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Ansiedade em gatos: quais são os sintomas e como tratar?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 14/12/2022Última atualização: 02/05/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 14/12/2022Última atualização: 02/05/2023
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Com a atual cultura de trabalho com demandas imediatas, carga de trabalho estendida, rotinas estressantes e esgotamento, a ansiedade foi considerada o mal do século e ganhou maior notoriedade. Contudo, pouco se fala sobre como esses transtornos afetam os animais de companhia, como os gatos.

Apesar de não terem uma rotina de trabalho, os pets também passam por situações estressantes, que podem levar ao desenvolvimento de ansiedade.

Gatinhos são animais que costumam ser mais calmos e quietos e, muitas vezes, demonstram muito sutilmente quando algo não está bem, como a ansiedade. Porém, diferente do que muitos pensam, assim como a ansiedade humana, a ansiedade em gatos é um problema real, que impacta a qualidade de vida do animal e que não deve ser negligenciada, pois quando não tratada pode causar complicações ainda mais graves. 

Continue acompanhando o artigo e saiba mais sobre a ansiedade em gatos, suas possíveis causas, seus principais sinais e como preveni-la!

Neste artigo, você encontrará:

  1. O que é ansiedade em gatos?
  2. O que causa ansiedade em gatos?
  3. 23 sinais que indicam ansiedade em gatos
  4. Diagnóstico
  5. Como tratar um gato ansioso?
  6. Como prevenir a ansiedade em gatos?

O que é ansiedade em gatos?

A ansiedade pode ser considerada o medo antecipado de algum evento negativo, real ou não, além de estar ou não estar relacionado a uma situação de enfrentamento, ou ameaça real. Muitas vezes, esses sentimentos podem se manifestar em momentos nos quais não há um motivo lógico para o animal se sentir ansioso. 

Os gatinhos são animais metódicos, apegados à rotina, que se assustam com facilidade e não lidam muito bem com mudanças. Portanto, situações que envolvam alterações no seu espaço, rotina, introdução de novos animais, ausência do(a) tutor(a) ou mudanças em geral são estressantes para esses animais, podendo servir de gatilho para o desenvolvimento da ansiedade.

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O que causa ansiedade em gatos?

A condição pode ser desenvolvida após um episódio desagradável para o animal, de forma que, toda vez que algo relacionado a esse tipo de situação acontece, a ansiedade é engatilhada. Um bom exemplo é quando o animal é apresentado a outro que o atacou e feriu ou após uma mudança abrupta de rotina, por exemplo.

Lembrando que tanto o diagnóstico quanto o tratamento da ansiedade em gatos deve ser feito por um(a) veterinário(a). Contudo, estar ciente das possíveis causas pode ajudar os(as) tutores(as) a identificar se o animal está sofrendo desse problema e procurar ajuda profissional. A seguir, você confere algumas das principais:

Solidão e isolamento

Quando o animal passa muito tempo preso ou isolado, ele é pouco estimulado e, consequentemente, fica entediado e ansioso. 

Ausência do(a) tutor(a) por longos períodos

Uma das formas mais comuns de ansiedade em gatos é a causada por separação. Nesse caso, a ausência do(a) tutor(a) deixa o animal estressado e ansioso.

Alterações na rotina do animal 

Como vimos anteriormente, os gatinhos são animais que gostam de rotina e, por conta disso, alterações podem sinalizar que algo está errado ou que algo ruim irá acontecer.

Alterações no ambiente

O ambiente do gatinho é onde ele se sente seguro e, quando há alterações nesse ambiente, ele pode estranhar e se sentir inseguro e ansioso.

Mudança de residência

Nesse caso, o gato é retirado do ambiente em que se sente seguro e introduzido em um ambiente novo desconhecido.

Introdução de um novo animal ou pessoa

A introdução de um novo animal costuma ser naturalmente estressante para os animais e, em alguns casos, desencadeando assim ansiedade.

Problema de saúde ou dor

A artrite é uma das condições que pode acometer os gatos e que causa dor em algumas atividades, o que também pode ser gatilho para um quadro ansioso.

Interações sociais desagradáveis

É comum que na presença de uma pessoa ou animal o bichano fique desconfortável, ou faz com que ele se sinta fora do controle. 

Socialização inadequada

Os gatinhos devem ser socializados no período entre a segunda e a sétima semana de vida, pois é nessa fase que ele têm mais facilidade em aprender e entender o que devem ou não temer. 

Contudo, caso essa interação seja experimentada ou apresente algum episódio ruim, pode ser que o animal se torne ansioso diante de situações consideradas normais.

Animais retirados da mãe precocemente

Animais que são separados da mãe muito cedo podem se tornar mais medrosos, ansiosos e podem acabar não sendo socializados corretamente, como ocorreria caso estivesse com a mãe e os irmãozinhos. 

Senilidade

O processo de envelhecimento pode tornar o gato mais ansioso, e isso se agrava quando há perda de memória, pois gera insegurança.

Sair de casa

Como falamos, os gatinhos se sentem seguros e no controle do seu ambiente, por isso, quando são retirados do seu ambiente, podem se sentir estressados e ansiosos.

A ansiedade em gatos pode ser causada por diversos fatores, mas apenas um(a) profissional poderá identificar os gatilhos da condição.

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Ansiedade e TOC

A ansiedade em gatinhos pode se apresentar de diversas formas, sendo as mais comuns a ansiedade por separação e o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). 

A ansiedade por separação é um pouco mais conhecida por ser relativamente comum em pets, principalmente após o cenário de pandemia de Covid-19, que fez com que muitos(as) tutores(as) passassem a ficar em casa diariamente e o dia todo.

Além de ser comum em gatos ansiosos e estressados durante a ausência do(a) tutor(a), esse tipo de ansiedade é ainda mais comum em gatos com histórico de abandono ou que já tiveram vários responsáveis diferentes.  

Por outro lado, o TOC em gatos, assim como acontece com os humanos, é caracterizado por comportamentos repetitivos e exagerados. Ainda não se sabe exatamente o que causa esse transtorno nos bichinhos, mas sabe-se que ele pode estar relacionado ao estresse e que alguns casos podem estar relacionados a predisposição genética. 

Portanto, é possível observar uma alteração comportamental no gatinho ou que ele aparente estar mais estressado, assustado ou medroso sem relacionar essas alterações com possibilidade da ansiedade. Por isso, é importante ficar atento aos principais sinais da ansiedade em gatos e, caso note, é preciso procurar a ajuda veterinária para dar o devido tratamento e evitar possíveis complicações.

23 sinais que indicam que seu gato está ansioso

Como vimos, a ansiedade pode estar relacionada desde ao estresse causado por certas situações até a problemas de saúde. Logo, os sinais dessa doença também podem variar bastante, indo de sinais físicos a comportamentais.

É importante saber os sinais desse transtorno para identificá-los e então procurar um ajuda profissional. Portanto, para te ajudar com isso, listamos a seguir alguns desses sinais de ansiedade em gatos:

  • Respiração ofegante;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Alteração intestinais, como vômito e diarreia;
  • Pupilas dilatadas;
  • Olhar fixo;
  • Apatia;
  • Agitação; 
  • Hiperatividade;
  • Falha na pelagem causada por queda do pelo;
  • Tremor constante;
  • Aumento da vocalização;
  • Descuido com a higiene diária;
  • Lambedura e/ou mordedura excessiva;
  • Feridas e lesões por grooming excessivo ;
  • Animal realizando marcação de território com urina ou urinando fora da caixinha de areia;
  • Agressividade;
  • Mudança comportamental;
  • Animal se escondendo ou fugindo;
  • Animal dormindo demais ou menos;
  • Alteração na alimentação do animal;
  • Perda ou ganho de peso;
  • Comportamento destrutivo, como arranhar ou morder com frequência;
  • Diminuição da interação com tutores ou outros animais da casa.

A maioria desses sinais estão relacionados a uma forma de externar os seus sentimentos, aliviar a agonia relacionada a ansiedade ou, até mesmo, de chamar a atenção. 

Caso observe qualquer um desses sinais, é preciso buscar ajuda veterinária para que o pet seja avaliado e tratado adequadamente, restaurando o seu estado de saúde e a sua qualidade de vida.

Leia tambémComo criar pet em apartamento? Dicas e cuidados importantes

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Diagnóstico

O diagnóstico da ansiedade em gatos deve ser feito por um(a) veterinária(a), uma vez que o(a) profissional é capacitado para avaliar os sinais, examinar o animal e diagnosticar corretamente a condição. Dependendo do quadro, e caso ache necessário, o clínico pode encaminhar o animal para um(a) veterinário(a) especialista em comportamento. 

Durante a consulta, serão avaliados os relatos de sintomas identificados, perguntas pertinentes para o caso, avaliar o estado de saúde do animal, os sinais vitais e solicitação de exames complementares para determinar se o animal está com outra doença ou o que está causando o quadro de ansiedade.

Após a avaliação minuciosa de todas essas questões, o veterinário fechará o diagnóstico de ansiedade, determinar qual a causa e definir a linha de tratamento ideal não só para ansiedade, como também para a causa base.

Como tratar um gato ansioso?

Após determinada a causa, será definida a linha de tratamento para tratar o que está causando a ansiedade. 

Como a causa base pode variar muito, o tratamento também acompanha essa lógica. Já o tratamento da ansiedade em si, pode ser abordado de diversas formas, seja por medicamentos, como ansiolíticos e calmantes, ou de alterações relacionadas a rotina do animal. 

Portanto, pode ser recomendada a introdução de atividades que façam o animal se sentir mais seguro e relaxado no seu ambiente e com as pessoas com quem se relaciona. Como a definição de uma rotina mais “rígida”, a retirada de situações estressantes e estímulo por meio de brinquedos interativos, serão necessários para o acompanhamento.

Além disso, o(a) profissional também pode recomendar investimento no enriquecimento ambiental, por meio de arranhadores pela casa, instalação de prateleiras e da compra de novos brinquedos. Contudo, vale lembrar que é importante que o animal não seja mantido isolado ou preso por longos períodos.

adestramento também pode contribuir e muito com esse processo, pois consegue diminuir medos, dessensibilizar os gatilhos e substituir comportamentos negativos por positivos. Esse treinamento deve ser feito por um(a) profissional especializado, portanto, sempre busque indicações.

Por fim, vale lembrar que a administração de medicamentos sem a prescrição de um(a) profissional pode não só mascarar problemas maiores, como também agravar o quadro ansioso do animal e causar intoxicação.

Além de tratamento medicamentoso, o ideal também é mudar e participar mas da rotina do seu pet. 

 

Como prevenir a ansiedade em gatos?

É possível prevenir ou diminuir a chance de os gatinhos desenvolvam a ansiedade por meio de algumas medidas simples, como dar mais carinho e atenção. A seguir, você confere algumas medidas que podem ajudar na prevenção da ansiedade:

  • Evite situações de estresse para o seu animal ou tente tornar essas situações o menos impactante possível;
  • Mantenha uma rotina de atividades e exercícios físicos;
  • Monte uma rotina previsível e evite fazer alterações na rotina do animal; 
  • Forneça uma alimentação balanceada, completa e de qualidade;
  • Promova o enriquecimento do ambiente no qual o animal vive;
  • Invista em brinquedos interativos que mantêm o animal entretido mesmo quando não tem ninguém por perto;
  • Não mantenha o animal confinado por longos períodos;
  • Dedique tempo aos bichinhos, pois eles gostam de ter contato com os tutores, seja brincando ou recebendo carinho;
  • Evite brigar excessivamente com o seu animal;
  • Mantenha o ambiente no qual o seu gatinho vive sempre limpo e use apenas produtos liberados para animais na higienização do ambiente;
  • Mantenha a higiene do seu animal sempre em dia, use apenas produtos desenvolvidos para gatos durante os banhos e seque-o bem; 
  • Higienize a caixinha de areia higiênica frequentemente;
  • Mantenha os comedouros e bebedouros limpos e localizados corretamente, longe da caixinha de areia;
  • Mantenha a proteção contra ectoparasitas em dia;
  • Mantenha a vacinação em dia;
  • Realize as consultas de rotina conforme o intervalo recomendado pelo médico veterinário que o acompanha;
  • Evite alterações no ambiente;
  • Ofereça locais de esconderijo para que ele possa se recolher quando se sentir estimulado demais, como prateleiras altas.

Caso a ansiedade em gatos não seja tratada, o animal poderá apresentar piora com o tempo e comportamentos indesejáveis com ainda mais frequência. Além disso, negligenciar a ansiedade pode acabar afetando o sistema imune do animal, o tornando mais susceptíveis a doenças. 

Caso tenha alguma dúvida quanto ao tratamento ou suspeite que seu bichinho esteja sofrendo com ansiedade, não deixe de buscar ajuda veterinária!

Para mais informações e dicas de como cuidar do seu pet, continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável!

Imagem do profissional Kenny Cardoso
Este artigo foi escrito por:

Esp. Kenny Cardoso

Médica veterinária pela Universidade Federal Fluminense com mestrado em Medicina Veterinária.Leia mais artigos de Esp. Kenny
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