratamento contra o câncer é a diminuição da frequência dos banhos e evitar expor o animal a locais com circulação de outros animais, pois a imunossupressão deixa esses animais mais susceptíveis a doenças. 

Além disso, o (a) veterinário (a) pode recomendar a adoção de uma dieta diferenciada, que seja mais nutritiva e que minimize os efeitos da náusea e dos problemas gastrointestinais causados pelo tratamento quimioterápico. Alguns tipos de tumores, como os de maiores volumes, que acometem o baço e o fígado, ainda podem requerer repouso para evitar rompimento. 

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Tratamento

Assim como na medicina humana, a medicina veterinária também conta com dois tipos de tratamento para animais com câncer: o tratamento paliativo, que visa minimizar o sofrimento do animal causado pela doença, e o tratamento curativo, que tem como objetivo obter a cura da doença. 

Paliativo

O tratamento paliativo é o tratamento realizado quando não há perspectiva de cura do animal, seja por que a doença encontra-se em estágio avançado ou porque o animal não teria condições de sobreviver ao tratamento. 

Esse tipo de tratamento tem como objetivo diminuir a dor e corrigir disfunções por meio de cirurgias, tratamentos medicamentosos ou, até mesmo, a eutanásia. Contudo, esse tipo de procedimento só é recomendado quando nenhum outro tipo de tratamento puder minimizar o sofrimento ou oferecer qualidade de vida para o animal.

Curativo

Por outro lado, o tratamento curativo para câncer em pets pode ser realizado através de cirurgias específicas, tratamento com quimioterápicos, crioterapia e eletroquimioterapia. A definição do tratamento de escolha vai depender do tipo do câncer, estágio da doença e estado de saúde do animal. 

A cirurgia é o tipo de tratamento com maior índice de cura, pois permite a retirada do tumor. Porém, devemos reforçar que apenas o (a) veterinário (a) poderá definir o tratamento adequado para o animal, pois o (a) profissional tem conhecimento para avaliar o quadro e as opções de tratamento disponíveis. 

Além do tratamento do câncer em si, pode ser necessário o tratamento de sintomas causados pela doença ou dos efeitos colaterais do tratamento de escolha.

A quimioterapia, por exemplo, pode causar vômito, diarreia e perda de peso. Para isso, o (a) profissional pode recomendar o uso de medicamentos como estimulantes de apetite, analgésicos e anti-inflamatórios

Por fim, é importante reforçar que é necessário seguir rígidamente as recomendações veterinárias, realizando o tratamento de forma correta, retornando ao consultório nos intervalos recomendados e dando o devido tratamento e suporte ao animal. 

O tratamento varia de acordo com o tipo de câncer, estágio e idade do animal.

Como prevenir o câncer em pets?

Como alguns tipos de câncer não tem causa específica, fica difícil tentar preveni-los, Contudo, existem ações que podem prevenir alguns tipos de câncer ou proporcionar o diagnóstico precoce, como:

Castração precoce

A castração é um ato de amor e, além de todos os outros efeitos positivos para a saúde do animal e para a sociedade, quando feita precocemente, ainda previne o câncer de mama e útero nas fêmeas, e o câncer testicular nos machos. 

No caso das fêmeas, o ideal é que o procedimento seja feito antes do primeiro cio. 

Consultas de rotina

Manter as consultas de rotina em dia possibilita o diagnóstico e tratamento precoce de tumores, aumentando assim as chances de cura do animal. 

Não usar medicamentos para fins contraceptivos

Algumas lojas de produtos pet vendem medicamentos ‘anticoncepcionais’ para fêmeas, porém esse tipo de medicamento está relacionado ao aparecimento de problemas de saúde, como tumores mamários e hiperplasia mamária. 

Caso o (a) tutor (a) queira evitar que sua pet emprenhe, o ideal e o recomendado é realizar a castração!

Fique atento (a) aos sinais

Observe seu animal com frequência e fique de olho no aparecimento de nódulos ou de sinais adversos, como prostração, perda de apetite e dificuldade para urinar. 

Caso observe algo de anormal, procure ajuda veterinária para que o pet seja examinado e receba tratamento adequado. 

Uma boa forma de observar o aparecimento de nódulos é utilizar dos momentos de carinho para palpar o animal para detectar a presença de massas anormais.

Evite exposição excessiva ao sol

Evite passear em horários com maior incidência de raios solares e, caso o animal tenha momentos de exposição ao sol, o ideal é que o (a) tutor (a) faça uso de protetor solar específico para animais.  

Proteja o pet da fumaça

Acredita-se que pets expostos à fumaça com frequência têm maior probabilidade de desenvolver câncer, por isso evite a exposição à fumaça de cigarro ou de outros tipos de fumo. 

Caso o (a) tutor (a) seja fumante, o ideal é que fume longe dos pets para que o animal não seja afetado. 

Ofereça alimentação de qualidade

Doenças como a obesidade aumentam o risco de desenvolvimento de câncer, por isso devemos ficar atentos (as) com a alimentação do animal, cuidando para que ela seja completa, equilibrada e de qualidade. 

Evite exposições a produtos químicos

Não faça uso de produtos químicos, como tintas e solventes, enquanto o animal estiver no ambiente, pois além de não fazer bem para o bem-estar, esse tipo de produto pode estar relacionado ao desenvolvimento de câncer em pets. 

Proporcione um estilo de vida saudável

Assim como para nós, um estilo de vida saudável também ajuda animais a prevenir o aparecimento de câncer. Portanto, introduza atividades físicas regulares na rotina do seu pet por meio de brincadeiras ou de passeios. 

O câncer em pets, assim como nos humanos, pode ser detectado precocemente, o que aumenta as chances de cura do animal. Portanto, ao perceber algum sintoma adverso, não deixe de procurar ajuda veterinária!

Para mais informações sobre saúde e bem-estar pet, continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável!