Saúde

Cicatriz: tipos e como melhorar a aparência da pele cicatrizada.

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 01/03/2024Última atualização: 01/03/2024
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 01/03/2024Última atualização: 01/03/2024
Uma pessoa de costas com uma cicatriz.Diversas situações culminando na formação de certos tipos de cicatrizes.
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Seja por cirurgia, lesão, queimadura ou acne, muito provavelmente você tem ou já teve contato com alguém com algum tipo de cicatriz.

O processo de cicatrização completo de um ferimento pode estender-se até seis meses, pois possui um desencadeamento complexo, mas de forma simplificada pode ser dividida em três fases: inflamatória, granulação e remodelamento, ou maturação.

Cada uma dessas etapas desempenha um papel importante na restauração dos tecidos lesionados e na formação adequada da marca.

A principal complicação é a formação de queloide, que é definida como um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local do traumatismo e até além dele. A princípio, o dano é apenas estético. 

Mas, dependendo do tamanho e local, pode acarretar em prejuízos como dor e limitação de movimento.

Embora algumas cicatrizes sejam inevitáveis, você pode ajudar a minimizar os sinais com bons cuidados com a incisão, como estilo de vida, métodos estéticos e prevenção. Não perca a leitura a seguir para disso e muito mais!

Índice — Neste artigo você verá:

  1. Como funciona o processo de cicatrização
  2. Complicações
  3. Tipos de cicatriz
  4. Quais são as principais causas?
  5. É possível remover?
  6. Como melhorar a aparência da pele cicatrizada

Como funciona o processo de cicatrização

O processo de cicatrização é constituído por uma complexa sequência de eventos, sendo uma resposta comum a todas as feridas, independentemente da causa. 

Esse processo é desencadeado com estímulo inicial da lesão tecidual, que coloca elementos sanguíneos em contato com o colágeno e outras substâncias da matriz extracelular.

Fase 1

A resposta inicial envolve a degradação de plaquetas e a ativação das cascatas de coagulação e do complemento. Isso leva à liberação de diversos mediadores vasoativos e quimiotáticos, responsáveis por atrair células inflamatórias para a região ferida. 

Essa fase é conhecida como fase inflamatória, podendo apresentar sinais como edema (acúmulo de líquidos entre as células), vermelhidão e dor, indicando a ativação do sistema de coagulação.

Fase 2

Denominada fase proliferativa, é caracterizada pela proliferação dos fibroblastos, que desempenham um papel importantíssimo na fibroplasia, fechando efetivamente a ferida e formando a cicatriz propriamente dita. 

Aqui ocorre uma intensa atividade celular para promover a reparação do tecido danificado.

Fase 3

A fase final, denominada fase de reparo, é a mais extensa de todas. Nela, o tecido cicatricial passa por um processo de remodelação, alinhando suas fibras e, gradualmente, tornando a cicatriz mais clara e discreta. 

Este estágio pode se estender ao longo de meses, ou até mais dependendo da complexidade da lesão.

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Complicações

Existem situações que podem comprometer todo esse processo e a neovascularização, a formação de novos vasos sanguíneos, influenciando desde o início após a lesão até a fase final de remodelação da ferida.

Quando as feridas são de espessura parcial, envolvendo a epiderme e parcialmente a derme, geralmente cicatrizam por intenção primária, preservando apêndices cutâneos intactos. 

Por outro lado, as feridas de espessura total são caracterizadas pela destruição completa da epiderme e derme, podendo envolver estruturas mais profundas, apresentando desafios adicionais no processo de cicatrização.

A lesão pode ser influenciada por diversos fatores. Esses fatores podem ser divididos em dois grupos: intrínsecos, relacionados ao local da lesão, e extrínsecos, relacionados ao estado geral do paciente.

Fatores intrínsecos:

  • Tamanho e profundidade da lesão;
  • Tipo de tecido que foi lesado;
  • Localização da lesão, por exemplo, áreas com menor irrigação sanguínea tem dificuldade maior de se curar;
  • Se houve infecção ou hemorragia no local;
  • Secreções;
  • Necrose;
  • Privação de oxigenação e ausência de luz e água.

Extrínsecos:

  • Idade;
  • Tabagismo, 
  • Alcoolismo;
  • Tratamentos que envolve medicamentos e quimioterapia;
  • Alimentação;
  • Imunidade;
  • Doenças crônicas.
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Tipos de cicatriz

Foto de um antebraço com uma cicatriz.
Antes de definir os tipos de cicatriz, é importante entender a classificação e gravidade dessas marcas. Começando com a intenção primária, que se trata de feridas de espessura parcial, com apêndices cutâneos intactos. 

E existe também a intenção secundária, feridas de espessura total, com destruição completa da epiderme, derme e estruturas mais profundas, cicatrizam por esse método, que demanda mais tempo e pode resultar em marcas mais aparentes.

Algumas cicatrizes podem ser mais sutis e planas, enquanto outras se destacam pela sua elevação e textura. Cada tipo é único em sua aparência e pode ser classificado de acordo com suas características, como:

Normotrófica

É considerada a "boa" cicatriz, caracterizada por ser plana e apresentar a mesma tonalidade da pele ao seu redor. Quase imperceptível, ela mantém uma textura uniforme, fundindo-se naturalmente com a pele circundante.

Atrófica

As atróficas são afundadas, muitas vezes associadas a condições como acne, varicela ou traumas que causam danos ao colágeno. São marcadas por uma redução no volume de tecido na área afetada, resultando em uma superfície deprimida.

Hipertrófica

Aqui as marcas se apresentam elevadas e geralmente exibem uma tonalidade avermelhada, mas permanecem restritas à área original da lesão. 

Esse tipo de cicatriz é resultado de uma resposta exagerada do corpo à produção de colágeno durante o processo de cicatrização.

Queloide

queloide representa um crescimento anormal do tecido cicatricial que se estende além da área original da lesão.

Por sua elevação significativa, muitas vezes apresentando uma aparência nodular. Além disso, podem ser dolorosos e causar coceira, representando também uma resposta exacerbada do corpo à produção de colágeno.

Quais são as principais causas?

Diversas situações podem desencadear esse processo, resultando em diferentes tipos de cicatrizes. Algumas das principais causas incluem:

Feridas traumáticas

Muitas vezes provenientes de acidentes ou impactos físicos, constituem eventos que podem deixar marcas profundas. Essas lesões, ao contrário das feridas mais superficiais, têm o potencial de resultar em cicatrizes duradouras

Cortes de cirurgia

Procedimentos cirúrgicos, mesmo os mais delicados, podem levar à formação de lesões, já que envolvem incisões na pele para acessar estruturas internas.

Queimadura

Independentemente da sua origem, podem deixar feridas, sendo o corpo responsável por reconstruir a pele após a lesão causada pelo calor.

Acne

acne severa pode resultar em cicatrizes atróficas, deixando marcas na pele devido à inflamação profunda nos folículos pilosos.

Vacina

Alguns tipos de vacinas podem causar pequenas marcas no local da aplicação, uma reação normal do sistema imunológico.

Pós-catapora

As lesões causadas pela catapora, quando curadas, podem resultar em cicatrizes, especialmente se houver coceira excessiva durante a doença.

Piercing

A inserção de piercings, se não for cuidada adequadamente, pode levar à formação de marcas ao redor do local perfurado.

Tatuagem

Embora as tatuagens sejam intencionalmente aplicadas na pele, o processo de cicatrização após a tatuagem pode levar à formação das marcas, especialmente se não houver cuidados pós-tatuagem apropriados.

Leia mais: Pomadas para ajudar na cicatrização da tatuagem: qual usar? 

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É possível remover?

As cicatrizes podem ser suavizadas ou até mesmo removidas, dependendo de diversos fatores, como causas, tempo de existência, profundidade e tipo de pele.

Existem diversas técnicas para amenizar o impacto das cicatrizes, desde cremes e pomadas até procedimentos cirúrgicos mais complexos. A escolha do tratamento ideal depende das características da marca e das expectativas de quem a possui.

É importante consultar um profissional para avaliar as opções de tratamento e escolher a mais adequada para cada caso. 

O sucesso do tratamento depende de diversos agentes, como a técnica utilizada, a experiência do profissional e os cuidados do pós.

Como melhorar a aparência da pele cicatrizada

Suavizar a aparência da pele cicatrizada envolve práticas cuidadosas e, em alguns casos, a incorporação de tecnologias avançadas.

Seguem algumas recomendações práticas diárias que podem ajudar:

  • Limpe cuidadosamente: realize a limpeza diária da área utilizando um gel específico desenvolvido para promover o processo de cicatrização. A higiene é essencial para evitar infecções e favorecer a regeneração da pele;
  • Hidratação: aplique um hidratante facial suave duas vezes ao dia, massageando suavemente a área;
  • Evitar a exposição solar: a fim de evitar escurecimento;
  • Evitar esticar a pele: já que isso pode contribuir para o alargamento da marca ou até mesmo a ruptura dos pontos, se tiver. Manter a região livre de tensão auxilia na preservação da integridade da cicatriz;
  • Massagear a área afetada: para estimular a circulação sanguínea e reduzir a rigidez.

Existe também algumas opções de tratamentos para melhorar a aparência das marcas:

  • Cremes e pomadas: produtos que geralmente possuem silicone, vitamina E, ácido hialurônico ou outros ingredientes específicos para cicatrizes podem ajudar a suavizar a textura, reduzir a vermelhidão e melhorar a elasticidade;
  • Terapia a laser: o laser de luz azul pulsada ou amarela é uma ótima opção no tratamento de vestígios avermelhados, elevadas ou atróficas, ajudando a reduzir a vermelhidão, o espessamento e a textura irregular da cicatriz;
  • Microagulhamento: a técnica estimula a produção de colágeno e elastina, promovendo a renovação celular e a suavização da cicatriz;
  • Preenchimento: para lesões atróficas, ou seja afundadas, o preenchimento com ácido hialurônico ou outros produtos pode elevar a área afetada e deixar a superfície da pele mais uniforme;
  • Cirurgia: em alguns casos, a cirurgia pode ser uma opção para remover ou remodelar cicatrizes mais extensas ou que causam grande incômodo estético.

Importante pontuar que os resultados dos tratamentos podem variar e nem sempre é possível eliminar completamente a cicatriz. O cuidado contínuo com a pele cicatrizada é essencial para manter os resultados obtidos.

Fatores que influenciam na aparência da cicatriz

  • Profundidade e localização da lesão, feridas mais profundas e em áreas de maior tensão tendem a formar incisões mais visíveis;
  • Genética, pessoas possuem predisposição individual à formação de queloides;
  • Casos de infecção aumentam o risco de marcas maiores hipertróficas e queloides.

Leia mais: Cicatrizantes com Menor Preço em Cuidados com a Pele | CR 


A pele é o maior órgão do nosso corpo, desempenha um papel importantíssimo na proteção contra agentes infecciosos, na manutenção do equilíbrio dos fluidos e no controle da regulação térmica.

Sua integridade é fundamental para preservar a saúde geral do corpo. E como vimos, entre suas responsabilidades, destaca-se a fase de cicatrização de feridas como um dos processos mais complexos.

Esse processo de cicatrização ocorre por conta de uma cascata de eventos biológicos que visa restaurar a integridade do tecido após uma lesão. Esse processo envolve a coordenação de diversas células, mediadores químicos e fatores de crescimento.

Apesar da capacidade regenerativa da pele, esses segmentos nem sempre ocorrem de maneira ideal, sendo suscetível a complicações.

É válido tudo que puder fazer para minimizar os fatores que possam prejudicar o processo, desde a limpeza até a escolha de curativos e medicamentos. Podemos dizer que todo cuidado é pouco.

Lembrando que grande parte dos casos é necessário o auxílio de um profissional especializado para melhor avaliação individual.

Para mais conteúdos como este, não deixe de acompanhar as postagens do Minuto Saudável, seja aqui no site ou nas redes sociais.


Referências

  1. Cicatrização de feridas — Scielo;
  2. O que são e como lidar com as cicatrizes? — SBDRJ;
  3. Queloides — MANUAL MDS Versão para Profissionais;
  4. Queloide — Biblioteca Virtual em Saúde MS;
  5. BIOLOGIA DA FERIDA E CICATRIZAÇÃO — Revista USP. 
Imagem do profissional Kayo Vinicius Ferreira Forte
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Este artigo foi escrito por:

Kayo Vinicius Ferreira Forte

Formação em Biomedicina. Leia mais artigos de Kayo
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