A oligospermia (ou oligozoospermia), se trata de uma doença comum e que traz a diminuição do número de espermatozoides no sêmen, gerando problemas na fertilidade masculina.
Isso acontece pois, ao contrário da mulher, que já nasce com um número exato de óvulos, o homem produz espermatozóides ao longo da vida.
Se o casal estiver tentando ter filhos há mais de um ano, é recomendado buscar ajuda médica para investigar não só a saúde da mulher, mas também a do homem, tendo em vista que ele pode ter oligospermia. Segundo estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), cerca de 10 a 15% dos casais têm dificuldades em ter filhos após um ano de tentativas, e cerca de 50% das causas de infertilidade são de origem masculina.
Para explicar melhor sobre a oligospermia, nós, do Minuto Saudável, preparamos um artigo completo para você entender tudo sobre o assunto, confira!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- O que é oligospermia?
- Quais as causas da oligospermia?
- Como é feito o diagnóstico?
- Tem tratamento?
- Oligospermia e a fertilidade do homem: o que altera?
O que é oligospermia?
A oligospermia é uma condição que afeta a produção de espermatozoides, diminuindo a quantidade no sêmen e podendo levar à infertilidade masculina, sendo uma das causas mais comuns do problema.
Nesse caso, a quantidade de espermatozoides considerada normal é de 15 milhões por ml de sêmen, menos que isso já pode ser considerada oligospermia, ou seja, é identificado que a produção de gametas masculinos não está acontecendo da maneira certa e saudável.
Se a quantidade verificada for menor que 5 milhões de espermatozoides, a oligospermia passa a ser considerada severa. Essa é uma doença que pode ser temporária ou permanente, e esse diagnóstico vai definir quais tratamentos a serem feitos.
É importante, também, diferenciar as condições que causam a infertilidade, pois elas são aproximadas mas não iguais, veja:
- Oligozoospermia: baixa quantidade de espermatozoide;
- Astenozoospermia: o esperma tem pouca mobilidade espontânea;
- Teratozoospermia: o formato do esperma é anormal;
- Oligoastenoteratozoospermia (OAT): condição que une as três anteriores ao mesmo tempo.
Em alguns casos, a infertilidade masculina é de causa desconhecida, mas a oligospermia tem algumas causas que vamos mostrar no próximo tópico, confira!
Quais as causas da oligospermia?
As principais causas de oligospermia são:
- Infecções genitais;
- Varicocele (varizes no saco escrotal);
- Criptorquidia (testículos não descidos, ou a ausência de um ou dos dois testículos na bolsa testicular);
- Disfunções endócrinas;
- Alterações hormonais;
- Alterações nos cromossomos sexuais;
- Idade avançada (quanto mais velho, menor o nível de testosterona no organismo a produção de espermatozoides pelo organismo);
- Maus hábitos de vida (dieta inadequada, tabagismo, drogas ou anabolizantes, obesidade, estresse);
- Uso de roupas apertadas;
- Uso de medicamentos específicos (imunossupressores, anabolizantes, antiandrógenos);
- Quimioterapia ou radioterapia;
- Cirurgias genitais;
- Alterações nos testes.
Vale lembrar que aproximadamente 40% dos homens com infertilidade têm a causa encontrada, enquanto os outros 60% têm a causa da infertilidade desconhecida. Estudos na área da genética vêm sendo feitos para realizar novas descobertas relacionadas à infertilidade nesses casos.
Como é feito o diagnóstico?
A oligospermia é diagnosticada quando é encontrada nas amostras um número de espermas menor que 15 milhões por ml de sêmen, ou menos de 39 milhões, se analisado o total ejaculado. A doença é considerada severa quando o volume encontrado de espermas é igual ou menor que 5 milhões por ml.
Além disso, a oligospermia pode ser diagnosticada em graus diferentes, indo de leve à severa. Esse diagnóstico muda conforme a quantidade de espermatozoides coletados na amostra, entenda:
- Leve: entre 10 a 15 milhões de espermatozoides por ml de sêmen.
- Moderada: entre 5 a 10 milhões de espermatozoides por ml de sêmen.
- Severa: entre 0 e 5 milhões de espermatozoides por ml de sêmen.
- Azoospermia: ausência total de espermatozoides.
Para identificar a oligospermia, é necessário fazer um exame chamado espermograma, que vai detectar a quantidade de esperma no sêmen. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se o número de espermas estiver normal na avaliação, não é necessário fazer o teste novamente. Caso o resultado vier com alterações, a análise deve ser repetida.
O exame coleta uma amostra do sêmen do homem através da masturbação. Após a coleta, é analisado o aspecto do sêmen, a quantidade e a condição dos espermatozoides.
Para um melhor diagnóstico, é importante ficar entre 48 a 72 horas antes do exame em abstinência sexual, além disso, é recomendado fazer ao menos duas coletas, de preferência com um intervalo superior a 15 dias entre elas, para ter certeza do diagnóstico.
Na coleta da amostra, são analisados os seguintes aspectos:
Macroscópicos
Aqui é avaliado características macroscópicas do sêmen, como:
- Cor e aspecto (normal quando com tonalidade leitosa);
- Tempo (tempo passado até a amostra se tornar líquida, deve ser menor que 60 minutos);
- Volume (normal quando superior 1,5 ml);
- Viscosidade;
- pH (normal quando igual ou maior que 7,2).
Microscópicos
Neste caso são analisadas as características microscópicas do sêmen, como:
- Concentração de espermatozoides (normal quando igual ou superior a 15 milhões por ml);
- Total de espermatozoides (normal quando igual ou superior a 39 milhões no total ejaculado);
- Motilidade dos espermatozoides (capacidade de locomoção dos espermatozoides. É normal quando igual ou superior a 32%);
- Formato dos espermatozoides (cabeça de formato oval e com a parte intermediária e cauda perfeitas têm maiores chances de fertilização. Normal quando igual ou maior que 4%);
- Vitalidade (quantidade de espermatozoides vivos, normal acima de 58%).
Tem tratamento?
A oligospermia pode ser temporária ou permanente. O tratamento varia muito dependendo da causa e do grau de severidade da doença, vejamos alguns tratamentos pertinentes:
- Medicamentos (para aumentar o número de espermatozoides);
- Cirúrgico (em casos específicos, como quando ocorre por varicocele, por exemplo);
- Mudança de hábitos (tratamento que pode induzir a produção de espermas através de dietas e evitando o uso de álcool e drogas, por exemplo);
- Reposição hormonal (quando a causa é hormonal);
- Reprodução assistida (reprodução humana com métodos alternativos).
Oligospermia e a fertilidade: posso ter filhos?
A condição afeta a fertilidade masculina, porém, como mostramos acima, isso depende do grau de severidade da doença.
Ou seja, a quantidade de espermatozoide encontrado na coleta é o que define o grau de severidade e, consequentemente, é o que indica a possibilidade de ter filhos ou não.
Quando a doença é considerada leve, há chances, mesmo que menores, de ter filhos de maneira natural, sem ajuda de reprodução alternativa. Entretanto, mesmo com poucos espermatozoides na amostra, não é impossível ter um filho. Ou seja, não tem como dizer o número exato de espermatozoides necessários para ter chance de fecundação, mas quanto maior o número, maiores as chances.
A infertilidade acontece pois, mesmo que se produza gametas viáveis, a baixa quantidade de espermatozoides presentes no esperma pode não ser suficiente para que haja chances reais de fecundação do óvulo. Nesse caso, o casal pode recorrer às técnicas de reprodução alternativa.
Ao ter dificuldades em ter filhos por mais de um ano, é importante consultar um médico, tanto para o homem quanto para a mulher, e realizar os exames necessários para gerar um diagnóstico correto. No caso do homem o médico a ser consultado é o urologista e da mulher o ginecologista.
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Fontes consultadas:
- Infertilidade masculina — UFRGS.
- Oligospermia: quem tem pode ter filhos? — Nilo Frantz.
- Oligospermia: quais são as causas e tratamentos desse problema? — CEFERP.
- Diretrizes para o diagnóstico e tratamento da infertilidade masculina — Portal da Urologia.
- Infertilidade masculina — Nidus Medicina Reprodutiva.
- Exame e processamento do sêmen humano — Organização Mundial da Saúde (OMS).