Seja por cirurgia, lesão, queimadura ou acne, muito provavelmente você tem ou já teve contato com alguém com algum tipo de cicatriz.
O processo de cicatrização completo de um ferimento pode estender-se até seis meses, pois possui um desencadeamento complexo, mas de forma simplificada pode ser dividida em três fases: inflamatória, granulação e remodelamento, ou maturação.
Cada uma dessas etapas desempenha um papel importante na restauração dos tecidos lesionados e na formação adequada da marca.
A principal complicação é a formação de queloide, que é definida como um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local do traumatismo e até além dele. A princípio, o dano é apenas estético.
Mas, dependendo do tamanho e local, pode acarretar em prejuízos como dor e limitação de movimento.
Embora algumas cicatrizes sejam inevitáveis, você pode ajudar a minimizar os sinais com bons cuidados com a incisão, como estilo de vida, métodos estéticos e prevenção. Não perca a leitura a seguir para disso e muito mais!
Índice — Neste artigo você verá:
O processo de cicatrização é constituído por uma complexa sequência de eventos, sendo uma resposta comum a todas as feridas, independentemente da causa.
Esse processo é desencadeado com estímulo inicial da lesão tecidual, que coloca elementos sanguíneos em contato com o colágeno e outras substâncias da matriz extracelular.
A resposta inicial envolve a degradação de plaquetas e a ativação das cascatas de coagulação e do complemento. Isso leva à liberação de diversos mediadores vasoativos e quimiotáticos, responsáveis por atrair células inflamatórias para a região ferida.
Essa fase é conhecida como fase inflamatória, podendo apresentar sinais como edema (acúmulo de líquidos entre as células), vermelhidão e dor, indicando a ativação do sistema de coagulação.
Denominada fase proliferativa, é caracterizada pela proliferação dos fibroblastos, que desempenham um papel importantíssimo na fibroplasia, fechando efetivamente a ferida e formando a cicatriz propriamente dita.
Aqui ocorre uma intensa atividade celular para promover a reparação do tecido danificado.
A fase final, denominada fase de reparo, é a mais extensa de todas. Nela, o tecido cicatricial passa por um processo de remodelação, alinhando suas fibras e, gradualmente, tornando a cicatriz mais clara e discreta.
Este estágio pode se estender ao longo de meses, ou até mais dependendo da complexidade da lesão.
Existem situações que podem comprometer todo esse processo e a neovascularização, a formação de novos vasos sanguíneos, influenciando desde o início após a lesão até a fase final de remodelação da ferida.
Quando as feridas são de espessura parcial, envolvendo a epiderme e parcialmente a derme, geralmente cicatrizam por intenção primária, preservando apêndices cutâneos intactos.
Por outro lado, as feridas de espessura total são caracterizadas pela destruição completa da epiderme e derme, podendo envolver estruturas mais profundas, apresentando desafios adicionais no processo de cicatrização.
A lesão pode ser influenciada por diversos fatores. Esses fatores podem ser divididos em dois grupos: intrínsecos, relacionados ao local da lesão, e extrínsecos, relacionados ao estado geral do paciente.
E existe também a intenção secundária, feridas de espessura total, com destruição completa da epiderme, derme e estruturas mais profundas, cicatrizam por esse método, que demanda mais tempo e pode resultar em marcas mais aparentes.
Algumas cicatrizes podem ser mais sutis e planas, enquanto outras se destacam pela sua elevação e textura. Cada tipo é único em sua aparência e pode ser classificado de acordo com suas características, como:
É considerada a "boa" cicatriz, caracterizada por ser plana e apresentar a mesma tonalidade da pele ao seu redor. Quase imperceptível, ela mantém uma textura uniforme, fundindo-se naturalmente com a pele circundante.
As atróficas são afundadas, muitas vezes associadas a condições como acne, varicela ou traumas que causam danos ao colágeno. São marcadas por uma redução no volume de tecido na área afetada, resultando em uma superfície deprimida.
Aqui as marcas se apresentam elevadas e geralmente exibem uma tonalidade avermelhada, mas permanecem restritas à área original da lesão.
Esse tipo de cicatriz é resultado de uma resposta exagerada do corpo à produção de colágeno durante o processo de cicatrização.
A queloide representa um crescimento anormal do tecido cicatricial que se estende além da área original da lesão.
Por sua elevação significativa, muitas vezes apresentando uma aparência nodular. Além disso, podem ser dolorosos e causar coceira, representando também uma resposta exacerbada do corpo à produção de colágeno.
Diversas situações podem desencadear esse processo, resultando em diferentes tipos de cicatrizes. Algumas das principais causas incluem:
Muitas vezes provenientes de acidentes ou impactos físicos, constituem eventos que podem deixar marcas profundas. Essas lesões, ao contrário das feridas mais superficiais, têm o potencial de resultar em cicatrizes duradouras
Procedimentos cirúrgicos, mesmo os mais delicados, podem levar à formação de lesões, já que envolvem incisões na pele para acessar estruturas internas.
Independentemente da sua origem, podem deixar feridas, sendo o corpo responsável por reconstruir a pele após a lesão causada pelo calor.
A acne severa pode resultar em cicatrizes atróficas, deixando marcas na pele devido à inflamação profunda nos folículos pilosos.
Alguns tipos de vacinas podem causar pequenas marcas no local da aplicação, uma reação normal do sistema imunológico.
As lesões causadas pela catapora, quando curadas, podem resultar em cicatrizes, especialmente se houver coceira excessiva durante a doença.
A inserção de piercings, se não for cuidada adequadamente, pode levar à formação de marcas ao redor do local perfurado.
Embora as tatuagens sejam intencionalmente aplicadas na pele, o processo de cicatrização após a tatuagem pode levar à formação das marcas, especialmente se não houver cuidados pós-tatuagem apropriados.
Leia mais: Pomadas para ajudar na cicatrização da tatuagem: qual usar?
As cicatrizes podem ser suavizadas ou até mesmo removidas, dependendo de diversos fatores, como causas, tempo de existência, profundidade e tipo de pele.
Existem diversas técnicas para amenizar o impacto das cicatrizes, desde cremes e pomadas até procedimentos cirúrgicos mais complexos. A escolha do tratamento ideal depende das características da marca e das expectativas de quem a possui.
É importante consultar um profissional para avaliar as opções de tratamento e escolher a mais adequada para cada caso.
O sucesso do tratamento depende de diversos agentes, como a técnica utilizada, a experiência do profissional e os cuidados do pós.
Suavizar a aparência da pele cicatrizada envolve práticas cuidadosas e, em alguns casos, a incorporação de tecnologias avançadas.
Seguem algumas recomendações práticas diárias que podem ajudar:
Existe também algumas opções de tratamentos para melhorar a aparência das marcas:
Importante pontuar que os resultados dos tratamentos podem variar e nem sempre é possível eliminar completamente a cicatriz. O cuidado contínuo com a pele cicatrizada é essencial para manter os resultados obtidos.
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A pele é o maior órgão do nosso corpo, desempenha um papel importantíssimo na proteção contra agentes infecciosos, na manutenção do equilíbrio dos fluidos e no controle da regulação térmica.
Sua integridade é fundamental para preservar a saúde geral do corpo. E como vimos, entre suas responsabilidades, destaca-se a fase de cicatrização de feridas como um dos processos mais complexos.
Esse processo de cicatrização ocorre por conta de uma cascata de eventos biológicos que visa restaurar a integridade do tecido após uma lesão. Esse processo envolve a coordenação de diversas células, mediadores químicos e fatores de crescimento.
Apesar da capacidade regenerativa da pele, esses segmentos nem sempre ocorrem de maneira ideal, sendo suscetível a complicações.
É válido tudo que puder fazer para minimizar os fatores que possam prejudicar o processo, desde a limpeza até a escolha de curativos e medicamentos. Podemos dizer que todo cuidado é pouco.
Lembrando que grande parte dos casos é necessário o auxílio de um profissional especializado para melhor avaliação individual.
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Kayo Vinicius Ferreira Forte
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